Marotos - Uma Nova História escrita por Sara_McGonagall


Capítulo 14
Novas serpentes


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós... mais um capítulo da Saga Marotos - Uma nova História, sei que não vai agradar muitos mas, fazer o quê... My World... my Rules!



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Os dias em Hogwarts começavam a ficar mais curtos. Outono começava a dar sinais de que estava chegando ao fim e obviamente os dias frios e gélidos já se pronunciavam. Alunos continuavam a sair da escola e uma crescente porém inevitável onda de boatos começou a se espalhar pelos corredores. Não que Sarah e suas amigas ligassem para isso, conheciam e estudavam a anos com Potter para saber sobre a índole que todos pintavam. Mas constantemente o garoto estava sendo alvo de críticas e calúnias sem mencionar que haviam pais (obviamente pais de sonserinos) que estavam se recusando veementemente que seus filhos freqüentassem a mesma escola que um descendente de assassino.

— Como é que Johnsom pode dizer algo assim? – perguntava Sarah a Olivia e Alice no salão comunal. O dia estava chuvoso e nem um pouco convidativo. Tinham acabado de regressar da aula de Herbologia na Estufa 7 e estavam molhadas até os ossos. – Ele conhece James tanto quanto nós...

— Tente entender Sarah.. – dizia Olivia tentando apaziguar o que havia acontecido. – Os pais dele estão com medo... ou provavelmente estão sendo ameaçados...

— Eu sei que é injusto e tal... – começou Alice - ... mas... eu sou a única que notei que a nossa Monitora tem andado meio sumida?

Até aquele dia em questão, Sarah não tinha se dado conta sobre isso. Lily sempre foi uma garota mais dedicada aos livros do que a ter uma vida social, raras eram as vezes que ela se sentava com as meninas e se socializava. Na verdade o único com quem ela se “socializava” era Severo “Ceboso” Snape. O qual ninguém engolia por ele ser sonserino e ficar para cima e para baixo com os o trio sonserino M – M – B -  ou seja... Malfoy – Mayfair – Black.

— Deve estar com o Snape enfiada em algum lugar... – disse Olivia - ... Ela tem andado realmente insuportável. Vive pegando no meu pé e olha que ela não tem nada contra Remus.

— Nossa... – perguntou Alice com um sorriso sapeca brincando em seus lábios - ... desde quando “Lupin” se tornou “Remus”?

— Desde que Frank andou beijando uma certa Alice Bounce... – disse Olivia jogando uma almofada em Alice que começou a rir e devolveu a almofada a garota.

— Então quer dizer que finalmente Remus deu o braço a torcer? – perguntou Alice. Mas Olivia apenas meneou a cabeça negativamente.

— Sabe... as vezes eu sinto que ele quer... – então ela fez uma pequena careta - ... sei lá, mas aí ele parece se lembrar de algo e volta a ser o mesmo Remus de sempre... educado, legal... atencioso...

— Eu não queria me meter... – começou a dizer Sarah mas Olivia a cortou – Não Sarah... você tem problemas demais para lidar, e James também, não quero que fale com o Potter sobre isso...

A jovem apenas concordou com a cabeça, realmente não queria falar com James sobre isso. Até porque estavam namorando a pouco tempo. Se é que sua relação com ele podia-se chamar de namoro.Dizia que estavam conhecendo um ao outro, embora com toda a turbulência e compromissos de James, geralmente só o via durante as aulas e a noite na sala comunal, isso quando ninguém os interrompia. Na verdade ficava mais com Luyde do que com James propriamente dito, tanto que o gato já tinha “se convidado” várias vezes ao dormitório das meninas para dormir em sua cama. Ela não reclamava, afinal ele mantinha aquele poço de pulgas de Mandy longe do dormitório. Por algum motivo, Luy botava medo em Snowflake que saia correndo sempre que o via.

— E então? Vão ficar na escola ou vão ir para casa no natal? – perguntou Alice com o rosto se iluminando – Eu falei com Frank, acho que podemos nos encontrar em algum lugar durante o feriado.

— Meus avós decidiram que é melhor eu ficar... – respondeu Sarah sentando-se – Vovó acha perigoso demais pegar um trem de volta a Londres com tanta coisa acontecendo.

— Eu ainda não sei... – disse Olivia coçando o queixo pensativa - ... mamãe acha que é melhor passar as datas com a família... – então olhou para Sarah que sorriu - ... você conhece ela melhor que ninguém, mas papai obviamente acha que pode acontecer algo.  Talvez eles mesmos decidam vir me buscar. Mamãe disse que mandaria uma coruja a Dumbledore falando sobre isso.

Bem, SraHornby era bem protetora, não duvidava que realmente ela viria buscar a filha. – mas se quiser Sah.... posso fazer companhia a você.

— Eu agradeço Olivia... mas vá curtir sua família... – respondeu ela – Sei que está com saudades...

