Marotos - Uma Nova História escrita por Sara_McGonagall


Capítulo 35
Corvos encarcerados


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo gente, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/161684/chapter/35

— Quer dizer que... – começou Olivia enquanto estava encostada na porta do banheiro do dormitório das meninas - ... você conheceu o Sr. Potter?

— Humhum... – gemeu Sarah que estava com a boca cheia de água enquanto escovava seus dentes – ok que foi a maior vergonha que passei na minha vida porque estava tão fula da vida com James que... só vi o Sr. Potter depois que tinha soltados os hipogrifos pra cima do garoto.

— E o que foi que ele fez? – perguntou Olivia curiosa e Sarah terminou sua higiene pessoal, guardou em um saquinho de veludo e então encarou a garota.

— Ele caiu na gargalhada... – disse Sarah saindo do banheiro e indo até o dormitório novamente.

— Ele o quê? – perguntou Olivia outra vez. Sabia que pelo menos ali, no dormitório podiam conversar sem maiores problemas. Mas fora dele...

— Isso que eu disse... caiu na gargalhada... – respondeu Sarah jogando o estojo no malão e começando a vestir seu uniforme - ... literalmente... e disse que eu e James lembrava a época de namoro com a Sra. Potter...

— E ele é tão másculo como falam? – perguntou novamente Olivia.

— SE....  – disse Sarah agora se sentando na cama e encarando Olivia que parecia empolgada com a conversa- ... você está me perguntando se ele é tão bonito quanto o filho... bem, ele é... digo... para um senhor da idade dele, ele é bem bonitão... mas sei lá... ele parecia... estranho...

— Como assim? – falou Olivia e Sarah então deu de ombros.

— Não sei... eu sabia que quando James nasceu... os pais dele já tinham certa idade... e... bem... não esperava ver o Sr. Potter dessa forma...  – disse a garota e Olivia a encarou curiosa. -  Sabe... ele parecia bem sofrido... digo... quase que... se entregando...

— Pudera não é? Tudo pelo que o coitado lutou para tentar provar sua inocência... – disse Olivia lhe encarando - ... a morte da irmã... a traição do irmão... era de se esperar que ele sentisse o fardo...

— É... não tinha pensado nisso... – disse Sarah - ... foi bom conhecê-lo, mesmo que por pouco tempo, pelo menos ele me deu uma luz sobre esses brincos...

— Do que você está falando? – perguntou Olivia.

— Foi a Sra. Potter quem enviou para mim... – disse ela com um suspiro - ... só... não me pergunte porque...

—  James falou sobre vocês? – perguntou Olivia novamente e Sarah deu de ombros.

— Talvez... Sr. Potter deu a entender que sim... – respondeu a garota se olhando no espelho. Se os brincos eram da mãe de James, bem, não seria certo ficar com eles, afinal, não tinham um relacionamento não é? – Mas, isso já não importa... vou devolve-los. Não é justo ficar com ele sendo que não temos mais nada...

— Não foi isso que Remus me contou... – respondeu Olivia melodiosamente  o que fez com que Sarah a encarasse. A amiga ainda fez um belo passo de balé e sentou-se na cama de Sarah a encarando. Sarah cruzou os braços a espera de que Olivia continuasse e ela então dera um sorrisinho enigmático, levantou-se e foi até a frente de Sarah e sorriu ainda mais - ... James deixou escapar que aconteceu alguma coisa entre vocês enquanto voltavam para o castelo... vai me contar o que realmente aconteceu?

— Não aconteceu coisa alguma... – respondeu Sarah agora pegando a mochila e jogando alguns pergaminhos dentro, mas Olivia a fez parar e a encarar - ... tá... nós discutimos e no “calor do momento”, acabamos nos beijando... foi isso...- Sarah então vira novamente Olivia parar em sua frente – O que é?

— Foi só um beijo? – a cara que a amiga fez a ela parecia insinuar outra coisa.

— Você não estava zangada com ele por ser um idiota? – tentou Sarah desviar o rumo da conversa mas Olivia deu de ombros.

— Estou ainda se quer realmente saber...  – respondeu Olivia, então dera um suspiro cruzando os braços - ... mas você é completamente apaixonada por aquele palhaço... o que posso fazer se quero ver você feliz?

— Oli... – tentou dizer Sarah mas Olivia a cortou.

— Nada de Oli Ok? Realmente acho que Potter é um babaca por ficar fazendo esses joguinhos... mas... Remus me assegurou que ele realmente é maluco por você...  – falou Olivia – Não conte ou pergunte nada a Remus está bem? Ele esta realmente preocupado com James, e acha que você é a única que pode colocar juízo na cabeça daquele maluco.

— Ele já me disse isso uma vez... – disse Sarah – o Remus... mas não sei se isso é realmente verdade... mas mesmo que tenha rolado alguma coisa... já acabou... antes mesmo de sairmos daquele túnel ele já havia demonstrado que aquilo foi um erro... e eu tratei logo de sair dali antes que acabasse dando um Avada nas fuças daquele garoto.

— Olha Sah... por mais que você tente, não consegue esconder que o ama... é só ele meter os pés pelas mãos que você sai em socorro... e o mesmo acontece com ele...  – começou Olivia mas Sarah a interrompeu.

— Pode ser Oli... por mais que ele seja um imbecil egocêntrico... eu me importo com ele... mas agora estou colocando um ponto final nessa história... Hogwarts precisa da nossa ajuda... a Ordem precisa... Dumbledore... – então ela fechou a mochila e jogou-a sobre um dos ombros, senti-o doer um pouco mas não demonstrou - ... enfim, eu vou me tornar uma auror... e continuar o trabalho do meu pai... seja ele qual tenha sido... e se encontrar bruxos como Carrow no meio do caminho... vão ter o mesmo destino do meu pai...

