“Isto é totalmente estranho” grunhiu Feliks enquanto tirava as folhas presas no seu cabelo.

“Shiu, eles ainda nos descobrem!” disse a sussurrar Elizabeta enquanto tirava os binóculos para olhar para Feliks.

“Eu devia ter ficado em casa.” pensou para si Feliks que estava a afastar as aranhas que tinha nos arbustos. Ele tinha saído de casa e ficado com a húngara e o nipónico sentado escondido atrás de um arbusto para poderem, pelo que ele percebeu, espiar os dois loiros que estavam na casa do outro lado da rua. O plano inicial era ficar no jardim de Kiku, mas Elizabeta preferiu outro arbusto porque tinha, segundo ela, melhor vista.

“Hey Kiku, o Arthur já avançou para a tenda?”

“Afirmativo.”

A húngara pegou rapidamente nos binóculos e começou a ditar:

“Inglaterra deu dois passos- não! Risca isto Kiku. Inglaterra lançou se para mais próximo da tenda para-“

“O Arthur nem se mexeu!” disse Feliks confuso.

“Unf, para mais próximo da tenda e abraçou o seu amado enquanto lhe sussurrava palavras de conforto.”

“Elizabeta, acho que devíamos adiar o abraço, ainda é demasiado cedo na história.”

Ela ficou pensativa mas rapidamente acrescentou: “Sim Kiku, mas podemos já escrever esta parte e acrescentamos depois de-“

“ALFRED O QUE PENSAS QUE ESTÁS A FAZER NO MEU JARDIM?” a voz de Arthur ecoou pela rua silenciosa.

“Pff, ele estraga o romantismo todo.” Disse ela frustrada “ Assim não vai haver a cena da tenda!”

Feliks nem se deu ao trabalho de perguntar o que seria a ‘cena da tenda’.  De súbito ouviram uma voz:

“Hum… o que vocês estão a fazer?”

Os três “espiões” assustaram-se e deram um salto, a medo, olharam para trás e deram de caras com Ludwig que olhava para eles com uma expressão confusa:

“Estávamos totalmente a…”

“A procurar o meu brinco!”

“Com binóculos? Sentada atrás de um arbusto que por acaso fica no meio do meu jardim?” perguntou ele levantando uma sobrancelha.

“QUANDO ABRIR A JANELA AMANHA, NÃO QUERO VER ESSA TENDA NO MEU JARDIM!”

“PORQUE NÃO? NÃO TE ESTOU A INCOMODAR!”

“PORQUE SE FICARES AI DE NOITE AINDA TE CONSTIPAS, ESTÁ A FICAR FRIO SEU IDIOTA!”

“ENTÃO DEIXA-ME ENTRAR E OUVE O QUE TENHO PARA TE DIZER!”

“NÃO!”

“ENTAO NÃO ME OUÇAS E DEIXA-ME DORMIR LA DENTRO!”

“TU NÃO CABES NO SOFA! ALÉM DO MAIS A TUA CASA FICA AQUI EM FRENTE!”

“ENTÃO DEIXA-ME DORMIR NA TUA CAMA!”

“Oh meu Deus! Kiku, estás pronto?!”

O japonês assentiu com a cabeça e voltou a pegar na caneta para escrever enquanto a húngara lhe ditava velozmente:

“Após o convite para dormirem juntos, os olhos de Inglaterra reluziram e ele corou.”

Ludwig bateu com a palma da mão na testa e suspirou. Feliks olhou para ele curioso e o alemão disse atrapalhado:

“Eles no outro dia estavam a fazer isto quando me viram c-com o Feliciano a j-jantar.”

“Eles são totalmente doidos…”

“O Kiku tem demasiado medo da Elizabeta para não fazer o que ela manda.”

“Eu ouvi isso!” disse ela ao parar de ditar para responder chateada.

“Esta a ficar frio, e já que estão no meu jardim, não querem entrar para tomar chocolate quente?” ofereceu Ludwig.

“Sim! Da janela do  quarto do Gil temos uma melhor vista para os espiar!” disse Elizabeta a radiar de alegria.

O alemão suspirou e começou a dirigir-se para a entrada de sua casa. Ia a abrir a porta quando ouviu um trovão enorme.

“AAAAAARTIE VOLTA! FICA COMIGO! E-EU TENHO MEDO DE TEMPRESTADES!”

“Pobre Arthur…” pensou Ludwig “Da última vez que o Feliciano me disse o mesmo tive dormir dentro do carro…”

##

Romano Tomato diz:

Está silencioso isto aqui…

Feli le Pastalover diz:

Sim, a esta hora devem estar todos a dormir.

Ah fratello, o António esta aí?

Romano Tomato diz:

Não. OU melhor, está. Mas não me parece que consiga dizer alguma coisa.

Feli le Pastalover diz:

O que lhe fizeste desta vez? D:

Romano Tomato diz:

Lembras-te daquelas frutas de barro que parecem reais que ele tinha encima da mesa?

Feli le Pastalover diz:

Lembro sim, já tentei comer aquela laranja muitas vezes. Mas o que tem a ver?

Romano Tomato diz:

Digamos que lhe atirei com o tomate falso por engano.

Feli le Pastalover diz:

Ouch… pobre António…

Francis | Je suis entouré par des idiots diz:

Ahh, le amour… Parfois est douloureuse…

##

Lovino decidiu ignorar a mensagem de Francis. Esticou as pernas para pousar em cima da mesa e António, que estava deitado no outro sofa olhou para ele intensamente. Ao sentir-se observado Lovino disse :

“Que foi agora idiota?”

“Lovi… Quero dormir~”

“Ninguém te impede…”

“Mas dói-me a cabeça… Isto é culpa tua… Podias fazer-me festinhas no cabelo até eu adormecer~”

Lovino ficou vermelho e suspirou. Ele ia apenas fazer aquilo para não ficar com remorsos, não porque gostava de mexer no cabelo ondulado do espanhol.