Blood, That Will Never Be Enough escrita por Mandoka_chan


Capítulo 19
VII (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

gente, só postei mais por causa da minha mana, reflitam
ahsuahsuahsu

bjus mana, quando seu presente chegar, me fala x3

p.s.: para os mais chegados, esse capítulo é inédito, dicona master.



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   VII.

"Shotgun sinners
Wild eyed jokers
Got you in my sights
Gun it while i'm holding on

[...]

Mass convulsions
Strike the choir
By the grace of God
Gun it while I'm holding on"

Hang 'Em High

My Chemical Romance

 

   -- Não Amy! -- era o Gustav, gritando de dentro do carro. Ele apertava o braço esquerdo, que estava sangrando. Eu não consegui manter meu rosto virado para ele por muito tempo.

   -- Desculpe. Não se preocupe comigo e obrigada -- eu murmurei em resposta, sentindo formar um nó na minha garganta. Não era certo eu deixar para trás uma decisão, mesmo sabendo que eu não poderia me manter perto de caçadores por muito tempo.

   Eu fitei Mikey outra vez. Ele ainda era terrivelmente bonito. E eu ainda era a mesma fraca. À medida que eu me aproximava dele, todas as antigas e as novas perguntas voltavam a me pertubar.

   Quando eu parei, poucos centímetros nos separavam. Ele me contemplou, com um sorriso enigmático.

   -- Lyth. O espírito lutador. Eu sempre soube que era você... -- ele disse.

   -- O quê? -- eu arqueei uma sobrancelha.

   -- Você...Amy, você está destinada a ser aquele que vai lutar contra o mais poderoso de nós na batalha final. É o sacrifício dos Slayers -- eu contemplei o crepúsculo atrás dele enquanto escutava o que ele tinha dito.

   Engoli todos os questionamento sobre aquela história toda. Eu precisava aliviar todo aquele sentimento que, ao ouvir a voz dele, fazia o meu sangue queimar.

   -- Mikey... -- a minha voz saiu mais chorosa do que eu esperava -- Por que você veio atrás de mim? O que você quer? Dizer que precisa ficar de olho em mim, para que eu não tente ser essa tal lutadora...Lyth? Era isso o tempo todo, não era? Eu não passo de...uma pequena ameaça para você e para os outros? -- as lágrimas molhavam o meu rosto. Eu fui enganada. Enganada e usada.

   De novo.

   Mas que merda.

   -- Não é nada disso... -- ele disse, sério. Eu não consegui mais pensar com clareza.

   Segurei-o pela gola do casaco.Me aproximei. Com uma das mãos, coloquei a parte do meu cabelo que cobria o lado direito do meu pescoço para trás.

   -- Então vai logo! Faça! Me enche de morfina e beba todo o meu sangue. Porque é por isso, esse meu maldito sangue, que você me quer por perto.

   Ele hesitou quando inalou o cheiro no meu pescoço.

   -- ME MORDA MICHAEL! -- eu gritei com todas as minhas forças. Ele estreitou os olhos.

   -- Não Amy -- ele me afastou facilmente, trêmulo -- Não quero te machucar, não quero o...o seu sangue. Eu não vou te morder.

   -- "Não quero" -- eu ironizei -- Besteira! Você quer sim o meu sangue...Me desculpa se ele não é o suficiente...Afinal, o da Alicia também não deve ter sido.

   Ele perdeu o controle. Apertou meus braços e em segundos me encostou firme em uma árvore.

   -- Você quer que eu seja agressivo, não é? Que eu faça você sentir medo...Pois bem -- ele tomou fôlego -- Eu matei a Alicia. Cem anos atrás. Nós tinhamos o relacionamento perfeito, ela me alimentava regularmente com seu sangue e eu retribuia com todo o meu amor. Sim, eu a amava, muito mais do que você pode imaginar. Mas um dia ela disse que queria...Que eu a matasse, pois estava sendo um martírio continuar ao meu lado. Ela sentia tanto medo, mas reprimia, e isso acabou enlouquecendo-a. Ela percebeu aos poucos a criatura terrível que eu sou.

   Eu fechei os olhos e me encolhi.

   -- Sabe o que eu fiz? -- ele continuou -- Eu me afastei dela. Fugi. Poucos dias depois, recebi a notícia que ela tinha se matado.

   Eu não aceitava aquilo.

   No meu sonho, não era assim que ela se sentia, com medo ou pavor. Era uma sentimento muito mais puro. Era amor, em todas as suas formas. Ela não teria se matado.

   Nós nos olhamos.

   -- Eu não sou a Alicia -- eu fui direta -- Eu não sou a Alicia, seu estúpido arrogante! -- meus braços gritavam de dor, mas eu me mantia firme em ignorá-los.

   Ele continuou parado na mesma posição.

   -- Eu não tenho medo de você, porque eu te amo demais pra isso, seu imbecil. Será que você nunca vai entender isso?

   -- Não -- se afastou, ríspido. Em segundos, Bill apareceu do meu lado, junto a Brendon e Ryan. Eles tentaram prender a respiração.

   -- Amy, não mova seus braços, okay? -- Bill estava ofegante. Vi uma marca de tiro em seu peito. Arfei.

   -- Bill? Você...Atiraram em você... -- eu estava vacilante entre recriminar o Jon ou não.

   -- Não se preocupe, eu não sou de ferro, mas sou tão resistente quanto um -- ele sorriu.

   Eu tentei procurar pelo Mikey, mas ele já tinha sumido.

   -- Nós vamos pra casa? -- eu perguntei baixinho para Brendon.

   -- De certa forma, sim. Vamos para nossa nova casa, ela é linda... -- ele tentou manter aquele assunto em pé, antes que eu desmoronasse em lágrimas mais uma vez.

   -- É, e tem mais privacidade -- Ryan olhou cúmplice para Brendon. Eles ainda eram tão fofos.

   Eu sorri, em falso. Por dentro eu tentava controlar minha dor. Mikey tinha sutilmente me rejeitado, em um momento tão emocionalmente delicado para mim. Ele não me amava, como eu sempre deveria saber.

   Mas o que ele tinha contado sobre a Alicia ainda mexia comigo. Não era assim que eu a imaginava, naquele meu sonho ela estava feliz. Eu tinha percebido finalmente, não era "eu", era a Alicia, se encontrando com Mikey. Aquela tinha sido uma visão.

 

 


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