Un Baiser Plus escrita por H_S


Capítulo 28
Capítulo 28 - Open Wounds


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!
Primeiro de tudo, muito obrigada pelos comentários, continuem comentando sem medo, por que não sabem o quão feliz me deixa.
Esse capítulo foi completamente revisado pela Aimi Hyuuga, mas se possuir algum erro pedimos desculpas.
Sinceramente, esse eu acho que está o sendo o capítulo mais tenso até agora. Digam vocês mesmos assim que terminarem de ler. hehe.
Bem, para quem gosta de ler com música,recomendamos que ouçam essa aqui -> http://www.youtube.com/watch?v=50J1qwE1h7M
Sem mais delongas, BOA LEITURA.



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UN BAISER PLUS

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Capítulo 28

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Open Wounds

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"A vida não é apenas um amontoado de coincidências. É uma coleção de acontecimentos que culmina num plano sublime e belo."

Escrito nas Estrelas (Serendipity)

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A neve parecia ter chegado com uma estadia longa. O inverno já dava as caras em Tóquio, deixando uma sensação de reconforto para Ino, mas não o bastante. Seu corpo permanecia imóvel, agachado com suas mãos firmes contra suas pernas e seu rosto escondido ao meio dos fios loiros bagunçados. Por que agora? Por que justo agora sua mãe tinha que aparecer? Aparecer justo quando as coisas pelo menos estavam começando a fazer algum sentindo?

Sua cabeça balançou em negação, afastando aquele pensamento de normalidade para longe. Não. Nada estava fazendo sentido. Sentia como se tivesse perdido Gaara mais uma vez e agora havia novamente o fantasma de sua mãe, mais vivo e mais forte para atormentar sua cabeça completamente confusa e perdida. Por que ela tinha que voltar? Por quê? Queria uma espécie de garantia que a vida de ninguém funcionava sem sua humilde presença? Dinheiro? Ou aquele era apenas um objetivo fútil de tentar retornar para seu antigo posto?

Ino apertou ambas de suas mãos contra seus ouvidos, tentando cessar os gritos. Estava ficando louca? Aquela era o tal auge de sua doença, como gostaria de dizer sua terapeuta? As lágrimas quentes escorriam por seu rosto. Sempre em toda a sua vida, seus desejos eram apenas ser uma pessoa normal como todas as outras, mas sua mente se tornava mais perturbada a cada dia que se passava e a vida cada vez mais a intimidava, como se não quisesse compartilhar daquela loucura temporária.

As lágrimas quentes escorriam sobre seu rosto sem lhe dar nenhum tipo de pausa, sua voz estava apertada e rouca. Aquilo era horrível. Odiava-se a si mesma. Odiava a todos. Queria ser a grande Ino Yamanaka que apareciam aos jornais, a determinada e atrevida, que sempre interpretava. Mas por que era tão difícil se tornar ela.

- Eu odeio você! Odeio... Eu... Odeio você... – sua voz saiu alta e clara ao meio de seu choro. Aquele era um recado claro para Naoko. Não a queria ali, não a queria mais na sua vida. Por que toda vez que ela entrava, o desespero tomava conta de seu corpo, resultando numa tentativa patética de suicídio – Eu... Me... Odeio... – as lágrimas caiam mais fortes e o choro se tornava incontrolável.

Suicídio. Aquela era a melhor alternativa? Realmente uma sétima vez era o necessário para que tudo acabasse? Para que o choro acabasse? Para que o desespero acabasse? Para que tudo acabasse? Para que tudo tomasse sentido? Às vezes desejava ser como Sai. Vazio. Completamente vazio. Sem essa dor constante.

Seus olhos se fecharam por um segundo molhados com as lágrimas. Queria morrer. Naquele momento estava ansiando pela morte. Seu pai não lhe passava por sua cabeça agora, nem Gaara, nem ninguém. Só conseguia se concentrar na morte e de como o mundo não queria mais sua presença desnecessária.

Seu corpo se desencostou da porta de forma automática e seus passos já seguiam em direção ao banheiro. Suas mãos giraram rapidamente a maçaneta e, então, seus passos andaram cuidadosamente em direção a banheiro, abriu a água querendo enchê-la até o topo. Seus olhos fitaram a água enchendo a banheira rapidamente e água começando a escorrer para o chão, seus pés seguiam ao meio da poça de água, parando em frente ao espelho e encarando o seu reflexo com o maior desgosto que seus olhos podiam mostrar.

