Marotos - Uma Nova História escrita por Sara_McGonagall


Capítulo 19
Um Feliz Natal.... nem tão feliz


Notas iniciais do capítulo

Bem, nesse capítulo que ficou exageradamente grande kkk peço que me desculpem pelo tamanho. Mas precisava que ele tivesse um pequeno suspense para poder seguir a diante. Sim, há varias citações e falas dos players da Lily, James, Remus, e dos players Fla, Dandan e Christy assim como posts de Dumbledore que foram feitos por no mínimo uns 3 players que eu não me lembro o nome agora, mas dois deles sei que eram a Fla e o Dandan. Enfim, divirtam-se e comentem ^^,



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Dumbledore girara o vira-tempo duas vezes. E nada. Tentara consertá-lo. Mas sabia que instrumentos mágicos daquele poder não poderiam ser consertados com um simples “Reparo”, assim como a Ponte que deixara para trás precariamente fixa.  Ele experimentou mais uma vez e o efeito não foi diferente.

O velho mago sabia quais feitiços seriam adequados neste momento, entretanto, não tinha tempo para desperdiçar nisso. Tempo. Engraçado como essa palavra parecia ter se tornado um mantra em sua realidade. Ele precisava de tempo para armar um ataque eficaz ao bruxo das trevas viciado em poder. Precisava de tempo para pensar no que fazer com o pergaminho tão perigoso o qual Charlus estava em busca. Precisava de tempo para pega-lo antes que as trevas o fizessem. Precisava de tempo para aproveitar todos os duelos. E, ironicamente, o tempo, em seu outro sentido, resolvera brincar com os duelistas e todos aqueles ansiosos por um pouco de diversão. A magia era consideravelmente útil. O diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts suspirou resignado. Não era realmente uma perda não poder assistir a todos os duelos, porém sentira-se empolgado com essa perspectiva.  Caminhou, ainda protegido pelo feitiço impermeabilizante, sem rumo pelas terras da propriedade. Não se decidira por nenhum duelo, esperara por sua pequena viagem temporal para escolher.  Recordava-se porém de quando chegou ao local onde ocorreria o duelo do Primogênito dos Potters. Tinha a mais absoluta certeza de que o amigo e sua esposa, não perderiam esse desafio por nada, e esquadrinhou as arquibancadas em busca de alguma indicação de que estivessem presentes. Um casal oriental, o qual o homem o cumprimentou (e que ele nunca tinha visto antes) fora a pista que precisava para saber que não estava errado. Eles estavam presentes e com toda certeza teriam vindo buscar o filho para levá-lo para passar as festividades com eles. O que queria dizer, que teria de burlar provavelmente algumas leis e regras da escola. Assim que o duelo começou, suspeitou que algo estava muito errado antes mesmo de estar a uma distância relativamente curta do lugar. Franziu as sobrancelhas quando se deparara com o caos no tablado e arquibancadas a sua frente. Registrou várias coisas ao mesmo tempo.

A primeira: James Potter estava parado no centro do tablado, mudando seu peso de um pé para outro, em uma típica demonstração de ansiedade. Seu rosto transparecia diversas emoções ao mesmo tempo: preocupação, desconfiança, satisfação e euforia. Bom, provavelmente vencera o duelo.

A segunda: Minerva McGonagall não estava presente.

E essa observação levou à terceira: a balbúrdia estava incontrolável. Alunos com expressões temerosas e assustadas cochichavam entre si, corriam por entre os outros em busca de algum amigo ou conhecido para contar alguma coisa urgente; Cuthbert estava gritando com alguns alunos a um canto do lugar; alguns convidados pareciam pensativos e preocupados; e a arquibancada destinada aos ministeriais e professores, além da juíza do duelo, estava relativamente vazia. Os poucos que restaram não pareciam saber o que fazer.

A quarta: Ralph Meminger estava sendo levitado em uma maca por Lorigan.

O que acontecera?

Avançou mais em direção ao centro do tablado, procurando por novas informações. Seus ouvidos captaram alguns murmúrios muito esclarecedores. As palavras ‘crucio’, ‘avada’ e ‘golem’ ganharam maior destaque em sua mente. Já imaginava o que acontecera naquela tarde. Aparentemente, o duelo saíra do controle. É claro que havia mais e isso podia ser comprovado pelas grossas marcas no corpo de Meminger, obviamente causadas pelo Visgo do Diabo encolhido e aparentemente inofensivo ao lado do tablado agora... sua professora Sprout era realmente habilidosa, entretanto isso não era relevante agora.

Graças a Merlin resolvera sair do castelo em busca de um esconderijo e de diversão. O esconderijo não fora encontrado. A diversão não passara nem perto do castelo nesta tarde Porém isso não importava. Não agora que tinha outras coisas para resolver. Era hora de juntar os pelúcios e arrumar a bagunça que eles deixaram. As conseqüências dos duelos foi praticamente devastadora. Não exatamente pelo duelo em si, mas pela tempestade que se originou praticamente do nada e causou estragos materiais incríveis.

Principalmente com o fato de Minerva McGonagall ter sido levada para a enfermaria do castelo. As coisas não iam bem no mundo fora de Hogwarts e os sinais de que o Ministério estava realmente tomado por bruxos das trevas era cada vez mais eminente. Agora depois de tudo,  andava em sua sala de um lado para o outro. Uma pequena batida na porta o fez sair dos seus pensamentos e voltar ao pequeno aposento ao qual estava.

— Entre... – disse por fim indo sentar-se em sua cadeira.

— Com licença professor... – disse professor Flitwick entrando lentamente. -  Bom dia...

Olhou atentamente para as expressões ligeiramente ansiosas e angustiadas a sua frente e falou, transmitindo uma segurança que não sentia.

— Acredito que ‘bom dia’ não seja a expressão adequada para começar qualquer discurso aqui – não após compreender e relacionar as pequenas evidências que esses duelos nos deixou.

— Correto... – começou o pequeno professor com um olhar preocupado. – Estava pensando se, na atual conjuntura dos acontecimentos, seria apropriado continuarmos com a idéia de uma grande comemoração.

— Sim Albus, devido as circunstâncias... – agora era Slughorn que havia entrado em silêncio.

Os seus preciosos professores pareciam presos a cada palavra que dizia e o ambiente não poderia estar mais tenso. O Diretor perdeu-se por um momento ao focar sua visão na Fênix  a seu lado e sua mente vagou para as providências que deveria tomar. Para aquelas que deveriam ser tomadas o mais depressa possível, como saber o estado em que se encontrava Minerva.

Bom, na verdade, não era preciso procurar por ela. Com certeza, ela estaria na Ala Hospitalar. Por que Dumbledore não tinha dúvidas a respeito disso? Simplesmente porque ele conhecia a Professora de Transfiguração o suficiente para saber que ela nunca abandonaria seu posto e/ou seus deveres se não fosse obrigada a isso. E, a única forma de obrigá-la a sair, naquela situação, era se tivesse que ir à enfermaria.

Albus focara sua mente na realidade novamente, desviando sua vista da sua preciosa Fênix. Não era hora de se preocupar com isso. Não quando seus dois professores esperavam por suas palavras e decisões. Continuou.

— Essas mesmas evidências deixaram-me ciente de algumas coisas, a maioria das quais resolverei mais tarde. Agora algumas poderão ser esclarecidas agora.  A Primeira: Ralph Neminger parece ter sido gravemente atingido. O Professor Bruce certamente o levou à Ala Hospitalar e ele deve se recuperar rapidamente. A Segunda: a Professora McGonagall, acredito, também foi atingida e levada à Madame Pomfrey. Com certeza, isso gerou um descontrole desnecessário e perigoso naquele duelo.

Se Filius e Horácio prestassem atenção, veriam que os olhos azuis do diretor de Hogwarts pareciam preocupados, talvez mais do que qualquer estudante já os vira um dia. Entretanto, talvez só identificasse a serenidade tão característica e, que muitas vezes, impedia que qualquer outro sentimento transparecesse. Claro que estava preocupado.

Quando a luta contra as trevas deixa de ser uma batalha entre os bruxos do mal e aqueles que podem enfrentá-los e passa a atingir e/ou influenciar os estudantes - como dizem os trouxas - as coisas mudam de figura.

