Blood, That Will Never Be Enough escrita por Mandoka_chan


Capítulo 6
II (parte 3)


Notas iniciais do capítulo

se ficar confuso...
._.
deixa pra lá, reflita jjkljlçksaçdjhaçsljflas



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          -- Gerard, eu vou contar para ela...Essa garota não vai descansar até que saiba de tudo...

          O mais velho dos Way concordou com a cabeça e saiu com os outros três. Mikey me levou de volta para o sofá e se sentou o mais afastado de mim. Ele perdeu um pouco da pose de confiante.

          -- Amy, por favor, por nada neste mundo me interrompa, okay?

          -- Okay.

          -- Se depois que eu terminar, você ainda não acreditar em mim, eu... -- ele ficou inquieto e não continuou. Mas naquele momento eu entendi...Michael não poderia desfazer as acusassões, por mais que eu não fosse acreditar nos seus motivos.

           Mesmo assim, mesmo sem ter a aopção de não acreditar, eu queria ouvir o que era tão difícil para ele dizer. E essa ansiedade fazia o meu coração disparar dentro do peito.

                                                      [...]

           Há exatamente um milênio, um alquimista europeu investigava sobre uma doença estranha que estava matando lobos e cachorros de uma região que hoje seria a Alemanha. Ele analisou cautelosamente os sintomas, que variavam entre insônia, ataques de fúria, espuma escorrendo pela boca e focinho e o mais terrível de todos, o acréscimo na dieta de sangue humano.

           O alquimista percebeu que as vítimas que ainda permaneciam vivas, em poucas horas, apresentavam os mesmo sintomas. E a doença se alastrava rapidamente. Depois que praticamente todas as alcatéias e matilhas, ainda jovens e sadias, morreram ou foram transformadas, os animais contaminados passaram a morder os humanos num ritmo mais acelerado.

           Naquele momento, ele percebeu que precisava descobrir de uma vez uma cura rápida ou seria o fim da humanindade. Recorreu a um antigo mito grego, que falava sobre a existência do Libri ex is Probo Vetus Men (Livro dos Dêmonios Anciões). No livro havia um encantamento para acrecentar graves fraquezas que poderiam comprometer a alimentação das criaturas. O livro estava, supostamente, com o Papa.

          O Papa confirmou o porte do livro, mas queria que o alquimista acrescentasse a fraqueza perante Deus, o que poderia aumentar a influência da Igreja Católica. Ainda inseguro, o alquimista aceitou a condição e começou a estudar a execução do feitiço.

          Poucos dias depois ele decidiu que estava apto e reuniu outros sete alquimistas para ajudá-lo. Mas eles não tinham o verdadeiro controle da dimensão mágica daquele encantamento e quando acrescentaram o lado espiritual como fraqueza, perderam o controle e também se tornaram alvos. Todos desmaiaram.

          Os animais raivosos morreram ao nascer do sol. Os oito alquimistas só conseguiram acordar à noite. E nunca mais foram vistos.

          Após alguns anos, eles conseguiram entender e controlar todas as fraquezas, que iam de àgua benta até estacas de madeira, mas que nunca ultrapassavam a tecnologia da época.

          Como a história foi abafada pela Igreja, nunca algum ser vivo tentou enfrentar as criaturas que surgiram naquela noite e elas estão vivas até hoje.

                                                  [...]

          Michael fez uma pausa mais longa do que as outras e eu deduzi que ele tinha terminado. Ele olhou para mim, talvez esperando a minha reação. Ou qualquer reação.

           Eu estava prestes a rir. Ele falou por minutos e me pareceu uma daquelas histórias que adolescentes bêbados contam ou escrevem (n.a: acabou de me chamar de bêbada, reflitam y.y). Não acreditei em uma palavra.

           -- E então? -- ele disse -- Não vai falar nada?

           -- Ahn, posso ir pra casa? -- eu ergui uma sobrancelha e dei um sorriso torto.

           Os músculos da face dele endureceram e ele apareceu perto da janela. Pareceu estar tentso e quando olhou para a janela, fechou as persianas com um click.

           Ele apareceu do meu lado e me puxou até a cozinha. Nós pareciamos ter acabado de voar, pois nós aterrisamos no chão.

           -- Michael, o que diabos...O que está acontecendo aqui? O que você quer com isso? -- eu perguntei. Senti meu corpo suar frio naturalmente, mas eu não sentia medo ou pavor.

           -- Abra a geladeira... -- ele disse, ríspido. Meu braço foi tremendo e só com uma força maior do que o normal eu consegui abrir a porta.

           Naquele momento, um pânico mudo tomou conta de mim. Eu quase caí para trás, mas ele rodeou os braços na minha cintura. Senti que ele olhava para mim, mas não consegui desviar os olhos do interior da geladeira.

           Sangue. Saquinhos de hospital com sangue empilhados nas prateleiras. Na porta. No congelador. Somente isso. Sangue.

           Sangue.

           -- Amy, eu...

           -- Afaste-se de mim, seu...seu...ARGH! Seu nojento! -- eu tentei me desvincilhar do abraço de ferro dele, mas foi em vão. Enquanto eu me debatia contra ele, Michael aproximava ainda mais de mim.

           Eu comecei a gritar e chorar, em desespero. Ele iria me matar, era um psicopata, um maníaco.

          -- Me larga! Me larga! -- eu esbravejei, mas era impossível me soltar do corpo de pedra dele. Logo eu estava ficando com algumas marcas nos braços.

          De repente ele murmurou alguns sonidos que me pareciam uma cantiga familiar. Eu fiquei parada enquanto uma sensação de paz tomava conta do ambiente. Aos poucos a voz dele ficou ofegante. Ele tinha no rosto uma expressão de cansaço.

          Logo ele caiu no chão, me levando junto. Eu me apoiei nos meus braços.

         -- Michael, o que... -- eu nunca pude terminar o que ia dizer.

         Os olhos dle faíscaram em um vermelho-vivo. Ele parecia olhar para o nada, mas quando eu o chamei, ele me encarou. Parecia um predador.

         Sem nenhum grande esforço, ele expôs o meu pescoço, jogando meu cabelo para trás.

         E o mordeu.


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