Se pudesse, Sarah faria o mesmo. MAS de acordo com sua avó (que foi quem escreveu) Vovô estava em Londres com o time, e ela iria aproveitar para passear pela cidade. Obviamente disse que tomaria cuidado e não se aventuraria.

— E o que seus avós falaram sobre James? – perguntou Alice curiosa e a garota sentiu suas bochechas queimarem. Olivia logo notou – Você não contou para eles não é?

Sarah apenas meneou a cabeça negativamente. Sabia que seus avós não fariam objeção, mas também sabia que sua avó ficaria tão contente que com certeza iria acabar falando demais e tem bruxos que ainda acreditam em tudo o que lêem. Poderiam até ofende-la mas jamais permitiria alguma coisa contra seus avós.

— Bem... tenho medo por eles... – disse por fim - ... vocês viram o que anda acontecendo nesse castelo... e lá fora não está diferente. Sei que meus avós não seriam contra meu relacionamento com ele, mas aposto que há bruxos que se ela contasse começariam a chamá-los de bruxos das trevas só por isso.

Ambas concordaram. E o assunto encerrou-se. Ou pelo menos Sarah tinha essa impressão.

— E já sabem o que vão dar de presente aos seus marotos? – Alice perguntou e Sarah deixou-se afundar na cadeira. Ok, ela não tinha nem se quer pensado nessa hipótese. Obviamente conhecia James e fora  o gosto de ambos pelo quadribol, bem, ele tinha de tudo... o que mais ele iria querer?

— Agora ferrou... – respondeu ela com um olhar suplicante para as meninas - ... não tenho a mínima idéia...

E realmente não tinha se preocupado com isso. Não pensava em James como um namorado na verdade nunca tinham nem se quer se dado esse título. Em sua cabeça, achava que se desse algum presente a ele isso queria dizer que ela estava “basicamente” o obrigando a fazer o mesmo. E ela não queria que fosse isso que ele pensasse. Gostava realmente de conversar com ele, de estar com ele, não queria estragar o que tinham acabado de começar com alguma bobagem. Porém, se não desse nenhuma lembrança a ele possivelmente ele acharia que o que tinham ela não estava levando a sério e isso também não seria legal.

“Pelas barbas de Dumbledore! O que é que eu vou fazer?” – murmurou ela para as meninas enfiando a cabeça entre os braços cruzados sobre o tampo da mesa.

— Não se preocupe com isso Sarah... – tranqüilizou-a Olivia - ... ainda temos tempo, com certeza vou sondar Remus sobre o assunto. Quem sabe ele ajuda?

— Ok... – disse Sarah encarando as meninas e respirando fundo - ... não vou pensar nisso temos jogo amanhã com a Ravenclaw e eu preciso é de foco!

E realmente era isso que ela pretendia. O campeonato havia começado e esperava que o tempo melhorasse, mas ao olhar pela janela, bem, ele não estava dando indícios de que realmente iria melhorar.

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— Quantas vezes eu tenho que repetir... – James já estava exausto de tanto os funcionários do Ministério virem até ele pedindo informações sobre seus pais. - ... eu não tenho idéia alguma, ou vocês acham que estaria morando de favor com um bruxo que eu nem conheço se soubesse onde estavam meus pais?

— Espero que saiba as conseqüências de acobertar bruxos das trevas meu caro rapaz... – dizia a voz de Dawllish, um rapaz de mais ou menos uns 20 e poucos anos. Parecia recém saído da academia de Aurores. - ... se por acaso eu souber que está mentindo terei de recorrer a métodos nada ortodoxos...

— Está querendo dizer poções e tortura? – perguntou professora Minerva McGonagall com um tom estridente na voz que fez com que James e o restante da sala acabassem ficando espantados. – Sei que se o Sr. Potter soubesse de algo, com toda a certeza falaria Sr. Dawllish... não precisará chegar a esse ponto. E não sei o que tanto esperam que ele os ajude sendo que está na escola sem nenhum acesso ou contato com os pais sendo o tipo de bruxos que os senhores acham que são, então se não tem mais perguntas, como eu acho que não, eu irei reportar isso ao próprio Ministro, se não ao conselho nacional de Magia por perseguição a um bruxo menor de idade!

— Todos nós sabemos que ele é um Potter, professora McGonagall... – Dawllish praticamente cuspiu as palavras o que fez com que James sentisse vontade de socar o homem - ... e sendo filho de quem é, sabemos do que ele é capaz.

— John... – começou Minerva agora tentando parecer mais uma professora do que uma defensora - ... conheço você desde seu primeiro ano nessa escola, como pode ter se tornado alguém tão sem escrúpulos a ponto de perseguir um pobre garoto que é só no máximo 5 anos mais novo?

— Só estou fazendo meu trabalho professora... – repetiu o rapaz agora em um tom mais brando - ... estou sendo pago para isso.

— Se não me engano, antes você fazia seu trabalho por que queria fazer o correto John... – agora era a voz do professor Dumbledore que era ouvida enquanto a porta da sala era aberta - ... creio que muita coisa aconteceu para que mudasse tanto assim seu comportamento... sendo estagiário no Ministério assim que saiu de Hogwarts... creio que também conhecia Charlus Potter.

