Marotos - Uma Nova História escrita por Sara_McGonagall


Capítulo 33
Na calada da Noite


Notas iniciais do capítulo

E aí gentem... bem, já vou iniciar dizendo que sim, alguns capítulos são meio confusos e sim também estou demorando um pouco já que tenho de garimpar posts. Peço desculpas aos que realmente estão lendo pela demora. E agradeço o apoio de quem vem acompanhando a história. Não, não haverá James x Lily pois como estou dizendo sempre é uma "NOVA HISTÓRIA" e me perdoem quem gosta do casal Potter, mas a fic é sobre o fórum e não sobre os livros ^^. SIM tem referencias, mas é baseada no fórum de rpg que joguei e tenho muito carinho.



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— Eu juro galhudo... eu estou tentando... e Merlin sabe disso...  – dizia Sírius Black visivelmente irritado seguindo James que praticamente esmurrou a porta do dormitório masculino do sétimo ano. – mas não estou conseguindo entender o motivo de ter ficado tão irritado? Não é a primeira vez que você age dessa forma...

— Não??? Como não entendeu? – respondeu James com seus olhos castanhos esverdeados faiscando de fúria. – Você estava agarrando ela seu playground de pulgas!

— Bem... – disse Sírius cruzando os braços na frente do peito – ... se você chama dar um abraço em uma amiga de “agarrar”... É eu estava agarrando ela sim!

— O que raios está acontecendo com vocês? – perguntou Lupin que estava deitado em sua cama lendo quando os dois entraram.

— Esse pulguento estava agarrando a Sarah em pleno salão comunal! – disse James entre os dentes. Remus conseguia ver os nós das mãos de James ficando brancos.

— Eu não sei por que tanto drama? -  perguntou novamente calmo Sírius – Não foi você quem chutou ela pra começar? E ainda quando ela mais precisava? Você acha que ela ia ficar te idolatrando o resto da vida como outras sem cérebro dessa escola?

— Sírius.... – tentou advertir Remus mas sabia que seria inútil, seu amigo nunca lhe ouvia, e não seria agora a primeira vez.

— É verdade Moony! Você tem de concordar... – agora Sírius já levantara um pouco a voz e James estava bufando de raiva - ... a Sarah é inteligente, corajosa, leal e acima de tudo... extremamente linda... até demais se quer saber minha opinião...

— Está indo por um caminho perigoso Black! – advertiu James mas Sírius fingiu não ter ouvido suas palavras.

— Sabe... já que ela está livre e descompromissada... acho que você não vai se importar se eu fazer o que já devia ter feito a muito tempo... – Sírius agora ia em direção a porta - ... ir até lá embaixo e agarrar aquela leoa...

Remus até que tentou mas foi um pouco difícil de segurar a agilidade de James quando partiu para cima de Sírius com o punho serrado e desferiu-lhe um soco de direita digno de uma luta profissional.

— VOCÊ ENLOUQUECEU? – disse Sírius cambaleando com a mão no queixo e um filete de sangue correndo pelo lábio.

— Não se atreva a chegar perto dela, entendeu? - James ofegou, dando a impressão de que acabara de correr uma maratona.

— HA! Eu não posso me atrever a chegar perto dela... Cooper não pode se atrever a chegar perto dela... mas o Potter aqui é o único que pode?  - perguntou Sírius agora limpando o lábio – Como pode ser alguém tão egoísta? Sarah não tem direito de seguir em frente?

—  James , você mudou. Quer queira, quer não, você não é o mesmo idiota de sempre.  – disse Remus encarando o amigo.

—  Você gosta tanto a ponto de perder a cabeça.... – então ele olhou para James que ainda o encarava – Ainda não passou por sua cabeça Mané que vai perdê-la? – James bufou -  Não para mim! – disse Sírius rapidamente - Mas existem outros garotos nessa escola, e a Perks é uma garota linda e solteira.

Apenas silêncio como resposta a não ser é claro a respiração pesada de James Potter.

— Eu posso partir a cara desse idiota? – completou Sírius mas então Remus se aproximou.

— Você adora a Sah e fica desesperado quando alguém se quer pensa em chamar ela para sair... – James então olhou para Remus - ... pode bater em quantos caras quiser... azará-los se isso te fizer sentir bem mas... e quanto a ela?  – então Remus foi até James e apoiou uma de suas mãos em seu ombro - ... eu sei que desenvolveu a legilimencia... consegue entrar na mente de cada imbecíl que olha para Sah quando ela passa...

— As coisas que eu ouço eles pensando... – disse James entre os dentes.

— Se gosta tanto dela a esse ponto... – disse por fim Sírius esquecendo completamente do que ocorrera momentos antes - ... porque a afasta assim?

James fechara os olhos por alguns segundos e começou a andar em direção ao banheiro.

— O que acontece nos seus pesadelos que te deixa tão apavorado assim? – perguntou Remus e então James parou de andar no meio do caminho. – Sim Prongs... Sírius e Peter podem não ter notado porque tem o sono de um urso hibernando, mas eu ouço você – continuou Remus - ... várias e várias noites você grita o nome da Sah... e isso tem se tornado mais freqüente ultimamente.

Foi então que James Potter deixou-se cair sentado em sua cama. O que fez com que tanto Remus quanto Sírius ficassem boquiabertos.

— Vocês sabem que minha mãe tem o dom da visão... – começou ele e por alguns minutos Remus e Sírius trocaram olhares. Nunca tinham visto James Alex Potter tão vulnerável diante deles como ele estava agora. - ... todos a minha volta estão morrendo...

— Eu estou muito bem de saúde... – disse Sírius e levara um pescotapa de Remus.

— Não faz muito tempo eu sonhei... mas... não era algo normal como um sonho bobo...  – começou a dizer o garoto, sua voz era firme, embora vez ou outra vacilasse um pouco - ... as imagens ainda permanecem na minha cabeça... Sarah e eu estávamos em uma praia... ela... ela sorria feliz enquanto o vento fazia com que seu cabelo esvoaçasse... não sei o que ela dizia... mas... isso pouco me importava... ver aquele sorriso alegre, sincero...outra vez em seus lábios para mim era o suficiente... e então...

James parou de repente e fechou os olhos. Sua voz embargou e tanto Remus quanto Sírius se aproximaram. O garoto então respirou fundo e continuou.

— ... o sorriso dela desapareceu.... os olhos ficaram vidrados e eu ouvi uma gargalhada... a gargalhada de Malfoy... – James então virou-se para os dois de repente - ... vocês não entendem... enquanto... – ele engoliu em seco outra vez – enquanto essa guerra continuar... não posso me comprometer com ninguém... não posso colocar a vida de mais ninguém em perigo...

— Olha James... – começou a dizer Remus mas James se levantou e andou até eles.

— Não tem conversa Moony... Sarah está mais segura longe de mim... não posso e não vou colocar a vida dela em perigo... – disse James decidido.

