Tree Of Love escrita por King-R


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

À Tama-chan que a desejou
E a todos que lêrem.
Se quiserem esse é o link da musica inspiradora:http://letras.terra.com.br/the-whomping-willows/1185068/



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Corriam boatos pelo castelo, e os ventos gelados faziam questão de tê-los circulando pelos corredores. Anunciavam algo que muitos poucos podiam perceber o príncipe da sonserina, com toda sua imponência já não era o mesmo, já não andava por ai pondo medo nos calouros ou lançando alguma azaração em alguém. Oh não, ele ainda conservava seu porte expressão fria, mas se alguém realmente mirasse seus olhos, bem no fundo veriam a melancolia que havia dentro de si. Algo que só ele tinha acesso, algo que seria inimaginável dividir com alguém, porque ele era Draco Malfoy, e um puro sangue como ele não andava por ai contando seus males e aflições. Mesmo que isso o destruísse internamente, mesmo todos os dias querendo fazer seus gritos ecoarem por todo o jardim de Hogwarts, mesmo assim, mantinha sua carranca e ria desdenhosamente para alguma garotinha patética do segundo ano. Mas seu alvo preferido ainda era Potter. O garoto que sempre detestara, ou melhor, que amava detestar, porque apesar de uma parte dizer que não, bem lá no fundo, bem mais longe de onde trancafiava seus medos e angustias, ainda existiam seus sentimentos. Os idiotas diziam que ele não se importava, que não tinha coração e ele não fazia questão de negar, porque a ele sempre fora ensinado que sentimentos eram irrelevantes. Mas talvez não o tivessem ensinado direito, porque durante todos esses anos, depois de tudo, ainda  os guardava junto de si como se fossem seus maiores tesouros e ao mesmo tempo sua maior fraqueza. Talvez por enquanto devesse continuar com essa situação, apenas quando estivesse só, choraria ou sorriria involuntariamente pensando em algo ou alguém. Talvez a manhã cinzenta com seu aspecto  intimidador trouxesse boas novas que Draco Malfoy tanto ansiava.

E foi realmente pensando nisso que ele levantou de sua cama quente com os lençóis brancos todos enrolados. E de fato passaria a manhã todo fora do ar. Isso era o que ele precisava, não de uma masmorra sinistra com pessoas repugnantes e couro.

Talvez um ar fresco fizesse bem, mas assim que saiu para o jardim de Hogwarts nessa manhã de sábado, seus ouvidos foram agredidos pelos gritos dos torcedores de quadribol. Quase se esquecera, era dia de jogo. A muito não via uma vassoura a sua frente, a muito não tinha animo para esportes. Sentia falta dos dias ensolarados e do vento passando por seus cabelos bagunçados despropositalmente. Talvez fosse bom olhar o jogo, só para se distrair. E assim Draco caminhou lentamente pelo gramado ainda contendo as gotas de orvalho. Atravessou os terrenos de hogwarts, suas pernas pareciam pesadas demais, como se uma noite não fosse suficiente para descansar. Não sabia o que fazer ao certo, talvez devesse se sentar no meio da multidão, onde houvesse uma maior concentração de verde e prata.

*

- Hei Harry - ele ouvia as pessoas o cumprimentarem, às vezes sorria, ou balançava a cabeça. Geralmente faria qualquer coisa para uma partida de quadribol, mas hoje tudo o queria era estar em sua cama, dormindo e tendo sonhos que o tirassem desse turbilhão de... Emoções? Problemas. Era como definiria, o que se passava consigo. Mas a palavra confusão também viria a calhar. Porque dentro do coração Grifinório, o coração vermelho e dourado abrigava também segredos semelhantes a de um outro garoto. Mas eram sagrados. Alguns se consideram importantes por terem um a velar, outros apenas desejavam se livrar da agonia sufocante de tê-los atados a si. Talvez o ar fresco ajudasse.

Mal sabiam que além do amor compartilhavam os pensamentos.

*

Lá fora  em meio a incentivos e vaias, e até um rugido de leão, os torcedores puderam ver a firebolt cruzar o céu, que anunciava chuva. Um torcedor de cabelos platinados abaixou a cabeça quando a viu, ou melhor, o viu, como se pudessem relacionar seu olhar ao seu interior, riu sem graça, além de idiota estava ficando louco. Perguntou-se se era assim que ficavam os que caiam na rede do amor.