— Seus pais teriam orgulho de você sabia? – disse Olivia com um sorriso – MASSSS... – agora era ela quem pegava a mochila - ... para isso temos que passar nos nossos NIEMs e cá entre nós, me dá um frio na barriga sempre que penso nisso...

— É minha amiga... temos que nos dedicar ao máximo se quisermos passar nesses exames... – respondeu Sarah.

— Isso se Carrow o imbecil nos deixar... ele só faltou mandar a gente esfregar as pedras das masmorras... – disse a menina acompanhando Sarah para fora do dormitório - ... ouvi que Midgen ficou fedendo a poção de limpeza por três dias...

— E eu aposto com você... que ele não vai deixar a gente estudar... – respondeu Sarah - ... tivemos sorte de não termos sido pegos ainda com a Armada... mas não sei se vamos conseguir manter ela firme e forte por muito mais tempo... ele vai ficar colado em nós feito uma sombra.

— É... concordo com você... – disse Olivia enquanto desciam para a sala comunal que começava a ficar apinhada de gente. Atravessaram a sala e foram em direção aos corredores para a aula. O sétimo ano teria uma aula de Herbologia, juntamente com os alunos da casa Hufflepuff e Slytherins.  A aula transcorrera até anormalmente bem. Identificar plantas e separá-las de acordo com seu tipo e nomenclatura não era algo tão difícil. Embora Sarah percebesse que sua professora Sprout não estava muito contente já que isso com toda a certeza não cairia nos seus NIEMs. E o fato de ter de reenvaza-las acabou tomando tanto tempo dos alunos que Sarah mal teve tempo de olhar para o lado. Na aula de feitiços o professor Flitwick por sua vez, decidiu que já que não poderia ensiná-los os feitiços que provavelmente cairiam nos seus NIEMs, optou por pelo menos mostrar-lhes novamente os feitiços convocatórios, assim eles estariam treinados para pelo menos fazerem alguns pontinhos e não zerarem de vez a prova. O desagrado estava estampado no rosto dos alunos, não só neles como também nos dos professores que estavam se vendo obrigados a usar a “cartilha de ensino” que Amycus Carrow I estava lhes impondo.

— O que exatamente o professor Flitwick está tentando fazer? – perguntou Peter a Sarah enquanto estavam em um grupo praticamente empurrando um boneco de treinamento de um para o outro.

— Veja o lado bom... – disse Sírius agora fazendo um floreio com a varinha e o mandando para Remus - ... pelo menos vamos poder convocar a prova caso ela saia voando...

— Carrow não nos quer preparados... – disse James finalmente enquanto o professor Flitwick aparecia do seu lado.

— Muito esperto Sr. Potter... – respondeu o professor - ... sugiro que aulas particulares em sua torre possam ser muito bem aceitas por seus colegas... já que teve acesso a um vasto arsenal de conhecimento com sua família...

— É o que estamos fazendo professor... – disse ele com um sorriso.

— Ótimo... instruirei meus alunos a fazer o mesmo...  – respondeu o professor – belo feitiço expulsório Srta. Perks.

— Obrigado professor...Tem de ser perfeito se eu quiser chutar alguns desse castelo... – respondeu ela olhando para o grupinho onde estava Mandy Wilson e suas amigas.  Mandy quando viu o olhar de Sarah praticamente se escondeu o que fez com que a garota ficasse um tanto confusa.

— Bem alunos... quero que treinem... e treinem muito. Pois... bem... vocês precisaram para as Provas... – disse o professor Flitwick -  e que Merlin os ajude....

James praticamente desapareceu com Sírius em uma das passagem enquanto Olivia, ela e Remus seguiram para a aula de Transfiguração. Mal tiveram tempo para um “almoço” se é que podia-se chamar aquela comida de almoço. O gosto estava tão ruim que tanto ela quanto Olivia preferiram seguir caminho ao invés de permanecer no salão principal. Isso lhe deu tempo para chegar na sala da professora McGonagall antes de toda a turma.

— Bom dia Professora McGonagall... – disseram as meninas enquanto sentavam-se em suas cadeiras.

— Ora... a julgar por sua chegada tão adiantada... devo presumir que o almoço não era dos melhores... – disse a professora e as meninas fizeram uma careta. - ... isso já está passando dos limites...

— E não há nada que possamos fazer professora? – perguntou Olivia – Essas atrocidades tem de acabar...

— Creio que enquanto o Ministério continuar a encobrir as coisas... não temos como agir diante disso... – respondeu a professora com um suspiro - ... prometi a Dumbledore que me manteria firme e ajudaria os alunos, mas não sei por mais quanto tempo eu poderei me manter aqui.

— A senhora já providenciou o que Moody pediu? – perguntou Sarah, havia mandado Olivia dar-lhe um bilhete para chamar menos atenção.

— Sim, já providenciei para que seja levado e entregue a ele. – disse a professora – Mas tenho certeza de que algo foi retirado...

— Como assim? – perguntou Sarah e Olivia Curiosas.

— Alguns meses atrás, entrei na minha sala e notei que as coisas do professor Binns haviam sido mexidas... Lorigan achou graça na época, e até usei desse artifício para confrontar Carrow, mas não houve investigação e, bem, eu acabei deixando isso para depois.

— Mas quem poderia ter entrado na sua sala? – perguntou Sarah.

— Não temos como saber infelizmente... – disse a professora - ... e muito menos saber o que foi levado. Mas encaminhei o que foi preciso, e espero que Moody consiga ver algo que nós não conseguimos...

Sarah então trocou olhares com  Olivia, os alunos estavam começando a chegar e, então, a professora voltou para a frente da sala a espera para dar início. Fosse o que fosse que haviam retirado das coisas do professor. Provavelmente era isso que Moody estava procurando.

