Em Busca Da Felicidade escrita por Isabella_Clairy


Capítulo 2
Capítulo 01




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Bella caminhou sob os respingos da chuva segurando a criança que ainda chorava nos braços.

- Não precisa chorar Thony... – disse ela acariciando os cabelos cheios e ruivos do menino.

Mas nem ela mesma estava contendo as próprias lágrimas.

- Você tá chorando mamãe... – falou na vozinha infantil dele.

- Não bebê, é só... só a chuva.

Ele colocou a mãozinha pequena no rosto dela.

- Shhh... shhh, Thony... – ela apertou a cabecinha dele contra o pescoço dela – não se molhe, amor... vou, vou achar um lugar pra gente.

A luzinha ‘Alice’ piscou na cabeça dela. Mas Alice diria a Edward onde ela estava, e isso ela não queria.

‘Rose’. Mas Ela contaria a Emmett e Emmett diria a Edward.

- Tô com fome... – reclamou o menininho.

- Ah, meu amor... calma...

Bella olhou uma lanchonete 24hrs. Correu até ela e entrou. O ambiente era gelado, mas estavam abrigados da chuva, o que já valia.

Ela se sentou numa mesinha do fundo e colocou o casaco felpudo sobre o menino.

Uma garçonete loira de aparência cansada veio atende-la.

- Boa Noite.

- Boa noite.  Pode me trazer um cappuccino e um chocolate quente, por favor?

- Claro, um instante.

A mulher se distanciou e Bella olhou para o menino. Lembrava tanto o pai! Os cabelos eram exatamente iguais e os olhos! Tao verdes quanto.  

Ele olhava com os olhinhos vermelhos e tanto choro, e arregalados de medo. Várias vezes o pai o amedrontara dizendo barbaridades sobre mulheres e crianças que saiam sozinhos a noite.

As bebidas chegaram depressa e o menino conseguiu beber metade com apenas um gole.

- Desculpe, Thony, mas não posso deixa-lo comer sanduiches com carne  daqui. Você não conseguiria mastigar direito, amor.

Ele assentiu bebendo o resto do chocolate. Depois engatinhou até o colo da mãe e colocou a cabeça no ombro dela.

Ela acariciou o rostinho triste e pequeno.

- A gente nunca mais vai vê o papai – chorou ele no pescoço dela.

- Não, Thony, que bobagem é essa?

- Mamãe que disse.

- Não falei bem isso.

- Falô o que então?

- Falei que... que mesmo que... que ele te ame...

- Papai não me ama!

- Anthony Cullen, vamos parar ai. Que bobagem. Todo pai ama o filho.

- Mas esse pai não me ama!

Ele chorou copiosamente no pescoço dela e ela acariciou os cabelos dele.

- Shhh... durma...

O menino chorou mais um pouco, porem por fim, o sono o dominou.

Bella espiou pela janela. Não chovia mais. Segurou o menino, pagou a conta, e saiu para o frio.

E então se viu perdida. Sem ter para onde ir. O coração doendo, a cabeça nas crianças.

Então algo lhe veio a cabeça. Foi ao primeiro telefone publico que achou e discou o numero de seu melhor amigo.

Jacob estava sentado no sofá, assistindo a tevê a cabo, Glee. A morena que estava ao seu lado repousava a cabeça em seu ombro e acariciava seu peito. O telefone tocou. 

 - Alô, Alô, Alô! – atendeu alegremente Jacob Black, de sua residência.

- Alô? Jake?

- Bells! Quanto tempo! – Leah ergueu a cabeça sorrindo e sussurrou “pede para ela vim fazer uma visita!”.

- É Jake. Eu preciso de um favorzinho seu...

- Manda!

- Será que eu poderia ir até sua casa?

- Claro! Quer que eu vá te buscar?

- Não! Deixe que eu vou para aí! Obrigada Jake, mesmo.

- Por nada.

Bella desligou o telefone e correu para a rua. Chamou o primeiro taxi que viu e entrou dentro. O trajeto até a casa de Jake foi silencioso e quando chegou a frente da casa azul e branca Bella tocou a campainha. Logo Leah veio atender a porta.

- Bella! Está molhada... Anthony... entre, esta frio aí fora.

Bella entrou e arrastou consigo as malas. Jacob franziu o cenho.

- Saiu de casa? – perguntou ele correndo até Bella e pegando Anthony do seu colo. Ele se mexeu impaciente.

- Sim! Não aguentava mais Edward estava me...

Ela olhou Anthony. Depois olhou para Jacob, implorando no olhar.

- Posso, por favor, passar  a noite aqui? Se puder, só o Thony pelo menos. Eu me viro.

- Que bobagem Isabella. Você vai ficar aqui sim! – disse Jacob – Leah vai leva-la para o quarto de hospedes e vai lhe dar toalhas para um bom banho quente. Pode deixar que eu cuido do Anthony. Vou coloca-lo no quarto do Cauê. Ele e a Aaliyah já estão dormindo, mas eu dou um jeito.  

