II.
“(So say goodbye) To the vows you take
(And say goodbye) To the life you make
(And say goodbye To the hearts you break
And all the cyanide you drank

To the last parade
When the parties fade
And the choice you make
To the end.”

To the end
My Chemical Romance

Uma grande campina. Eu estava voando, era incrível a sensação, parecia que eu poderia cair a qualquer momento. E aquela voz cantando, ah, como era bonita.
Mas algo atingiu o meu pescoço e tudo ficou negro ao meu redor. O sangue em minhas veias queimava e empurrava a minha pele, de dentro para fora.
De repente um corpo se apoiou em mim e começamos a cair em queda livre. Então uma velha agonia apertou os meus órgãos.
Eu acordei.
-- Amy...? – uma voz angelical me chamou e eu virei o rosto para ver quem era.
-- Bill...—eu sussurrei, com uma voz meio rouca. Ele se levantou de uma cadeira e veio até mim.
-- Você está bem, querida? – quando ele terminou a pergunta, eu senti dois pontos arderem no meu pescoço. Levei a mão até eles e percebi que havia uma faixa cobrindo a minha pele.
E então eu lembrei do Mikey, estirado no chão. Senti uma tristeza profunda, como se parte de mim tivesse morrido. Eu não entendi muito bem.
-- Ele me mordeu... – algumas lágrimas escorreram sem que eu nem sentisse vontade de chorar – Então...
-- Sim, somos vampiros – Bill disse como se fosse um fardo que eu não precisasse saber. Ele abraçou o próprio corpo e se sentou na ponta da cama – Eu realmente lamento por você só acreditar da pior forma possível.
-- Onde...Como ele está?
-- Eu não sei. Tom mandou que eu cuidasse de você enquanto procurava com os outros...Aparentemente ele fugiu – Bill olhou no celular e soltou um gemido de frustração.
-- Bill...—eu ofeguei e ele me olhou – Há quanto tempo eu...eu estava dormindo?
Ele torceu os lábios, como se não quisesse responder. Levantou-se da cama e sumiu na escuridão do quarto.
-- Bill, eu vou acabar descobrindo...
-- Nove dias... – ele murmurou e voltou para a cama com um prato com biscoitos e um copo de suco de laranja. – Você vai ter que me perdoar se os biscoitos estiverem ruins, eu não poderia...Bom, você agora já sabe. Eu não poderia saber se eles estavam bons...
-- Os vampiros são intolerantes a tudo que não é...sangue humano? – eu perguntei e aceitei o lanche simples que Bill havia preparado. Ele bufou de leve.
-- Sim. Não morremos se comermos alguns muffins, mas vamos sofrer algumas décadas...
-- Nossa. Então todos aqueles clichês...Do tipo... – eu deixei que ele terminasse.
-- Hm, de certa forma sim...Mas eles surgem com o verdadeiro efeito nas pessoas que foram transformadas, nós já controlamos nossas fraquezas...
-- Pessoas...transformadas? – minha voz tremeu.
-- Opa, falei demais...Amy, eu realmente não posso tocar nessa “parte” da história... – ele fez aspas com as mãos e sorriu – Nós ainda não queremos te envolver nas nossas brigas com o...Bom, por enquanto, basta que você saiba o necessário para sua sobrevivência. Okay? – ele se levantou com um salto e saiu normalmente do quarto.
Eu terminei de comer e mesmo querendo me manter acordada, eu dormi logo depois.