Naruto Pov.

Finalmente poderia fazer alguma coisa. Já estava a trabalhar sozinho, tentando encontrar esse assassino que agora nem sabemos se é humano. Todos juntos somos invencíveis, e conseguiremos apanhar aquela besta em três tempos. Confio cegamente nos meus companheiros, todos têm a mestria para que esta missão seja um sucesso.

- Por mim, ele não há-de matar mais ninguém. – bateu com a mão no peito. - O Akamaru e eu vamos nos certificar disso!

- Temos de ter cuidado.

- Ora Neij…

- Vocês não souberam?

- O quê?

- Ele assassinou um dos melhores ANBU. E agora, estão a tentar desvendar as suas últimas memórias.

- Isso é possível?

- Shikamaru disse-me que a Ino está a desenvolver uma técnica em que ela consegue entrar na mente mesmo depois da morte – parou ao chegarem ao centro da cidade. – mas não sabem se é realmente possível.

- Seria fantástico se isso acontecesse! – Akamaru ladrou em concordância.

- Só espero que apanhemos esse… esse animal, o mais rápido possível. Isto está a ficar fora do controlo. E eu não vou permiti-lo!

- Nós não vamos permiti-lo, correcção!

-É melhor irem andando.

 - Sim, vamos. Ja ne!

*

- Ficas aqui, não é Naruto? Eu vou um pouco mais para lá. Se precisares de ajuda, é só ladrares!

- Ladrar?! Eu não sou nenhum cão!

- Como queiras.

- Maldito sarnento.

Agora estava nas nossas mãos o destino da próxima ou das próximas vítimas. Já pensei tantas vezes sobre o assunto e não consigo chegar a uma conclusão. A guerra terminou, já não há mais Madara, já não há mais inimigos, ficamos em paz com as nações.

E agora aparece do nada este ser que mata sem mais nem menos?

“Parecia que isso dependia da sua sobrevivência.”

Como é que podia ser o instinto de sobrevivência se ele atacava crianças e até idosos?!

Pensar sobre este assunto deixava-me cada vez mais confuso e cheio de dúvidas.

Apanhar o assassino, pelos vistos, seria a única maneira de chegar á verdade.

*

Hinata Pov.

Estava ansiosa esta noite. Sentia o suor a molhar-me as mãos. Não sei o que faria se me visse frente-a-frente com esse monstro que assassinou a minha irmã e todos os outros aldeões da Vila. Estava a tentar manter-me calma, podia aparecer a qualquer momento, e temia pelo Naruto e os outros, mesmo sabendo que eles eram suficientemente fortes.

- Hinata, está tudo bem. – a rosada tocou-me no ombro. – Confia neles. Nós vamos apanhar aquele bruto!

- É isso mesmo.

- N-Não sei quem seria capaz de uma monstruosidade destas. A minha irmã… - as lágrimas encheram-me os olhos. – a minha irmã nunca fez mal nenhum a ninguém, assim como as outras pessoas.

- Ele será punido, não te preocupes. – Ino olhou para o relógio. – Acho melhor começarmos a fazer a ronda.

- Posso ir primeiro. – ofereceu-se Sakura.

*

Naruto Pov.

A noite estava estranhamente calma. O que se ouvia era o assobio do vento a balançar as copas das árvores. Não era por isso que estava menos atento. Olhei ao fundo e dei pela silhueta da Sakura-chan.

- Então?

- Por aqui nada.

- Os outros disseram-me o mesmo, e falei com alguns ANBU também. – encostou-se na parede ao meu lado. – Isto é tão frustrante! Ele já matou tanta gente e anda por aí triunfante, pensando que pode passar á sua avante!

- Mas não vai. Ele não irá matar mais ninguém.

- Se o Sasuke-kun estivesse vivo, já sei a quem poriam as culpas.

-Sa..Sakura-chan…

- Desculpa. – suspirou.