— Concordo que com o pouco de alunos que estamos no castelo seria um tanto quanto desperdício fazermos um baile de grandes proporções... – disse ele - ... mas acho que um bom e belo banquete de natal seja agradável a todos, uma pequena festa com bolos, doces e porque não dizer presentes? Creio que todos irão apreciar.

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De fato o “baile” ser substituído por apenas uma festa de Natal foi bem vinda, pelo menos a jovem Gryffindor que estava sentada em frente a lareira. Sarah não quis contar para ninguém mas, estava começando a ficar preocupada. Havia mandado uma carta para seus avós há cinco dias, e nada de lhe responderem. Mesmo sabendo que estava proibida de chegar perto do corujal ela não se deteve. Já não estava mais com James então não tinha motivos para vigiarem suas corujas. Não quis mandar Edward, pois sabia que era uma coruja “marcante” por ser toda branca. Seria facilmente detectada, então pegou uma das torres mesmo, parecia jovem e meio temperamental, mas devia fazer o trabalho direitinho. Contudo já era manhã de natal e nem se quer uma resposta. Olivia havia sido levada para casa na noite anterior, e mal teve tempo de se despedir, nem conseguiu dar o presente que havia comprado a Remus o que queria dizer que ela mesmo teria de fazê-lo. Também não tinha visto James ou Sírius, o que também queria dizer que se bem conhecia os dois, ou teriam fugido para a casa de James ou Dumbledore havia arrumado um jeito de mandá-los para lá. Seja lá o que tivesse acontecido, já não lhe dizia mais respeito. Não fazia mais parte da vida do garoto e bem, o que podia fazer? O jeito era se conformar e levar a vida adiante.

A torre dos leões estava realmente vazia, havia um ou outro Gryffindor que aparecia vez ou outra eufórico com algum presente de natal. Mas para ela, a única coisa que queria nesse momento, era alguma notícia.

— Bom... pelo menos estou livre da Wilson... – respondeu dando um suspiro. Havia jurado não se meter em mais encrencas o que sem Wilson bem, as coisas fluíam ainda melhor. Dera-se uma folga nos estudos. Teria tempo ara estudar para os NIEMS, não era má aluna, porém também não era neurótica a ponto de viver com a cara nos livros. Podia ficar ali de bobeira por horas,  mas seus pensamentos sempre tinham endereço certo. – Ahhh pelas saias de Morgana, vê se esquece esse garoto! – esbravejou ela consigo mesma. Decidiu então colocar uma roupa mais quente e então dar uma volta, quem sabe o vento frio do lado de fora fizesse com que seus miolos quentes esfriassem. Todo lugar que passava havia algo que lhe lembrava James ou os momentos em que passou com ele. Isso a deixava ainda mais nervosa. Estava andando pelos corredores ainda tentando esquecer, não sabia aonde ir, apenas deixou que suas pernas a guiassem. Demorou uns quinze minutos percorrendo os corredores e vez ou outra topando com algum aluno perdido e quando saiu para os terrenos da escola topou com Remus.

— Olá.. – disse ele um batendo os pés para tirar um pouco de neve. – Tem certeza de que quer ir lá para fora? Está congelando.

— Cabeça quente requer medidas desesperadas... – respondeu ela com um meio sorriso.

— Que tal um chocolate quente? – perguntou ele com um pequeno sorriso e falando mais baixo se aproximou dela – Conheço um ótimo lugar...

— Olha... seria perfeito sabe... – disse ela sentindo o estomago roncar, não havia nem ao menos decido para tomar o café. – mas a não ser que queira persuadir uns elfos domésticos não sei bem onde ou como você vai conseguir algum...

— Vem comigo... – disse ele com um sorriso. Sarah o acompanhou até uma passagem próximo a uma armadura, tocou em uma pequena emenda que havia na parede e uma passagem se materializou na sua frente. Ele deixou que ela entrasse e depois a seguiu. A subida era um tanto íngreme mas conseguiu chegar até uma escada em caracol. Não estava cheia de teias o que realmente mostrava o quanto ela era usada. Cerca de cinco minutos depois saíram na frente da sala precisa. A porta meio que apareceu quase que instantaneamente.

— Ué... cadê os guardas? – perguntou ela, da última vez que esteve ali haviam quatro animais entalhados.

— Guardas? – perguntou Lupin arqueando as sobrancelhas.

— É... os entalhos na porta... – disse ela tocando na madeira lisa e polida – ... ontem quando vim a procura de James havia um entalhe na porta... um lobo, um cervo, um rato e um cão. E devo dizer que o lobo se comportava exatamente como você...

— Ah... – disse ele abrindo a porta a deixando entrar – bem.. é porque essa sala toma a forma do que a gente mais precisa... então... James no caso precisava de “privacidade”... creio que tenha sido ele quem colocou os “guardas”... – então ele sentou-se numa poltrona bem fofa e confortável. Só então a garota notou a mudança drástica naquela sala. Haviam puffs espalhados por todo o lugar, almofadas, e uma fonte que soltava um cheirinho de chocolate, sem mencionar a quantidade de guloseimas e doces sobre uma mesa a um canto. Ela não reparou que estava com tanta fome até por fim sentir aquele perfume. – Vai em frente – falou o garoto - ... pode comer, juro que é tudo de boa qualidade...

— Ok... ok... – respondeu ela sentando-se na frente do garoto - ... já sei que essa sala toma forma do que a gente “mais precisa”... – então encarou o garoto com os olhos cerrados - ... então caso eu precise muito de uma câmara de tortura, eu consigo uma?

— Bem... – ele agora coçou o queixo pensativo - ... não sei se algo do gênero iria aparecer não é... mas o princípio é esse. Por isso o nome... “Sala precisa”... mas tem muitos que chamam ela de sala Vai e Vem... Geralmente os “desavisados” a encontram por acaso e quando tentam encontrá-la de novo não conseguem.

— Mas vocês marotos a usam quase todas as vezes... – respondeu ela agora cruzando os braços.

— Na maioria... – disse ele com um sorriso no rosto. – Eu no caso venho aqui quando preciso estudar e os caras não me deixam.

— Você é brilhante Remus... por que precisa passar tanto tempo estudando? – perguntou ela agora se levantando e indo pegar um pedaço de uma torta que estava a chamando pelo aroma – Até parece que não possa tirar um diazinho de folga. – Então voltou e se sentou encarando o garoto enquanto lhe entregava também uma fatia. – Eu sei que você tem de dar o exemplo mas... veja a Evans, eu não sei o que ela tem na cabeça na verdade...

— Ela e Severus são amigos desde crianças Sah... – disse ele por fim agradecendo o bolo com um aceno de cabeça - ... talvez ela esteja tentando ajudá-lo...

— Ela é quem está precisando de ajuda... – disse Sarah por fim - ... Não querendo colocar a índole da nossa nobre monitora em xeque... afinal você tem ela como a perfeição em pessoa... – Sarah sentiu o garoto dar um profundo suspiro de pesar – Bem... Desde a “brincadeirinha” feita pelos sonserinos que quase me fez virar um picolé, a Professora Minerva achou por bem modificar os quartos. Antes, eu ficava com Emmeline, Olivia, Alice e Mandy  e para evitar problemas também na torre, ela achou por bem colocar Lily para dividir o dormitório com a gente. – ela então dera uma garfada no pedaço de torta e então levou-o a boca -  São incontáveis as vezes que eu acordo durante a noite e encontro Lily lendo. Tudo bem que estamos nos aproximando da metade do ano letivo, temos NIEMs logo, mas daí a garota ficar estudando até de madrugada?  Isso já é maluquice, sem dizer que não faz muito bem para a saúde.

Remus levantou-se, foi até a pequena fonte de chocolate quente, encheu duas canecas e depois de limpá-las devidamente entregou uma a Sarah, sem dizer uma única palavra.