— Mas você é mais pateta do que eu pensei que você fosse! – agora era Sírius quem falava e James o encarou. – Por acaso foi sua mãe quem teve essa visão Mané?

— Não... fui eu... – respondeu James e então Remus continuou o raciocínio de Sírius.

— Em sete anos você nunca teve uma aptidãozinha se quer para advinhação... – disse Remus - ... Porque agora... nos seus últimos meses de escola você teria alguma? Desculpa falar assim Prongs mas você pode ser muito talentoso e corajoso... mas sua inteligência deixa um pouco a desejar de vez em quando..

— Eu ainda sinto o cheiro de sangue todas as vezes que acordo desse pesadelo... – disse James sério - ... não é algo comum... e...eu não sei do que sou capaz de fazer se algo acontecer a ela...

— Deixa de ser besta Prongs... Moony tem a mais absoluta razão... você até pode ser um Potter mas não tem um terço da inteligência deles.... – acrescentou Sírius - ... alguém como a Perks não se acha em qualquer lugar... e digo mais... o meu aviso ainda está valendo... se você deixar ela escapar... o papai aqui é o primeiro da fila dos pretendentes.

— Você realmente não tem noção do perigo... – disse James obrigando-se a rir da cara que seu amigo fizera. - ... eu sinto que estou por um fio...

— E porque não contou tudo isso para ela? – perguntou Remus.

— E para quê? – Disse James – Sou um Potter, estou na lista negra do Ministério... já tivemos provas o suficiente que eles se aproveitam das pessoas que amamos para chegarem onde pretendem... a usariam para chegar a mim... me usariam para chegar ao meu pai... não posso expor ela a isso...

— Você não acha que isso cabe a ela decidir? – novamente perguntou Remus.

— Não vou arriscar... – disse James pondo um ponto final no assunto - ... não enquanto Voldemort estiver escondido.

— Então ...  – começou Remus cruzando os braços - ... quer dizer que... se as coisas fossem diferentes... você realmente consideraria um compromisso?

— Eu te disse uma vez Moony... – disse James - ... Sah é diferente... mas infelizmente as coisas são do jeito que são... e... indiferente do que eu deseje... não posso... não agora...

— Eu quero ser o padrinho! – disse Sírius rapidamente e então sentiu o maxilar – porém o que eu sei é que se o seu soco tivesse pegado um pouquinho mais para esquerda e quebrado meu dente.. você estaria encrencado...

Sírius pegou o travesseiro e então atirou em James que se desviou atirando outro contra o garoto.

— Até parece... – respondeu James. – Você não sabe de nada... nunca levou a sério alguma garota nessa vida...

— Como não... e a... – ele então tentou puxar na memória algum nome mas realmente não lembrava-se de ter ficado com uma garota tanto tempo para chamar de sério - ... enfim... o que eu sei é que dizer a verdade dói... – disse Sírius e tanto James quanto Remus o encararam - ... com certeza dói... sou prova viva disso...

— Continue agarrando a minha garota que você vai acabar tendo um removedor de pelos ao invés de shampoo no seu banho... – disse James.

— Numa coisa o pulguento está certo... – começou Remus e os dois então olharam para ele - ... Sarah é um exemplar raro... e acho que ela merece saber o real motivo por você ter se afastado dela...

— Não dá Moony... – respondeu James -...ela vai vir com o mesmo discurso da última vez... de que não faz diferença com quem ela esteja, ou de que família ela venha... não está segura...

— O que não deixa de ser uma verdade... – acrescentou Remus - ... ela passa mais tempo na Ala hospitalar do que fora dela... e ela nem está com você...

— Que hoje pode estar diante de mim e que amanhã pode quebrar o pescoço caindo de uma vassoura... – continuou James.

— Nisso ela está coberta de razão... não viu o que a priminha do Sírius fez com a vassoura dela no nosso último jogo? – disse Remus.

— Que... que...  – James até que tentou encontrar as palavras mas sem sucesso.

— Que.. que... que nada Prongs! – finalizou Sírius – Você sabe mais do que ninguém de que não se luta sozinho nessa guerra... e conhecendo a leoa como eu conheço, ela vai morrer por você de qualquer jeito... com seu consentimento ou não. Então porque não deixa de ser um bestalhão... e toma ela pra você antes que outra pessoa o faça!

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Em toda sua vida jamais pensou que poderia passar por uma situação como a que tinha passado há pouco. O fato de ter abraçado Sírius não fora nem de longe com segundas intenções. Na verdade, tinha tanto carinho por ele quanto por Remus, e ambos eram mais do que ela merecia como amigos. Não entendia o motivo de James ter lhe lançado aquele tipo de olhar. O que ele pensou que estivessem fazendo. Até tentou abrir a boca para dizer alguma coisa mas o garoto a ignorou completamente, Sírius não pensou duas vezes assim que James começou a subir as escadas, o amigo disparou atrás dele, e, bem, só era possível ouvir vozes alteradas do local.

— Mas pelas calçolas de Morgana o que é que está acontecendo lá em cima? – ouviu a voz de Emme e então notou que os alunos começavam a voltar de seus afazeres parando no centro da sala cochichando o que estava acontecendo. Oli, Alice e Frank estavam imundos, com manchas de terra por toda a roupa. Já Emme estava com a cabeleira castanha dourada toda desgrenhada e basicamente suja de titica de algum animal.

— ECAAAAA QUE CHEIRO HORRIVEL É ESSE...- ouviu-se a voz de Mandy. E Emmeline virou-se com a maior naturalidade.

— Pois é né Wilson... tentou averiguar se não é seu perfume? – dizendo isso a garota começou a subir para o dormitório feminino.

— Eu vou lá ver... – disse Frank mas Sarah o impediu.

— Não Frank... eu não aconselharia a entrar lá agora... – disse a garota. Recebera um olhar suspeito por assim dizer de Olivia mas não falou nada.

— Bem... seja lá o que for... – disse Olivia - ... eu preciso de um banho ou vou começar a endurecer feito pedra de tanta sujeira. Pode vir me ajudar Sah?

A garota confirmou com a cabeça, pegou o livro e seguiu a amiga até o dormitório feminino do lado oposto ao dos garotos. Já não se ouvia som a não ser a gargalhada em forma de latido de Sírius o que queria dizer que fosse o que fosse já tinha passado. Sarah sentiu um certo alivio pois nunca tinha visto James de tal forma, nem mesmo quando saia para duelar com alguma cobra sonserina.

— Você vem ou não? – disse Olivia na porta do dormitório então ela entrou. Andou calmamente até sua cama e praticamente se deixou cair sobre ela. Não entendia como a mente de um garoto funcionava. Ok, já tinha colocado um ponto final na sua história com James, aliás, ele mesmo tinha colocado. Mas tinha de admitir que não era fácil domar o que seu coração sentia e estava se tornando cada vez mais difícil. Sua mente podia estar gritando que deveria ter foco, tinha coisas mais importantes as quais exigia sua atenção. Como por exemplo, os NIEMs estavam cada vez mais próximos e bem, não estava nem de longe estudando o que deveria. Foi então que notou alguém do seu lado com os braços cruzados lhe encarando. – Vai me contar o que aconteceu?

