“E então, dentro do carro, sangrando e solitário, Edward Cullen se foi”

Se foi, para um lugar de grama muitíssimo verde. Um lugar onde moravam suas maiores esperanças, seus maiores medos, seus melhores sonhos, e suas lembranças.

Naquele lugar, o menino de 6 anos que tinha Isabella Swan como melhor amiga corria livremente na grama verde, atrás de uma bola.

Uma menina de cabelos castanhos olhava para ele, sentada e recostada numa uma arvore. Não era o típico olhar que aquela menina dava para ele. Era um olhar cheio de nojo.

O menininho franziu o cenho e foi até ela.

“Que foi, Bella?” perguntou gentilmente, ainda de pé.

Ela olhou para ele.

“Nada. A sua roupa tá suja” murmurou ela olhando as mangas da blusa do menino.

Ele olhou para suas próprias vestes e sorriu.

“Vamos brincar comigo” pediu ele.

“Não quero, Cullen” respondeu amargamente. O menino franziu o cenho.

“O que há?” murmurou ele.

“Nada não” disse ela e desviou o rosto para um desenho.

“Posso ver?” perguntou ele.

Ela ergueu os olhos friamente.

“Não”

Ele não soube o que dizer. Aquela não era a sua Bella.

Edward então se viu no mesmo lugar, só que, 7 anos mais velho.

Agora, eram dois adolescentes de 13 anos sorrindo e sentados na grama verde.

“Hey, Isa, que tal se a gente fosse hoje à noite?”

“Não sei não”

“Ah, mas não custa nada ir”

“Pra você. A irmã do Lee estará lá. Vai você”

“Karen Lee? Eu não ligo para ela” disse ele, passando as mãos nos cabelos.

“Pois devia. Ela é linda e é esportista” insistiu a garota, enrolando uma mecha dos cabelos nos dedo indicador.

“Mas eu sou teimoso. Poderia estar com ela. Mas estou com você agora, não é?”

A menina olhou para ele e sorriu.

Uma luz atingiu os olhos de Edward.

 - Hum... – gemeu ele, piscando-o sem ver nada.

Piscou, piscou e piscou. Esfregou os olhou e finalmente enxergou. Estava num quarto claro e arejado, com uma janela entreaberta.

Franziu o cenho e começou a se sentar na cama. Algo segurava sua mão esquerda com força.

Ele mirou a mão que segurava a sua, e depois, a dona da tal mão.

- Bella... – murmurou ele.

Isabella dormia profundamente, segurando a mão de Edward com força. Não soltaria até que ele acordasse, isso era um fato.

Edward sorriu de leve e tocou os cabelos dela.

Abriu a boca para murmurar algo, mas a porta se abriu e uma Alice totalmente louca entrou.

- Edward, Edward, Edward! – gritou a irmã quando o viu sentado.

Bella ergueu a cabeça assustada e olhou para Edward.

- Oh! – murmurou Bella, e endireitou-se. Esfregou delicadamente os olhos e sentou-se na ponta da cama. Olhou para Edward como se quisesse ter certeza de que nem um pedaço dele faltava. Mordeu o lábio inferior e sorriu de leve. Edward inclinou a cabeça para o lado, meio envergonhado. Bella aproximou-se e muito de leve passou os braços pelo pescoço dele, num abraço.

Edward nem soube o que fazer. Colocou as mãos na cintura dela, e olhou os cabelos amontoados ali, em seu ombro.

Bella se afastou e Alice se aproximou sorrindo.

- Como esta se sentindo, Cullen?

- Estou bem Alice... – respondeu o irmão num sussurro, olhando para Bella que se sentava agora numa espreguiçadeira um tanto longe.

- Que bom... – Alice sorriu maldosamente – tem noção do quanto estava preocupada? Tem noção de como alertou toda a nossa família? Tem noção do quanto a mulher do Emmett é bonita?

- Hã? – Edward franziu o cenho e ouviu uma risadinha baixa de Bella.

- Hum... eu acho que... – Alice foi interrompida pela porta que se abriu. Um Emmett sorridente entrou acompanhado de uma loira alta.

- Hey maninho! Está vivo hein?