— E na noite passada não foi diferente... – concluiu a menina dando um pequeno gole e sentindo o gosto delicioso e quente da bebida - Eu não estava totalmente dormindo, estava em um estado de “sonolência” por assim dizer, quando ouvi Lily murmurando alguma coisa. Ergui a cabeça para ver se conseguia ver mas, o dormitório estava escuro. Esfreguei os olhos para acostumar com as formas difusas mas fora uma movimentação rápida na cama logo a frente, bem eu não conseguiu ver mais nada. Eu então me levantei e fui até o banheiro. Juro Remus eu não estava sonhando, e tão pouco dormindo, porque então Lily fingiria que estava dormindo quando claramente eu a ouvi falando sozinha? É OBVIO que ela deve estar fazendo algo que qualquer um de nós desaprovaria.-  Fazia dias que achava a monitora estranha, mas se tinha aprendido algo com James era JAMAIS se meter no assunto alheio. Principalmente com a ruiva.

— Todos temos nossos segredos Sah... – disse ele com um suspiro. Sarah então o encarou. Sabia que o maroto tinha sentimentos ou pelo menos algum por Olívia mas não entendia o motivo dele sempre ficar apenas na fase “amigo”. Ok ele não era como James e muito menos tão atirado quanto Sírius, mas já tinham passado tanto tempo juntos, e via nos olhos dele que gostava de Olivia então porque raios não falava nada?

— Olha Remus... – começou ela a dizer sem saber direito o grau de intimidade com o garoto, mas Olivia era sua amiga e realmente gostava dele. - ... eu não sei se você percebeu mas... Olivia gosta muito de você... – ele então se mexeu um pouco na poltrona, ela sabia que ele tinha ficado desconfortável com o assunto - ... ela me fez prometer que não falaria com você sobre o assunto mas, eu vejo que você também gosta dela...  – ele então respirou mais fundo ainda e comprimiu os lábios - ... você acha que eu não notei os seus “pequenos problemas de saúde”?- O garoto então a encarou  -  Ah, qual é Remus...  – disse ela com um sorriso – Das duas uma não? OU você é uma garota que tem suas “regrinhas” todo santo mês... ou você é Lobi.... – então ela achou que o termo seria meio ofensivo – digo... a primeira opção eu tenho a mais absoluta certeza de que não é... entãoooo...

— Então você mais do que ninguém sabe o monstro que eu sou... – disse ele com certo pesar.

— Você não é um monstro... – respondeu ela agora deixando a caneca de chocolate sobre a mesa de centro, dando a volta e sentando em sua frente - ... você simplesmente tem... – então se recordou do que sempre Sírius dizia e ela não entendia – “um probleminha peludo”.

— Aprendeu essa com o Padfoot? – disse ele em meio a um sorriso tímido.

— Não...Agora é que faz sentido... – respondeu ela com um sorriso - ... Remus, você é uma das pessoas mais incríveis que eu tive a honra de conhecer nesse castelo. Só me arrependo de não ter tido a chance de te conhecer ou conversar com você como estamos fazendo agora... digo antes sabe... - então o encarou - ... por acaso você tem medo de que ela não...

— Não... - disse ele dando novamente mais um suspiro - .... não é exatamente isso entende... eu só...

— Você jamais machucaria alguém....-  então ela sorriu - Remus, desde quando você é um lobisomen?

— Quando eu tinha cinco anos... - começou o garoto - ... bem, é uma longa história...

— Viu??? - disse ela com um sorriso - Você é um lobisomen a mais de 10 anos garoto... e nunca mordeu se quer uma pessoa... como pode dizer que é alguém perigoso?

— Você não entenderia... - respondeu o garoto então se levantando - ... só porque não mordi ou ataquei ninguém não quer dizer que não possa fazer...

— Bem senhor "apavorante" - começou Sarah -... se conseguiu até agora... com certeza vai conseguir pelo resto da sua vida...

— Se consegui foi porque os garotos me ajudaram... - disse ele e então parou por um instante. Se decidindo se continuava ou não. Sarah o viu a encarar , ele se sentou na sua frente outra vez e a olhou fixamente - ... Peter, James e Sírius... são animagos – e rapidamente acrescentou – Ilegais...que fique claro... por isso sempre que me transformo... eles também se transformam e ficam se revezando para que eu não fuja ou faça algo que conscientemente eu não faria... por que você acha que tem um salgueiro lutador nos terrenos da escola?

— Para proteger uma passagem... - disse ela parecendo ao mesmo tempo encantada e curiosa - ... ela leva a algum lugar... eu sempre achei que ela escondia algo por trás daquelas raízes...

— Na verdade, ela foi plantada ali para que eu não pudesse voltar enquanto estivesse transformado... - disse Remo achando graça - ...ela vai dar na casa dos Gritos em Hogsmeade... além dos garotos e Lily... acho que você é a única a quem sinto-me seguro em contar.

— Bom se te serve de consolo... - respondeu ela sorrindo - ... você só confirmou o que eu descobri "praticamente" sozinha... tecnicamente você não me contou...- então olhou para a porta e depois para ele - Lobo, cervo, cão e rato... Moony, Prongs, Padfoot e Warmtail.

— Fora o Lobo... - disse ele - você já deve ter desconfiado...

— Então... quer dizer que... a casa dos gritos nada mais é...  - respondeu ela com um sorriso

— Que uma simples casa velha... – respondeu ele – os gritos... bem... são basicamente minha culpa... as transformações são dolorosas...

— Entendo... - disse ela - Bem ... não sou animaga, mas posso te ajudar quando quiser...

— Fico feliz... - então agora ele se aproximou ainda mais dela com um sorriso - ... entende porque infelizmente não posso ter nada com Oli?

— Sinceridade... - respondeu ela o encarando séria - ... entendo seus motivos mas não concordo. Deixar de ser feliz por medo?

— Medo de machucá-la Sah... - disse o garoto.

— E você já não está fazendo isso com ela? - perguntou ela e o garoto então a encarou. - Eu disse a ela que não me meteria, e não vou Remus, mas pense bem nisso, não quero ver vocês dois um em cada canto...

— Não vai ver Sah... - disse ele com um sorriso - ... eu sei muito bem como é ver dois amigos um em cada canto...

— Fale com aquele galhudo... – respondeu ela cruzando os braços como uma criança o que fez com que ele desse uma gargalhada. – Ele é quem está me evitando...

— Ele deve ter seus motivos... – disse ele o que a fez respirar fundo duas vezes, falar sobre James doía, mas era algo que devia ser feito. - ... não me olhe assim, se eu soubesse quais são eu teria lhe dito.

— Não... você não teria... – respondeu ela cerrando os olhos e depois sorrindo - ... seja qual for o motivo... a... a maneira com que ele me tratou ontem... bem...

— Ele realmente gosta de você... – falou Remus tocando em seu ombro.

— Posso ser sincera Remus? – perguntou ela o vendo confirmar com um aceno de cabeça – Eu já não tenho tanta certeza...

Falar sobre James era como sempre cutucar uma ferida aberta, mas não doía mais do que sentir toda a indiferença com que ele havia lhe tratado no dia anterior. Queria realmente poder acreditar que tudo o que ele havia dito naquele dia na torre de Astronomia fosse verdade. Sua cabeça dizia que não, mas seu coração acreditava desesperadamente que sim.