— Remus vai lhe contar de qualquer jeito... – disse Sarah dando um profundo suspiro e então começou a contar com detalhes o que havia acontecido. Pode observar que conforme ia lhe contando o olhar de Olivia ficava cada vez mais e mais revoltado. Conhecia a amiga, ela não deixaria barato, fosse o que fosse que James estivesse ou Tivesse pensado naquela hora. Quando finalmente terminou, Olivia encarou Sarah por alguns segundos e então perguntou – E porque motivo você está assim?

— Como assim? – perguntou Sarah confusa.

— Oras Sah! Você não é mais namorada do Potter! Pode muito bem abraçar, agarrar e beijar quem bem entender! – respondeu Olivia.

— Eu sei... mas... – começou Sarah mas Olivia a interrompeu.

— Se ele é pateta o suficiente para deixar alguém como você escapar... – então ela sacudiu os ombros – ele é quem está perdendo... – Olivia sentou-se do lado de Sarah sem se importar com o estado imundo de suas vestes - ... conhecendo Sírius como eu conheço, eu não colocaria minha mão no fogo... ele é tão galinha que só de você olhar para ele... é motivo suficiente para te taxarem como a próxima a usar o armário de vassouras...

— Ele só não achou a garota certa Oli... – disse Sarah por fim - ... James não era muito diferente quando eu o conheci...

— Ah... tenha santa paciência Sah! – falou Olivia levantando-se e encarando a amiga - ... Potter é o pior sem vergonha que já existiu! Sírius pelo menos é galinha e admite, e quem se envolve com ele sabe onde está se metendo... mas o Potter? Ele é muito pior...

— Eu juro que já não sei mais o que pensar Oli... – respondeu Sarah outra vez deixando-se cair na cama - ... ok.. eu não o vi mais com nenhuma garota... embora é claro... Mandy tenha espalhado por ai que anda saindo com ele em segredo...

— Não é esse tipo de canalha que eu estou falando... -  disse Olivia - ... ele diz que ama você... mas que não pode ficar com você pois vai expor você ao “perigo eminente”- agora ela engrossou a voz fazendo com que Sarah achasse graça - ... mas também não te deixa seguir sua vida! Tem surtos psicóticos quando algum garoto te admira a distancia... e agora... crise de ciúmes só porque Sírius te deu um abraço?

— Não acho que seja “ciúmes”... – disse Sarah por fim - ... talvez...

— Não seja boazinha... ele no mínimo deve ter achado que Sírius se aproveitou da situação..... afinal... ele mesmo faz isso com as garotas quando quer se aproveitar... – respondeu Olivia frustrada - ... deixa eu ir tomar um banho pois estou começando a achar que essa sujeira está me deixando ainda mais de mal humor...

Sarah apenas assentiu, não esperava tal reação de Olivia. Bem, talvez a garota tivesse mesmo amadurecido depois que finalmente acertou os ponteiros com Remus. Enquanto Olivia tomava banho, a garota deitou-se na cama e aos poucos seus olhos foram se fechando até pegar no sono. Talvez no mundo dos sonhos, tivesse mais tranqüilidade do que quando acordada. Pareceu ter apenas cochilado alguns minutos quando sentiu Olivia lhe chamando.

— Sah... odeio ter de te acordar assim mas Potter – ela torceu a boca quando disse o nome do garoto o que fez com que Sarah achasse graça - ... convocou a AG... – disse Olivia baixinho para que ninguém ouvisse.

— Que horas são? – perguntou a garota atordoada.

— São quase sete e meia... – disse ela - ... Remus disse que passaria na cozinha pegar alguma coisa pra gente comer antes de ir.

— Eu estou bem... – respondeu a garota ainda meio sonolenta - ... só vou tomar um banho e te encontro lá em baixo.

Enquanto Olivia descia, Sarah foi para o banheiro, abriu o chuveiro e deixou a água correr pelo seu corpo, estava tão cansada. De tudo... de Amycus... dos Sonserinos... de Mandy... enfim... queria apenas voltar no tempo e bem, viver sua vidinha estudantil como vivia antes. Respirou fundo, desligou o chuveiro e por fim enrolou-se na toalha. Sentiu uma fisgada no ombro e então virou-se para o espelho e olhou. Uma fina cicatriz avermelhada o cortava. Assim como várias outras marcas em suas costas, ela contou pelo menos umas seis. Mas latejar como a do seu ombro trazendo em sua mente a dolorosa verdade.

“Acorda garota! Nada mais é como antes... você sabe disso!” – falou para si mesma agora se olhando no espelho.

Sarah voltou para o dormitório, vestiu uma roupa confortável, calçou seus tênis, pegou sua varinha e então se olhou no espelho. Os brincos que ganhara de natal cintilaram. Não se lembrava de tê-lo tirado desde o natal, gostava deles embora até aquele momento não tivesse idéia de quem tivesse lhe mandado. Não havia necessidade de usá-lo mais afinal... como Oli havia lhe dito, se a pessoa que lhe deu não apareceu, talvez tivesse desistido de falar com ela. Quando levou a mão até a orelha para tira-los, Olivia apareceu.

— Anda logo Sah... temos que sair agora ou seremos abordadas pelo idiota do Lastrange que está patrulhando o andar.

— Ok... – disse a garota desistindo de tirar os brincos e correndo em direção a porta. Desceu as escadas e encontrou Olivia lhe esperando próxima a entrada do retrato. A menina sorria apesar de Remus não estar por perto. – Pelo que vejo melhorou seu humor...

— Eu não estava de mau humor... – disse ela começando a andar - ... Potter é quem me deixa irritada. Como ele consegue se superar nas mancadas?

Quando a jovem foi levar a mão para empurrar o retrato ele se abriu e deram de cara com Lily.

— Oh... olá... – disse a garota um tanto sem jeito.

— Como... – começou dizer Olivia mas Sarah segurou seu braço.

— Espero que esteja bem Evans... – disse Sarah sem expressar emoção alguma. A monitora podia até tentar ser gentil com ela, mas Lily Evans usou um feitiço que a feriu gravemente. Não ela não seria a boazinha da história e “compreenderia” o “surto romântico momentâneo” da monitora. Lily Evans podia ser uma aluna brilhante, excepcionalmente perfeita aos olhos dos professores mas para ela, para Sarah Leah Perks, não. E jamais depositaria alguma confiança nela outra vez. Segurou o braço de Olivia e passou pela ruiva sem nem pestanejar.

— Eu sinto muito está bem? – Sarah ouviu a voz de Lily e então parou por alguns segundos.

— Sente muito? – ouviu a voz de Olivia dizer e sentiu ela puxando o braço e então virou-se – SENTE MUITO? VOCÊ QUASE MATOU A SAH?

— Eu... eu... – começou a garota mas Olivia parecia decidida a dizer-lhe poucas e boas.

