Blood, That Will Never Be Enough escrita por Mandoka_chan


Capítulo 2
I (parte 2)




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           Ah meu Deus!

          Eu saí correndo, depois de uma reflexão se iria adiantar alguma coisa. Tropecei inúmeras vezes, é claro. Pude ouvir os dois rindo às minhas custas. E eles estavam cada vez mais perto.

         Quando cheguei até a luz de um poste, talvez no fim do beco, duas outras luzes vinham ao meu encontro. Era um carro, em alta velociade.

         Ótimo. Ou eu morreria atropelada, ou de alguma outra causa estranha. Eu parei de correr e não consigui pensar em mais nada. Eu sempre achei que não ia saber quando chegasse a minha hora.

         Foi então que o carro deu uma freiada brusca. Um vulto saiu de dentro dele.

         --Deita no chão, agora! -- eu escolhi não estranhar mais nada e fiz o que ele mandou -- Não saí daí, está ouvindo?

         Eu confirmei com a cabeça. Meu cabelo estava ficando imundo, assim como eu, por causa do meu contato com o chão coberto de lama.

         Por longos minutos, eu não consegui ouvir nenhum barulho. Eu tremia de frio e medo, mas esperei fielmente enquanto o meu "salvador" não voltava.

        -- Eles fugiram... -- ele apareceu de repente, sem esboçar nenhuma reação ou cansaço na voz, mesmo depois do que pareceu ser uma perseguição.

        -- Ah, eu... -- quase fui dizendo, mas percebi que ele não estava falando comigo, e sim ao celular. Eu me levantei e fiquei parada no lugar, nervosa.

        -- Gerard, eu sinto muito...Eles a mataram -- ele terminou com um suspiro e desligou o celular. Olhou para mim, finalmente.

        -- Ahn, oi! -- eu acenei e tentei ser simpática.

        -- Desculpe, mas eu não estou afim de um programa hoje... -- ele me olhou torto.

        -- Epa, eu não sou garota de programa! -- eu esbravejei.

        -- Então quem é você? -- ele perguntou e não fez cara de bons amigos.

        -- Amy Ma...Hey! Como assim "quem é você"? Você me mandou deitar no chão ainda agora, se lembra? -- eu coloquei as mãos na cintura e fingi uma pose de quem era importante.

        -- Mandei, é? -- ele cruzou os braços. Percebi que seus cabelos eram da mesma cor que os olhos, castanho-escuros. Ele era extremamente bonito. E tinha um ar muito sexy .

        E aquele sobretudo preto...

       -- Você ouviu o que eu disse?

       -- Ahn? Não, desculpa... -- eu tentei parecer sincera. Ele balançou a cabeça e andou em direção ao carro dele. Ele murmurou algo como "mulher bêbada".

       -- Hey, seu...Eu não estou bêbada! -- eu o segurei pelo braço. Me arrependi no mesmo instante em que ele me lançou um olhar furioso.

       -- Me larga! -- eu não precisei agir, ele mesmo se desvincilhou de mim. Ignorei o ódio em sua voz, afinal ainda estava meio perdida.

       -- Quem é você? Outro encrenqueiro feito aqueles três?

       -- Não ouse me comparar com aquelas escórias....Eu sou o detetive Way, departamento de homicídios do FBI -- sacou mecanicamente o distintivo e eu vi que ele não mentira.

       -- Okay, Michael James Way...Como você sabia onde me encontrar? Eu não liguei para...

       -- Eu não vim atrás de você! Eu sou do homicídios, não desaparecimentos. Aqueles três estão na minha mira a três meses -- ele apontou para o tapo dos prédios que cercavam o beco. Estranho.

       -- Ah! Quase que eu pararia na lista do seu departamento... -- eu tremi antes de terminar --...você me salvou. Pena que a Lindsey... -- e eu parei. Os tiros ainda ecoavam na minha cabeça.

       -- Lindsey! Você a conhecia? -- ele me segurou pelos ombros -- Onde está o corpo?

       -- Eu não sei... -- eu gemi -- Só ouvi os três tiros que a mataram. Mas...Como você sabe que ela morreu?

       Ele mostrou um certo espanto no olhar.

        -- Sangue...O sangue no chão... -- ele abaixou a cabeça.

        -- Sinto muito. Eu tentei impedir, mas eles me ameaçaram -- ele voltou a me olhar. Eu não consegui ver nada além de frieza. Ele soltou meus ombros.

        -- Vou precisar que você responda a um inquérito... -- ele me olhou da cabeça aos pés -- Sóbria e limpa de preferência.

        -- Ah, mas a culpa do meu estado não foi toda minha... Quem foi que me mandou deitar no chão?

        Ele não fez questão de responder. Balançou a cabeça e foi em direção à porta do carro. Eu continuei parada no mesmo lugar. Quando ele deu a partida, eu finalmente percebi que ele não iria voltar para continuar a conversa ou perguntar meu endereç.

        O que era bem estranho.

       Dei de ombros e fui mancando para casa, já que depois de tanto cair, eu machuquei o tornozelo. Estava frio e eu estava um pouco molhada, mas o princípio de ressaca era o que mais me incomodava.

       Aquele Michael Way, quem ele pensa que é? Claro, é um detetive do FBI, o cara mais bonito e também mais estranho que eu já conheci. Mas mesmo assim não podia me tratar daquele jeito.


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