Blood, That Will Never Be Enough escrita por Mandoka_chan


Capítulo 16
VI (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

desculpa pela demora.
aiai
=D



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  VI.


"Well let's go back to the middle of the day that starts it all
I can't begin to let you know just what I'm feeling
And now the red ones make me fly
And the blue ones help me fall
And I think I'll blow my brain against the ceiling
And as the fragments of my skull begin to fall
Fall on your tongue like pixie dust just think happy thoughts
And we'll fly home"

Headfirst for Halos

My Chemical Romance

 

   Quando eu acordei, meu corpo estava totalmente dolorido e a minha cabeça latejava. Parecia que tinham me espremido contra a parede. Eu estava em uma cama de solteiro, com um edredon grosso e felpudo me cobrindo.

   -- Senhor...Ela acordou -- a voz velha do cara que tinha me sedado soou. Eu me ergui e vi que ele era bem alto. Exclui no mesmo instante uma possibilidade de fuga.

   Gustav saiu de uma porta somente de shorts e secando os fios de cabelo molhados com uma toalha.

   -- Obrigado Saki, agora nos deixe a sós... -- ele me fitou, um tanto frio, como se fosse me dar algum tipo de sermão.

   -- Amy...Antes de qualquer coisa, me desculpe por te...Ahn... -- ele se sentou na beirada da cama e ficou olhando para os próprios pés. Enrolou a toalha no pescoço.

   -- Me sequestrar? -- eu bufei e cruzei os braços -- Não desculpo não.

   Ele deu uma risada em tom sacana.

   -- Ah, claro. Mas você desculpa um sanguessuga te morder e acabar com sua vida.

   Ah. Meu. Deus.

   Eu arregalei os olhos. Ele virou-se para mim.

   -- Eu...Não sei do que está falando -- me revirei quanto terminei de falar. A feição dele ficou intimativa.

   -- Você é inacreditável, Amy -- eu recuei ao máximo quando a mão dele veio em direção ao meu pescoço. Mas ele me alcançou. Seu toque era quante e ao invés de deixar  rastros de fogo como o do Mikey, era reconfortante -- Quantas vezes aquele desgraçado te machucou? Quantas vezes ousou te morder?

   -- Como você... -- a pergunta morreu na minha boca. Eu ainda estava em choque. Existir mais pessoas no mundo que sabiam da existência dos vampiros me assustou. Então eu não era a única.

   -- Saki, Georg e eu somos Slayers, caçamos vampiros. Então, quanto ao "sequestro", é melhor chamar de resgate.

   -- Eu não pedi por um resgate! -- eu contestei. Slayers. Eles queriam o Mikey e os outros?

   Ele fechou a cara.

   -- Você preferia ficar presa naquele apartamento e morrer?

   "Não Amy. Não queremos te machucar. Eu não vou...", a voz de Mikey veio à minah mente.

   -- Eles não me prendem...Eles estão me protegendo dos vampiros que querem me matar... -- eu respondi, a última frase mais para me convencer do que a Gustav.

   Gustav foi até uma mala no chão e vestiu um casaco de moletom. Ele voltou com um pequeno frasco preto.

   -- Isso eu também posso fazer. Água benta -- ele apontou.

   -- Mas o Mikey não... -- eu parei e me lembrei da Alicia. E do que ele disse sobre ela ser especial e morte. Senti medo, medo de não ter a chance de ver o Mikey mas uma vez, para ele me convencer que o Gustava estava mentindo. Medo de...morrer.

   -- Quantas vezes aquele desgraçado te mordeu? -- ele repetiu a pergunta.

   -- Duas -- eu respondi, metodicamente.

   -- Por quanto tempo você ficou desacordada? -- Gustav continuou, mas mudou o tom de voz para algo nervoso, agora ele estava preocupado. Comigo.

   -- Duas semanas, ao todo.

   -- Como eu suspeitava...Ele está te viciando e com isso te enchendo de morfina.

   -- O quê? -- eu não sabia daquela parte. Gustav me olhou torto.

   -- Os seus amiguinhos não te contaram? -- ele esnobou -- Você dormiu por dias porque a cada mordida, ele injetou morfina nas suas veias. Da primeira vez, seu corpo não podia lidar com ela, mas na segunda, já tinha se acustumado...E a morfina perdeu um pouco de seu efeito.

   -- Então um dia eu não vou mais desmaiar mais? -- eu achava aquela situação perfeita. O Mikey não precisaria mais se preocupar se ele fizesse com que eu não acordasse mais. Por isso, eu sorri.

   -- É, isso aí -- ele ironizou -- Então, um belo dia, a abstinência inconsciente do seu corpo pela morfina vai fazer com que o Way sugue seu sangue até te matar. Do que você acha que vai morrer primeiro: overdose ou hemorragia?

   Eu fitei-o com um desespero mudo no olhar.

   -- Vampiros são criaturas ruis, Amy. O Way sabe que um dia pode te matar, e ainda assim quer te manter perto dele -- Gustav continuou falando por alguns instantes, mas eu estava distante demais para ouvir.

   Eu finalmente percebi o que Mikey representava para mim. Eu estava apaixonada por ele. Ele era um vampiro. Queria o meu sangue. Todo o meu sangue.

   Mas eu não permitiria. E se fosse necessário, eu lutaria contra ele. Mikay não tinha o direito de tirar a minha vida, ao me manter presa naquele apartamento.

   Com tudo isso, porém, eu aidna o amava. E mal consegui suportar a dor que apertava o meu peito e não me permitia derramar uma lágrima sequer. Era sufocante.

   -- Gustav... -- minha voz saiu firme. Ele me olhou -- Não precisa continuar com esse discurso clichê sobre vampiros. Eu sei, eu convivi com sete deles. Mas entendi o seu argumento. Eu não vou tentar voltar e agora pretendo ficar aqui. Posso?

   Ele pareceu desnorteado por uns segundos com a minha mudança briusca de atitude. Eu também.

   -- Claro, pode sim. E... --

   -- Eu quero que você me ensine -- eu o interrompi -- Eu quero que você me treine e me faça uma de vocês. Uma...Slayer -- continuei. Gustav ficou pasmo e arregalou os olhos.

   -- O quê? -- eu tinha certeza que ele tinha escutado, por isso fiquei em silêncio e o fitei com seriedade -- Amy, eu nunca quis que você aderisse ao nosso lado, okay?

   -- Sim, eu sei. Mas eu quero. Ainda tem vampiros que querem me matar e por enquanto, eu preciso saber me defender. E n]ao me venha com "Nós podemos te proteger" ou qualquer outra merda dessas.

   Ele se levantou.

   -- Você quer começar agora? Quer dizer...Está com disposição? -- ele parecia estar animado com a idéia.

   -- Estou bem... -- eu menti. Na verdade, estava com um certo cansaço, talvez por causa das drogas.

   Mas eu iria.

 


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