Não o podia negar. Provavelmente se Sasuke estivesse vivo seria o primeiro suspeito. Aquele teme tinha logo que morrer naquela guerra! Sentia a sua falta bem como de Kakashi-sensei. Mesmo que não estivéssemos sempre juntos, sabia que o teme estava em qualquer lugar, onde o pudesse procurar.

Agora, estava no cemitério onde esperava que ele tivesse encontrado a verdadeira paz que ele, mesmo não admitindo, tanto ansiava.

- Também tenho saudades.

- Onde eles estão, estão bem. – sorri. – Não posso correr o risco de te perder também, não é, Sakura-chan? É melhor voltares para junto das outras.

- É, suponho que sim. Com a demora uma delas já deve vir a caminho. Acho que é a Ino. Ja ne.

*

Perdi a fala. Perdi completamente a fala.

- Passasse alguma coisa?

Aquela sensação de pânico e medo, o coração a me latejar.

 Tropecei ao dar uns passos para trás caindo de traseiro. Aquela mulher dirigiu-se a mim estendo-me a mão.

- Sentes-te bem? Vá, eu ajudo-te a levantar.

Encolhi-me. Lutei para me pôr de pé, e depois recordei-me, recordei-me daquele martelo que estava por detrás escondido, e corri até lá, á procura.

- Não tem piada, seja lá o que estejas a fazer…

Lancei-me sobre aquela mulher e agarrei-a pela garganta. Acabamos por perder o equilíbrio e caímos, ficando eu sobre ela. Ergui o martelo e descarreguei-o no meio da cara, um quilo de ferro, entre a testa e a cana do nariz levando-a a uma morte instantânea. Ergui o martelo ensanguentado mais uma vez, só para ter a certeza, e bati-lhe umas três vezes no que restava do rosto da mulher, deixando a cabeça praticamente como uma bola de futebol sem ar.

*

-Akamaru, o que é que se passa?! – o moreno inspirava o ar. – É o cheiro a sangue… droga, vamos embora!

Kiba correu o mais depressa que pode, mas, quando chegou ao local, já era tarde de mais.

- O que se passa Neji….

- Kiba, cuidado, vi o inimigo a atacar alguém do meu posto e…

Só conseguiam perceber que a pessoa ali morta era Sakura devido às suas roupas. Estavam chocados com a cena, não conseguia ver-lhe a cara, só um buraco enorme, o sangue á volta do corpo, pedaços de carne espalhados.

- Ouvi os vossos gritos, o que é, apanharam-no?

Ino colocou as mãos á boca ficando subitamente branca.

- Não, não…. Sakura!

Correu até ao corpo da amiga, mas ao vê-lo mais de perto não conseguiu evitar, e vomitou ali mesmo.

Não imaginava quem teria estômago para fazer aquilo.

- O que é que se passa?!

Naruto aproximou-se sem demora do local, até ver o corpo de quem estava estendido no chão.

- Sakura-chan… o que é que fizeram á Sakura-chan?!

Ele tentou aproximar-se, mas foi impedido por Ino, que deixava as lágrimas correr livremente pelo rosto.

- Não vejas isto Naruto. Não vejas.

- Porra Naruto, como é que não te deste conta?! Estava mais perto do teu posto!

- Eu não… eu não… - as lágrimas corriam. – Eu não senti nada! Ela tinha acabado de sair á poucos minutos do pé de mim, eu disse… eu disse-lhe… - começou a soluçar. – Eu disse-lhe que não podia perdê-la…

Ficaram por uns momentos silenciosos a chorar a morte da amiga.

*

- Eu já não sei o que fazer, Shikamaru. A Sakura, ela era…

Tsunade tivera subitamente de se calar para não desabar frente ao Nara.

- Amanhã vamos conversar com os outros. Estavam demasiado transtornados com tudo isto.

- Tsunade-sama, eu não queria colocar esta hipótese, mas…

- O quê?

- Ninguém dá pela presença deste assassino. Ninguém sente uma força estranha. Ninguém suspeita de nada.

- O que queres dizer?

- O que quero dizer… - olhou pela janela da Hokage onde via a lua cheia. – é que o assassino pode estar no meio de nós.

Continua...