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Já estava no último degrau para o pavimento no qual queria chegar quando escutou passos atrás de si e virou-se. Estreitando os olhos observou pela janela as nuvens negras e repolhudas jorrarem gotas do tamanho de bolas de gude contra a parede de mármore e tentou identificar as horas. Impossível com o sol coberto. Bufando, olhou para cima e suspirou levemente. Não tinha consciência de que a cor da sua pele entrava em um contraste medonho com aquele lugar sombrio. Tentava pensar em outras coisas: suas futuras ações, as ações de sua equipe e, principalmente, a ação mortal a que assistiria em poucos minutos, acompanhado dos demais líderes do seu pequeno grupo ao qual estava se formando. Algo que não deveria dar errado. Já tinha problemas demais com o que acontecera em Hogsmeade. Caso ocorressem falhas, seu mestre ficaria irritado. Quando relaxou, o vulto tão esperado já subia a escadaria em sua direção. Sua fisionomia era tensa, mas seus olhos continuavam a expressar a indiferença de sempre. Acenando com a cabeça, esperou para em seguida, voltar a caminhar. Não falaram nada enquanto seguiam para encontrar a terceira peça do quebra cabeças. Tudo já fora dito e bem explicado no salão comunal, após ser relatado a pequena aventura em Hogsmeade e no patético Torneio de Duelos. Enfeitiçar um mestiço... Idéia de gênio se ele ainda estivesse sob seu domínio. Mais um texugo inútil para atrapalhar sua vida... Reclamando em pensamentos a primeira figura andava com as mãos em suas costas, trancava sua mente para não haver outros incidentes e desejava estar agora mesmo em sua cama, descansando para a breve reunião com o Lorde das Trevas ao anoitecer, antes do dispensável jantar de natal. Estavam a poucos metros da armadura onde o terceiro componente deveria se esconder quando falou:

— Encontrei aquela mestiça imunda ao vir para cá. Sarah Perks... Ouvi os pensamentos da insolente, e ela está bastante desconfiada sobre a alucinação do Meminger. Parece que mais alguém entrará para sua lista de “quem devo matar primeiro”... – sorriu, mas com desdém para segunda figura que o acompanhava – Acredito, todavia, que Perks não tenha provas que incriminem você, mesmo tendo te visto ou não. – suspirou, novamente – Você sabe que, de qualquer maneira, Milorde ficará com raiva. A morte do lufano, como disse na sala comunal, pode amenizar o problema.

—Perks é uma imbecil intrometida.-Falou entre os dentes a segunda figura enquanto caminhava ao lado dele. – Não sei porque ela está tão desconfiada, ela vive em alucinação por estar com o Potter. Ela não tem nada. Nem mesmo me viram com a varinha na mão pois esta estava por baixo da capa.- Sentenciou. – Ela tem apenas a duvida… E  você deve se lembrar que não sou como minhas irmãs a chorar por qualquer castigo.- Falou com um tom frio em sua voz. – E o Milord terá suas razões para a raiva ou não, e eu irei aceita-las.

Eles dobraram um corredor e aceleraram o passo. Archotes apagados e o silêncio informavam a situação desértica em que se encontrava o ambiente. Com uma das mãos agora no bolso, desejou que sua intuição não estivesse errada; e ao avistar uma armadura de bronze adiante, olhou para seu acompanhante e fez um sinal para que se dirigissem até lá. Ao chegarem, a porta da Ala Hospitalar logo a frente, este perguntou murmurando, a voz tradicional, arrastada e séria: - E então ?

— Não me diga que está receoso em ver um cadáver.- Falou a segunda figura com ironia recebendo um olhar gélido da terceira figura e sorriu. – Então não trema tanto...

— A barra está limpa, alguns Corvinais estiveram aqui mas já se foram e a  enfermaria está silenciosa. – falou os encarando a terceira figura que estava de prontidão atrás de uma estátua com uma voz sem emoção, falava como tivessem se encontrado por acaso naquele local. Estava um pouco mais pálido do que de costume, e sua mão suava, pois as mãos nos bolsos para não demonstrar que tremia levemente se mostrou por inteiro  - Então vamos acabar logo com isso?

—Não seja ansioso.- retrucou a segunda figura agora andando suavemente pelo corredor e parando próxima a porta.

—Isso se ela não se atrapalhar com a varinha novamente... – concluiu a terceira figura o que deixou os ânimos um pouco tensos demais.

— Cuidado, posso querer brincar com sua ruivinha…imagino que nem seja fácil definir o sangue e o cabelo dela, seria uma imagem tão bela…- Falou a segunda figura lançando seu veneno indicando a companhia com o qual a segunda figura estava durante o duelo.- Mas é claro eu posso falar a você que apenas me atrapalhei com a varinha, assim não há ressentimentos em relação a ruiva não é? Vamos agir, hora da diversão meus queridos .-  concluiu a segunda figura com um sorriso totalmente insano ou macabro nos lábios. 

— Termine logo com isso. –  Pediu, a primeira figura caminhando até a janela. Conforme seus passos eram dados, retirou a varinha do bolso e a apontou para o corpo da professora que jazia deitada sobre uma cama próxima, azarando-a com o Abbafiato. Feito isso, observou através do vidro o Lago Negro, mais a frente, e uma plataforma solitária ao seu meio, o local de combate de Julien Mayfair. Lembrou-se que mais tarde haveria um encontro com o Lorde das Trevas. Até lá, faria com que nada pudesse atrapalhar as já vitórias da equipe. Mas pressentia que não pudesse realizar seu plano. Desejando que estivesse enganado, ainda de costas para os outros dois, que, provavelmente, já estaria encaminhando Ralph para a fronteira entre a vida e a morte, disse a ele: - Suponho que você não irá ao jantar com aquela porca de sangue-ruim, não é? Não quando estamos a poucos passos da glória... -  sua voz soava desdenhosa e incrédula – Talvez esteja preparado para morrer caso o Lorde das Trevas descubra...

— E suponho que o delator não será você, será? – Disse o terceiro que estava de cabeça baixa, os dedos analisando o rosto de Meminger para, então, destrui-lo.

— Você é mais patético que o seu inimigozinho pessoal...– vociferou a segunda figura, da porta da Ala – Agora resolveu virar um traidorzinho do sangue... Idiota.

— Você deveria poupar essa sujeira que sai da sua boca para jogá-la no seu primo imundo. Ele sim é o rei dos traidores. – disse virando-se para encarar a figura que estava na porta da enfermaria.

Prevendo uma possível desordem que poderia ocorrer, a primeira figura  virou-se para a porta do escritório de Madame Pomfrey. Com um manejo de sua própria varinha, trancou a enfermeira para que não fossem interrompidos. E os alertou - Seja rápido – tornou a virar para o colega – Não temos o dia... – e então, como se um pé tivesse atingido seu estômago com um chute potente, ele viu uma menina agachada, escondida, atrás de um criado-mudo suficientemente grande para escondê-la, e ao seu lado, um elfo jovem, e de aparência repugnante. Ambos os viram descobrir seu esconderijo, e como este ficara estático de tanta surpresa, proporcionara tempo para os dois fugirem correndo dali – Mas que... Mas que MERDA!

Os outros dois também não reagiram, perguntando-se, talvez, o que diabos estava acontecendo. Quando deram por si, e as conseqüências que a fuga da garota e do elfo trariam para eles e para seu precioso grupo, os “espiões” já estavam longe do seu alcance. A primeira figura virou-se novamente para destrancar a porta de Madame Pomfrey, e quando pôs a varinha no cós da calça, dirigiu-se para a porta da Ala, jorrando pragas para todo lugar.

— Eles não devem estar longe daqui – disse a segunda figura, também irritada – Vamos, o texugo não vai acordar tão cedo. Poderás matá-lo mais tarde... você segue pra esquerda. Eu sigo pra direita. E você – disse apontando para a terceira figura vá agora pro saguão de entrada.

— Conheço aquele elfo filho da mãe – informou a segunda figura -  É do idiota do Fuller, e provavelmente deve estar com aqueles lufanos incompetentes. Irei matá-lo na primeira oportunidade.

— A garota deve ser a Smith, é uma lufana também, provavelmente amiga do Meminger – disse a primeira figura, a voz expressando sua raiva – Vou atrás dela. Tenho certeza de que os dois vão se separar, o que nos dará mais trabalho. Vamos logo.

— E por favor – finalizou a segunda figura – Nada de sobreviventes desta vez - e com um virar de capas, os três correram pelos corredores, a situação mais grave que o normal.

É assim a grande aventura da vida. Quando pensamos que o topo está a um passo de distância, descobrimos que tudo não passava de uma miragem. Ralph continuava a respirar quando as três figuras saíram desembestados da Ala Hospitalar. Tinha chances de sobreviver. Ficaria, é claro, com seqüelas, mas viveria para contar a história toda. Delatar os culpados por seu comportamento no duelo, ajudar os lufanos a proteger a escola que tanto amava.