—_________________

Duas semanas se passaram desde o encontro com o Sr. Potter. James estava cada dia mais e mais inquieto o que queria dizer que seu pai estava com problemas. O garoto sempre teve essa ligação forte, e assim como seu pai o encontrou quando enfrentou seu tio traidor William, talvez isso funcionasse como um “rastreador mágico”. Mas mesmo que Padfooth lhe dissesse que era só coisa de sua cabeça. Carrow também andava pior do que antes. Sua obsessão por tornar a vida dos alunos um inferno estava saindo do controle. Os elfos já não estavam mais prestando seus serviços como antes. Estavam a maioria trancafiados nas masmorras. Os fantasmas eram os únicos que Carrow não tinha controle absoluto, principalmente Pirraça, e este juntamente com a Dama Cinzenta, faziam o possível para irritá-lo. Ouviu-se  um burburinho sobre o diretor estar trabalhando em um feitiço para escravizar os fantasmas, mas nada tinha sido confirmado ainda, embora todos não duvidassem. A torre de Dumbledore continuava trancada, e o fato de não ter mais elfos para cuidarem do castelo tornou-o praticamente uma enorme e mal cuidada prisão. Os próprios alunos estavam fazendo o trabalho duro. Se queriam algo limpo, eles mesmo tinham de limpar. Por ordem da professora McGonagall, a torre da Gryffindor estava tão limpa quanto na época dos elfos, isso se não estivesse mais. Porém, em meio a tanto Caos ainda assim era possível quatro garotos serem marotos e se divertirem quando tinham chance.

— Vai me dizer porque está tão apressado Prongs? – dizia Sírius seguindo o capitão escadaria abaixo.

— Eu já te disse no dormitório cabeçudo...  – dizia James - ... estamos sem um pingo de comida decente, vamos até o Cabeça de Javali. Albelforth deve poder contrabandear alguma coisa para dentro do castelo.

— Ah era isso? – perguntou Sírius – Achei que ia aprontar alguma coisa com o idiota do Carrow...

— Já tenho planos também para isso...  – disse o garoto com um sorriso nos lábios. – Ele não perde por esperar...

— Porque nunca vimos ou ouvimos falar sobre essa passagem? – perguntou Sírius olhando em volta – Não tem cara de ser uma das velhas passagens de Hogwarts na verdade é até bem mais “habitada” por assim dizer do que aquelas de dentro do castelo.

— Bem... talvez porque essa somente Dumbledore e o irmão dele conheçam... – respondeu James -  E no caso agora nós... mas infelizmente não tem como colocá-la no mapa...

— Cara se eu soubesse dessa passagem antes...  – começou Sírius.

— Você não teria feito nada... tem uma “vigia” do lado de fora sabia... não sei da história da menina do quadro a não ser que o nome é Ariana...

— E ela é gata? – perguntou Sírius abaixando a cabeça para não bater em uma das luminárias de latão.

— Eu lá fiquei reparando no retrato Padfooth...  – disse James meneando a cabeça - ... além do mais, Albelforth me dá arrepios...

— Uuuuuhhhhh.... Prongs você anda muito sensível esses dias.... – disse Sírius e James dera-lhe um pecotapa.

— É por ali Cachorrão... e não me venha com essa de sensível... estou tentando ser mais racional.... – respondeu James então Sírius parou e o encarou.

— Desde quando? – Perguntou Sírius então passou na frente dele e continuou seguindo pelo túnel. – Ei... responde... desde quando? Em 7 anos você nunca foi uma única vez racional, porque agora?

— Não sei...  muitas vezes acabei metendo os pés pelas mãos... – disse James subindo as escadas, a essa altura já tinham chegado a entrada com o retrato de Ariana - ... sinto que as coisas vão ficar ainda mais perigosas e não posso sair feito um maluco desvairado colocando a vida de vocês em perigo.

— Quem te viu e quem te vê... eu ainda acho isso uma babaquice se quer mesmo minha opinião... – disse Sírius.

— É... não quero saber sua opinião... – respondeu James dando três batidinhas na passagem e então ela girou mostrando o porão do Cabeça de Javali. – E ai Albelforth, sei que não é muito do seu feitio mas acho que a professora Minerva lhe contou sobre o que está sendo viver naquele castelo.

— Sim... mas não pense que fora dele está diferente... – disse Albelforth com o mesmo tom sério de sempre - ... Você sabe quem pode ter recuado mas ainda assim mantém muito do que conquistou... incluindo o Ministério.

— Mas se sabem que o Ministério foi corrompido... porque não fazem nada? – perguntou Sírius agora encarando o estaleiro. – Porque não se revelam ou atacam?

— Não seja tolo rapaz... quem iria se opor ao Ministro da Magia... – disse Albelforth indo até um canto e pegando uma enorme caixa - ... existem bruxos bons sendo obrigados a fazer mal aos outros... mas também existem aqueles que escolheram ser maus... e são esses a maioria que está dentro do Ministério... o medo se instaurou na comunidade bruxa Potter... é só questão de tempo para que todos nós com sorte iremos parar em Azkaban...

— Não vamos deixar isso acontecer... – disse James e Sírius confirmou.

— A única esperança é Dumbledore voltar a Hogwarts... – disse ele - ... uma vez lá... ninguém vai poder ameaçar mais ninguém do lado de fora....

— Estão ameaçando os estudantes... – disse James sério - ... isso explica porque a maioria não voltou e os que voltaram não conseguiram mais sair...

— O que nos leva a isso... – disse James - ... a professora minerva pediu para entregar a Moody, sei que vez ou outra ele aparece aqui buscando informações.

— Faz algum tempo que não aparece por essas bandas... mas pode deixar que eu mesmo entrego a ele se for preciso... – disse Albelfort - ... além disso, está com a lista?

— Sim... – mostrou Sírius - ... não acho que vá ser difícil de conseguir, a situação esta realmente muito desesperadora... e a falta dos elfos e da comida está começando a deixar as pessoas nervosas.