— Minha opinião pessoal não interfere no meu julgamento... – respondeu o bruxo estufando ainda mais o peito - ... sim, o conheci, e isso me deixa ainda mais revoltado pelo fato de ao mesmo tempo que se mostrava justo e correto, por trás mantinha relações sórdidas com bruxos de má índole.

James fez menção de se levantar e partir para cima do bruxo mas Minerva o segurou na cadeira.

— Então se isso o enoja tanto... – respondeu Dumbledore alisando sua longa barba. - ... como pode sugerir usar seus meios para obter informações que claramente não estão com o menino?

Embora o James soubesse de “algumas coisas” o Auror não fez as perguntas certas, mas sempre foi alguém fiel e leal, não ia abrir a boca sobre nada.  Nem sobre o que sabia. O Ministerial simplesmente olhou para James dos pés a cabeça e mesmo parecendo não estar convencido, concordou com um aceno de cabeça com o professor Dumbledore.

— Muito bem então... – disse o professor muito calmamente enquanto encarava a todos por traz do seu óculos de meia lua - ... pode retomar seus afazeres Sr. Potter, creio que precisa estar em campo daqui a pouco não?

James concordou com a cabeça, pediu licença para os demais e seguiu para fora da sala. Durante todo o percurso, uma única coisa em sua mente estava perambulando. Tudo bem o Ministério achar que ele “receberia” informações sobre seus pais, mas não entendia a permanência desses ministeriais no castelo. Tivera a nítida impressão de que havia visto eles falando com alguns de seus colegas, e também Peter havia comentado que lhe perguntaram se já tinha visto Potter recebendo corujas. Mas até então, James não recebia corujas, pelo menos não com freqüência. Se tivesse algum recado com certeza seus pais lhe dariam por mensagens diretas a Dumbledore ou McGonagall mas nunca por meios normais.

— Ei... olha por onde anda Prongs! – ouviu logo após dar uma topada em alguém – Já te disse que se pensar muito seu cérebro vai escorrer pelo nariz!

— Foi mal aí Padfoot... – respondeu ele massageando o ombro dolorido - ... não percebi que já estava na porta da Sala comunal.

— Na verdade meu caro você devia era já estar indo para o campo de quadribol... – disse Sírius apoiando sua vassoura no ombro - ... a previsão do tempo está anunciando fortes ventos e o professor Flitwick achou melhor antecipar o jogo.

— Ok Padfoot... vá na frente e vai organizando o grupo encontro você daqui a pouco. Não vou demorar.

Sírius concordou com a cabeça e então saiu andando despreocupadamente enquanto James desaparecia dentro da sala comunal.

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As nuvens cobriam o céu em Hogwarts mostrando que o dia prometia ser muito chuvoso. Raios ao longe anunciavam que vinha uma tempestade. Mas até aquele momento não tinham recebido nenhum aviso sobre o cancelamento do jogo. Sarah sentia seu estomago dar voltas. Seria “seu jogo de estréia” e querendo ou não, todos os olhares estariam voltados a ela. Não por seu talento MAS por estar digamos assim, “romanticamente envolvida” com o capitão do time. Só de pensar nisso seu coração palpitava no peito. Não que estivesse com medo, longe disso, estava nervosa talvez por ser a primeira vez que estava com alguém e não queria decepcioná-lo.

— Não seja boba... – dizia Olivia com um sorriso - ... vai se sair bem, você mesmo ouviu o que Remus te disse aquele dia.

— É mais fácil ouvir do que acreditar Olivia... – respondeu ela, aquela sensação estranha ainda lhe incomodava. – Além disso, eu não vou usar a vassoura do Black, como você espera que eu seja tão eficiente usando uma vassoura da escola?

— Ei Perks? – ouviu a voz de Emme e então virou-se em direção a ela – Acho que devia olhar sobre sua cama.

Sarah estava tão preocupada com o jogo que nem se quer viu sobre a própria cama. Evidentemente havia uma vassoura embrulhada em papel pardo sobre a cama o que fez Olivia praticamente voar para abrir o pacote antes mesmo de Sarah.

— Quem foi que enviou? – olhou para a garota que pegou o pacote e começou a vira-lo, até que um pequeno envelope  caiu sobre seus pés. Sarah então abaixou-se e reconheceu a letra de seu avó.

— É do vovô! – disse ela abrindo um enorme sorriso – É por eu finalmente ter decidido levar o legado da família adiante... – agora ela olhou um tanto desanimada para Olivia lhe entregando o bilhete enquanto abria o embrulho.

— Ele acha que você vai se tornar uma jogadora de quadribol? – perguntou Olivia rindo.

— Não tem graça Olivia... – respondeu Sarah desembrulhando o cabo lustroso de madeira brilhante onde dava para se ver as letras em dourado Nimbus 1700.