— Você o quê? Está tão cega e apaixonada pelo ranhoso que se voltou contra os seus??? – Sarah nunca tinha visto Olivia desse jeito – Você acertou alguém que tem praticamente o mesmo tipo de sangue que você... sangue não mágico... você se tornou tão má quanto ele!

— Já chega Oli... – disse Sarah mas Olivia continuou.

— Não Sah... se Lily gosta do Snape... ÓTIMO... que siga o caminho dele... – disse a menina - ... mas não venha bancar a arrependida agora... estamos numa guerra... e querendo ou não ela vai ter de decidir de que lado vai ficar.

— Perks já me disse isso... – respondeu Lily sem encarar as meninas.

— É e você azarou ela! Bela maneira de mostrar o quanto é partidária de Dumbledore. – disse Olivia.

— Severus não é ruim... eu estava apenas tentando tirar ele disso tudo... – disse a ruiva com os olhos marejados. – Mas... mas...

— Ele se tornou um comensal da morte... – disse Sarah séria.

— Agora não há mais nada o que fazer... – Lily disse entre soluços - ... eu o perdi.

— Não acho que o tenha perdido ... – disse Sarah por fim ficando cara à cara com a monitora - ... mesmo que ele tenha tomado a culpa por ter me azarado, ele reverteu o feitiço que você lançou... pode ser um jeito torto de se redimir mas ele o fez. Se James foi capaz de salvá-lo... acho que ainda há esperanças.

Sarah pode notar que Lily arregalara os olhos verdes e encarara os seus com espanto.

— Como? Quan... quando? – disse ela fanhosa.

— Não faz muitos dias...  e eu aconselharia você a não deixar morrer esse minúsculo ponto de honra que existe nele. Talvez quem sabe... ele ainda possa ser salvo. – girou nos calcanhares e saiu pelo buraco do retrato. Olivia que ficara um tanto surpreendida saiu em seu encalço. Percorreram todo o corredor do sétimo andar e desceram as escadas passando pela passagem que dava até a “sala martótica” sem nem ao menos dizer uma palavra. Antes de saírem para o corredor Olivia bloqueou sua passagem.

— Que história é essa do Potter ter salvo aquela cobra asquerosa? – perguntou a garota cruzando os braços. Sarah notou que esse comportamento estava se tornando uma mania BEM irritante da amiga.

— Você não disse que tínhamos que nos apressar? – perguntou Sarah desviando da garota e atravessando o corredor. Se Remus não tinha dito nada, obviamente é porque não sabia da “brincadeirinha” que Sírius havia feito ao sonserino, e se James não tinha contado. Ela também não contaria.

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Era passada das sete e meia quando Remus entrou na cosinha para pegar algumas guloseimas com os elfos domésticos, havia falado com Olivia sobre o “nobre casal” de amigos e tentava a todo custo conter a sua (agora) namorada de não usar um Cruccio em James por ser um tremendo imbecil. Tudo bem, ele tinha seus medos, estava na mira do Ministério assim como seus pais, e de certa forma compreendia esse receio dele, principalmente com Sarah que agora estava mais vulnerável do que nunca com o sumiço dos avós. Tecnicamente, não demoraria muito para eles desistirem das buscas e o inevitável ser noticiado. De que eles realmente estavam mortos. Mas como sua velha mãe dizia “sem corpo, sem prova” então sempre que Olivia tocava no assunto, ele tentava dar esse fio de esperança a ela para que se Sarah talvez ouvisse ou visse algo sobre isso, ela usar a mesma tática. Embora, tentar defender James Potter e suas mancadas estava lhe custando várias “discussões desagradáveis” com a sua namorada. E eis que entrou na cozinha e deparou-se com uma cena nada habitual.

— Vocês não deveriam estar no QG da AG? – perguntou Remus vendo James aplicando uma bolsa de gelo no rosto de Sírius. Obviamente não seria pelo soco de momentos antes ou será que seria? James então voltou-se para mim. Pedro tentou abafar uma gargalhada mas... o olhar severo de Sírius o fez tentar inutilmente não rir.

— O que foi isso? – perguntou Remus curioso.

— Stevenson... -  James respondeu enquanto o nobre cachorrão tamborilava os dedos na mesa.

— Lana fez isso com você? – Remus perguntou, se sentando ao lado de Peter e roubando uma das tortillas que ele estava devorando.

— Ela ainda está irritada comigo por eu “ter acabado” com a Tilda. – Sirius resmungou – Por que elas têm que ser amigas? É um saco você se interessar pela melhor amiga da sua ex...

— E desde quando você tinha alguém fixa para chamar de “Ex”? – Perguntou Remus rindo. Tinha de admitir que era tão melhor quando existe a desgraça alheia para lhe mostrar que você não é o único azarado do mundo... Pelo menos Oli não tinha lhe batido... ainda.

— Mas eu vou conseguir conquistar aquela cabeça-dura! Eu ainda estou agindo como cavalheiro, oras! – Dizia Sírius Black um tanto indignado - Eu primeiro dispensei a Tilda caramba... para depois chamá-la para sair. Ela deveria tomar isso como um diferencial!

— Claro, é uma honra sem tamanho. – Remus observou, ironicamente – Imagine! Se eu fosse uma garota e você tivesse acabado de sair com minha melhor amiga e meia hora depois ter pedido para sair comigo, eu acharia que com certeza você está loucamente apaixonado por mim e que seria incapaz de me magoar. E, imediatamente, cairia nos seus braços.

— Moony, você pode controlar esse seu sarcasmo? Você é a ovelha branca dos marotos, o que aconselha, o que consola... Não o que pisa em cima! – Sirius resmungou, emburrado.

James apenas riu e piscou o olho para Remus que sorriu. Se não fossem os marotos, o que seria dele?

— Se não nos apressarmos... vamos ter de duelar com alguma cobra.. – disse Remus agora pegando algumas guloseimas que Oli lhe pedira. – Era tão profundo o desespero em achar alguém pra sair e tirar sua cabeça da mira do Prongs que preferiu levar outro soco?

— Não... – disse Sírius emperdigando-se como um Pelúcio quando vê algo brilhante derrubando a bolsa com gelo no colo - ... mantenho o que eu disse pra esse Mané... desde o começo... se ele não se ajeitar com a Leoa... eu mesmo me ajeito com ela... – e então se desviou de uma mão que voara em direção a seu rosto.

— Quer ganhar outro olho roxo? – disse James – Vamos logo, quero chegar antes dos outros.

Algumas passagens secretas mais tarde, estavam também entrando na “Sala marótica”. Havia falado com Derick sobre a reunião e com o “súbito mas nada surpreendente” envolvimento de Pirraça em uma brincadeira que levou toda a “guarda Carrowiana” da Slytherin a ir para a parte oposta do castelo, foi até que fácil reunir basicamente umas 15 ou 20 pessoas naquela sala cheia de artefatos mágicos e livros. Pode ver que como haviam combinado, os alunos começaram a se encontrar em pares ali. Foi nessa hora que dois membros do ministério apareceram.