— O que for preciso... podem falar comigo... – disse Albelforth encarando os garotos – Só preciso que recrutem os alunos dispostos a vir pegar os mantimentos.

— Molezinha... – disse Sírius – nada que um pequeno feitiço diminuidor não resolva. Vai caber tudinho dentro de uma bolsa de moedas...

— Boa saída Padfooth... – disse James olhando em volta -  ... porque não me diz exatamente o que vai para o castelo? Assim já posso ir diminuindo enquanto o Black empacota.

Um a um dos itens que havia na lista (que era exageradamente enorme) de acordo com Sírius, os garotos foram colocando dentro do pequeno saco de moedas extenso que Remus havia enfeitiçado. James então olhou para o Estaleiro e sorriu maroto.

— E aquele “item especial” que pedi para ver na Zonkos? – perguntou James e o homem o encarou. Então começou a olhar em volta.

— Que “item especial” é esse? – perguntou Sírius no momento exato em que Albelforth pegava uma caixa grande e fechada com um lacre.

— Até onde eu sei... isso é realmente proibido na escola não é? – disse o estaleiro com um sorriso matreiro.

— É... eu sei... mas não vou largar isso quando tiver alunos por perto, aliás a não ser os sonserinos, nenhum outro aluno está indo ao salão principal nesses últimos dias...

— Isso é... – começou Sírius com um sorriso ainda mais brilhante do que de costume - ... o que eu acho que é?

— Pode ter certeza meu caro Padfooth... – disse James com seu costumeiro sorriso maroto nos lábios – Bumerangues de repetição amaldiçoados...

— O que está planejando exatamente? – perguntou Sírius e James dera um sorriso enigmático.

— Em breve você vai saber Padfooth... – respondeu James - ... muito em breve eu suponho... tudo da lista está aqui Albelforth?

— Sim garoto... – disse o bruxo - ... não esqueça de  me contar com detalhes seja lá o que vocês estão planejando para criar o caos naquele castelo.

— Pode deixar... – disse James com um sorriso entrando logo após Sírius novamente pela passagem.

O trajeto não fora tão difícil,  James já estava se acostumando aquele túnel e a sala vem e vai que sempre lhes deixava a salvo quando mais precisavam. Naquela noite não diferente das outras, a sala acabou os deixando no corredor Oeste, a poucos metros da passagem que dava a escadaria da Gryffindor. Quando Sírius e ele saíram por detrás da armadura dourada algo lhe chamou a atenção. Sarah estava sentada ao lado de uma garotinha que parecia chorar desesperada. Sírius não vendo o amigo o seguir voltou e então James lhe mostrou mais a frente.

— Deixe me ver... – dizia Sarah a menina loira que tinha os olhos vermelhos e soluçava. Ela então levantou as mangas da camisa branca que agora parecia rosada e soluçava ainda mais.

— Se eu pegar aquelas cobras... eu.... – era possível ouvir a voz de Olivia mas os garotos não a viam.

— Veja... – disse Sarah – já está cicatrizando... daqui a pouco já não vai mais doer... olhe.. – então a garota puxou a manga de seu braço direito e mostrou para a menina - ... ela some com o tempo, não vai ficar marcada... Oli, me dê aquele tônico que te dei.

Um braço então se alongou por detrás da parede, Olivia estava também ali, embora eles não conseguissem vê-la. Sarah então pegou o pequeno frasco, tirou um lenço de dentro das vestes, deixou o líquido cair sobre o lenço e então colocou na mão da menina que fez uma careta.

— Não se preocupe... vai arder um pouquinho mas já já você não vai mais sentir nada Alexia.... – dizia Sarah amarrando a mão da menina com o lenço, mas ela ainda continuava a chorar.  – Se eu lhe mostrar uma coisa... você promete que não chora mais? – A menina ainda soluçando meneou a cabeça – Tudo bem... – Sarah então pegou a varinha e fizera um floreio – Stella Cascadia.

Uma luz branco perolada saiu de sua varinha e subiu para o alto pairando sobre as duas, lentamente pequenos ponto de luz começaram a aparecer como se o teto do corredor estivesse estrelado e com um movimento simples da varinha de Sarah, elas começaram a cair em uma chuva de estrelas. James pode notar que a pequena menina que antes chorava estava deslumbrada com o feitiço. Na verdade nem ele mesmo conhecia, mas, era realmente adorável.

— Que lindo! – exclamou Alexia e então Sarah sorriu – Você me ensina?

— Claro... quando as coisas voltarem ao normal... eu prometo a você que vou ensinar... – disse Sarah levantando-se e pegando na mão de Alexia – Venha... é melhor voltarmos para a torre antes que aquele diretor dos infernos apareça. Sarah então desapareceu no final do corredor e  James ouviu a voz de Sírius.

— Isso foi incrível...

— É...  – respondeu James - ... ela é realmente incrível...

— Não foi isso que eu disse... – respondeu Sírius com um sorriso maroto.

— Vamos... temos de alimentar os leões e... planejar nosso próximo ataque... – respondeu James ignorando o comentário de Sírius. Rapidamente James percorreu os corredores em direção as escadarias, tinham de levar as provisões para a torre antes que Amycus Carrow resolvesse aparecer.

—_________________________

Zachary Turttle acordou repentinamente em seu quarto e olhou em volta. Tinha a mais absoluta certeza de que ouvira algo vindo do jardim. A touca que pendia de sua cabeça cobria-lhe um dos olhos e imediatamente alerta e furioso jogou para longe os cobertores. Colocando as pernas para fora da cama a procura dos seus chinelos.

— O que foi que deu em você? – perguntou a esposa sonolenta vendo o marido praticamente saltar da cama e ir para a janela.

— São aqueles pirralhos de merda no nosso jardim novamente. - disse

irritadamente - Não te disse que eles estavam entrando em nossa propriedade  à noite, pisoteando minhas begônias e roubando meus tomates? Pirralhos! – cuspiu ele. – Onde diabos estão minhas botas!