— Eu sei que não... – disse Olivia ajudando ela agora a desembrulhar o pacote - ... mas ele levou a sério... – então Olivia olhou para a inscrição no cabo e arregalou os olhos - ... essa não é a marca que os jogadores da liga estão usando? – Sarah meneou a cabeça confirmando e terminou de tirar o papel pardo.  - ... pelo que parece é um “presentinho” do time todo.

— Eu cresci indo e vindo do campo.... – disse ela pegando a vassoura nas mãos pela primeira vez, era incrível como podia ser tão leve - ... era só um bebê quando conheci a maioria dos jogadores, então meio que virei um mascote... – foi quando se olhou no espelho pela primeira vez, estava vestida como uma jogadora do time da Gryffindor e isso encheu seu peito de orgulho.

— Não culpe seu avô por tentar... – disse Olivia com um sorriso parando ao lado dela e também se olhando no espelho. Dera uma giradinha, olhou novamente para ambas e com um sorriso sapeca - ... não é por nada não, mas a gente está muito bem vestida assim.

— Ei meninas... – agora era Alice enfiando a cabeça pela porta - ... O professor Flitwick adiantou o jogo... parece que vem uma tempestade por ai...

— Melhor irmos então... – disse Olivia pegando sua vassoura e assim elas desceram rumo ao campo de quadribol.

Assim que pisaram para fora do castelo, um vento gélido passou por elas. Sarah apertou ainda mais a capa contra o corpo. Não estava com frio na verdade mas o vento cortante a fazia tremer. Não sabia dizer ao certo o que é que estava sentindo.  Seguiu Alice juntamente com Olivia, afinal não tinha tido acesso aos vestiários antes, e nos treinos geralmente não ia até eles. Ficou espantada como um time todo de  Quadribol poderia caber em um cubículo de uns dois metros de largura por três de comprimento, mas espantosamente cabiam. Havia a esquerda uma pequena salinha onde possivelmente deveria ter os armários. Seguiu Olivia e viu uma pequena portinha com seu nome. Não que tivesse algo para guardar ali mas enfim, seria bom ter sempre a mão prendedores de cabelo quando esquecia de amarrá-los. No entanto, ouviu a voz de James chamando a equipe e então se reuniu ao time.

— Bem galera... vocês sabem que embora os corvinhos sejam até bem legais de vez em quando... eles são extremamente inteligentes e duros quando precisam... – seu olhar pairou sobre cada um que estava ali – O tempo está horrível e não quero desanimá-los mas os ventos estão piorando... – Então foi ouvido o som ensurdecedor de um trovão.

— E não se esqueça das chuvas e raios... – disse McKinnon, outra artilheira que Sarah conhecia apenas por estar no time. Era uma garota encorpada, e embora fosse “grande” era muito rápida com seus arremessos estava também no último ano.

— Bem... – continuou James agora ainda mais sério - ... somos leões, não é uma chuvinha besta ou alguns raios que farão com que nos escondamos. Quero que joguem limpo, e também que protejam uns aos outros. Não sabemos o que pode acontecer. – Então James foi até Remus e Peter que estavam ali também e pareceu ter uma conversa séria. Sarah não entendeu exatamente o motivo de tanta preocupação afinal era apenas um jogo ou não? Mas ao ouvir seu nome tivera um sobressalto - Sah, Lenne e Emme quero que joguem limpo, não cavem faltas a não ser que realmente sejam necessárias. Quero que voem rápido e mantenham atenção dobrada nos balaços adversários. Troquem passes entre vocês e sejam brilhantes como sempre são, marquem o máximo de gols que conseguirem. Emmeline que geralmente gostava de ficar com os pés cravados no chão estava até que contente por poder voar. Sarah apenas confirmou com a cabeça mas estranhou o olhar que o garoto havia lhe lançado. Contudo devido as várias coisas que andavam acontecendo com ele, era natural estar preocupado não?

Pegou sua vassoura novinha em folha e que iria estreá-la logo no seu primeiro jogo. Sírius passou por ela com um sorriso enorme. Sabia que o garoto amava a sensação de rivalidade e aproveitava ao máximo cada jogo.

— Pelo visto investiu em uma vassoura? Deve ter custado basicamente toda sua coleção de figurinhas de sapo de chocolate... -  disse ele gargalhando.

— Que nada... – respondeu ela com um sorriso - ... meu avô acha que se eu tiver uma vassoura nova mudaria de idéia de ser uma auror e passaria a querer ser jogadora de quadribol...

— Aí eu me pergunto... – disse Sírius coçando o queixo - ... qual das duas profissões é mais segura?

— Se estiver jogando com a Slytherin... – Sarah ouviu a voz de James ao seu lado e sentiu um frio na barriga – acho que ser Auror é menos perigoso... – então o garoto  se aproximou bem do ouvido de Sarah - ... Se cuide lá em cima... – e lhe dera um beijo no rosto. Rapidamente a garota sentiu seu rosto queimar e ele sorriu enquanto ia em direção a porta.