- Emm! – Edward sorriu de leve, mal acreditando.

- É eu sei... não era pra ser uma visita assim, mas como não teve jeito...

Edward olhou a loira atrás dele.

- Ah – disse o irmão e pegou a loira pela cintura – essa é Rosalie... minha... mulher.

Rosalie sorriu e corou de leve.

- Olá Edward... é um prazer finalmente conhece-lo.

Era uma loira escultural. Tinha os olhos azuis e era pálida. Um sotaque agradável e fraquinho na voz rouca. Os cabelos loiros longos alcançavam a cintura. Vestia um vestido vermelho leve e sorria.

- Hum... é um prazer também Rosalie. Preferia que não nos conhecêssemos aqui, mas não houve jeito.

Ela sorriu.

- Tudo bem – falou – ao menos, estamos nos conhecendo.

- Rose, onde esta Anthony? – perguntou Bella e Edward voltou a olha-la.

Parecia cansada.

- Está com Leah. Eu também deixei Courtney e Cooper com ela. A filha dela é adorável – a loira sorriu.

- Muito... Acho que vou... ver como Anthony está – Bella se levantou e deu uma olhadinha de esguelha para Edward, antes de deixar o quarto.

Edward sentiu uma vontade imensa de gritar para que ela ficasse, mas um médico de cabelos grisalhos entrou, sorrindo e segurando uma prancheta.

Bella caminhou lentamente até a recepção parando ao lado de Anthony que brincava com o novo primo.

- Hey garotão... – ela sacudiu os cabelos dele e ele sorriu de leve.

- Cadê o papai? – perguntou.

- Hum... está no quarto.

- Mamãe... ele... ele... tá aonde?

- No quarto amorzinho – Bella sorriu tentando anima-lo.

O menino soltou revoltado os brinquedos improvisados – uma caneta, uma fralda de pano e uma revista.

- Posso ver ele?

- Hum... não sei não, Thony – Bella mordeu o lábio.

- Por favor, mamãe.

Bella olhou para os lados a procura de um médico. Mas viu apenas a menininha loira chamada Courtney, o menininho de cabelos pretos curtos de nome Cooper. O menininho moreno de origens índias chamado Cauê, Jake, Leah e Aaliyah.

Jacob descansava a cabeça no ombro de Leah e Aaliyah olhava apreensiva, as crianças.

Leah olhou para Bella, e sorriu de canto.

- Você sabe o que tem que fazer – disse ela.

Bella olhou para Anthony e sorriu de canto.

- Vamos. Vou te levar pra ver o Edward.

O menino sorriu e ela o pegou no colo, colocando-o na lateral do corpo.

Caminhou lentamente, parando no corredor para beber agua e fazer Anthony lavar as mãos.

- Thony, temos que falar baixinho porque o papai não pode ficar irritado. Ele está dodói.

- Mas ele vai ficar bom. Não vai?

- Vai, com certeza vai, meu amor.

Bella chegou a porta do quarto e deu uma batidinha de leve.

Emmett abriu a porta.

- Hey, Thony – disse ele sorrindo, mas depois se virou para o quarto – vamso cambada, todo mundo saindo do quarto e dando privacidade para o filho e a mulher.

Bella mordeu os lábios pelo “mulher”, mas deixou passar.

Todos deram espaço para Bella entrar e logo saíram. Bella, Anthony e Edward mergulharam num silencio profundo. Mas no mesmo minuto Anthony saltou dos braços de Bella e deu um jeito de pular na cama.

- Papai! – murmurou e sorriu.

- Anthony, que foi que eu disse sobre falar baixinho?

- Desculpe? – sussurrou o menino.

Edward sorriu.

- Thony... – murmurou Edward e deu um jeito de passar o braço, apertando o menino contra si. O menino passou os braços curtos pelo pescoço do homem e sorriu.

Edward soltou o menino e olhou para Bella.

- Eu acho que... precisamos conversar – sorriu torto.

Aquele sorriso que sempre tirava Isabella Swan do eixo estava de volta. E prometia voltar a tirar o mundo daquela morena do lugar.

“Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente”
(Érico Veríssimo)