A esposa então resmungou algo inaudível e deixou que Zachary fizesse o que quisesse. Menos mal afinal era naquela noite que aqueles sem vergonhas iriam ver do que ele era capaz. Vestiu seu velho roupão, fuçou dentro do armário de vassouras atrás de suas galochas e então depois de jogar por cima dos ombros seu roupão xadrez ele descia as escadas com uma enorme espingarda nos braços. Com o ranger da porta que bateu contra a parte exterior do muro ele gritou para quem estivesse do lado de fora ouvir.

— Tudo bem, seus vândalos! Larguem meu tomates e tratem de sumir antes que eu os veja... ou seus traseiros vão ser alvo da princesa aqui! – e deu tapinhas suaves no capo da espingarda. Ele então levantou a arma com a mão apontando perigosamente para a escuridão do outro lado da casa.

Foi então que uma luz piscou no meio daquele mar negro da floresta mais a frente.

— Mas que raios em nome de Deus é isso? – falou Zachary estreitando os olhos para tentar distinguir o que era aquela luz. Uma nova luz, agora na cor branca caiu sobre ele iluminando-o com um raio branco que o cegava e que parecia zumbir fracamente. Zack então congelou, sua arma ainda com o cano apontado para o mar negro da floresta, na direção de onde vinha o raio de luz. Lentamente, ele começou a descer as escadas e andar em direção ao agora faixas de cor coloridos que explodiam aqui e acolá dentro daquela imensidão negra que era a floresta nos fundos de sua casa. Seu queixo barbudo produzindo uma longa sombra sobre a frente de sua roupa de dormir. Lentamente foi se aproximando com a arma ainda apontada, pronta para atirar ao qualquer movimento suspeito ou ameaçador contra ele.  O Homem então arfou vacilante, e quase deixou sua arma cair. Meneou a cabeça rapidamente recuperando-se do susto e sem tirar os olhos dos lampejos que zuniam mais a frente pé por pé foi se aproximando.  Por trás de um tronco nodoso e grande ele então se escorou respirava rapidamente pois não tinha idéia do que estava produzindo tais brilhos. Um deles quase o acertou enquanto tentava se aproximar. Lentamente foi virando o rosto e então curvando seu corpo para poder ver o que estava acontecendo no meio da floresta. O homem estremeceu diante do que seus olhos estavam vendo. Dois homens, parecendo furiosos pareciam empunhar uma espécie de varinha que jogava raios de luzes coloridas um contra o outro. O de chapéu de coco fazia um movimento como se estivesse dançando enquanto chuva de raios cor de laranja era jogado contra o homem com um sobretudo negro do outro lado. As bolas laranja então eram defendidas e uma delas passou raspando pelo nariz de Zachary que novamente se escondeu atrás de seu esconderijo improvisado. Ele estremeceu diante daquilo, seus joelhos tortos curvaram-se numa forma de encolhimento alerta. Mastigou sua dentadura, nervoso. Então, num estouro de vapor e assobios,  o topo da árvore onde ele estava fora pulverizada.

— Arre!  - bestemou ele engatinhando para outra árvore ainda mais próximo. Tinha de ver quem eram os invasores de suas terras, e qual era o motivo daqueles fogos de artifício! Se algum deles acertasse sua plantação de Fêno, as coisas iriam se complicar. Não se dera conta de que as luzes haviam cessado, respirou fundo e então saiu de trás de seu esconderijo. Uma figura estava parada, diante de outra que estava estirada a poucos metros de onde Zack estava. Ele respirou e levantou sua arma apoiando-a no seu ombro. Houve uma explosão de luz avermelhada e ele então pulou. Tentou apertar o gatilho, mas nada aconteceu. O gatilho havia mudado, transformando-se em um pequeno botão ao invés da confortante volta metálica. Ele olhou para a arma e a segurou em sua frente, chocado. Não era mais sua arma. Era um guarda-chuva pequeno e com um falso cabo de madeira. Ele nunca tinha visto aquilo antes. Percebendo que estava na presença de algo verdadeiramente

sobrenatural, o homem largou o guarda-chuva e caiu de joelhos amedrontado. A figura não era muito alta mas também não era pequena.  Estava vestida com um sobretudo escuro, e uma luz vinda por detrás dele não deixava que Zack o visse com clareza. A figura então começou a andar em sua direção e seus passos pareciam incomumente cautelosos, quase desajeitados. Meio aos tropeços a figura foi para cima de  Zack  que se arrastou desesperadamente para trás, horrorizado enquanto a figura claramente de um homem começava a se aproximar.

— Trouxas... sua hora está por chegar... – disse a figura. O Homem podia ver tamanho desprezo e fúria naquelas palavras.  Baixou sua cabeça quando a figura apontou-lhe um objeto mais parecido com uma das agulhas de tricô de sua esposa e a ponta começou a brilhar.  – Sua escoria... estão com os dias contados... o Lord das trevas não terá piedade...

Zack fraquejou com um olhar de preocupada confusão em sua face mas a figura então olhou para um pedaço de pergaminho que tinha em suas mãos ao mesmo tempo que olhou para o pulso. Com um estampido ensurdecedor, a figura sumiu em uma nuvem de fumaça escura deixando o pobre e velho agricultor sentado no meio da vegetação. Zack engatinhara até onde estava o guarda-chuvas e pegou-o em suas mãos. Se bem lembrava-se haviam dois... onde é que estaria o outro? Ainda sem entender coisa alguma o pobre homem foi andando em meio a penumbra das plantas altas e então viu o chapéu coco em seu pé e abaixou-se para pega-lo. Parecia de boa linha, o preço também devia ter sido caro embora não conseguisse distinguir a cor.

— Deve ter se embrenhado na mata... – disse Zack agora olhando em volta -  E NÃO VOLTE MAIS!