Sarah sentia o coração acelerar de um modo que nunca havia sentido antes. Ouvia seu avô lhe contar de algumas partidas e como era, também ia aos jogos do FalmouthFalcons, time que seu avô era treinador. Sentia toda aquela emoção e adrenalina mas NADA, absolutamente NADA se comparava ao que estava sentindo agora. A tensão antes das portas serem abertas, a ansiedade por pegar logo a Goles e mandar em direção a um dos aros. James então se postou diante de todo o grupo e então as portas se abriram. O capitão alçou vôo e um a um dos leões saiu voando atrás dele. Sarah subiu na vassoura e mais que depressa dera impulso

James conduzira a equipe vermelha e dourada para dentro do campo, um borrão era o máximo que as pessoas poderiam ver.A Gryffindor ganhou altitude rapidamente, em linha voaram em direção a uma das balizas, onde liderada pelo seu capitão entraram na forção cabeça de falcão o grande V formado pelos sete Leões contornaram a 200km/h o campo de Quadribol, fazendo uma grande explosão de vivas e rugidos soarem no ar. Sarah já estava acostumada com provocações tanto que quando passaram pelas balizas fizera questão de passar sobre as cabeças de Mandy e sua torcida imbecilizada tirando "fino" como diriam os trouxas da cabeça da garota. Olívia que a seguira apenas abaixara a mão dando um tapa na nuca de Mandy que esbravejou ainda mais enquanto o Locutor bradava ao megafone.

— E lá vem os leões da Gryffindor..... – podia-se ouvir Blossom, um setimanista da Lufa-Lufa - ...encabeçando o grupo o capitão Potter, seguido dos batedores Black e Hornby... e o trio mais belo de artilheiras que Hogwarts já viu... Mckinnon, Vance e Perks!

Era a primeira vez na vida que alguém falava seu nome em alto e bom som. Ela inclinou seu corpo sobre a vassoura e assim como os outros imprimiu velocidade.  Realmente a Nimbus era exatamente tudo o que diziam dela. Leve, e ia onde quer que você quisesse. Ouviu o primeiro apito, era sinal para se posicionarem assim como era em todos os jogos Arthur Wood, o professor de vôo estava ali para ser o Juiz. 

— Já sabem as regras. Nada de feitiços, nada de briga, nada de roubalheira! Joguem limpo, ou serão expulsos. - e com um novo manejo da varinha, a caixa de madeira se abriu, liberando uma goles, dois balaços e um curioso e quase invisível pomo de ouro.

A partida, enfim, começara. Mais que depressa assim que Sarah viu Wood lançar a Goles tratou de meter o pé, LITERALMENTE chutou a goles para o alto nas mãos de Lene McKinnon que disparou contra o gol adversário marcando os primeiros 10 pontos para a Gryffindor.

— Ótimo passe! – ouviu uma voz atrás de si e então reconheceu Derik, um dos Gêmeos maravilha da Corvinal passando.

— Obrigado... – disse ela e sorriu sentindo o rosto queimar. Viu mais adiante Olivia acertando um balaço com tudo em cima do Artilheiro adversário, se não estava enganada era Walltherback, Phillip. Este quase caiu da vassoura. Vance então aproveitou que ele deixara a Goles cair e então inclinou sobre o cabo de sua vassoura e novamente estava voando feito uma bala para ajudar Emme e Lene.

— ABAIXA A CABEÇA PERKS! – Mais que depressa Sarah girou o corpo fazendo um parafuso enquanto ouvia o som de um balaço sendo acertado. Jogou a Goles para Lene que lançou para Emme mais a frente, Sarah então disparou  por baixo de um dos batedores da Corvinal e recebendo a Goles partiu com tudo para cima do goleiro, o qual depois de uma finta liberou o aro Central e foi onde ela aproveitou logo a chance de marcar.

— E mais 10 pontos para a Gryffindor! – ouviu o som de Blossom novamente – com isso, a Gryffindor passa a frente por 10 pontos!

Não era o suficiente, tinha de dar mais de si. Viu de longe James subindo com a vassoura mas meneou a cabeça, tinha gols a fazer e cada um naquele grupo tinha uma função. Viu Banks e Derik saírem rumo aos Aros da Gryffindor e mais que depressa Sírius mandou um balaço. Mas não foi o suficiente para deter a dupla de artilheiros, Sarah então fizera um movimento rápido, passara voando e batera com a mão na goles depois que Alice não tinha conseguido pega-la protegendo o gol, e impedindo que Ravenclaw empatasse. A Goles caiu nas mãos de Lene que novamente disparou rumo ao gol azul marcando mais 10 pontos.