— O que faz aqui? – perguntou um deles e Remus apenas o encarou com a maior cara de inocente que conseguiu.

— Apenas esperando uma colega Senhor... – disse o garoto.

— Não podem ficar perambulando pelos corredores... isso é atitude muito suspeita... – o outro membro do ministério mais baixinho o encarou.

— Eu não sabia que alunos esperarem por outros para estudar para os Niens é considerado suspeito Sr. Mitchell? – dizia a professora McGonagall que aparecia no final do corredor com Sarah e Olivia. Não era preciso ser um gênio para saber o que as meninas tinham acabado de fazer. – Poderiam por favor ir até a Torre Oeste onde está havendo um caos de indisciplina e enfim realmente ajudar em algo ao invés de implicar com os alunos de minha casa?

Os dois ministeriais meio a contra gosto olharam para a professora que passou pelas meninas e dera um sorriso quase imperceptível.

— Que mal lhes pergunte... – disse Remus com um sorriso - ... como sabiam...

— Vi eles perambulando no andar de baixo quando terminei de subir as escadas... – disse Sarah - ... eu sabia que eles estavam seguindo Jorkins e aquela colega loirinha dela.

— Eu sabia que chamar aqueles corvos ia dar problemas... – Sarah ouviu a voz de Peter e se virou. Sírius chegava com ele que fizera uma enorme reverência ao vê-la.

— Chamar os corvos não é problema... – disse Sarah - ... o problema é eles serem discretos... algo que muitos nesse castelo não fazem questão de ser.

— outh... – gemeu Sírius fingindo levar uma facada no seu coração. - ... assim você parte meu coração...

— Se não se controlar perto da Perks... alguém pode partir sua cara... – disse Remus lhe advertindo - ... e você sabe muito bem quem.

Sírius apenas mostrou a língua para Remus e entrou na sala assim como o restante. A porta se materializou assim que eles pararam a sua frente. James estava diante de uma grande mesa que continha vários e vários utensílios mágicos. Para surpresa de Sarah, havia praticamente o dobro de pessoas ali. Ok que no início AG havia somente os de confiança agora estavam apenas em uns 20, mas de acordo com Derick o número aumentaria com toda certeza SE Potter fosse tão bom quanto todos falavam por ai.

— Tudo bem então... – disse James tomando a palavra - ... sei que muitos aqui devem ter vindo devido alguma curiosidade... mas já deixo claro, nosso grupo somente se abriu para outros membros devido a gravidade com que esse maluco tem dirigido a escola.

— E de quebra... – completou Remus encarando James - ... revisaremos feitiços e azarações que muito provavelmente caíram nos nossos NIEMs...

— Exato...  – completou James - ... contudo, como Lorigan nos instruiu quando começamos...

— O professor Lorigan foi quem fundou esse grupo? – perguntou um Corvinho o qual Sarah nunca tinha reparado antes.

— Ele era nosso mentor... – disse James o que fez parecer, pelo menos aos olhos de Sarah, que deu alguma “seriedade” ao grupo de corvinais que não acreditavam muito no que James dizia - ... enfim... esse grupo vai lhes ensinar o básico, o médio e o nível avançado... para os que estão chegando agora – então olhou para os corvinais - ... começaremos do inicio, os meus colegas da Gryffindor poderão ajudá-los no que precisarem. Obviamente, quem entra nesse grupo não poderá falar sobre ele em hipótese alguma...

— Além do quê... sofreram a fúria dos marotos caso isso aconteça... – disse Sírius ameaçadoramente.

— Valeu Sírius... – disse James com um sorriso – Bem... para começar, porque disse para apenas alguns se encontrarem aqui... pois vocês passaram adiante o que aprenderem. Não podemos nos mostrar abertamente ainda... Embora, alguns já saibam que a Gryffindor é a única casa que se opõe abertamente ao nosso ilustre diretor...

Sarah pode notar que apesar de tudo o que James estava passando, ele parecia calmo. Um verdadeiro “Líder”, explicando e respondendo a toda e qualquer pergunta que estivesse sendo feita a ele. Não poderiam se demorar afinal, estavam ficando de olho neles, e até mesmo dentro daquela sala, a qual ela sabia que não havia ninguém que poderiam lhe comprometer, estava se sentindo inquieta.

— O que é que você tem? – perguntou Olivia depois de alguns minutos.

— Não sei Oli... – disse ela colocando um livro outra vez na prateleira - ... sabe aquela sensação de estar sendo observada?

— Sei... – disse a garota tirando um dos livros da mão dela e indicando com os olhos o corvinal mais adiante – Derick não tira os olhos de você... é por isso.

A jovem Gryffindor disfarçadamente olhou para o fundo da sala e o garoto sorriu lhe acenando. Por incrível que possa parecer ele não tinha ido conversar com ela, e bem... isso realmente era singular. Meneou a cabeça e então voltou a sua atenção aos livros que estavam jogados no chão. Com a varinha começou a guardá-los enquanto James e os marotos instruíam os alunos a que corredores pegar para voltarem as suas devidas torres. Quando chegou a vez de Sarah e Olivia, James foi para o fundo da sala e Remus as instruiu descerem até o sexto andar e tomarem a passagem escondida atrás da armadura. Por alguma razão (e que a garota sabia muito bem qual) o maroto mor a estava evitando. Contudo Sarah não comentou nada, apenas seguiu as instruções de Remus e seguiu até a passagem. Que aliás, ela conhecia afinal já tinha passado por ela várias vezes. Por mais que a garota tivesse certeza de que a sala vem e vai, era no sétimo andar, ela sempre saía em lugares diferentes. Como por exemplo naquela noite, saíram exatamente no sexto andar.

— A reunião não foi das piores... – disse Olivia enquanto percorriam os corredores a passos largos.

— O que quer dizer? – perguntou Sarah parando na curva e averiguando se o caminho estava livre.

— Sabe... pensei que Potter ia azarar o Cooper quando ele fez aquela pergunta besta sobre o Expelliarmus... – respondeu Olivia.

— Oras Oli... Expelliarmus pode parecer bobo... mas realmente serve quando a situação é desesperadora... – disse a garota – Derick só deve ter a mesma mania que todo Corvo tem... de querer ser um sabe tudo irritante...

— Pode até ser... mas Remus ainda acha que ele só está lá para poder chegar perto de você... – disse a menina fazendo Sarah parar de andar a poucos passos da tal armadura.

— Eu já disse para o Remus que não quero nada com ele...  -  respondeu Sarah com azedume procurando o tijolo certo para tocar, minutos depois a estatua dava um passo para o lado e a parede se abria - ... quantas vezes tenho de repetir isso!

— Você pode até repetir... – disse Olivia dando um passo para dentro do túnel escuro – Lumus!... mas duvido que ele desista tão fácil.

— Olha Oli... eu não tenho muito jeito com garotos... e depois do James... – começou ela mas Olivia parou e com a varinha apontada para a garota fez sua face se iluminar.