Sua voz ecoou pelas árvores e o vento gélido roçou em sua face. Quando foi dar mais alguns passos tropeçou em alguma coisa que parecia mais um enorme tronco. O Vento novamente zuniu entortando a plantação mais alta que o cercava e ele pode ver então que o tronco na verdade, não era um tronco. Era uma pessoa... o homem de chapéu coco jazia ao seu lado.

—__________________

Com todos os afazeres e detenções daquela semana, os alunos mal estavam tendo tempo para conversarem entre si. O contato com as outras casas era cada vez mais escasso. Ao que Sarah entendia parecia, não, ela já tinha certeza de que Amycus não queria que eles “formassem um exército”. Ou seja, cada casa sozinha era mais fácil de lidar do que com todas ao mesmo tempo.

— Mas é claro não é? – dizia Emme na ponta da mesa improvisada no meio do salão comunal – Vocês viram ao que fomos reduzidos? Se tiver uns 50 alunos em cada casa é muito!.

— Nesse ponto tenho de concordar com a Vance... – dizia Remus sentado no sofá ao lado de Olivia como o prato de empadão em cima de uma mesa improvisada na almofada - ... já que não consegue controlar a escola toda, ele a dividiu para que conseguisse melhor resultado.

— É mas mal sabe ele que mesmo separados temos como nos comunicar... – disse Frank com um sorriso fazendo todos ali sorrirem. Bem quase todos, Sarah notou que Wilson já não era mais a mesma. Fazia dias que ela não implicava com ela, nem ao menos dizia alguma idiotice e isso não era normal.

— Não que eu esteja reclamando... – disse ela para Alice que estava sentada ao seu lado - ... mas o que deu com a Wilson?

— Você não soube? – perguntou Emme agora sentando-se mais perto das meninas – Parece que as cobrinhas andaram pegando ela para um “papinho particular”...

— Achei que ela fosse muito amiga da priminha do Sírius... – respondeu Sarah e Emme meneou a cabeça negativamente.

— E aquilo lá tem amigos? – disse Sírius a meio rumo da boca com uma colher de empadão – Bella só tem duas coisas... vítimas ou possíveis fontes de informação... no caso ela ali... é a segunda...

— E desde quando essa daí sabe de alguma coisa? – perguntou Alice.

— Eu posso dizer uma “terceira coisa” que a faria ajudar Bellatrix... – disse Sarah e então eles a encararam – A profunda obsessão dela por me destruir...

— Devo dizer que não é só em você que ela mantém essa “doce obsessão” -disse Remus agora com um sorriso e apontou para James na poltrona próximo a lareira  que o encarou bebericando uma garrafa de cerveja amanteigada - ... nosso ilustre capitão aqui também é alvo das maluquices dela...

Mais ou menos nessa hora Peter entrou pelo buraco no retrato um tanto afoito. Sua respiração era de quem havia corrido uma maratona e gotas de suor brilhavam em seu rosto.

— Estava fugindo da forca? – brincou Frank mas o garoto deixou-se cair nos tapetes do salão enquanto tentava colocar sua respiração o mais normal possível.

— Não... alguns alunos da Ravenclaw foram pegos enfeitiçando as paredes da Ala Oeste... – disse Peter respirando fundo e fazendo alguns intervalos para pegar fôlego - ... Carrow os levou para as masmorras e acreditem, nunca ouvi gritos assim antes...

— A quanto tempo eles estão lá? – perguntou James já em pé.

— Não tenho idéia... a Mortington, aluna do terceiro ano me encontrou nas escadarias e pediu ajuda. Mandei ela procurar a McGonagall e então desci para ver... o estrago que fizeram no Cooper...

— Eu falei para aquele corvo Mané não se arriscar de novo... – disse Remus meneando a cabeça e todos o encararam - ... Os texugos inventaram uma tinta muito elaborada... aquela que quando você tenta apagar acaba replicando o desenho... como o Carrow estava chegando perto na descoberta dos texugos, sugeri que eles se unissem com os corvinais para assim desviar a atenção direta sobre os lufanos... mas pelo visto o Cooper fez besteira...

— Ok... – disse James devolvendo a garrafa sobre a mesinha de centro. – ... está na hora de soltar as minhas belezinhas...

— Mas aqueles bumerangues não vão acertar também os inocentes não? – perguntou Emme.

— Não se forem lançados exatamente na sala onde está sendo feito a reuniãozinha com o nosso diretor... – disse James com um sorriso maroto.

— E como vocês pensam em jogar essas coisas lá? – perguntou Olivia e então foi Remus quem respondeu.

— Não se preocupe que isso a gente já providenciou... – disse ele.

— Tudo bem... então... enquanto vocês distraem os vilões... – disse Sarah se levantando também – nós soltamos os prisioneiros.

— Está certo... mas dividam-se e só entrem nas masmorras depois que tudo estiver livre – disse ele. Sarah pode notar que James parecia diferente mas não quis mencionar nada à principio. Ele não tinha mais falado com ela diretamente desde o dia em que vira seu pai e bem, nem ela mesmo queria falar sobre o assunto então, optou por ter sido um “deslize” e preferiu ignorar o acontecido.

— Tudo bem então... Padfooth e eu vamos até a torre da sala do nosso ilustre diretor... e vamos lançar  os bumerangues os fazendo entrar pela janela.... Peter, Frank e Alice... preciso que vocês fiquem de prontidão e tranquem as portas da sala assim que todos tiverem entrado... – disse James.

— Mas como vamos saber se todos entraram? – perguntou Alice e James abriu ainda mais um sorriso.

— Digamos que Andy... a priminha do Sírius nos vazou a informação sobre essa reunião com os alunos de seu “círculo aliado”... Carrow sempre é o último a chegar.. então... – James então levara a mão até os cabelos e o bagunçou - ... podem usar a varinha caso algum retardatário apareça e tente libertar eles...