- Não vai ser incômodo?    

- Nenhum! – disse Leah e puxou Bella pelo braço. Levou-a ate um quarto e em minutos ela já estava sob a agua quente. Depois se vestiu com uma blusa enorme eu uma calça moletom.

Bella desceu as escadas e Jacob estava sentado no sofá. Deu um tapinha para que ela se sentasse e assim que o fez ele a abraçou.

- Já coloquei o Thony para dormir. E então, me conte. O que houve?

Bella explodiu num choro sofrido e Jacob a abraçou.

- Ele me traiu Jake... na nossa própria cama!

Jacob apertou mais seus braços contra ela e Leah trouxe uma caneca de chocolate quente fumegante com biscoitos para ela.

Bella se recompôs e aceitou o chocolate. Bebeu tudo.

- E então? – perguntou Jacob quando ela já havia se acalmado – e agora? Vai pedir o divorcio?

- Sim – disse Bella – fiz o que pude, mas agora não dá mais.

- Isso, Bella. Não pode voltar para o infeliz – disse Leah.

Bella sorriu e Jacob mandou que parassem de conversar sobre aquele assunto.

Ficaram no sofá assistindo seriados engraçados, e desenho animado.

Depois Jacob convidou Bella para jogar xadrez, o jogo que ela mais adorava. Pouco mais tarde, ela foi se deitar.

E então, de porta fechada, sob  as cobertas, se permitiu chorar. Tocou a barriga lembrando-se do teste de gravidez que havia feito.

As lagrimas corriam livremente e os soluços incontidos faziam ecos pelo quarto. Mas ela não podia desistir podia? Não podia simplesmente voltar para casa e pronto. Edward riria de sua cara, e continuaria a magoa-la. Anthony não merecia aquilo.

Bella resolveu que dormir seria o melhor a se fazer.

Então, apenas dormiu.

Porém, enquanto Bella estava mergulhada na inconsciência, Edward rodava a cidade de Nova York de carro. Quando passava um pouco da meia-noite, ligou para sua irmã.

- Isso é hora de ligar? – perguntou ela.

- Bella foi embora. E levou o pequeno estorvo com ela! – disse ele. Ele não sabia se dava uma festa ou se apenas comprava fogos de artificio. Difícil decisão...

- EDWARD MERDA CULLEN! NÃO ABRA SUA PORRA DE BOCA PARA FALAR ASSIM DO MEU SOBRINHO! COMO VOCÊ A DEIXA SAIR ASSIM?

- Ela tem livre-arbítrio para fazer o que quiser.

- E o seu filho?

- Que filho?

- Seu filho Edward! Anthony!

- Ah, claro...   ela disse que não iria cobrar pensão. Estou salvo não se preocupe. Ela não levou nem dinheiro, apenas roupas e a criança.

- NÃO É COM ISSO QUE EU ME PREOCUPO.  PREOCUPO-ME É COM UMA MÃE, SOZINHA, COM UMA CRIANÇA DE 2 ANOS E SEM DINHEIRO!

- Calma Alice, ela sabe de defender. Não esta feliz? Finalmente me livre dela e do pequeno est....

- Edward! – ela soluçou alto – você é horrível. É seu filho! Sangue do seu sangue. Ele te ama e você não retribui.

A irmã desligou e Edward revirou os olhos. Era tão exagerada!

Já na casa de Alice, ela chorava.

- Que foi, minha baixinha? – perguntou Jasper.

- A Bella! Foi embora! E levou o Thony! Esta sem dinheiro, sem casa, sem nada!

Jasper foi abraça-la e afagou os curtos cabelos dela.

- Shhh... vamos sair por aí de carro e procura-la. Não se preocupe. Vamos.

Ele agarrou as chaves e ambos saíram pela cidade de Nova York.

Alice ligou para o celular de Bella. No 3°toque ela atendeu.

- Alô? 

- Bella? Bella?

- Alice?

- Sim! Graças a Deus! Onde você tá? Vamos te buscar! Está com frio, fome? E o Thony? Você...

- Calma, Alice. Não quero que venha me buscar.

- POR QUÊ!?

 - Porque não quero Alice! Não quero mais  ser uma Cullen. Eu te amo e amo seu irmão tanto que chega a doer... mas... não dá... não posso. Desculpe. E nem tente mais ligar para esse numero. Amanha mesmo troco.

- Bella! Onde você tá?

- Tô bem, segura e abrigada. Relaxe. Vá pra casa, descanse, tente me esquecer para sempre. Eu te amo. Tchau.

- Bella! – Alice gritou para o telefone mudo. Tentou discar mais algumas vezes, porem Bella havia arrancado o chip do celular.

- O que vou, amor? – perguntou Jasper.

