Manchas escrita por Juliiet


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse cap ficou meio engraçado, eu não consigo fugir da comédia...bem, é isso, boa leitura :)



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Existem várias verdades universais no mundo.

A mais verdadeira delas é que, não importa como nem quando, meninos vão sempre agir como verdadeiros babacas pelo menos uma vez na vida.

Frequentemente mais de uma vez.

Paulo Chermont era o exemplo perfeito disso.

Precisava atacar o Gabe? De noite? No meio da chuva?

Eu estava congelando ali!

Juro que rolei os olhos e cheguei a cogitar a ideia de simplesmente dar às costas aos dois e ir embora dali, para procurar a segurança e o calor do meu quarto no dormitório. Meu cabelo estava molhado e grudando na minha pele. Eu queria gritar de frustração.

Mas eu não podia simplesmente ir embora e deixar os dois garotos se matarem. Quer dizer, seria uma coisa terrível de se fazer com o Gabe. Ele não tinha culpa de ter sido atacado por um maluco. E eu sei que podia muito bem ir chamar ajuda, mas nós três íamos acabar muito encrencados. E eu não podia ser encontrada em mais uma situação assim, ainda estava cumprindo detenção!

Sei que disse que não era ruim, mas eu podia usar meu tempo extra pra fazer coisas mais úteis, como sair para comprar roupas. A coisa estava realmente pegando quando eu tive que pedir um par de meias limpas emprestadas de Gabe.

— Parem! — gritei e minha voz mal era ouvida com o barulho da chuva. — Parem agora! Os dois estão se comportando como...ai! — escorreguei numa pedra lisa depois de dar um passo para frente.

Paulo e Gabe nem piscaram e continuaram brigando. Acho que nem me ouviam, aliás, não me viam.

Irritei-me bastante com aquilo e me levantei, a parte de trás da minha meia calça agora suja de lama. Soltei um grito de frustração que foi engolido pela chuva. Já não sabia o que fazer para separar aqueles dois cachorros que pareciam estar se matando por um osso ruído, sem precisar me jogar entre eles. Sem pensar, abaixei-me e enchi as mãos com a lama em que se transformara o chão e comecei a atirar nos meninos como se fossem bolas de neve.

— Chega! Chega! Vocês estão sendo ridículos!

Os dois finalmente pareceram sair do seu transe de violência. Gabe se afastou e olhou para mim parecendo arrependido, enquanto eu ainda podia ver que Paulo estava controlando seu temperamento com muito custo, parecia pronto para voar no pescoço do outro garoto. Aproveitei que, por enquanto, tinha a atenção dos dois e gritei para me fazer ouvir sobre o barulho da água, exasperada:

— Eu estou cansada, faminta e encharcada até os ossos. Será que vocês podem deixar a exibição de testosterona para depois?

Gabe deu dois passos em minha direção, parecendo envergonhado, mas Paulo se colocou entre nós dois.

— Não chega perto dela — rosnou.

Rolei os olhos.

— O que falta, Paulo? Fazer xixi na minha perna?

— Julieta, você é impossível! Eu disse para não...

— Eu sei o que você disse e não me interessa. Eu estou aqui, bem e inteira, Gabe não fez picadinho de mim, ok? Agora será que podemos ir para um lugar mais seco?

Paulo ficou alguns segundos fitando-me atentamente — como se estivesse querendo se certificar de que eu estava mesmo bem e inteira — antes de ceder. Acenou com a cabeça e eu me aproximei de Gabe. Paulo fechou ainda mais a expressão antes de se posicionar protetoramente do meu outro lado e começamos nosso caminho para a escola.

Gabe segurou minha mão com a sua e se inclinou para sussurrar para mim:

— Desculpe. Você está bem?