— Pode deixar capitão.... – disse Frank com um sorriso ainda mais brilhante.

— Remus... acompanhe Sarah e as meninas até as masmorras... possivelmente algum professor já deva estar tentando fazer alguma coisa, mas não custa nada ajudar... – falou James olhando diretamente para Sarah que fingiu não notar.

— E o que vamos fazer com os ministeriais que provavelmente estão de guarda? – perguntou Olivia.

— Solte um confundus neles... não vão nem saber o que os atingiu... se não resolver... estupore eles... – disse Sarah dobrando as mangas da camisa e já pegando a varinha. Vira então de relance um sorriso de James e então continuou – Vamos ou não?

James então tomou a frente da Armada e assim como sempre faziam cada grupo tomou uma das passagens secretas e seguiu seu caminho. Sarah contudo seguiu com Remus, Emme, Olivia para as profundas masmorras onde Peter disse que estavam sendo torturados os alunos da corvinal. Percorriam aquele corredor sombrio da passagem do sexto andar tomando o cuidado para não pisar em algum degrau falso da escada. Sarah conhecia a passagem mas vez ou outra sempre acontecia alguma coisa naqueles degraus. Dali até o andar do Hall de entrada fora até que fácil.

— Está vendo algum movimento? -  perguntou Olivia sussurrando para Remus que era quem liderava o grupo.

— Não... – disse ele quase que num sussurro - ... mas não podemos confiar, eles não deixariam os corredores livres.

— Pode até ser... – comentou Sarah - ... mas Carrow não tem tantos olhos assim agora... não tem como ele ficar de olho em toda a parte do castelo...

— Acredite Sah... – falou Remus  a encarando - ... é mais provável que ele tenha agora do que antes...

— O que vamos fazer então? – perguntou Emme já aflita.

— Um belo nevoeiro... – disse Olivia e então Remus sorriu – Nebulus...

Lentamente o corredor começou a ser tomado por uma densa neblina, dois ministeriais que estavam em uma das celas saíram para a veriguar e foram surpreendidos pelas costas por Remus e Sarah que os estuporaram sem lhes dar chance de defesa.

— Vamos rápido... – disse Remus –... temos de tirar todos daqui. Vamos...

Rapidamente os quatro se  dividiram e percorreram os corredores a procura  de algum dos alunos que estavam sendo mantidos nas masmorras. Sarah se distanciou um pouco dos amigos e na última cela do corredor encontrou alguém caído no chão. Com a sombra não conseguia ver exatamente quem era mas se estava ali era porque era contra o diretor, e alguém contra o diretor era automaticamente seu aliado. Abriu a porta com um feitiço e foi até o vulto que estava no chão. Surpreendeu-se quando viu o rosto pálido de Anny Blackmoon, uma das meninas do jornal da escola.

— Está tudo bem Anny... vou te tirar daqui... – disse ela tocando na menina que talvez por um reflexo defensivo se jogou contra a parede como um animal acuado. – Calma... sou eu... a Sarah Perks...

— Q... q... quem? – perguntou a menina gaguejando. Seus cabelos louros emaranhados. Marcas de arranhões na face, assim como manchas arroxeadas.

— Perks... lembra?  - disse Sarah, não queria ter de dizer “namorada de Potter” afinal era assim que o jornal da escola a chamava quando estava com James, nunca a chamavam por seu nome.

— Ah... a.. a do Potter... – murmurou ela e Sah mesmo a contra gosto acabou confirmando.

— Isso...você... consegue andar? – disse Sah e a menina ainda atordoada meneou a cabeça. Ela tentou se erguer mas cambaleou e se não fosse Sarah a segurar teria caído.  – Vem, eu ajudo você.

Delicadamente Sarah pegou na cintura da menina, e a fez apoiar o braço sobre seus ombros, por mais que quisesse andar rápido, Anny não conseguia. Sarah tentava imaginar o que teria acontecido para ela ter ficado trancafiada ali, e ter passado por tanta tortura, mas conhecendo a reputação de Amycus, bem, já tinha uma idéia. Por sorte Anny não era muito pesada o que queria dizer que podia ajudá-la a andar. Encontrou Olivia que vinha acompanhada de Berta e Pandora.

— Eu disse pra você Berta... não devíamos ter falado aquelas coisas no informativo... – dizia a ruiva nervosa segurando o braço.

— Você mais do que ninguém sabia Pandy...que se não publicássemos isso ninguém saberia o inferno que está sendo aqui dentro... – respondia Berta - ... só que como é que aquelas víboras ficaram sabendo se nem ao menos a gente tinha enviado eles para fora... Anny!!!!

— Ela está muito aterrorizada... – disse Sarah para as meninas, e nesse momento Remus apareceu tendo em um dos braços Derick que parecia muito ferido. Sarah então prontificou-se em ajudar Remus a carregar o garoto o tão rápido quanto era possível eles saíram das masmorras. Enquanto a equipe de Remus levava os prisioneiros em segurança para o outro lado do castelo para receberem os cuidados necessários. O restante dos marotos já estavam a postos prontos para mais uma de suas marotices.

— Rápido Padfooth... – disse James devolvendo ao tamanho normal a caixa de bumerangues dentados - ... queria estar lá para ver a cara do Carrow... Vingardium Leviossa....

Um a um dos bulmerangues de repetição foram levitando e rodando até tomar a altura. Sírius então os arremessou com um único feitiço janela adentro transformando em cacos de vidro o vitral da sala de Carrow. Podiam ouvir os gritos e a confusão se armando. James bateu com a mão no ombro de Sírius e então sorrateiramente percorreram os corredores, chegaram a torre dos leões quase que na mesma hora em que o restante do grupo.

— Conseguiram? – perguntou James para Remus que confirmou com a cabeça – Ótimo, agora quero todos espalhados pela torre estudando, não podem saber que fomos nós que saímos...