 Seus dedos puxaram a pequena caixa alaranjada de antidepressivos. Rispidamente suas mãos repuxaram a lâmina afiada, a fitando por alguns segundos. Sem hesitar a passou rispidamente contra a sua pele, fitando o sangue sair sem pudor, à lâmina ia cada vez mais fundo, cortando e cortando seu pulso sem nenhum tipo de ressentimento.  As lágrimas em seus olhos saiam quentes, já acostumados com aquele tipo de dor.

O sangue já pingava no chão, espirrado sobre a pia e sobre o espelho, Ino deixou a lâmina escorregar por seus dedos quando já não conseguia mais segurá-la. Num pequeno esforço, jogou as pílulas para dentro de sua boca, oito de uma vez. As engoliu com esforço e seu corpo caminhou lentamente em direção a banheiro completamente cheia e se repousou dentro da água sendo invadida pelo sangue.

Espontaneamente, emergiu sua cabeça para dentro da água. Seus olhos permaneceram abertos por alguns segundos, fitando a água completamente ensanguentada, antes que finalmente se fechassem. Sentia sua consciência se esvaindo por completo. A água apenas se espalhava ao meio do banheiro, o dando uma cor ensanguentada.

 Era naquela situação que sua mente torcia, para ter cortado fundo o bastante daquela vez.

xXx

Centro de Tóquio

DIA 28 – 16h30min

A pia se encontrava cheia de pratos sujos, roupas espalhadas sobre a casa e mala ao meio do corredor. Sakura fitou a pequena acumulação de sujeira ao meio do apartamento, enquanto seus braços seguravam firmemente Ryu contra o seu corpo. Seus olhos se reviram, apenas vendo o pacote de salgadinhos aberto e Sasuke sobre o sofá. Ele havia dito para ela ir até sua casa, nada de buscá-lo na clínica, não queria nenhum tipo de encontro dramático regado a lágrimas. Queria apenas lhe dar um típico “oi” e pronto. Aquele pedido fora o bastante para Sakura crer que o romantismo de Sasuke era algo completamente raro e que só aparecia em ocasiões completamente raras.

- Seu pai... É um porco, preguiçoso e inútil, Ryu... Além de ter uma extrema capacidade de fazer coisas completamente erradas... Não siga os seus passos. – a voz saiu aparentemente nervosa, fazendo Sasuke a encará-la com desdém. Sakura seguiu com seus passos em direção ao sofá, jogando uma blusa para o lado antes de se sentar no sofá e colocar Ryu sobre o peito de Sasuke.

- Olá pra você também. Que bom que sentiu minha falta. – a voz de Sasuke saiu irônica, fitando o sorriso se formando pelos lábios Sakura assim que suas mãos seguraram Ryu, enquanto seu corpo se sentava sobre o sofá – Então... Esse aqui é o Ryu? Tem os olhos de sua mãe... – a voz de Sasuke saiu num tom que apenas fez Sakura sorrir ainda mais. Sabia que apesar de não deixar nem um pouco claro. Ele estava feliz.

Estava feliz de Ryu ter nascido, apesar de complicações, bastante saudável. Perguntava-se se ele seria o tipo pai coruja, que sempre iria mimar o Ryu. E então sorriu ainda mais, sabendo que quem faria esse papel seria ela. Sasuke provavelmente ensinaria Ryu jogar futebol, ou qualquer coisa do tipo, sabia que ele tentaria no máximo ser um bom pai para Ryu.

- Soube que o dinheiro dos seus pais foi liberado... – aquelas palavras foram o bastante para Sakura tirar todos os pensamentos de sua cabeça e fitá-lo completamente duvidosa em como ele sabia daquele pequeno detalhe – Eu tinha minhas fontes do lado de fora.

Sakura ergueu a sobrancelha. Sabia muito bem que a fonte tinha olhos azuis e cabelos loiros.

 - É... Foi liberado. – Sakura disse, dando os ombros – Bem... Eu só usei até agora para a entrada da faculdade, e claro... Coisas necessárias para o Ryu... Não foi muita coisa, mas mexer com todo aquele dinheiro, ainda me assusta um pouco, por mais que eu tente evitar.

- O que quer dizer? – Sasuke franziu lentamente o cenho, fitando o rosto de Sakura completamente perdido, como se procurasse as palavras certas para explicar sua confusão interna.