— Sah... Potter é caso perdido... ok, eu sei você... por algum motivo besta ou masoquista ainda gosta daquele boboca... – disse Olivia.

— Oli... eu... – mas Olivia levantou a outra mão impedindo ela de falar.

— Eu sei que não á fácil... mas está na hora de você seguir em frente... Potter querendo ou não!

— Agradeço por você se preocupar comigo Oli... é sério... mas não acho que sair com outro cara vai me ajudar... – disse ela com a varinha iluminando o caminho. Estavam quase chegando ao final da passagem quando ouviram vozes alteradas.

— VASCULHEM ESSA TORRE... RÁPIDO!

— O que é que está acontecendo? – perguntou Olivia assim que Sarah bloqueou a passagem com o corpo.

— Tem alguém do lado de fora... – disse ela e então puxou um pouco a tapeçaria para poder ver melhor.  Os guardas do Ministério estavam ali parados na frente da torre da gryffindor.

— Mas o que pensam que estão fazendo?  - dizia a professora McGonagall.

— Estamos fazendo uma vistoria nas salas comunais... Diretor Carrow... – começou um a dizer mas a professora novamente o impediu.

— E desde quando o diretor anda preocupado com o que os alunos andam guardando em seus malões? – perguntou ela – Eles sabem muito bem quais as penalidades por trazerem itens que não devem!

— Houve denúncias de que alunos estariam fora das torres... – disse ele – Temos que averiguar....

— Óbvio que estariam fora da torre... não são nem nove horas e eles estão estudando para seus NIEMs...Que Merlin me dê paciência para agüentar esses absurdos... por que se me der forças.... – novamente resmungava a diretora dos Leões entrando atrás dos dois ministeriais. Nessa hora Sarah viu Remus e Sírius saírem da torre e foi a vez para ela o chamar.

— Remus.... – disse ela fazendo sinal para o garoto que atravessou o corredor com Sírius ao seu encalço. – O que em nome de Merlin está acontecendo?

— Uma batida... – respondeu ele - ... alguém deixou escapar que haviam alunos fora da cama... e bem...

— Estão atrás do James? – perguntou ela rapidamente.

— Possivelmente.... – respondeu Sírius. - ... alguém deve tê-lo visto sair...

— Que história é essa? – perguntou Olivia.

— James recebeu uma carta do pai dele... – começou Sírius embora Remus fizesse sinal para ele não contar. – Qual é Moony... depois de hoje iremos passar mais tempo na detenção do que nas aulas... precisamos achar aquele galhudo... mas como irmos a Hogsmeade sem levantar suspeitas...

— Eles já sabem que James não está na torre.... – disse Remus olhando para fora do túnel.

— Eles sabem que ele não está na torre... mas não que não está no castelo... – disse Sarah – onde em Hogsmeade...

— Você não está pensando... – começou dizer Olivia mas Sarah a encarou.

— Se não encontrarem James no castelo, não só a Gryffindor vai se encrencar como a professora Minerva também... não podemos perder ela como perdemos Dumbledore.

— E o que você está pensando em fazer? – perguntou Sírius.

— Vocês dois... façam o possível para enrolar eles... – disse Sarah – Eu vou atrás do James...

— Você enlouqueceu? Se te pegarem la fora... – começou Olivia.

— Se não encontrarem James Potter todos nós estaremos ferrados... e eu aprendi alguns truques com ele... – disse ela.

— Pegue... – disse Sírius lhe entregando um casaco – Vai poder se proteger da chuva e bem... pode se camuflar...

— Obrigado. – disse a garota. – Onde exatamente em Hogsmeade?

— Cabeça de Javali... – disse Remus. – Ele só nos disse isso... e tome cuidado.

— Vou dizer uma coisa... – disse Sarah encarando os meninos - acho bom James estar a caminho ou ele é quem precisará ter cuidado com a minha varinha...

—_______________________

Quando a sala do QG fora realmente esvaziada, James ainda olhava para o mapa do maroto, monitorava cada um dos presentes e os via chegando em segurança em suas torres. Sentia falta de ser um jovem normal, azarar sonserinos, jogar quadribol... faltava poucos meses para se formar mas algo lhe dizia que com essa guerra, nada podia ser como ele gostaria.

“Pelo menos se a tivesse comigo as coisas poderiam ser melhores...” – pensou ele vendo o nome de Sarah e Olivia percorrerem o corredor e desaparecerem pela passagem da armadura. Seu coração podia gritar mil vezes, sangrar mil vezes, mas sua cabeça dizia que deveria protegê-la. Fechou os olhos por alguns minutos tentando se acalmar, só de pensar em vê-la em outra compania o fazia perder a cabeça. Foi quando viu uma pena pairando sobre um retrato que havia sobre a enorme lareira no fundo da sala. Era vermelha e laranja como uma pequena chama flutuante. Isso o deixou intrigado afinal, ninguém mais além dos marotos sabia que eles estavam ali. Obviamente eles, e alguns alunos.

— Mas que... – começou dizer ele e então a pena se transformou em uma fênix de fogo e logo, indicava o endereço do Cabeça de Javali em Hogsmeade. James conhecia o velho Albelforth, era irmão de Dumbledore onde geralmente “camuflava” os encontros da Ordem. Lembrava-se claramente de seu pai, várias vezes ter se encontrado com Lorigan e Dumbledore nos fundos do bar. Mas mesmo sendo um maroto, não ia até lá, embora Sírius e Peter tenham garantido já ter visto várias coisas esquisitas. Mas se seu pai tinha se arriscado a ser pego, para falar com ele. Bem, ele devia se arriscar um pouco também. Dera mais uma vez uma olhada para o mapa, parecia seguro percorrer os corredores e ir para fora do castelo, tinha a capa de invisibilidade. Precisava falar com seu pai. Ele sempre fora seu melhor amigo, seu mentor.

Estava pegando a capa quando os outros marotos entraram. Os encarou por algum momento.

— Onde pensa que vai? – perguntou Sírius já com aquele olhar de acusação.

— Vou até o Cabeça de javali.... – respondeu já indo em direção a porta.

— Você enlouqueceu? Tem guardas do ministério em cada canto desse castelo! – disse Peter agora alarmado.

— E desde quando um maroto teme guardas? Sempre saímos do castelo com você Moony...  – respondeu James -  E já cansamos de ir até Hogsmade pegar firewisk e contrabandear para dentro do castelo...

— O tempo era diferente... – advertiu Remus - ... Dumbledore fazia vista grossa... você sabe disso...

— Eu vou com você! – disse Sírius mas James meneou a cabeça.

— Não... meu pai quer se encontrar comigo... ele não se arriscaria se não fosse realmente preciso... – disse James – Eu vou sozinho, até porque é muito mais fácil andar sozinho sob a capa.

— Não acho que isso seja prudente James... – novamente advertiu Remus mas o garoto sabia que era em vão.