- Vamos pra casa. Parece que a Bella... – Alice cotou toda historia para Jasper a caminho de casa e na casa de Jacob, Bella não conseguia pregar o olho. Então pegou o notebook. Começou a olhar em sites de empresas que precisassem de qualquer tipo de serviço que ela pudesse fazer. Achou um bastante interessante no shopping, numa loja de informática. Bella havia feito um curso técnico de dois anos e entendia um pouco daquilo.

Ela se casara tão nova, com 20 anos, e quase não terminou a faculdade de medicina. Aos trancos e barrancos, ela concluiu a faculdade e 3 anos antes, o curso técnico de informática.

Ela suspirou e depois de anotar o telefone, passou para o site de uma imobiliária. Encontrou um pequeno apartamento de 2 quartos. Amanha mesmo iria vê-lo. Ela havia juntado tudo que tinha desde seu primeiro ano na casa de Edward, para caso alguma eventualidade acontecesse. Só não esperava que a eventualidade fosse essa.

Mas, a todo caso, o dinheiro seria mais do que suficiente para o apartamento.

Quando eram 4 da manhã Bella levantou-se e foi para o banho na banheira. Ficou mais de 30 minutos pensando em como seria sua vida daqui para frente. Desempregada, pouco dinheiro, morando de favor e mãe de dois filhos de um homem que nem sabia que ela carregava o segundo na barriga. Não tinha pai nem mãe, nem irmão próximos, apenas Jasper. E  Jasper era noivo de Alice. Não queria contato nem com ele, pelo menos, por ora. Seus pais tinham uma casa em Hartford, Connecticut, porém viviam viajando. Esse mês saíram em um cruzeiro, ao atlântico e só Deus sabia quando iriam voltar. Mas ela não podia viver para sempre na casa de Leah e Jake. Eles tinham dois filhos! Bella suspirou e olhou o relógio.

5:30. Passara mais de uma hora na banheira, e nem se dera conta.

Levantou-se e secou-se com uma das inúmeras toalhas do banheiro de hospedes. Pegou uma escova de dente e escovou-os. Vestiu-se com uma calça jeans e uma blusa branca de botões frontais e de tênis. Secou o s cabelos e penteou-os. Quando já era 6 da manhã, ela desceu. 

- Leah, acordada tão cedo?

- E que te pergunto. Isso é hora de acordar? E vai sair?  -Leah analisou a roupa dela

- Sim, vou procurar emprego, passar numa corretora de imóveis, olhar um apartamento e depois vou procurar o Jasper, para perguntar se ele me leva para pegar meu antigo carro em Connecticut.

- Poxa, Bella. O quarto de hospedes tem goteiras?

- Não. Por quê?

- Porque está querendo ir embora da minha casa... parece que não gostou do quarto.

Bella riu.

- Não, é que eu preciso construir uma nova vida, L. Longe do Edward, longe dos Cullens.

- Você já parou para pesar que seu único irmão é quase casado com sua cunhada?

- Ex-cunhada.

- Por ora ainda é cunhada.

- Isso me lembra que tenho que passar em um escritório de advocacia ainda hoje e tratar do meu divorcio.

- Sim, mas e ai? Pensou ou não pensou?

- Pensei, L. – Bella ajudou Leah a colocar o café na mesa e ambas se sentaram, bebericando da xicara de café.

- E então. O que resolveu?

- Que quero continuar vendo ele, mas não o Edward.

- Bella, isso é quase impossível.

- Não é não.

- E o que vai fazer com o bebê?

- Bem, o Thony pode entrar em uma daquelas escolinhas que tem maternal-baby, para crianças a partir de dois anos. Ele é inteligente e...

- Não quis dizer o Thony. Quis dizer o bebê que tá dentro de você.

Bella arregalou os olhos.

- Que bebê? Não há...

- Há sim. Ontem à noite tive uns sonhos estranhos e você exala gravidez pelos poros. Meu povo sabe, Bella.

Bella olhou para Leah muito fixamente e enterrou o rosto nas mãos assentindo. Depois subiu as mãos para o couro cabeludo puxando os fios.

- Não sei o que fazer – gemeu.

- Bem, precisa contar ao Edward. Ele tem o direito de saber.

Bella ergueu o rosto com desespero.

- Não! Não quero falar com Edward Cullen nunca mais!

Leah balançou a cabeça.

 -Você ainda o ama.

- Sim! – gemeu ela e bebericou do café desenchendo xicara – tenho que ir – ela se levantou e caminhou até a porta.

- Pense no que eu te falei. – disse Leah.

- Vou... ver o que posso fazer.

Bella saiu e caminhou lentamente pela calçada.

Tinha que contar a Edward. Ela sabia. Mas não estava pronta. Não queria isso agora.

- Um dia ele saberá, bebê... – ela tocou a barriga – e ai, vai ver tarde demais.


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