Eu estava sem paciência e não muito feliz com Gabe, apesar de saber que nada daquilo era realmente culpa dele, mas quando o mal humor se apoderava de mim, todo mundo era alvo. E eu sabia que só depois de um longo banho quente, um prato de comida — e se eu pudesse ter um daqueles chás que minha prima Maria Clara costumava fazer... — e uma boa noite de sono, eu me sentiria menos propensa a atacar quem me aborrecesse.

Então eu soltei minha mão da dele e não respondi, só continuei andando ao seu lado.

Alcançamos primeiro o dormitório masculino e eu esperava poder finalmente me livrar dos dois brigões, mas para a minha surpresa, Paulo segurou meu braço antes que eu continuasse meu caminho para o outro lado da escola, para meu dormitório.

— Se você for para o dormitório agora, pode se encrencar de verdade, Julieta – Gabe explicou.

Choque. Gabriel Kimak e Paulo Chermont pareciam concordar naquele assunto. Eles concordavam em alguma coisa. E ambos pareciam genuinamente preocupados em não me ter mais ferrada do que eu já estava. Que lindos.

Que se dane.

– Só para os dois machos alfa aí saberem – retruquei enquanto rolava os olhos e suspirava cansadamente – não vai ser a primeira vez que eu vou me esgueirar para o dormitório no meio da noite. E eu nunca fui pega.

– É, mas agora você tem a mim para colocar um pouco de juízo nessa cabecinha – declarou Paulo, a fúria mal contida em suas palavras. – E caso não lembre as palavras da Madre Superiora, eu lembro. Ela te deu uma segunda chance, mas não vai dar uma terceira.

– Então eu vou ser expulsa da escola – completei, tão irritada que nem pensava muito. – Ótimo. Se isso for me levar para a cama quente e seca mais próxima, então realmente não me importo.

Paulo e Gabe trocaram um olhar de entendimento irritado através da chuva e cada um me pegou por um braço, ambos praticamente arrastando-me para dentro do hall do dormitório, que estava vazio.

– Eu não vou arriscar, Julieta – Gabe falou, como quem pede desculpas, enquanto pingávamos no antigo assoalho, finalmente livres da chuva torrencial que cobria o mundo lá fora.

– Nem eu – o tom de Paulo era agressivo, completamente diferente do de Gabe, como se ele não estivesse nem um pouquinho arrependido.

Céus, eu nem sabia qual atitude me irritava mais.

Certo, eu não estava mais na chuva, mas estava encharcada, tremendo de frio, faminta, enlameada, contrariada e provavelmente hipoglicêmica.

Boa demais para matar alguém.

– E como ser pega no dormitório masculino vai ajudar minha situação? – perguntei sarcasticamente.

E finalmente, a sombra de um sorriso muito malvado ameaçou curvar os lábios do monitor mais odiado do pedaço.

– É conveniente ter amigos no poder, às vezes, Vaughan – ele disse e começou a me empurrar escada acima, com Gabe seguindo atrás de nós.

É, aparentemente, os dois esqueceram as diferenças para me proteger.

Talvez amanhã eu esteja bem humorada o bastante para me importar.

– Chermont – eu chamei, subindo lentamente os degraus da escada e sentindo suas mãos em minhas costas, guiando-me.

– O quê?

– Eu não sou sua amiga.

Pensei ter escutado uma risada, mas talvez fosse só o eco da chuva que ainda parecia estar em meus ouvidos. Estávamos subindo as escadas para o terceiro andar quando Gabe disse, irritado:

– Ei, para onde você está levando ela?

Paulo parou nos degraus e eu me virei para os dois. O monitor não parecia com a menor vontade de dirigir a palavra a Gabe, mas este não parecia propenso a deixar Paulo seguir sem mais um pouco de discussão.

– Para o meu quarto, Kimak – ele finalmente respondeu, com o olhar mais frio que o tempo lá fora. – Pensei que isso fosse óbvio.

– Não é.

– Eu quero tomar banho – me pronunciei.

– Ótimo, tem um banheiro no meu quarto – Paulo informou desnecessariamente, já que eu sabia disso.

