Era indescritível, toda aquela sensação de que o mundo a sua volta se transformou em zumbidos, murmúrios indecifráveis. A única coisa que importa é que aquele contato dos lábios nunca termine. Pros infernos com seu fôlego!

- Você não está respirando... – Mikey recuou o rosto alguns milímetros, sorrindo.

- Eu sei. Você já deveria saber que me faz ficar assim... – eu sorri de volta, retomando o beijo.

Pude ouvi-lo ronronar, como se estivesse rindo.

- Espera! – eu ouvi alguém dizendo atrás de mim - O que diabos foi isso? Mikey James Way, rindo?

- Eu ouvi o Mikes rindo? – outra voz pareceu ter se juntado a primeira.

Mikes bufou, e se inclinou de lado, encarando feio. Eu fiz o mesmo, mas deve ter causado um efeito totalmente inverso, como uma caricatura ridícula.

Gerard e Bill estavam parados, com o que parecia ser taças de sangue nas mãos.

Mikey entrelaçou nossos dedos e ergueu nossas mãos no ar, sacudindo-as de leve.

- Não...Posso...Acreditar – Gerard gaguejou, e se virou para Bill, esperando a mesma reação vinda dele.

- Ahh Gee, não é ótimo? Amy e Mikey se acertaram! – ele rodopiu e deu alguns saltinhos ao redor do loiro. – Nós nem precisamos persuadi-lo com esse estoque do sangue dela...

Para tudo e chama a NASA! Estoque do meu sangue???

Eu semicerrei os olhos e encarei Mikey.

- Explique-se!

Ele deu de ombros.

- Nós meio que nós precavemos, enquanto você estava inconsciente, tiramos alguns mililitros. Isso é rotina.

Ah, claro, rotina.

- Só me avisa da próxima vez, Sr. Hemocentro!

Ele endureceu os músculos da face, mais ainda do que o normal.

- Isso não será necessário novamente. Não vou beber do seu sangue, nunca mais!Vou encontrar uma saída para isso... – Mikey me fitou, firme.

Senti uma vontade irrefreável de beijá-lo de novo.

Aquele Mikey era totalmente irresistível.

- Hã-ram, então, nós ainda estamos aqui, seus...Seus...Ahhh, fofinhos! – Bill parecia mais feliz que eu.

Isso era possível?

Totalmente.

- O que...O que houve? – um ofegante e com roupas completamente amarrotadas Brendon apareceu, sendo seguido segundos depois pelo Ryan, no mesmo estado.

 - É, o que...isso mesmo, eu concordo com o Brenny!

Todos nos censuramos Ryan com o olhar. O vampiro se encolheu atrás do namorado.

- Circulando genteeem, curculando. Deixem o casalzinho curtir o love deles em paz...E vocês dois, francamente – Bill apontou para o visual do Brendon e do Ryan – Que nível.

Os três saíram do terraço, em poucos milésimos de segundos.

Gerard ficou, olhando para nós com um certo receio.

- Vocês, ahn, de verdade?

Eu não pude responder. Ainda era bem difícil para eu mesma acreditar.

- Sim, Gee. Estamos juntos. Ela está do nosso lado de novo, não é Amy?

Suspiro.

Eu me levantei, ficando de costas para os dois.

Eu queria dizer que sim, mas isso implicava em muitas coisas. O que aconteceria com os Slayers? Eu teria que lutar contra eles? Não era uma opção muito aceitável. Eles nunca me fizeram nada de mal.

Mesmo com um único rival em comum, Robert, eu realmente não cogitava a possibilidade de uma aliança entre eles. Eu sabia, que somente quando eu não pudesse mais escolher, eu ficaria contra o Gustav e os outros.

O que ainda me angustiava.

- Bom, depois pensamos sobre isso. Acho melhor garantir uma boa noite de sono para você – Mikey pôs a mão no meu ombro e encostou o rosto no topo da minha cabeça.

Fiquei totalmente rubra.

Garantir? Ah, como assim? Ele quis dizer....

 Eu olhei para ele, tentando confirmar.

- Espera-a aí, você não acha que...Não Amy, não. Definitivamente não.

Ufa.

Sabe como é, sexo com um vampiro sedento por meu sangue? Talvez mais tarde, tipo nunca.