— Valeu Sah... – ouviu agora a voz de Alice e então sorriu – Valeu nada mocinha, me deve um boa cerveja amanteigada no três vassouras! – respondeu a garota dando um sorriso e rapidamente indo em direção as amigas para tentar impedir outro ataque. Tudo parecia estar correndo muito bem, exceto pelo tempo. Uma forte chuva começou a castigar, em segundos Sarah estava ensopada até os ossos. A água escorria pelos seus olhos e não conseguia ver com clareza sem mencionar que as nuvens negras pareciam estar transformando aquela tarde em uma noite escura. Mesmo assim, fazia o possível para conseguir acompanhar Emme e Lene, E vez ou outra dava suporte para Alice que também estava tendo as mesmas dificuldades que ela com relação a chuva.

— Como é que alguém consegue ver alguma coisa no meio dessa chuva? – ouviu a voz de Olivia que acabava de rebater um balaço que vinha em sua direção -  Te devo uma Oli... – Quando foi terminar a frase ouviu apenas um grito de Olivia e quando deu por si ela já estava indo ao chão com a vassoura.

— O que foi que houve? – ouviu a voz de Sírius e ela meneou a cabeça. Desceu mais alguns palmos e viu Minerva e o professor Dumbledore indo de encontro a garota. Ela parecia estar bem mas segurava o braço esquerdo com firmeza. Pelo jeito tinham acabado de perder um dos seus batedores. Mais ao alto Alice deixava passar a Goles e mais um gol os Corvos faziam. O locutor bradava anunciando mais 10 pontos para Corvinal, estava 50 a 40, tinham de terminar logo essa partida.

— Onde está aquele galhudo que não achou o pomo ainda? – ouviu Sírius novamente rebatendo um balaço – Não estou dando conta de derrubar essas moscas sozinho...

Sarah então inclinou sua vassoura voando em direção ao chão e pegou o bastão de Olivia. Na subida passou por Emme e Lene.

— Vou assumir o posto da Oli... – disse ela –... Vão pra cima deles com a Goles e deixem os balaços que eu e Black damos conta.

Não, engana-se quem acha que a pobre menina não sabia jogar quadribol. Podia até não ser uma expert no assunto, mas sabia ser criativa. Agora tinha de ir a procura dos benditos balaços e redirecioná-los aos corvinhos. Inclinou o corpo para frente e disparou em direção a dupla de batedores azuis e assim que se aproximou rebatera um dos balaços que tinha sido arremessado em direção a Emme. Ela agradeceu embora não tivesse conseguido fazer o gol, pelo menos tinha se livrado de um belo hematoma. 

— E onde é que está o Potter que não pegou esse maldito pomo! – ouviu a voz de Lene que passava por eles tentando se desvencilhar de um balaço, Sarah por sua vez o seguiu e bateu com o bastão com toda a força o fazendo ir direto para o outro lado. Sírius redirecionou outro rumo ao artilheiro Corvinal que tentava tirar a Goles de Emme. Mas esta o perdeu assim que o outro artilheiro bateu em sua mão a fazendo ter de se segurar para não cair da vassoura. Mais depressa do que nunca o time adversário voou rumo ao gol vermelho e dourado empatando o jogo em 50 x 50.

— Pense Sarah... – disse ela para si enquanto rebatia novamente um balaço contra um artilheiro azul. O garoto praticamente se desequilibrou e deu com tudo no Aro atrás de Alice. Foi então que lhe ocorreu...

— Emme... vem comigo... – disse ela e a garota acentiu, fez sinal para Lene que recebera a Goles de Alice e voava em direção a elas, em um pequeno V invertido Emme e Lene começaram a passar a bola entre si enquanto Sarah rebatia os balaços lançados contra as duas, chegaram próximo as balizas e assim que passou por Sírius pediu cobertura.Quando chegaram de frente para o gol Sarah passou a frente das duas driblando o goleiro adversário enquanto Emme jogava a Goles por cima do Goleiro, Sarah com toda a força que conseguiu rebateu com o próprio bastão a Goles marcando mais um gol para a Gryffindor, basicamente na mesma hora que era ouvido o apito final do jogo.

— E a Gryffindor ganhou!!! – ouviu-se o locutor anunciando – 200 à 50... PARABÉNS LEÕES.... é hoje que ninguém dorme nessa Torre!

Sarah ainda demorou algum tempo para processar o que havia acontecido. Tinha ganho seu primeiro jogo usando o uniforme dos leões e basicamente planejou uma jogada maluca que por acaso tinha  dado certo. James por ter capturado o pomo estava no meio de um grupo de leões eufóricos que acabaram invadindo o campo.  

— Ei Perks! – ouviu então a voz de Derick e então virou-se – Bela jogada... como teve a aquela idéia?

— Sinceramente...  – disse ela dando um profundo suspiro – nem eu mesmo sei... mas que bom que deu certo!

— Precisamos de gente criativa assim no nosso time... – disse Welsh, apanhador do time da Corvinal.

— Sinto muito... mas nossa artilheira/batedora não tem cópias... – disse Sírius passando o braço pelos ombros da garota - ... aliás, tem duas pessoas te procurando... – então voltou sua atenção novamente aos corvinais – Foi um belo jogo galera... muito divertido...