- Minha mãe... Tinha escrito uma carta pra mim antes de morrer, e essa carta tinha várias coisas que... Que me fizeram simplesmente ficar confusa. Eu desapontei meus pais? Fui o que meus pais queriam que eu fosse? Estou sendo o que eles sonharam com o que eu fosse? Eu sei que ainda estou presa a eles. Mas eu não sei... Eu estou perdida, confusa, cansada... Não foi tão fácil ouvir aquilo tudo como eu imaginei que seria.

- Sakura... Você tem dezoito anos... Não vinte e oito. – Sasuke disse, dando os ombros – Olha, a gente fez a maior burrada que alguém poderia fazer na vida. Tivemos um bebê. E agora temos que crescer. Não acontece do dia pro outro.

Sakura o fitou por alguns segundos. Sasuke tinha razão. Mas, tinha uma sensação de já ter ouvido aquela frase milhares de vezes e, depois de algum tempo, tudo permanecer o mesmo. Aquele era o seu medo, que tudo permanecesse o mesmo. Sim. Queria uma vida com Sasuke. Mas queria uma vida com Sasuke onde soubesse exatamente onde se encaixar. Não queria ser alguém completamente perdida naquela história.

- Eu sei, mas... Se formos ficar juntos eu quero ter um emprego. Quero ter meu próprio dinheiro, eu quero batalhar pelas coisas e não ficar dependendo de você para absolutamente tudo...  Eu quero ajudar com as coisas.

- Tá, tá, Sakura. Você faz o que você quiser, a vida é sua. Você que vive falando que eu sou o perdido na vida. Não sei por que tá com essa história que eu vou cuidar de você e blábláblá, coisa irritante... – Sakura o encarou por alguns segundos antes de soltar um pequeno sorriso. Era verdade, não era Sasuke que “cuidava” dela, e sim ela dele. Sasuke mal sabia se cuidar, pelo menos era assim que gostava de encarar - Agora dá pra parar com toda essa coisa de “eu não sou madura o suficiente e o mundo me odeia”?

- Ok... Eu entendi... Senhor insensível.

Sasuke revirou os olhos. Estava concentrado demais em Ryu para começar qualquer espécie de discussão com ela. Ainda não conseguia digerir a ideia de ter alguém naquele mundo com uma cara praticamente idêntica e com uma inocência visível. Mas agora, segurando aquele corpo pequeno, os bracinhos um tanto gorduchos, tinha uma ideia clara de que era pai. E não tinha mais como fugir daquilo.

- É esquisito, não é? Ser adolescente em um dia e pais no dia seguinte... – Sakura murmurou, passando sua mão delicadamente sobre os cabelos negros de Ryu e encarando as mãozinhas pequenas analisarem cada parte do rosto de Sasuke.

- Hum... Por falar em pais... – Sasuke murmurou – Minha mãe nos convidou para um jantar. Eu, você, Ryu... Ela e meu pai... Ela quer que ocorra uma interação amigável entre nós, já que de agora em diante você é praticamente uma Uchiha, palavras dela.

Sakura se conteve para não empurrar Sasuke do sofá. Ele tinha uma repulsa incrível com a ideia de si ver casado com ela ou com qualquer outra pessoa. Não entendia como ele podia se dizer tão apaixonado e recusar qualquer ideia de casamento. Seus olhos se reviraram apenas com a ideia de ter que esperar anos para conseguir subir em um altar, se dependesse de Sasuke. Mas aquilo não era o que mais lhe incomodava no momento. O que mais a atormentava era a ideia de dividir uma sala com Fugaku Uchiha em um jantar aparentemente amigável.

- Seu pai... E sua mãe...? Talvez não seja uma boa ideia... – Sakura murmurou cautelosa.

- E por que não seria?

- Sasuke... Seu pai não é meu maior fã em potencial... Sua mãe é um doce de pessoa, mas seu pai já deixou bem claro que não aprova seu contato comigo. Eu não quero causar tumulto entre você e sua família.

- Não fale besteira. Mais tumulto na minha família não vai fazer diferença alguma, e em algum momento, meu pai vai ter que aceitar que você é a mãe do meu filho e que eu amo você. E que ele não pode fazer nada a respeito. – Sasuke deu os ombros.