– Ela não vai ficar sozinha com você no seu quarto – disse Gabe, indignado. – Ela pode muito bem tomar banho no banheiro do meu andar.

– Um banheiro a qual todos os caras do segundo ano têm acesso? Você é idiota assim mesmo?– retrucou Paulo. – Ou está só se fazendo?

– Você já viu que horas são? Duvido muito que alguém acorde às uma da manhã para tomar banho, Chermont.

– E pra dar uma mijada? Tem hora?

Ok, uma garota realmente não precisa escutar esse tipo de coisa...

– Chega! – gritei, mas não muito alto, não queria acordar todo o prédio. – O nível já está baixo demais para eu continuar ouvindo essa conversa. Eu estou cansada, com fome e molhada até os ossos. Tem lama no meu cabelo! E embaixo das minhas unhas, graças aos dois lindinhos aqui, então se vocês não vão me deixar ir tranquilamente pro meu dormitório, eu vou tomar um banho aqui mesmo – dei às costas aos dois e continuei subindo as escadas, mas virei-me quando cheguei ao último degrau. – Sinto muito, Gabe, mas eu prefiro tirar as roupas num lugar onde eu não tenha que me preocupar em ter caras entrando pra dar uma mijada.

– Chermont é um cara e pode entrar no banheiro a qualquer momento enquanto você estiver sem roupas, Julieta – Gabe argumentou.

– É, mas ele provavelmente faria isso para me seduzir, o que não é nem de longe tão ruim quanto a outra opção – dessa vez eu realmente subi e deixei os dois lá.

Dirigi-me rapidamente ao quarto do Paulo e nem parecia que eu tinha estado lá nessa mesma noite, me agarrando vergonhosamente com aquele maldito monitor naquela cama de solteiro. Cama que ele nem se deu ao trabalho de arrumar e que continuava com os lençóis amarfanhados, lembrando-me perfeitamente do que havia acontecido mais cedo.

O quarto estava quase igual à antes, exceto que a camisa que estava na cadeira havia desaparecido. Eu fechei a porta atrás de mim e fui para o banheiro. Era pequeno, mas apenas a ideia de tomar banho sem me preocupar em ter alguém entrando no lugar, me fazia não odiar tanto tudo o que tinha a ver com o dono daquele quarto.

A gente só dá valor à privacidade, quando ela é tomada de nós.

E antes que alguém possa dizer que eu não tinha tanta privacidade assim, porque Paulo podia entrar a qualquer momento, deixe-me só dizer que o banheiro tinha chave. Eu conferi.

A porta do quarto foi aberta e o monitor enlameado entrou. Ficou olhando para mim por alguns segundos, depois andou até o armário e tirou uma toalha, uma camisa e uma bermuda de lá, jogando-os em mim.

– Vou tomar banho no banheiro lá de fora – ele disse, pegando mais algumas roupas, dessa vez para ele. – Fica à vontade.

– Já estou – respondi.

Ele não respondeu nada e andou para fora do quarto. Eu dei de ombros e entrei no banheiro, trancando-me – nunca se sabe, uma garota precisa ser precavida – e rapidamente me livrando do meu mais novo arruinado uniforme. Minha saia estava morta, é claro, totalmente estragada pela pequena guerra de tinta que havia rolado entre Gabe e eu na aula de pintura. Agora ela também estava molhada e enlameada. Deixei-a jogada num canto junto com minha blusa. Tirei a meia calça com raiva, odiava aquele troço, e a joguei no lixo, mesmo tendo bastante certeza de que, se eu lavasse aquela mancha de tinta ia acabar saindo.

Mas era minha última meia calça e eu iria ficar feliz de ter uma desculpa para não usá-la.

Liguei o chuveiro logo, para deixar a água esquentar enquanto eu terminava de me despir. Desfiz o rabo de cavalo e deixei meu cabelo molhado grudar em minhas costas enquanto minha roupa de baixo seguia o mesmo destino que minha saia e blusa. Quando eu já estava praticamente envolta em vapor quente e úmido, enfiei-me debaixo do jato de água do chuveiro.