Como previsto, o primeiro lugar que os capangas de Carrow apareceram foi na torre da Gryffindor. Todos os alunos parecendo espantados com tal acusação,  obviamente a professora McGonagall embora soubesse de tal ação tivesse partido deles e estava orgulhosa, não podia demonstrar.

Sem provas de que realmente tinha sido os Gryffindors quem haviam libertado os alunos que estavam nas masmorras, Carrow teve de se calar diante as argumentações da professora Minerva. O que Sarah pode notar ele pareceu não ter gostado absolutamente nada. 

— Isso vai ter volta... – sussurrou ela para Olivia e Remus que estavam ao seu lado na mesa de estudos. Assim que Carrow e seus capangas saíram da torre James foi até a professora.

— Como estão os corvinais? – perguntou ele e ela dera um suspiro de pesar.

— Gostaria que estivessem melhor Sr. Potter... mas madame Ponfrey disse que pode os ajudar com o auxílio do professor Flitwick.

— Mas que idéia tosca mandar o jornaleco deles pelas corujas... – disse Emme agora sem paciência.

— Não os julgue de forma tão leviana Srta. Vance...  – disse professora Minerva - ... eles estão tentando... todos nós estamos.

— Eles podiam ter pedido ajuda... – disse Sarah finalmente – Talvez levar o informativo para fora pelo túnel que usamos para trazer comida para a escola.

— Exato.. – concordou Sírius - ... eles poderiam ter pedido ajuda e não precisariam ter sido torturados...

— Bom... creio que todos estão cansados e tem um longo dia pela frente... – disse a professora mas então foi interrompida por um estalido vindo da lareira. No momento seguinte uma chama enorme e verde tomou conta da sala e dela surgiu um pequeno elfo doméstico. O corpo curvado, a pequena toga fazia o parecer que estava vestindo uma camisola de dormir.

— Hooch? – perguntou James rapidamente ao ver o pequeno convidado.

— Oh meu senhor.... – disse o Elfo rapidamente se aproximando do garoto - ... Hooch não pode demorar... Twingle, Ciroc e Brutus estão muito atarefados com os senhores.

— E o que você veio fazer aqui? – perguntou James, e então seu rosto endureceu – Aconteceu alguma coisa com meus pais?

— O Sr. está muito doente jovem mestre... – disse Hooch torcendo um pedaço da longa camisola sobre a mão direita - ... A Senhora mandou Hooch levar o jovem mestre para casa hoje mesmo. James mais que depressa e sem pedir permissão adentrou nas chamas atrás do elfo.

— James...  – disse Sarah mas Sírius a segurou.

— Eu vou com ele... – disse o garoto – Moony e Peter... fiquem de olho até que voltemos...– dizendo isso Sírius partiu logo atrás do garoto, o fogo novamente brilhou num tom verde e então a fogueira se apagou.

— O que está acontecendo? – perguntou Sarah e então a professora Minerva lhe encarou séria.

— O Sr. Potter está com a saúde bastante debilitada... – disse a professora por fim. Sarah sentiu como se um balaço atingisse seu estomago. Tudo bem que quando viu o Sr. Potter, bem, ele não parecia doente. E isso tinha sido apenas alguns dias atrás ou será que ela estava tão atordoada que não estava mais se dando conta dos dias?

— O que ele tem? – perguntou Remus em tom sério o que fez com que Sarah voltasse de seus pensamentos.

— Varíola de Dragão... – disse ela com pesar que fez com que todos na sala ficassem em silêncio. – Bem alunos, sabemos que vai ser difícil... e também sabemos o quanto Carrow irá perseguir nossos alunos, principalmente se ele não ver o Senhores Potter e Black perambulando no castelo. Então peço a colaboração de todos, para que esse pequeno fato não desperte ainda mais o interesse do Sr. Carrow em torturar e acometer injurias contra nossos alunos...

— Vamos dar um jeito... – disse Remus para a professora.

— Assim espero Sr. Lupin... – respondeu ela - ... estarei na minha sala caso precisem de mim. Manterei os senhores informados da situação...

— Por favor professora... – disse Peter.

McGonagall então saiu da sala circular da Gryffindor deixando todos em silêncio mórbido. Sarah deixou-se cair em uma poltrona enquanto ouvia os burburinhos causados pela notícia de que os pais de James haviam contraído uma das mais perigosas doenças que assolavam o mundo bruxo. Sem mencionar que essa doença era extremamente contagiosa.

— Não se preocupe... tudo vai ficar bem... – ouviu Olivia dizer, mas na realidade, ela, Sarah Perks sabia que no fundo, as coisas não ficariam. Não conhecia viva alma que havia contraído essa doença e tinha sobrevivido para contar a história. Se haviam se arriscado tanto para chamar James para casa, é porque as coisas estavam realmente piores do que eles imaginavam. Ela sabia como James devia estar se sentindo, perdera os pais... e também a pouco havia perdido os avós. Bem, não era exatamente do mesmo modo, ele pelo menos teria tempo de se despedir.. ou será que não? Bem fosse o que fosse que aconteceria, tinham que manter as aparências, se Carrow não poderia notar que James e Sírius não estavam na escola, pois eles iriam dar o ar da graça pelos corredores, nem que para isso ela tivesse de invadir novamente o escritório e depósito do professor de poções.

— Precisamos agora bolar um plano... – disse ela olhando para Remus e Olivia que a encararam – Viram o que a professora McGonagall acabou de nos dizer, James e Sírius precisam estar no castelo... então vamos fazer com que Carrow e seus comparsas, acreditem nisso...

— Como? – perguntou Olivia.

— Eu já tenho uma idéia... – respondeu Sarah dando um sorriso maroto para Remus. Era hora de colocar o que aprendeu com os marotos em prática.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Marotos - Uma Nova História" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.