- Ok... Tudo bem... – Sakura disse em redenção – Eu vou... Eu vou levar Ryu até lá, nós jantamos e vamos embora. Mas eu juro que se acontecer alguma coisa, eu vou embora.

- Não vai acontecer nada. Pare de ser paranoica. Meu pai não iria fazer algo na sua frente, pelo menos eu acho que não.

Sakura revirou os olhos com a fala de Sasuke. Mas antes que pudesse dizer algo em resposta, Sasuke chocou seus lábios contra os dela, apenas a fazendo retribuir o beijo. Não podia evitar, estava ansiando por aqueles lábios a um bom tempo.

[...]

Mikoto correu os dedos ao meio do vestido roxo*, seus dedos ajeitaram os fios negros em seu ombro pela ultima vez e, então, checou pela milésima vez os talheres postos a mesa. Estava numa expectativa tremenda de que, talvez, naquele jantar pudesse iluminar os pensamentos de Fugaku em relação à Sakura.

Nunca acreditou que Sakura procurasse o dinheiro dos Uchiha, sempre havia lhe considerado uma boa garota. Boa até demais para Sasuke. Mas sabia muito bem dos motivos do marido e não podia lhe culpar. Fugaku tinha uma maneira estranha de demonstrar afeto. Sempre teve.  Talvez aquele fosse seu maior defeito. Gostava de pensar que com a frieza dos Uchiha, eles sempre procuravam uma mulher que os completasse como afeto e sentimentalismo.

- Deixe a bendita mesa em paz. – Fugaku murmurou seco, sentando-se em seu respectivo lugar e ignorando o olhar apelativo da esposa.

- Bem, alguém tem que se importa com a aparência desse lugar, não é mesmo? – Mikoto murmurou, repuxando a cadeira a sua frente e fitando as empregadas darem um ultimo retoque ao meio de seu trabalho – Tori. Cuide para que assim que Sasuke e Sakura chegarem ao local, meu neto fique em um lugar calmo. Não queremos o jantar sendo interrompido pelo choro do bebê... – Mikoto disse com um sorriso para sua empregada mais antiga, apelidada afetivamente de “Tori” por conta das pequenas melodias que cantava para Sasuke e Itachi quando eram muito pequenos em seus dias de babá.

- Sim, senhora. – Tori disse, acenando lentamente com a cabeça e ajeitando seu avental branco ao meio do vestido formal preto. Seus fios brancos perfeitamente alinhados em um coque mostravam o quanto de confiança era naquela família. Era uma das poucas empregadas ainda presentes que já tinha ouvido coisas que jamais poderiam sair daquela casa.

Em alguns minutos, o leve som da campainha soou alto e claro, fazendo Mikoto se contorcer em ansiedade, não sentia um nervosismo daqueles há muitos anos. Estava com um poço de esperança abaixo de seus pés e esperava que daquela vez as coisas dessem certo.

Seus olhos se dirigiram para Sakura perfeitamente ajustada em um vestido esverdeado*2, os cabelos presos em um penteado simples e ao mesmo elegante ao lado de Sasuke, ela estava tentando causar uma boa impressão, estava claro.

- Oh... Sakura você está encantadora... – Mikoto disse, se levantando da mesa, depositando dois beijos em sua bochecha e sorrindo amigavelmente.

- Devo dizer o mesmo da senhora... – Sakura disse sorrindo em resposta – Boa noite, senhor Uchiha. – Sakura disse respeitosamente a Fugaku do outro lado da mesa, que apenas lhe mandou um aceno educado em resposta. Aquilo fez Sasuke soltar uma breve bufada antes de puxar a cadeira para se sentar.

- Vamos nos sentar... – Mikoto disse, se sentando e sendo acompanhada Sakura – Tori, diga para trazerem o jantar. – seus olhos se direcionaram a Sasuke e Sakura – Tori lhe mostrou um cômodo para colocar o Ryu?

- Sim... Ele está dormindo no quarto de hospedes aqui ao lado. Obrigada por se preocupar. – Sakura sorriu em resposta, encarando o prato a sua frente.

- Então... As inscrições para faculdade já começaram? Ambos já estão cadastrados? – Mikoto perguntou, evitando que um silêncio desagradável se expandisse pela mesa.