Sarah acenou para os corvinhos e saiu sendo guiada pelo batedor dos leões. Foi então que viu seus avós conversando com a professora Minerva e não conseguiu conter a alegria por vê-los correndo e praticamente se jogando nos braços de seu avô

— Ei, ei, ei... - disse Sr. Perks dando um abraço amoroso em Sarah - Que bela jogada aquela hein?

— Tive um bom professor... - respondeu a garota com um sorriso - ... porque não me avisaram que viriam?

— Achei que para sua grande estréia... - agora era a professora Minerva quem falava - ... eles deviam estar presentes... – então voltou-se ao casal - ... Tenho que por ordem nesse hospício... – e então sorriu docemente - ... façam uma boa viajem de volta. Os dois agradeceram e então sua avó tomou a palavra.

— E queríamos fazer uma surpresa... - disse Sra. Perks com sua voz doce e melodiosa abraçando a neta - ... e nada melhor do que vir exatamente em um dia importante.

— Vão ficar aqui muito tempo? - perguntou ela sentindo um arrepio, estava ensopada e tinha certeza de que se ficasse ali mais um pouco pegaria um resfriado.

— Não, minha querida... - respondeu Sr. Perks - ... viemos porque eu fiz questão de lhe ver voando...

— E ela se saiu muito bem... - Sarah então ouviu a voz de James e tivera um sobressalto e o garoto então estendeu a mão- ... o Senhor deve ser Warrior Perks... o Sr. é uma lenda. Meu pai me contou várias histórias sobre o senhor...

Sarah nunca tinha visto seu avô tão orgulhoso na vida. Sim ele era uma lenda mas na sua cidadezinha de Falmouth todos o conheciam e estavam acostumados a vê-lo, era totalmente diferente.

— E se meus olhos não estão enganados... você deve ser o garoto Potter... - respondeu Sr. Perks com um sorriso enquanto James confirmava com a cabeça - É inegável seu talento como apanhador meu jovem,  Alex e meu Steven viviam montados em uma vassoura... é bom saber que o seu primogênito tem a mesma paixão pelo esporte que o pai... ele com certeza deve ter muito orgulho.

Sarah pode ver que James dera um sorriso sem graça, o fato dele não ter tido mais contato com seus pais desde as acusações o deixava desconfortável, sem mencionar furioso.

— Warry... - repreendeu Sra. Perks estendendo a mão para cumprimentar James - ... desculpe meu marido querido... ele passa tanto tempo com uma vassoura que esqueceu completamente como lidar com as pessoas... -  e então sorriu docemente - Sarah deve ter lhe contado que conhecemos Alex...

— E por conhecermos.... - acrescentou o Sr. Perks - ...é que sabemos que o que está sendo publicado e essas notícias... são todas mentiras...

Sarah pode ver que sua avó dera uma leve cotovelada nas costelas de seu avô e que se a situação não fosse tão constrangedora ela teria caído na gargalhada.

— O que meu "marido" está querendo dizer... - disse Sra Perks entre os dentes encarando o marido e depois voltando com um ar doce para o garoto - ... é que o conhecemos o suficiente para saber sobre seu caráter... e se tiver algo que possamos fazer, com certeza faremos...

— Obrigado... Sr. e Sra. Perks... fico muito feliz em saber disso... - Nessa hora Sírius chamou James e ele acenou com a cabeça - ... Bem... foi um prazer conhece-los...  - dera um aperto de mão ao Sr. Perks e beijou a mão da Sra. Perks como um perfeito cavalheiro e então olhou para Sarah e dera uma piscadela -  Não demore ou vai pegar um resfriado...

— Sim Sr. Capitão... - respondeu ela com um sorriso. James correu para junto do resto do time.

— Ele é um ótimo rapaz... - ouviu a voz de seu avô e então voltou sua atenção a ele - ... por que não nos contou que o conhecia?

— Bem... - começou Sarah mas sua avó a interrompeu .

— Porque ela sabia que você ia enchê-lo com perguntas sobre quadribol Warry... coitado do garoto, deve estar passando maus momentos com a situação que está e você ficar tocando nesse assunto.

— Peça desculpas a ele querida... - respondeu Sr. Perks agora envergonhado - ... não quis deixá-lo mal com isso.

— Não se preocupe vovô... - disse Sarah com um sorriso - James conhece e sabe muito bem que o Sr. não fez por mal, além disso, é corajoso o suficiente para estuporar quem ousar duvidar do carater da familia Potter.

— Sem mencionar que é muito bonito também... - sussurrou Sra. Perks para Sarah que sentiu suas bochechas corarem violentamente o que fez com que sua avó gargalhasse - ... não fique assim minha querida, não vou contar.... - Sarah encarou sua avó tentando se perguntar do que é que ela estava falando e então ela a abraçou novamente e sussurrou -  vai ser nosso segredinho. E vá se trocar, não quero que fique resfriada por estar ensopada.