Sua vida, entretanto, foi rompida. Antes que o sol desaparecesse por trás das montanhas da Escócia, um indivíduo entrara sorrateiro, sem ser visto por ninguém, sem ser escutado por alguém. Sorriu ao ver sua vítima deitada, imóvel, fragilizada. Estendendo a varinha, conjurou uma aranha e a pôs na boca de Meminger. O artrópode conseguiu entrar, percorreu cada via de acesso aos pontos vitais de um organismo humano e saiu de Ralph manchada de sangue. O indivíduo misterioso pôs a aranha de lado e, em seguida, saiu do aposento, deixando as vias respiratórias de Ralph destruídas, e o rapaz, morto. Enquanto o lufano corria para os braços da eternidade, o assassino andou pelos corredores de Hogwarts com ar de missão cumprida – dera apenas um pequeno empurrão para Meminger conquistar o descanso eterno. Ele merecia.

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Já havia se passado da hora do almoço do dia 25 de dezembro,  quando Remus finalmente saiu do seu esconderijo, e depois de acompanhar Sarah de volta a torre partiu para a sala dos monitores. Ainda estava viva em sua memória a briga feia que James havia tido com a ruiva algum tempo antes do seu combate. Bem, “briga” não seria muito bem a palavra, pois a única que parecia incomodada com tudo era Lily. Quando contou a James sobre o que Sarah havia visto na biblioteca este quis averiguar com seus próprios olhos, não que estivesse duvidando das palavras de sua ex-namorada mas acreditava que Lily devia estar sob alguma espécie de feitiço. A encontraram próximo aos corredores da sala dos monitores conversando com Ranhoso Snape e se despedindo.  Lembrava-se agora das palavras:

— Se não tivesse visto com meus próprios olhos, diria que estava vendo coisas... – disse James e quando ouviu Lily se virou, instintivamente,. Já apertando a varinha entre seus dedos, pronta para qualquer coisa. Remus no entanto continuou apenas a olhando. Se as coisas saíssem do controle, não teria alternativa se não usar a própria varinha. James no entanto apesar de toda a adrenalina que passou em seu combate, parecia tão calmo e sereno que o monitor estava na dúvida se ele estivesse em seu juízo perfeito. A ruiva no entanto baixou a varinha quando os viu.

— Potter! Remus... –exclamou ela, sobressaltando-se, parecia não ter percebido ate então a presença dos grifinórios - Querem matar alguém do coração? – perguntou, deixando escapar um suspiro, mas logo recuperando sua pose inicial.

— Não sou eu quem costuma por ai matando as pessoas sabia... e sim os amiguinhos do seu amiguinho monitor ali.... – disse James indicando com os olhos Snape que virava o corredor.

— James... – advertiu Remus, mas ele pareceu não o ouvir.

— ... não acredito que alguém da casa dos Corajosos, uma Gryffindor pode cair tão baixo se juntando a um idiota daquela estirpe! Você endoidou Evans?

Remus apenas deu um suspiro, agora que a poção ia ferver. Porque ele, em toda sua sabedoria, conhecendo aqueles dois, tinha permitido, aliás havia contado a James sobre o que a Monitora estava fazendo? Percebera ali que cometera um grande erro.

Viu Lilly por um instante apenas fitar James parecendo tentar entender o que ele havia lhe dito. Ela então fechou os olhos e balançou a cabeça impaciente, como se não quisesse acreditar. Ergueu a mão um pouco a frente do próprio rosto,fazendo um gesto frenético antes de começar a falar

— O que acha que lhe dá o direito de decidir com quem ando ou não, James? Com quem eu ando ou deixo de andar não é da sua conta! – respondeu ela parando de agitar a mão e a abaixando em seguida – Você pode ser um campeão da escola, capitão do time de quadribol, ou seja lá mais o que for, mas isso não lhe dá autoridade de falar comigo dessa forma, entendeu?

— Evans... – tentou dizer Remus, ele nunca a chamava assim mas já estava começando a ficar irritado por ser praticamente ignorado pelos dois.

— O que me dá o direito??? Bem se não está lembrada... o lufano que quase me matou hoje a tarde não estava em seu juízo perfeito... e também sei que não é tapada o suficiente pra saber que teve dedo de sonserinos nessa história... – via nos olhos da ruiva que estava fervilhando de raiva, tentou advertir James pois sabia que o que lhe esperava era uma retaliação -... se tivesse se preocupado em largar seus compromisso de monitora por um segundinho saberia o que suas amigas da Gryffindor viram por Hogsmead.

Agora era tarde, meneou a cabeça e escorou-se na parede apenas observando, não podia fazer mais nada. O rosto de Lily ficara tão vermelho quanto seus cabelos.

— Em primeiro lugar: Eu assisti sua luta hoje, obrigada e não preciso que repita o que vi... – disse ela visivelmente nervosa - Estava mais do que na cara que houve dedos, garras, ou seja lá o que foi naquela historia toda, mas ISSO AINDA NÃO LHE DÁ O DIREITO DE SE INTROMETER EM MINHA VIDA! – respondeu ela aumentando o tom de voz gradativamente, mas quando encarou Remus, seu tom de voz quase voltara ao normal – Segundo... - disse, mostrando dois dedos – meus compromissos como monitora não interferiram em nada! SE você não tem capacidade de conseguir uma função como um, então não fale do que não entende! Terceiro – ergueu mais um dedo indicando o numero três – Deve estar achando que sou uma tola por estar confiando em Severus e que ela estaria tentando descobrir alguma coisa através de mim... Não subestime minha inteligência Potter! Mas, ainda tenho orgulho em dizer que sou humana suficiente para ainda tentar ajudar um amigo a sair desse caminho, apesar de achar que isso esta longe de entendimento para você...

— Qual é... – disse Remus girando os olhos nas órbitas, agora já era ele quem estava perdendo o controle. Mas James fez sinal para que ele não interferisse.

— Pelo contrário EVANS... – disse James entoando bem o sobrenome - ... Entendo muito bem as intenções de bruxos das trevas quando os vejo e o Ranhoso o qual você teima em salvar está enterrado até o último fio do cabelo engordurado dele... Meu pai está sendo acusado por gente da laia desse seu amiguinho... e se não me importasse com a vida humana deixaria você ou qualquer um cair nas presas de gente como ele... - agora era James quem estava com a respiração alterada - ... se não acredita em mim, vá atrás de Sarah ou Alice... elas vão lhe contar o que Bellatrix e outras cobrinhas estavam fazendo em Hogsmeade quando sabemos bem estavam proibidos de ir até lá... ... E se não me acerto com funções como a sua... é porque simplesmente não conseguiria ficar no mesmo lugar que alguém duas caras como esse fulaninho que você chama de amigo sem explodir a varinha pra cima dele....

Nisso, até Remus tinha de concordar. Snape não se esforçava bem um pouco para que as coisas ficassem mais fáceis, e ao contrário, fazia o possível para mostrar o ódio que tinha por eles.

— Para você até parece fácil falar, POTTER! Sei bem o que deve estar acontecendo com seus pais e como deve estar sendo difícil e creio, com toda certeza que eles são injustiçados, agora, não venha descontar em mim as coisas que estão acontecendo, por que não tenho culpa disso! Outra coisa, você nunca teve que lutar por alguém que realmente gostasse ao ponto de se arriscar para tirá-lo de um mundo onde sabe ser a perdição? SE você tivesse alguém com quem realmente se importasse e você visse essa pessoa caminhando em direção a um abismo do qual nunca mais poderá sair, o que você faria, hein? Você simplesmente a deixaria ir? NÃO! Não faria isso! – Agora a vassoura já tinha saído da linha e o que aconteceria seria inevitável, um duelo em pleno corredor. – Eu sei que sou a única pessoa que pode ajudar o Severus... Ele é meu amigo e não vou abandoná-lo!!!

Remus fez mensão de falar alguma coisa mas novamente James não o permitiu. Contudo viu o amigo respirar fundo e em um tom diferente do que ela estava ouvindo da ruiva começou a falar.

