Embry POV

            Estava andando ligeiramente irritado para a casa de Leah, não via ela á duas semanas, devido á uma coisa estranha que aconteceu comigo há um tempo, e precisava esclarecer umas coisas já que graças a essa coisa estranha, fui obrigado a ficar quase todo o tempo com Sam, o que provavelmente deixou Lee irritada.

            ‘Você não pode mais ficar com ela, Embry, Pro seu próprio bem’

            Como ele ousou dizer isso, achava mesmo que ele sabia o que era melhor para ela, depois do que fez com sua noiva... Aquilo me irritava, mas não podia rejeitar suas ordens. ‘Alfa idiota’ era tudo o que eu conseguia pensar...

***

           Cheguei a sua casa e a primeira coisa que vi foi a garagem, que só era ocupada pelo carro dela, senti um sorriso se abrir em meu rosto e sai correndo para apertar a campainha.

           Não demorou muito tempo e a porta se abriu, e a minha frente surgiu uma garota de 19 anos, não muito alta, com a pele cor de cobre, vestida com uma calça jeans clara e uma blusa de manga comprida listrada de branco com azul, e cabelos longos soltos que me recebeu com um sorriso.

            - Embry! – ela falou quase num sussurro, abaixando a cabeça para tentar impedir com que sua euforia saísse junto da voz.

            - Leah! – eu falei, puxado-a para um beijo cheio de saudades, com Lee me puxando para dentro de sua casa, então a consciência veio ao meu encontro e me lembrei o porquê de estar ali.

            Soltei nossos lábios e abaixei a cabeça para evitar encontrar o olhar de Leah, que me encarava sem entender o meu ato. Soltei um suspiro pesado e levantei a cabeça, encontrando seu olhar confuso e triste.

Senti uma dor imensa me percorrer por inteiro, eu não acreditava no que estava prestes a fazer.

            - Lee... – comecei, ofegante – E-eu q-quero t-ter uma co-conversa com você – gaguejei, rezando para não chorar ali mesmo na frente dela. Lee prendeu a respiração e fechou os olhos antes de me responder.

            - Tá... – respondeu apreensiva, entrelaçando nossos dedos e me puxando para a o sofá.

            Me sentei e fechei os olhos, procurando a coragem que não possuía e acabei por não a encontrar, então abri meus olhos e soltei um suspiro pesado e longo, enquanto me virava para encarar Lee.

            - Leah... – dei uma pausa demorada, pensando na melhor forma de dizer, mas nada me vinha á mente – Temos que terminar. – terminei rapidamente, Leah ficou paralisada por um minuto e pensei que havia terminado por aí, mas então vi os olhos de Lee se encherem de lágrimas, assim como os meus. Minha vontade era de desfazer tudo, mas não tinha como.

            - Por quê?! – perguntou, sussurrando.

            - Não tenho como explicar Lee, na verdade eu não posso... – respondi mordendo o lábio, pedindo para que ela não insistisse naquele assunto, senão acabaríamos como o Sam e ela.

            - Você achou outra? – questionou de novo, no mesmo tom de voz.

            - Não Lee, não é isso... É só que... Não podemos mais ficar juntos... Não fisicamente... E a não ser que você queira ser minha namorada por telefone a gente vai ter que parar por aqui. – respondi com pausas demoradas, esperando suas reações para saber se estava indo pelo caminho certo, e para minha surpresa, ela sorriu, mesmo que fraco, quando eu disse a ultima frase.

            - Então tá... – ela disse num tom baixo, mas não chegava a ser um sussurro – Você deve ter um bom motivo pra estar fazendo isso.

            - Por que diz isso? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

            - Você está chorando igual a um bebe Emb... – respondeu, passando o dedo no meu rosto, limpando as lagrimas.

            - Não pode falar nada. – rebati, passando meus dedos em baixo de seus olhos que ainda estavam chorando um pouco.

            Ficamos um bom tempo ali, encarando o outro, sem saber exatamente o que fazer já que por praticamente todas as nossas vidas nós ficamos juntos, e agora estava tudo “acabado”, a não ser que ela ainda aceitasse ser minha amiga...           

- Então, vai ser só isso? – quebrei o silencio, um pouco feliz, pensei que ia ser mais dramático.

            - É... Já que você não vai me trocar e a gente ainda pode manter contato não é?! – respondeu com um sorriso leve no rosto, óbvio que ela ainda estava triste, mas ainda fazia de tudo para mostrar o contrário – O que você pensou que ia acontecer?

            - Hum... Para ser sincero, eu pensei que eu ia chorar bem mais e que você ia ter uma crise de raiva... – respondi, e ri com a resposta junto de Leah.

            - Ai ai... Parece até que esqueceu como eu sou... Tem andando muito com o Sam. – ela disse brincando, mas aquilo me pegou de surpresa, fazendo meu sorriso desaparecer na mesma hora.

            - Lee, desculpe, eu... – queria me explicar por estar “seguindo” o Sam, mas eu não podia falar sobre o que havia me acontecido.

            - Ta tudo bem, eu só estava brincando... – ela falou rapidamente – Mas e ai, você terminou comigo agora esta mais musculoso... – ela disse, semicerrando o olho e fazendo um biquinho, num tom acusador que me fez rir.

            - Ah claro... – disse revirando os olhos – É que eu dei muito duro nisso aqui e não quero que estraguem.

            - Hunf, convencido. – ela disse, enquanto pegava minha mão e me guiava para a mesa de jantar, vi a mesa toda posta, e só então percebi que estava morrendo de fome.

            Sentei e havia macarrão ao molho sugo com calabresa. Queria devorar tudo, mas tinha que moderar, Leah era perceptiva e ia acabar estranhando a minha mudança de apetite repentina. Ela nos serviu e ficamos conversando coisas sem noção que aconteceram com a gente nesse tempo que não nos vimos.

            Terminamos e eu me levantei, não pretendia dormir ali, já estava sendo torturante o suficiente ter que ficar ao lado dela sem poder tocá-la, quanto mais dormir ao seu lado.

            - Mas então... – ela começou, colocando as mãos no bolso de trás – Você vai dormir aqui comigo, só pra matar a saudade?

            Olhei para ela, como poderia recusar um pedido daqueles, ainda mais com aquele olhar de cachorro abandonado dela.

            - Posso dormir se você quiser... – respondi, fazendo um sorriso se iluminar em seu rosto.

            - Então vamos, eu to morrendo de sono! – ela disse alegremente, enquanto subia as escadas, sendo seguida por mim.

            Chegamos lá em cima e já que a Lee ainda ia arrumar o cabelo e tudo mais, então fui escovar meus dentes antes dela, peguei um pijama meu que estava no closet e me joguei na cama.

             Estava quase dormindo quando senti um cheiro de baunilha ao meu lado, Lee. Abri meus olhos e vi ela acomodada sobre meu peito, como sempre, sorri e passei meus braços ao seu redor, voltando a fechar meus olhos.

~*~

            Então as imagens começaram a girar, deixando tudo completamente preto, enquanto íamos para a próxima lembrança.