— Não vejo meu velho desde o velório de minha tia Charlie... e para ele me chamar... – agora os marotos podiam ver a preocupação na face de James Potter.

— Ok então... – disse Sírius indo em direção a porta – esperem aqui.

Sírius saiu, e James começou a andar de um lado para o outro. Remus sabia que o assunto devia ser sério. Preocupado com o amigo, andou até ele.

— Vai mesmo se arriscar? – perguntou Remus e James confirmou com a cabeça.

— Se meu pai se arriscou para vir até Hogsmeade... – disse James por fim - ... ele espera que eu me arrisque também...

Nesse momento, Sirius entrou na sala, todo desalinhado e com os cabelos molhados.

— Prontos para a festa?- disse ele.

—  Você está muito animado para o meu gosto... – Remo observou, cruzando os braços – O que andou aprontando?

— Por que eu contaria para você? – Sirius perguntou, sorrindo.

— Talvez por sermos uma confraria de malfeitores e, portanto, merecemos alguma confiança da sua parte. Mesmo porque, se você não contar as imbecilidades que apronta, não podemos livrar o senhor das enrascadas em que costuma se meter com tanto entusiasmo. – respondeu Remus cruzando os braços.

— Eu? – Sirius respondeu, apontando para o próprio peito dramaticamente – Calma aí, Moony, não estou aprontando nada! Apenas arrumei uma “pequena distração” para facilitar a fuga do nosso querido capitão... Além disso, eu não confio em ninguém mais do que em mim mesmo. Afinal, eu sou o melhor!

— Seus ataques de modéstia são tão consoladores, Padfooth... - Remo observou, meneando a cabeça. Sirius apenas respondeu com uma de suas risadas caninas.

— Então... Será que nem eu mesmo vou poder saber o que você está aprontando? – perguntou James mas foi mais ou menos nesse momento que feitiços foram ouvidos no fim do corredor. O mal cheiro e uma fumaça começou entrar por debaixo da porta. E o sorriso maroto de Sírius brotou.

— Nada que umas bombas de bosta não resolvam... – disse ele – precisamos sair daqui o mais rápido possível e quanto mais longe desse corredor melhor...

Nesse exato momento abriu-se uma porta do lado esquerdo onde havia uma escada, os garotos estavam acostumados com os segredos de Hogwarts mas aquela sala realmente era um mistério. James então se precipitou pela escadaria que dava em um corredor minúsculo. Era íngreme e cada vez descia mais. Andaram por cerca de uns dez minutos descendo e fazendo curvas até encontrar uma pequena porta a qual James a destrancou com um feitiço.

— Ora vejam só... – disse ele com a capa de invisibilidade nos braços - ... valeu Hogwarts...

— Ela nos trouxe até a passagem do salgueiro? – disse Peter que vinha por último.

— Ok... faça sua mágica Wormtail...  – disse James jogando a capa por cima do corpo. – E vocês... tomem conta das coisas... e...

— Pode deixar... e você tente não ser pego por aqueles dibilóides do Ministério... – respondeu Remus. – Vamos... temos que estar fora do alcance daquelas bombas antes do diretor nos culpar.

O salgueiro foi parando lentamente assim como Peter voltava ao normal, ser um pequeno rato tinha suas vantagens ele tinha de admitir. Olhou mais uma vez para o castelo e então mergulhou diretamente pela passagem entre as raízes da grande árvore. A última vez que tinha estado ali foi no encontro com Snape. No qual tinha salvo sua vida. Mas agora tinha de arrumar um jeito de ir até o cabeça de Javali sem levantar suspeitas. Mas como? Sua cara era conhecida em vários lugares, sua família era conhecida... tinha de arrumar uma maneira de entrar na estalagem sem que ninguém percebesse. Pensando nisso ele chegou a Casa dos Gritos. Estava realmente em frangalhos, com marcas de garras e pedaços de concreto caídos no chão. Teria de concertar tudo em algum momento antes da sua formatura se é que chegaria a se formar. A sala estava na penumbra. Pouco se via pelas vidraças imundas e cobertas com madeira. Teria de sair logo se queria ver seu pai. James esquadrinhou todo os fundos da casa dos gritos e então abriu a porta já escondido sobre a capa de invisibilidade. Com a varinha selou-a novamente e pelas ruas desertas do vilarejo, ele seguiu. Sempre na penumbra e tomando o dobro de cuidado que tomaria se estivesse aprontando alguma coisa. Não tinha mais retornado ao vilarejo desde o confronto que havia acontecido há meses. O trajeto era longo, praticamente teria que atravessar toda a rua principal de lojas até chegar ao Cabeça de Javali. Enquanto andava conseguia ver tábuas em janelas... também vários lugares com suas portas trancadas e com grades. Não conseguiu deixar de pensar de que as coisas realmente estavam muito piores do que eles, dentro do castelo, podiam imaginar. Fora nessa hora que ele tivera de parar no meio do caminho e se encostar colado a parede da dedos de mel pois um homem alto e robusto usando um terno de linho roxo com uma capa azul sobre o ombro saiu pela porta quase o acertando.

— Então vocês estão lacrando todas as lojas? – Era o dono gorducho da loja Dedos de mel.

— Só falta aqui, Ambrosius. – o homem respondeu – Entenda... o Sr. Ministro...

— Que senhor Minsitro o quê! Aquele velhote está totalmente gagá... e pior... está levando todos nós para o abismo com essa maluquice!

— Estou aqui pois sou seu amigo Flume.. seu e de sua esposa...  – dizia o homem - ... considere ficar de portas fechadas pelo menos até a poeira sentar...

— Poeira... Haha sei... – disse o gorducho - ... já não basta terem tirado o Dumbledore da escola... de fazer os pobres garotos prisioneiros naquele castelo... eles são meu sustento sabia? E desde que entrou aquele “Sr. Carrow I” nenhum aluno pois os pés aqui... estou com mercadoria estocada do natal que vai acabar estragando...

— Eu sei... mas tente entender... se viessem os outros com certeza você estaria em Azkaban só por contrariá-los... – disse o homem.

— Tudo bem... tudo bem... Balfour, já que não se tem remédio...  – dizendo isso o Sr. Flume fechou a porta do estabelecimento. Isso deixou James um tanto intrigado mas depois que o ministerial começou a andar ele se sentiu confortável para seguir o seu caminho. Vez ou outra cruzava com algum membro do ministério mas eles pareciam ocupados demais atrás de possíveis encrenqueiros. E lugar de encrenqueiros, bem o Cabeça de Javali era um verdadeiro chamariz. Aproveitou que alguém saíra do estabelecimento sendo praticamente “chutado” por dois ministeriais e precipitou-se para dentro. Haviam vários bruxos encapuzados e bebendo. Alguns falavam baixo, outros apenas olhavam por detrás de seus cachimbos ou sabe-se lá Merlin o que estavam fumando. Esperou o velho dono do bar ir para os fundos e então o seguiu fechando a porta atrás de si.

— POR MERLIN! – disse o homem. – Está tentando me matar?