— Se você não consegue ver um palmo diante do seu nariz Evans, não me condene quando a máscara do seu amiguinho cair e você se decepcionar... fiz a minha parte, tentei avisar você sobre o caso perdido que se encontra mas se não quer dar ouvidos aos seus amigos, não posso obrigá-la a fazer isso! – James então respirou fundo e calmamente concluiu - ... Sinto muito... Só posso lamentar ao ver que justamente você, a dona da razão, esteja cega... – Observou a Ruiva abrir a boca mas não sair coisa alguma. James então fizera uma reverencia e lhe dera as costas, Remus não teve outra opção se não a deixar a monitora com essa frase. Não iria interferir, ela sabia exatamente o que era mais importante. Se estava se metendo com as trevas, não poderia fazer nada se ela não quisesse ajuda. Agora sentado na sala de monitoria também lembrava-se de ver a reação de James quando vira os pais depois de meses. OBVIAMENTE, com a desculpa de que iriam apenas entrevista-lo, mas acabaram o levando e a Sírius para as festas de natal. Talvez um tempo longe de toda essa confusão que estava na escola e dos olhares tortos da maioria dos alunos quem sabe lhe devolvesse algum juízo. Quanto a ele? Bem, Sarah ter descoberto sobre sua condição não era de todo ruim. Pelo menos poderia contar com sua ajuda quando Olivia estivesse de volta.

— E aí Moony... – ouviu uma voz bastante conhecida, Pettigrew enfiava a cabeça para dentro do dormitório - ... escuta... eu sei que está com saudades da Olivia mas ficar ai escondido não vai ser legal... porque não desce pra sala comunal e veja se não foi lhe enviado algum presente?

— Bem... é natal não é? – disse ele por fim levantando-se e indo até o salão comunal. Havia uma árvore enorme abarrotada de presentes embaixo dela. Ele como sempre não esperava ganhar coisa alguma até que por fim, viu lá embaixo alguns pacotes com seu nome. Os costumeiros livros de James e Sírius, a caixa de guloseimas da dedos de mel que sempre Peter acabava comendo.

— Hum...  – ouviu ele e então se virou – Remus?

— Oi Sah.. – disse ele com um sorriso - ... Já pegou seus presentes?

— Na verdade... não recebi nenhum... – respondeu ela simplesmente o que o deixou um tanto chocado o que ela percebeu quase que instantaneamente – Digo, Olivia me deu um kit de limpeza para vassouras quando fomos a Hogsmeade e Alice me deu um caldeirão cheio de doces da dedos de mel... além disso ganhei uma vassoura pra minha estréia... então... – ela deu de ombros – Já é o suficiente não? Bem... Isso aqui é para você... -  Ela então lhe estendeu uma pequena caixa roxa com um laço branco muito bem trabalhado. Ele então a encarou um tanto confuso – Oli... – respondeu ela - ... eu te disse que ela me deixou a função de lhe entregar o presente. Bem Feliz Natal.

Ao ver o brilho singular nos olhos do garoto, bem Sarah já se sentiu melhor. Ainda estava preocupada que não tivesse recebido nenhuma carta dos seus avós, nem ao menos um feliz natal.

— Sah... – disse ele com um enorme sorriso e andando até ela -  Feliz Natal!

Ele então a abraçou, sinceridade talvez fosse isso que ela estivesse esperando de alguém. Não realmente um presente. Mas o carinho. Geralmente tinha isso dos seus avós mas, talvez só estivesse precisando de um pouco de calor humano.

— Vai ao jantar comigo hoje não vai? – disse ele pegando ela de surpresa.

— Sei lá Remus... – respondeu ela fazendo uma careta que o fez sorrir - ... não estou muito afim de  estar ao lado de tanta gente...

— Ué... fica do meu lado e do Wormitail então... prometo que ele não vai roubar sua sobremesa. – disse ele então com um sorriso. Sarah não podia recusar tal convite. Principalmente de Remus que tinha sido tão companheiro e porque não dizer “confidente?” – Posso procurar a professora Minerva depois do jantar e pedir a ela que escreva para seus avós, quem sabe ela não consegue alguma notícia?

Ela então meneou a cabeça concordando. Quem sabe as noticias estivessem somente se extraviado.

As sete horas da noite como era de se esperar, as portas do salão se abriram para o tão esperado banquete. As árvores de natal enfeitadas e adornadas com guirlandas coloridas. Laços e bolas enormes pendendo de todas as direções. Lupin como um perfeito cavalheiro esperava Sarah no final da escada do dormitório das meninas. Sarah apenas sorriu enquanto ele lhe estendia o braço como um perfeito cavalheiro. Peter fizera o mesmo o que fez com que ela gargalhasse. Andaram devagar pelos corredores, e o burburinho que vinha do saguão abaixo dizia que o jantar estava prestes a ser servido. Havia apenas uma única mesa e assim que ela entrou logo buscou assim como Lupin e Peter sentar-se bem longe dos sonserinos. Era natal, que pelo menos naquele dia dessem uma trégua. O salão todo enfeitado é claro, e a mesa então cheia das coisas mais gostosas que alguém poderia imaginar. Não se falava em outra coisa a não ser o duelo entre Meminger e Potter. Sarah fazia todo o possível para fingir não ouvir as indiretas e claro o número de teorias sobre o que teria acontecido. Ela, Remus e Peter, bem, tinham as suas próprias teorias, e ela tinha a mais absoluta certeza de que Bellatrix tinha a varinha metida nisso. O que lhe chamava a atenção em uma coisa, onde estava o “trio maravilha” Malfoy, Mayfair e Black que não estavam presentes? Contudo, sem provas, era um tanto quanto difícil de se acusar. Olhou a sua volta, a professora Minerva parecia um tanto abatida, afinal tivera de ser levada a enfermaria antes mesmo do término do duelo por ser atingida “sem querer” por um “feitiço perdido”. Lorigan também não estava presente, o que poderia significar duas coisas. Ou ele mesmo tinha levado James e Sírius até o “tio do Sírius”, ou estava fazendo alguma coisa ainda mais importante. Já o professor Dumbledore apareceu depois de alguns minutos, com uma aparência até mesmo “cansada e frágil” para alguém que muitas vezes não deixava sua idade transparecer. Sarah sentiu um certo incômodo no seu estomago, tinha alguma coisa errada. As feições pesadas dos professores dizia que realmente o que ela estava pressentindo não era apenas “impressão”.

O Diretor caminhou  e sentou-se em sua costumeira cadeira, na ponta da enorme mesa que havia sido posta no meio do salão. Uma única já que não haviam tantos alunos assim. A Professora de Transfiguração parecia inquieta ao seu lado e lançava-lhe olhares de esguelha.  O que Sarah conseguiu notar, isso foi a confirmação de que realmente havia acontecido alguma coisa.

Quando a grande maioria dos professores e dos alunos já ocupara seus lugares, Dumbledore bateu levemente com a colher na taça de água e todo o salão silenciou, tenso, esperando por suas palavras. Ele não se levantou. Não era necessário.

— Creio que poucos de vocês esperavam um discurso hoje, mas, infelizmente, tenho de fazê-lo.  – seu semblante era sério, não havia traços nenhum do costumeiro sorriso - Ontem não foi um dia conturbado apenas pela competição ou pelo temporal, outras coisas aconteceram. – Ele então ergueu sua cabeça e encarou um a um dos rostos apreensivos diante dele -  Muitos de vocês presenciaram e alguns de vocês ouviram sobre os detalhes do duelo entre o sr. Potter e o sr. Meminger e então, tenho certeza de que sabem do estado em que ele saiu do tablado. –Houve então um borburinho audível enquanto o professor tomava um pouco de ar – ou procurava as palavras certas .

— Isso não está me cheirando bem... – Agora era Remus quem murmurava mais para si do que para ela.

—  Lamento informar que, por fatores ainda desconhecidos, Ralph Meminger não resistiu. – alguns murmúrios de espanto e de tristeza puderam ser ouvidos; Minerva balbuciou algo ao lado dele, o que queria dizer que realmente haviam dúvidas sobre o que havia acontecido. Dumbledore continuou. – Por isso, eu gostaria que hoje fizéssemos um brinde a ele. Não importa que atitudes ele pareça ter tomado naquele duelo, não importa que poucos de nós o conheçamos realmente. Ele foi um grande aluno, um grande bruxo, uma pessoa amigável e inteligente. Á Ralph Meminger. – o Diretor ergueu a taça em um gesto de homenagem. Sarah, Lupin e pelo menos mais alguns alunos pegaram suas taças e brindaram. A bola que se formara em seu estomago estava ainda pior. A garota já não sabia se conseguiria comer alguma coisa. Foi então que Remus lhe indicara com a cabeça o trio de sonserinos sentado ao final da mesa, suas caras falsamente tristes também com a taça levantada o que deixou Sarah ainda mais enojada.