Passei bastante tempo lá, tirei toda a tinta que havia em meus cabelos, pele e debaixo das unhas. Assim como a lama. Sei que me sentia muito mais como um ser humano quando saí de lá e me sequei. A camisa que Chermont havia atirado em mim era de flanela xadrez, grande como as camisas que eu mesma usava para dormir, o que naturalmente fazia com que viesse até meus joelhos e escorregasse pelos ombros. Vesti-a e me senti agradavelmente aquecida. Já com a bermuda, as coisas não funcionaram muito bem, já que ela simplesmente caía no chão toda vez que eu a soltava na minha cintura. Bufei e a larguei lá no chão mesmo, e saí do banheiro, secando meu cabelo com a toalha.

E minha surpresa foi meio grande quando eu vi que Paulo e Gabe estavam no quarto, e ambos levantaram os olhos para mim quando saí. Paulo estava sentado em sua cama, com as costas apoiadas na parede e os joelhos dobrados, usando calças de moletom folgadas e uma camisa branca sem mangas. Gabe estava de jeans e com uma camisa bem larga do The Grateful Dead.

Pijamas interessantes.

Ambos pareciam ter acabado de sair do banho, com cabelos molhados e cheiro de sabonete. Nenhum traço da lama nojenta em que estiveram metidos meia hora antes. Aleluia.

– Vamos ter mais uma reunião interessante? – perguntei, jogando a toalha na cama aos pés de Paulo. – Porque se as duas princesas aí vão brigar de novo, eu vou me mandar daqui.

Os dois me deram olhares quase iguais de desgosto.

– Eu nunca comecei briga nenhuma, Julieta – Gabe me lembrou, irritado.

– Claro, o Santo Kimak nunca faz nada de errado – a voz de Paulo era carregada de deboche.

– Parem com isso – mandei, a irritação que havia se dissipado no banho voltando com tudo. – O que os dois estão fazendo aqui mesmo?

– Este é meu quarto – lembrou Paulo com um sorriso zombeteiro.

– E eu não vou deixar você sozinha com ele – declarou Gabe, cruzando os braços no peito.

– Ah, claro, e ela estaria mais segura com o delinquente juvenil da escola – o outro provocou.

– Não foi por minha causa que ela estava chorando mais cedo.

Argh! Meu incrivelmente pequeno pote de paciência já tinha esgotado há muito tempo, mas agora eu mentalmente o estraçalhei na parede.

– Calem a boca, seus dois idiotas! – gritei, fazendo dois pares de olhos, um verde e outro preto, virarem para mim em surpresa. Mas aí não soube mais o que dizer. – Onde vou dormir?

– Aqui – respondeu Paulo imediatamente.

– E você?

– Aqui também.

Dei uma risada sem humor enquanto Gabe soltava um “nem pensar!”.

– Ah, é? E o que você sugere que façamos, gênio? – Paulo perguntou para Gabe.

– Julieta dorme aqui sozinha e você arruma outro lugar pra ficar – ele respondeu.

– Nem pensar!

– Então também vou ficar aqui!

E eu me perguntei: até quando eu precisaria aturar aquilo? Qual era a daqueles garotos? Falando de mim como se eu nem estivesse no quarto e decidindo coisas por mim como se eu não tivesse a capacidade pra fazer isso. Isso era pior que qualquer detenção.

Céus, eu precisava de uma calcinha.

Ignorando mais uma interminável discussão entre aquelas duas crianças, eu abri o armário do monitor e comecei a vasculhar algo que pudesse vestir. Peguei uma boxer preta, pronta para vesti-la, coisa que nunca faria em circunstâncias normais.

Mas ei, se eu fosse dormir num quarto com uma cama e dois garotos, não era o dia para ter nojo de usar a cueca alheia, já que não tinha nada mais para vestir. E o monitor era certinho demais para não lavar suas roupas de baixo.