— Vim a procura do meu pai... – respondeu James sem rodeios tirando a capa do rosto, não podia se demorar e principalmente chamar a atenção.

— Eu sei garoto... – então limpou as mãos em um pedaço de pano – Me encontre nos fundos...

O bruxo abriu a porta novamente, esperou alguns minutos para que James passasse. Disse algo para um dos presentes que iria pegar mais Firewisk no depósito e então percorreu a lateral do pub chegando aos fundos. Desceu as escadas com James em seu encalço e então abriu a porta. O lugar era bastante escuro,  e quando se sentiu seguro o jovem enfim saiu debaixo da capa de invisibilidade. Foi nessa hora que por detrás das sombras a silueta de Charlus apareceu.

— Como vai campeão.... – disse o bruxo abrindo um sorriso. James por sua vez largou a capa sobre um dos vários tonéis de bebida e correu para um abraço. Dizer o que realmente sentiu naquela hora, bem, James não sabia descrever. Um misto de alegria, ansiedade, preocupação e por fim tristeza. Alguns minutos se passaram, tanto que não vira Albelfort se retirar e muito menos ouvira se seu pai dissera mais alguma coisa. – Deixe-me olhar para você...

Fora nessa hora que James conseguiu ver o quanto seu pai havia envelhecido. O quanto estava abatido. A guerra o estava consumindo.

— Está tão bonito e bem apanhado como sua mãe... – disse Charlus agora se sentando em uma cadeira próxima.

— Achei que fosse mais parecido com o senhor... – falou James secando as lágrimas que escapara por seu rosto. – O senhor está bem? E a mamãe?

— Ela está bem... – respondeu ele com um sorriso - ... ainda me dando sermões por não tomar minhas poções direito... e se ela está brigando e ralhando comigo... é um bom sinal. James sorriu assim como seu pai. James sabia sobre o carinho que seu pai tinha por sua irmã Charlotte e o fato de seu próprio sangue, seu tio mais novo ter sucumbido as vontades de Voldemort, bem, isso contribuiu para que seu pai perdesse o vigor que tinha. Pode ver ali em sua frente, um homem cansado e sentiu em seu coração que o estava perdendo.

— Pai... o que está acontecendo? – Agora James notara uma sombra passar pelo rosto de Charlus – Estamos no escuro... Não temos acesso a nenhuma informação... com a saída do professor Lorigan... o castelo se tornou uma prisão...

— Voldemort está a plenos poderes... – começou Charlus - ... a coisa ficou ainda pior desde a última vez que nos vimos... Vários de nosso aliados foram mortos ou desapareceram... até mesmo Moody se viu obrigado a sair do ministério devido a tanta perseguição e está com a cabeça a prêmio... Bones e Cortez são nossos únicos ouvidos no ministério agora...

— Se estamos perdendo a guerra... me deixe sair e lutar... – disse James sem pestanejar. – O senhor sabe que sou bom, eu posso ajudar...

— Não James... – disse Charlus. – A escola precisa de você... nós precisamos retomar Hogwarts...

— Eu não entendo... eu quero lutar! – novamente afirmou o garoto mas Charlus meneou a cabeça negativamente.

— Se te chamei aqui filho foi para não lhe poupar a verdade... Voldemort está com seus olhos voltados para Hogwarts... Não sabemos exatamente o que ele está planejando... mas temos nossas suspeitas... nada de concreto ainda... – falou o bruxo agora em pé encarando o filho com um sorriso - ... tivemos muitas baixas Jimmy... famílias inteiras foram extintas... e as poucas que sobraram estão com medo... ou estão sendo coagidas...

— Mais um motivo para que eu vá e lute com vocês...  – disse James novamente - ... o senhor sabe que posso ajudar.

— James... preciso que me escute... – disse Charlus agora segurando os ombros do garoto e lhe encarando nos olhos - ... sei de sua vontade de nos ajudar, o quanto você anseia por isso... e não sabe o quanto me deixa orgulhoso... mas se estou aqui... é porque você e seus amigos são nossa única esperança dentro daquele castelo...  – os olhos azuis de Charlus brilharam ao encarar o filho – lembra-se do artefato que pegamos com aquele comensal? – o garoto meneou a cabeça confirmando – Não sabíamos ao certo sobre isso até a pouco tempo, e como lhe expliquei, Voldemort está em busca de um poder maior, o conhecimento de Merlin na ilha das maçãs...

— Eu sei... a... mamãe me contou sobre isso... – respondeu o garoto - ... mas a lenda diz que é praticamente impossível se chegar até lá.

— Difícil... não impossível... – respondeu Charlus o encarando - ... existe meios  de se conseguir isso. E estamos suspeitando de que Voldemort... também está...

— Ele acha que o artefato está em Hogwarts? – perguntou James – Então é por isso as investidas de Carrow a torre do diretor...

Charlus então gargalhou ao ouvir isso e James ficou sem entender.

— Deixe-o pensar... assim ele se mantém ocupado e não perturba vocês... – respondeu Charlus, então levou a mão ao rosto de James e o acariciou - ... não queria ter de lhe passar esse fardo filho, mas... a esperança da ordem está nas mãos de vocês...

— O que Voldemort quer com Hogwarts afinal? – perguntou James – Se esse artefato não está lá...

— Achamos que... existe mais alguma coisa que junto com o pergaminho possa levar a Avalon... – respondeu Charlus agora sério - ... algo que, possivelmente foi descoberto por um membro do Ministério... e que muito tempo atrás foi perdido.

— E aquele idiota acha que está na escola? – perguntou James achando graça.

— Talvez... mas está na escola alguém que pode levar ele até esse artefato... – disse Charlus. – Não temos certeza, e bem... teremos de ver as pesquisas de Binns antes de informarmos qualquer coisa... Lorigan nos disse que estava formando um grupo da Gryffindor...

— Sim... nós estamos... – começou James um tanto confuso. – Muitos alunos agora parecem ser contra o nosso diretor...

— ÓTIMO.... use isso... Traga-os para junto de seu grupo... precisamos de aliados Jimmy... ou perderemos essa guerra... Moody suspeita de que a morte do seu professor não foi acidente...

— Como? – perguntou o garoto confuso.

— Não quero entrar em detalhes... mas ouça o que ouvir, aconteça o que acontecer... preciso que fique nesse castelo. Forme um exército e lute com todas as forças por Hogwarts...

Nessa hora ouviram uma batida na porta. E os dois pegaram suas varinhas. Charlus ameaçou ir para a porta mas foi James quem chegou nela primeiro.

— Não estou com minha cabeça a prêmio... – disse ele e piscou para o seu pai.

Lentamente colocou o olho no pequeno buraco da porta e reconheceu o casaco.

— Padfooth? – disse ele destrancando a porta. Rapidamente a figura entrou com a toca e casaco empapados com a chuva que caía. Então tirou o capuz e ele não conseguiu esconder a surpresa – Sarah? O que raios você está fazendo aqui?


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