— Como ousam... – murmurou ela baixinho enquanto o diretor voltava a falar.

— Bem, apesar de tudo, desejo a todos vocês uma Boa Noite e Feliz Natal.

Os murmurinhos começaram a se formar, e os “menos humanos” por assim dizer, começaram a comer sem o menor remorso. Sarah lançava olhares furtivos para o trio sonserino que embora falasse baixo, Bellatrix parecia ser a única que sorria sem o menor respeito ou consideração.

— E ela alguma vez já teve algum? – ouviu Remus murmurar ao seu lado e então o encarou.

— Como? – perguntou ela agora na dúvida se havia dito as palavras alto ou ele tinha lido seus pensamentos.

— A priminha de Sírius... – disse ele cortando um pedaço generoso de peru e colocando no prato da garota e fazendo o mesmo para si. – e sim, você falou isso alto o suficiente para eu e Peter ouvirmos.

— Não foi minha intenção... – respondeu ela sentindo as bochechas começarem a queimar. - ... isso está muito estranho. REALMENTE – ela enfatizou bem o realmente. – estranho.

Durante toda aquela noite porém, o brilho natalino das festividades não fora tão bom, e os dias que se seguiram, bem, não foi diferente. Remus lhe contou mais ou menos uns dois dias antes do ano novo que houvera uma reunião com o corpo docente onde haviam levantado a hipótese de que realmente Ralph tivesse sido vítima do feitiço Império.

— E o mais engraçado é... – dizia ele enquanto estavam sentados na frente da lareira naquela tarde. Um jantar de ano novo estava sendo programado, mesmo ninguém tendo a mais absoluta vontade de comemorar. - ... ninguém tem idéia de quem foi.

— É mas eu tenho... – respondeu ela cruzando os braços - ... não só eu vi a “querida Bellinha” como Oli também viu.

— Mas você não a viu com a varinha em punho viu? – perguntou Remus o que a deixou revoltada. – Enfim, se não tempos provas, não tem como relatar o que você viu a alguém... todo mundo conhece nossos perrengues com os sonserinos, vão taxar isso como apenas uma implicância infundada.

— É eu sei... – disse ela se dando por vencida. - ... mas ninguém ainda sabe como ele morreu? Eu o vi saindo do tablado no colo do Lorigan, Remus ele estava vivo.

— Já essa informação... não tenho muito o que falar... – respondeu ele em um tom mais baixo - ... ninguém sabe dizer...

— Ouvi madame Ponfrey dizendo a uma outra enfermeira que não entende... – agora era Peter que tinha se juntado a eles. - ... ele estava bem, apenas havia escoriações por conta dos tentáculos do visgo, mas fora isso não tinha como ele ter morrido.

— E quando foi que você ouviu isso? – perguntou Sarah trocando olhares com Remus.

— Ouvi por acaso... – respondeu Peter no susto - ...  fui pegar uma infusão de losna para o meu estomago.

— Aham... – disse ela sorrindo.

— Ela já sabe sobre nosso “segredinho” – Agora era Remus quem sorria ao ver a cara de Peter.

— Sabe? – Os olhos arregalados do pobre garoto iam de Remus a Sarah enquanto Remus confirmava com a cabeça. Peter então dera um suspiro de alívio – Ótimo... assim não preciso ficar me policiando sempre que ela está por perto... isso cansa sabia? Ainda mais que você anda mais com a gente do que nós mesmos uns com os outros...

Sarah não havia percebido “ainda” sobre esse fato. Era tão natural esses últimos meses o contato com os quatro “inalcançáveis marotos”, que parecia que já os conhecia a tempos. Embora só os conhecesse por vista, Sarah só tivera esse “contato” por assim dizer nesse seu último ano. O que a deixava um tanto triste afinal, podia ter aprendido muito mais com Remus que havia se tornado não só um bom amigo, como também um confidente. Peter também tinha a função de lhe fazer rir, assim como Sírius, havia até mesmo comentado com Remus sobre o fato de sentir falta de seus galanteios de vez em quando.

— JAMAIS deixe ele saber disso... – disse ele em resposta enquanto iam para o jantar daquela noite.

Enquanto todos se dirigiam para o salão principal para o jantar de ano novo. Algo sorrateiro deslizava pelas sombras dos corredores desertos. O tempo começou a mudar, não somente sob Hogwarts ou as terras que a cercam, mas sim por todo o Mundo; a mudança do tempo é a prova mais sutil e fiel sobre o inicio da Guerra. Não da Guerra entre o Bem e o Mal, pois essa faz parte da mente das pessoas, a guerra a qual estou falando é maior do que a guerra bruxa que começou a tomar proporções mundiais. Ordem versus Caos, a verdadeira e eterna guerra cíclica que rege o universo; novamente a Ordem é desafiada pelo Caos e desta vez o Príncipe das Trevas parece ter varias cartas contra o Criador. A tempestade aproxima-se e vem com mais forças do que já veio antes; o planeta Terra será o palco de uma das batalhas mais sangrentas de todas, uma vez que a existência pode chegar ao fim.

Seguidores das Trevas, Inferis e Dementadores estão nas proximidades; Hogwarts completamente cercada não percebe que seus inimigos prepararão o cerco. A qualquer momento o ataque poderia vir, mas acredito que não virá a acontecer; Tom é um lord sábio e apesar de ser o mais poderoso dos Lordes das Trevas que já andou sob a terra, ele, tem consciência que um ataque aberto contra a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts pode destruir todos seus planos de estabelecer sua nova ordem. Mesmo assim ainda gostaria de ver o circo pegar fogo e esta escola queimar em caos, mas enquanto o Lorde das Trevas, Lord Voldemort saber usar dos conselhos enviados pelo Príncipe das Trevas as coisas acontecerão naturalmente.

Uma sombra passa desapercebido pelo salão principal onde o jantar está sendo servido. Boas vindas ao “ano novo” que começaria no dia seguinte, ano este que prometia ser realmente um “novo ano”. Claro que também fez questão de ter discrição. Quanta alegria, felicidade e demonstrações de carinho e amor; QUANTAS pessoas patéticas apegando-se a sentimentos fracos por algumas horas, mas sabemos que quando sentimentos mais fortes as possuem, como o medo, elas entregam até mesmo seus irmãos a morte. Seus olhos esquadrinharam todo o grande salão a procura de uma presa para com quem ele se divertiria essa noite e não podia negar que existiam dezenas de alvos em potencial, mas duas Corvinalensses saíram do salão, uma delas parecia chorar muito e a outra, sim a outra, a que pareceu consolar a amiga, Taylor Grover uma garotinha ingênua, gentil e um pouco egoísta, o tipinho de pessoa que merece receber meu tratamento, a figura escolhera seu alvo, e seria ela a pessoa que sofreria em suas mãos.

Os passos das garotas eram apressados em direção ao salão comunal da Ravenclaw, e como ele saberia disso? A insignificância das garotas em conhecimentos mágicos conspirou contra elas; o que diria a sabia e inteligente Ravenclaw se descobrisse que duas garotas do sexto ano de sua casa ainda não desenvolveram Oclumência? As mentes das duas meninas abriam-se para ele como o passar das paginas de um livro, e agora tinha todas as armas para fazer a pobre Tay nunca mais voltar a ser o que era. Sua sombra as seguiu de longe, dando a vantagem de um corredor para elas não me verem, a amiga da Tay começou a ter pensamentos de remorso por tirar a amiga da companhia de Hank, logo minha presa estaria só.

A caçada ia começar e quando as pupilas da sabedoria chegaram à porta da Torre da Ravenclaw Tay acabou sendo convencida pela amiga para voltar para a festa... “Sim devo voltar para a festa” ... Inseri esse pensamento na mente delicada da garota e como a fraqueza das pessoas esta dentro delas mesmo, o egoísmo de Tay não a fez pensar duas vezes antes de despedir da amiga e voltar quase que correndo para o salão. Entretanto a festa ela jamais voltaria, uma varinha fora erguida enquanto o vulto a seguia. Uma passagem secreta o colocou logo atrás dela, silencioso como era, o senhor da noite, apontou sua varinha para as costas dela.