- Sim... O Sasuke e eu já nos cadastramos, não é mesmo? – Sakura direcionou os olhos a Sasuke que apenas acenou em resposta com um sorriso torto e forçado à mãe. – Eu me inscrevi em medicina... No ultimo minuto. E Sasuke em economia.

Sasuke teve a expressão tomada em surpresa, assim como Mikoto. O curso de Sakura era uma novidade. Até onde sabia, ela se encontrava sem curso.

- Magnifico. Uma médica. Que fantástico. – Mikoto disse sorrindo, encarando o rosto de Sakura domado pelos sorrisos educados e um tanto forçados.

- Hunf... – Fugaku bufou alto e claro ao outro lado da mesa.  A ação fez Sakura apenas se ajeitar contra a cadeira e Sasuke prender sua mandíbula com força – E como pretendem entrar numa faculdade se tem um filho para criar? Quando se tem filhos, se sacrifica muita coisa por eles... São novos e ingênuos demais para saber disso.

- Fugaku... Isso não vem ao... – Mikoto teve sua voz interrompida pelas palavras constantes do marido.

- Quando se tem filhos aos dezessete anos por pura inconsequência, se sacrifica o dobro. Pergunto-me por que simplesmente me dou ao trabalho de ter que sustentar Uchiha Sasuke como meu filho se a única coisa que você anda fazendo... Sasuke... É fazer caridade com o meu dinheiro com uma garota... Que com toda a educação, senhorita Haruno, não deveria pertencer a nossa sociedade não é mesmo?

- Fugaku. – Mikoto murmurou em seguida. Com sua voz dura. Ele havia soltado uma bomba.

- Eu realmente não sei por que insiste em ser meu pai, não é mesmo?! Itachi isso, Itachi aquilo. Não sabe nada sobre Itachi e o considera a perfeição do universo. Em todos esses anos eu fiquei aturando você, mas agora eu não sou mais obrigado a isso... Você e todos os seus conceitos sobre Sakura podem ir à merda, eu não preciso da sua aprovação, você querendo ou não querendo eu vou ficar com ela. Ela é a mãe do seu neto. Se é que considera Ryu seu neto.

As mãos de Fugaku se bateram ríspidas e fortes com a mesa, virando um de seus copos e fazendo o corpo de Sakura apenas se contrair ainda mais contra a cadeira. Mikoto tinha os lábios presos.

- Não ouse falar comigo assim! Eu lhe dei absolutamente tudo! Tanto para você quanto para Itachi. Eu lhe dei bons estudos, lhe dei conforto, os carros que sempre quis, lhe paguei clínicas de reabilitação para você parar com o vício, e para me contribuir fugindo de todas elas! Eu lhe dei absolutamente tudo, Sasuke! Eu lhe dei uma vida que muitos invejariam e o que você fez foi desprezá-la! Desprezar-me e desprezar a sua mãe! Não use esse tom comigo na minha casa!

- Você pode ter me dado à droga de um carro, você pode ter me dado dinheiro, pode ter me dado tudo...! Mas você não me deu um pai! – a voz de Sasuke saiu alta e dura.

Seus olhos encaram fixos os de seu pai. Mikoto sentiu a aquelas antigas lágrimas, querendo retomar seu corpo, a antiga sensação de culpa. Seus olhos encararam Sasuke e Fugaku a sua frente, mas em segundos, seus olhos sentiram o corpo de Fugaku fraquejar a mão larga se apertar contra o peito.

- Fugaku! – seu corpo empurrou a cadeira rapidamente para trás, segurando seu corpo que parecia se desfazer a sua frente.

- O... O que está acontecendo? – Sasuke perguntou, fitando a cena com seus olhos completamente perplexos que simplesmente não estavam digerindo o que estava se passando a sua frente.

- Tori! Chame a ambulância! – Mikoto berrou ao meio das lágrimas apertadas – Oh, Kami... Fugaku... Sabe que não pode fazer isso... – Mikoto tinha suas mãos presas ao do marido.

- Mãe! - Sasuke disse alto, como se exigisse uma resposta, mas sabia muito bem o que tudo aquilo significava. 

xXx

Misha conteve um grito assim que seus dentes deram uma ultima puxada na linha. O ferimento ficou completamente aberto, podia-se dizer que estava pior do que da ultima vez. Se estivesse em seu estado normal, nunca faria algo daquele tipo, mas precisa ver Itachi. Precisava se sentir segura ao meio daquele lugar pelo menos por alguns segundos que fosse.