E como se tentasse provar o contrario, ergueu a cabeça e inspirou o ar pesado, dali do alto pode sentir o vento, alguns abriam os guarda-chuvas em volta, mas eram apenas pingos. Talvez levassem sua mascara.Patético Draco Malfoy. 

A sua volta, os rostos das pessoas estavam concentrados em algum jogador que tentava agarrar a goles, voltou novamente seu olhar para o campo, procurando sorrateiramente por ele, e como se seus olhos fossem treinados o viu sobrevoando o campo, mas estava parado e parecia olhar para um ponto fixo bem distante do local onde o pomo brilhava. Estava olhando pra... Ele? Oh sim, tinha certeza que sim, mas o porquê era a questão qual seu cérebro não entendia. E no instante seguinte Harry Potter já se movia pra lá e cá, como se nunca houvesse existido a pausa, a observação.

Não adiantava, a cada passo que dava buscando compreensão eram dois em direção ao ser que fazia necessária sua busca. Como se sempre que tentasse se afastar, um fio imaginário o empurrasse de volta, se acreditasse culparia o destino, mas isso era só um bando de bobagem. Ele acreditava que o destino era só uma desculpa pras pessoas não se responsabilizarem por seus futuros. Levantou-se, por uma fração de segundo as pessoas em volta o olharam, mas ao que parecia o jogo era mais interessante, devagar e em silencio caminhou para fora dali. Sem rumo, ou idéia feita, só andou deixando seus pés o guiarem enquanto sua cabeça estava lá no alto junto de seu coração, podia ver que agora estava perto do lago, bem longe do jogo, o barulho já era quase imperceptível.

Havia uma falha logo a frente onde uma arvore fazia  sombra redonda e convidativa, devagar se abaixou e apoiou-se no tronco, podia sentir o vento ameno bater em seu rosto e ouvi-lo passar pelas folhas e galhos da arvore a fazendo balançar. Olhou a sua frente. Via o lago e as montanhas esplendorosas o margeando, via a água, via Harry e então não via mais.

*

Sim o pomo havia sido capturado e por mais que Harry se esforçasse para fazer isso o quanto antes, algo que reluzia mais aos seus olhos do que o ouro e prata o distraíram. Era realmente uma situação estranha, ficou parado no ar o olhando. Nem estavam tão longe um do outro, mas ao mesmo tempo a milhas e milhas de distancia. E apesar de querer olhá-lo por um tempo maior que o bom senso o permitiria voltou a sua procura pelo pomo.

Todos festejavam, rindo e dando palmadas nas costas um dos outros na torre da grifinória, mas algo que Harry não sabia o que era, o impelia a continuar a andar por ai.

O crepúsculo era seu momento preferido do dia. Talvez fizesse frio demais para as roupas leves que Harry usava,mas não se importava, gostava desta sensação, que nem ao menos ele, o apreciador, conseguia explicar.

 Já pensava em voltar, talvez tomar uma cerveja amanteigada e festejar, quando se viu diante de uma árvore irrevogavelmente esplendorosa. Era como as outras, galhos e folhas, tronco e garoto apaixonado.

Mal pode acreditar no que via, de fato se não fosse por ter recusado veemente o uísque de fogo que os gêmeos ofereceram diria que estava sobre o efeito do álcool. A sua frente, na curva do tronco estava Draco Malfoy. Não se mexeu, não conseguia escolher entre prosseguir e regredir. Sentia que essa era sua única chance de... De que? Ele não sabia. O que Harry Potter faria se pudesse ficar a sós com Draco enquanto ele dormia? Sorriu, como se decidisse, e devagar olhando em volta, checando se alguém que poderia atrapalhar de alguma maneira estava por perto. Não havia, era como se algo conspirasse. O destino brincava às vezes. Pondo em prova aqueles que o ignoravam. Sentou-se devagar, ao lado do corpo do garoto que tanto sonhara, não parecia tão difícil assim. Talvez pudesse ir além, se tocasse aquela pele branca e fantasmagórica sua felicidade já estaria ganha. Estendeu seus dedos, acanhados e temerosos.

Suas mãos estavam a beira de se tocar, quando a respiração do moreno falhou e o loiro acordou de seus sonhos para vê-los se tornarem realidade.

Encararam-se, e continuaram assim enquanto a distancia das mãos, dos corações e dos lábios eram quebradas.

*


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Notas finais do capítulo

Okay, baka ta ai. Não está realmente boa, mas foi o que eu consegui espero que tenha gostado porque foi feita de coração.