— Estupefaça! –  a Azaração em voz alta para a vitima olhar para trás e o ver antes de cair. Essa noite ele precisava descontar toda a fúria, raiva e ódio que crescia dentro dele. O raio estuporante refletiu sua luz avermelhada na parede e fora certeiro, o golpe atingiu a garota em cheio na altura do coração. E sua cara de surpresa e medo foi deliciosa, ah o prazer de ser temido, o medo do desconhecido começaria a passar pelos estudantes. Isso seria muito útil. Ele então se aproximou da senhorita Grover, caída de boca no chão, um gesto de varinha a virou. Ninguém passaria por ali durante duas horas no mínimo, tempo suficientes para poder acabar com a mente fraca da filha dos ex-aurores Carmem e Robert Grover. – Silencius – uma nova azaração do silêncio para que a garota não gritasse, sofreria muito e não produziria nenhum ruído e por fim antes de começar a mostrar do que ele, o senhor da noite é capaz de fazer, fez questão de acordá-la com sua bela voz. – Ennervate!

A garota abriu os olhos assustada, levou a mão para o ponto onde a Azaração Estuporante acertara, evidente que ainda doía, então olhou para onde os pés do agressor estavam e conforme subiu o olhar por suas pernas e tronco ela tentou afastar se encurralando com a parede, quando olhou para seu rosto coberto pela mascara tentou gritar, mas sua voz não saiu, no desespero ela levou a mão a varinha, porém antes mesmo que pudesse terminar de sacá-la com um rápido movimento foi desarmada... Sua mente abriu-se novamente para ele, agora a levara  para um momento em especifico, quando a garota tinha treze anos... Ela estava desesperada perdida na Travessa do Tronco, as longas e tortuosas ruas de lojas de magia negra do Beco Diagonal. Corria desesperada por todos os lados e esbarrou em um bruxo alto que logo sacou sua varinha. O brilho verde a fez gritar e fechar os olhos, mas segundos depois percebeu que ainda estava parada suando frio no mesmo local, seu pai estava caído sem vida na frente dela, ele saltou dando sua vida pela vida dela. O tempo ainda não curara aquela ferida. Ele apontou novamente sua varinha para ela e com o maior desejo de fazê-la sofrer, com todo o ódio que seu coração tinha executou a Maldição Cruciatus.

— Crucio... – sua voz sou fria, sem vida, mas baixa como um sibilar de um sussurro. A garota se debateu de dor, gritou em silêncio, as gotas de suor correram de sua têmpora para o chão. O desconhecido manteve a maldição por cinco minutos sobre ela; estava claro que a garota não suportaria muito tempo de tortura física, então... – Legilimens!

Novamente na mente da garota, mas agora era hora de manipular as lembranças dela a sua vontade. Bastou executar a azaração da confusão dentro das lembranças da garota e poderia manipular as lembranças do velório do pai, onde toda a família estava reunida de luto e sofrendo muito. A mãe de Tay estava com ela entre os braços, o irmão Robert, Harry padrinho de Tay estava do lado da mãe da garota e disse com os olhos brilhando de raiva enquanto olhava para a pequena Tay de treze anos.

— Carmem a Tay é a maldição desta família... – O padrinho olhou para a afilhada com muito desprezo – Primeiro vocês tiveram que abdicar o trabalho por causa dos mimos dela e agora isso... Robert se foi pela incompreensão dessa menina... Porque ela não obedeceu? Porque tinha que ir escondido para a Travessa?

Sua mente estava confusa e passara a acreditar que ninguém de sua família a amava mais e pior que realmente fora culpada pela morte do pai. Se sentir solitário e for torturado é o caminho perfeito para a loucura. Mas pessoas precisam sofrer e cair para que a causa seja completa... Quem sabe com uma aluna torturada até a loucura por magia das trevas, Albus perceba que para enfrentar Lord Voldemort e seus seguidores, vai precisar mais do que amor, será necessária muita coragem e força. A Ordem somente vencerá o Caos quando estiver disposta a matar, pois se não nunca Vencerá. E esse Lorde das Trevas somente será derrotado por o bruxo que dominar a morte ou por outro Lorde das Trevas.

Novamente apontou a varinha, agora iniciaria a destruição da sanidade da garota. Torturá-la-ia por cinco longos minutos, depois mostraria a ela mais cenas distorcidas de sua família. E faria isso repetidamente até que nunca mais sua sanidade e consciência voltassem a ser o que era antes, TUDO POR UM BEM MAIOR.

— Crucio! Crucio! Crucio! Crucio! Crucio! Crucio! – Mais de meia hora se passara e agora sucumbira a loucura, por fim os olhos do mundo precisam ser abertos, nem que seja da forma mais cruel possível. Assim será! Quando ele já ameaçava guardar sua varinha percebeu que alguém vinha nesta direção e não era hora de alguém chegar, virou-se apontando a varinha para onde a garota Slytherin apareceria! E quando surgiu. – Estupefaça! – O raio cortou o ar em grande velocidade estuporando-a, se  aproximou para ver Bellatrix Black caída desmaiada, não era para ela ter aparecido, mas assim teve que ser, olhou novamente para Taylor que agora estava em um canto choramingando alucinações com seu pai, tremia em choque. Tudo dera certo, agora é questão de tempo. Como um raio o senhor da noite desapareceu antes da lua cheia cobrir os céus. Porém naquele mesmo corredor, enquanto flutuava, as luzes dos archotes iam se ascendendo. Um fantasma, que outrora fora um professor monitorava a movimentação dos alunos, estava no meio do corredor quando um dos archotes iluminou algo um tanto estranho, provavelmente alguma armadura que Pirraça teria derrubado de propósito pra fazer algum professor desatento tropeçar e se estabacar.

— Esse Poltergeist acaba com a imagem dos fantasmas.... - disse Bins baixinho se aproximando. Mas conforme se aproximava, o vulto no chão se tornava mais e mais estranho. - Mas que P....

O archote iluminou o resto do corredor e o fantasma do professor, mesmo translúcidamente branco, ficara com os olhos arregalados. Tinha certeza de que se tivesse um corpo, com certeza ele tinha perdido todo o sangue da sua face. Os vultos não eram apenas uma travessura do Poltergeist, eram duas alunas.

— E aí amador??? - ouviu a voz do Poltergeist atraz de si - Não sabia que era um... - A reação de Pirraça fora um tanto quanto inesperada quando viu as duas alunas ali. - NÃO FUI EU!!!!!!!!!! NÃO FUI EU!!!!!!!!!!!!

— Eu sei que não foi você seu idiota.... vá chamar o diretor Dumbledore ou algum professor!

— Eu??? Porque eu??  - perguntava Pirraça com pânico na voz

— Porque se não vou dizer que o vi jogando pó do sono nessas duas.. só por isso! - ralhou Bins nervoso.

O Poltergeist desapareceu de vista atravessando a parede e em poucos segundos voltava com Professor Flitwick e Minerva em seu encalço.

— Mas o que foi que houve? - ouvira o professor baixinho perguntar.

— Receio que eu saiba... - disse Minerva examinando as duas - Leve-as para a Ala hospitalar, a Srta. Black é apenas um feitiço estuporante mas a Srta. Grover precisa de cuidados mais urgentes...

— Eu as levo... - disse Flitwick praticamente levantando a varinha e fazendo as duas jovens levitarem como que se fossem erguidas por macas invisíveis e desaparecendo no fim do corredor.

— Professor Bins, seria pedir muito para que o senhor percorresse o castelo indo procurar os professores? Receio que Dumbledore vai querer vê-los outra vez.

— Não vice-diretora... vou agora mesmo... - disse ele a encarando e momentos depois seguindo seu caminho rumo aos outros corredores. O velho fantasma do professor de História da Magia seguiu pelos corredores com olhos atentos e transmitindo o recado para os professores que encontravam pelo caminho.


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Notas finais do capítulo

E que venham mais tretas... sim quando você acha que as coisas não podem piorar... ai meus amigos é que elas desandam de vez.... boa leitura ^^



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