Seus olhos se ergueram nervosos assim que ouviram o barulho da porta. Um frio percorreu a sua espinha, torcia mentalmente para que Madara não notasse a grande facilidade que seu corte vinha se abrindo ultimamente. A última coisa que queria era que as coisas se complicassem para Itachi e para ela mesma. Fitou as roupas negras e os particular olhar frio de Madara, seus olhos fitaram o prato de comida sendo praticamente jogado em seu colo.

- Espero que tenha passado a noite bem. – A ironia na voz era notável. Sabia muito bem que Madara não se importava se estava morrendo de fome ou sede ou se estava adoecendo, ele não se importava com absolutamente nada. – Fiquei sabendo que está sabendo algumas palavras em japonês agora. Maravilha. Não irei ter que falar com esse bendito russo toda vez que entro aqui.

Misha sentiu sua garganta seca, tentando engolir toda a comida fria por sua garganta. Mas, parecia uma tarefa completamente impossível.

- Os pontos no meu braço... Abriram...  – hesitante seu braço se estendeu, mostrando o corte completamente aberto. Fazendo apenas Madara aperta os olhos ao fitar o corte. – Itachi disse que podia abrir de novo... Fora muito profundo.

- Eu o mandarei vir aqui depois... Agora termine de comer isso logo. – Madara disse ríspido, o que apenas a fez colocar o resto da comida garganta a baixo e estender o prato em seguida. Não demorou muito para ficar sozinha novamente naquele ambiente. Esperando quase que por uma década Itachi para cuidar do ferimento que ela mesma havia aberto.

Um leve toque a porta e em seguida uma sensação de proteção. Achava aquilo estranho, entre todos os que trabalhavam para Madara, ele era o único que lhe dava aquela espécie de sensação.  Talvez estivesse completamente doida a ponto de tratar um desconhecido como seu porto seguro, mas realmente não se importava, só queria ter aquela ideia de sensação de segurança.

- O corte abriu novamente... – Misha murmurou com seus olhos vazios, com seu braço estendido, apenas observava o corpo de Itachi se aproximando e as mãos brancas segurarem seu braço e fitarem o estrago.

- Como fez para abrir esse corte de novo? – Itachi murmurou, repuxando a pequena maleta de remédios, procurando pela agulha e linha médica.

- Eu... Eu cortei com os dentes. – a voz de Misha saiu automática. Sem mostrar nenhum interesse de manter aquilo escondido para si mesma, afinal, não estava com medo de que Madara descobrisse? Mas parecia não se importar se Itachi descobrisse.

O cenho de Itachi se manteve franzido e pela primeira vez seus olhos a encararam.

- Você... Cortou com os dentes? Você vai acabar infecionando esse ferimento se continuar com isso... Posso saber por que motivo você está fazendo algo tão idiota?

- Por que eu estava querendo ver você. – Misha disse naturalmente, o que apenas fez Itachi se surpreender um pouco com a resposta. Seus dedos começaram lentamente a trabalhar com a agulha, começando cuidadosamente a dar novos pontos ao ferimento.

- O que eu tenho de tão interessante assim... Pra você fazer coisas idiotas para me ver? – Itachi murmurou, dando outro ponto, apenas fazendo Misha apertar seu rosto em dor. Sabia muito bem que se ela continuasse com essa estupidez, acabaria criando uma desconfiança em Madara.

 - Por que você me faz sentir segura.  Como ninguém nunca havia feito antes.

O corpo de Itachi parecia ter se endurecido. Não estava acostumado a ouvir palavras como aquelas, principalmente de alguém que mal o conhecia. O jeito que ela o olhava lhe trazia lembranças antigas, do sangue e dos gritos de piedade.

- Pare de puxar a linha, antes que se meta em mais problemas com Madara ou infeccione o seu braço.

Os olhos azuis o encararam por bastante tempo até ouvir o baque da porta. Misha encostou seu corpo novamente contra a parede e lá se foi toda a sua sensação de segurança e conforto.

xXx

To be Continued

Notas adicionais:

*- Vestido Mikoto

*2- Vestido Sakura


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Notas finais do capítulo

E é isso ai. Espero que tenham gostado.
Deixem os review's de vocês falando o que acharam do capítulo ou o que acham da história.
Novos post's em breve.
Vejo vocês nos review's.
Kisses and more kisses! ;)
H_S