– Ei! – Paulo soltou, levantando-se da cama de um salto. – Julieta, o que você tá fazendo?

Virei-me para ele com a cueca na mão, como se fosse a coisa mais normal e óbvia do mundo.

– A bermuda que você me deu não coube em mim – respondi simplesmente.

– Mas você não pode simplesmente usar minhas cuecas! – protestou.

– Ótimo – falei, jogando o motivo da discórdia de volta no armário e me virando para Gabe. – Posso usar uma das suas, Gabe?

Os olhos de Gabe se arregalaram enquanto Paulo crescia furioso e vermelho.

– Você não vai usar as cuecas dele!

– E quem é você para dizer o que eu posso ou não fazer? – retruquei calmamente.

– Não seria a primeira vez que ela usa minhas roupas – comentou Gabe só para irritar Paulo, que teria partido para cima dele se eu não tivesse previsto esse movimento e me prostrado entre os dois.

Paulo respirou fundo e cerrou os punhos. Foi ao armário e pegou a cueca, jogando-a em mim com apenas um:

– Veste.

Eu nem me dei ao trabalho de ir ao banheiro para fazer isso, a camisa era grande o suficiente para me cobrir e eu estava tão cansada que alguns passos teriam me feito desabar. Ignorando as expressões de choque dos garotos, eu me joguei na cama de Paulo e puxei a coberta sobre mim, empurrando a toalha molhada que eu havia jogado lá para o chão.

– Bom, eu vou dormir – anunciei. – Vocês resolvam o que vão fazer da vida. Boa noite.

Virei-me de frente para a parede e fechei os olhos. O s dois que se resolvessem.

E, para a surpresa da humanidade, foi exatamente o que eles fizeram. Inacreditável, mas os dois arrumaram travesseiros e cobertores extras e deitaram no chão para dormir.

O inferno estava congelando.

– Nunca previ que essa noite acabaria assim – resmungou Paulo, a irritação corroendo sua voz. – Vou precisar desinfetar meu quarto amanhã.

Eu sabia que ele não estava falando de mim, mas me ofendeu um pouco mesmo assim.

– Se eu pudesse escolher, certamente não dormiria no mesmo cômodo com um cara que pode querer me matar no sono – retrucou Gabe.

– Ora, faça-me o favor, o único assassino aqui é você! – Paulo acusou e eu ouvi os dois se movimentando como se fossem voltar a brigar como fizeram antes.

Sentei na cama, mal contendo um grito de frustração.

Eu queria muito dormir e esquecer que minha barriga estava se rebelando de tanta fome.

– Chega – eu disse, pegando meu travesseiro e coberta e jogando no chão, no meio dos dois. – Calem a boca e durmam. Ou eu vou matar alguém.

Ignorei os olhares dos dois e me acomodei entre eles. O quarto não era grande, então, com uma terceira pessoa deitada no chão, a coisa ficou meio apertada. Eu sentia os braços de Gabe e Paulo encostando nos meus, um de cada lado.

Surpreendentemente, ninguém disse mais nada e nem Paulo nem Gabe subiram à cama, ambos se acomodaram no chão quietamente. Mas eu sabia que nenhum de nós estava realmente dormindo.

É, a noite seria longa.

– Chermont, você pode fazer o favor de apagar a luz? – pedi, já que ele estava mais perto do interruptor. – Ah, e você pode pegar aquele perfume que eu vi na bancada do seu banheiro?

O garoto olhou para mim em confusão, já de pé perto do interruptor.

– Perfume? – ecoou. – Por que você quer passar perfume pra dormir?

– Não é pra passar não – esclareci. – É pra beber. Algo me diz que eu vou precisar.

E dificilmente o monitor certinho teria vodca.

A minha vida tem que ser tão complicada?



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Notas finais do capítulo

Beijos!