— É tão bom ver vocês.... - disse ela abraçando longamente mais uma vez os avós - ... me prometam por favor que não vão expressar suas opiniões para bruxos fora do seu círculo de confiança...

— E alguma vez já fizemos isso? - perguntou Sr. Perks e ambas, Sarah e Sra. Perks lhe encararam - Ok, ok, eu prometo guardar minhas opiniões políticas somente para mim.

Sarah encarou sua avó que sorriu docemente.

— Eu vou me certificar de que ele fará isso... pode deixar... - respondeu ela e Sarah concordou. - Agora vá.... e não se esqueça de convidar seus amigos para nos visitar.

Sarah começou a se afastar sem pressa, embora tivesse amado a surpresa sentiu algo estranho ao se afastar. Não sabia explicar exatamente o que era, mas algo a fez parar e olhar novamente seus avós se dirigirem para fora do campo. A sensação era muito estranha, foi então que sentiu alguém passando o braço por seus ombros.

— Já te disse para ir se trocar ou vai pegar um resfriado... – ouviu a voz de James e então sorriu.

— Eu entendi Sr. Capitão... – respondeu ela ainda dando uma última olhada para a entrada do campo onde seus avós sumiam com a multidão de convidados - ... só... quis olhar para eles uma última vez.

James a puxou em um abraço, ela não entendeu o motivo disso mas tinha de admitir que era disso que estava precisando. Ele então lhe dera um beijo em sua cabeça e ela então o encarou, a chuva começava a ficar mais forte e embora o garoto estivesse ensopado, aos seus olhos continuava tão bonito quanto das vezes que o via nos corredores. Ele então apoiou seu rosto com uma das mãos e lentamente tocou seus lábios em um beijo doce e sem pressa, já não estava mais preocupada com a chance de um belo resfriado. Aquele pequeno gesto lhe aquecia o suficiente para não sentir frio. Um raio cortou o céu iluminando o campo. Sarah se afastou por alguns segundos e James sorriu.

— Melhor entrarmos ou nós dois vamos ficar resfriados... – disse ela e ele sorriu.

— Eu não me importaria de ficar de cama sendo paparicado por você. – e dera uma gostosa gargalhada.

— Você já não é paparicado os suficiente sem precisar estar numa cama? – perguntou ela e então ele sorriu cerrando os olhos e pegando em sua mão começou a conduzi-la para dentro do castelo.

— Não me culpe por estar mal acostumado... – respondeu ele dando um sorriso maroto. Sarah apenas sorriu, uma vez maroto, sempre maroto.

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— Eu já lhes disse... – Olivia contava pela décima vez o motivo de ter sido levada ao chão - ... eu só senti uma ferroada e quando dei por mim meu braço estava pingando sangue.

— Azaração da ferruada... – dessa vez era Remus quem falava, e Sarah podia ver que ele não estava nada contente. – Como é que não vimos?

— Eu estava de Olho nas cobras... – agora era Peter quem tomava a palavra. – O Clã das peçonhentas estava bem na minha mira... não quero defende-los mas eles não abriram a boca e não fizeram nada suspeito...

Embora as alegações de Peter sobre a “possível inocência” das cobras sonserinas, Remus ainda não estava convencido.  Era realmente estranho Olivia ter um corte tão grande no ombro (este que estava enfaixado e com uma tipóia) e ninguém ter visto nada. Sarah já tinha tido essa conversa com Olivia na noite anterior, afinal a festa pela vitória durou até muito tarde. James no entanto fora chamado a sala de Minerva naquele dia e não o tinha visto ainda naquele domingo, o mais provável é que estaria recebendo alguma instrução sobre os ministeriais que estavam em seus calcanhares noite e dia. No entanto isso não a estava preocupando e sim o fato daquela sensação ao ver seus avós. Por isso estava tão desatenta ao que acontecia ao seu redor naquela tarde de domingo. Levantou-se da sua poltrona e foi até a janela onde sempre ficava quando pretendia colocar os pensamentos em ordem. Por mais que soubesse que seus avós estavam bem, que haviam chegado em segurança ainda assim aquela “sombra” por assim dizer crescia dentro dela e não sabia dizer o motivo. Como sempre estava brincando com o colar que herdara do seu pai distraída olhando para o tempo lá fora.

— Devo me preocupar com a pessoa que povoa esses seus pensamentos? – ouviu a voz de James e então sorriu. Ele por sua vez sentou-se no parapeito da janela e lhe encarou. Sarah apenas cruzou os braços e novamente olhou para o dia chuvoso lá fora meneando a cabeça.

— Não sei... – respondeu ela agora depois de um profundo suspiro - ... é só que...  – nem ela conseguia explicar ao certo o que estava sentindo. Talvez fosse receio por seus avós, eles viviam sozinhos em uma fazenda no interior de Falmouth, e seu avô deixando escapar os próprios pensamentos não era nem um pouco seguro.

— Está preocupada com seus avós? – perguntou ele a encarando. Sarah então desviou os olhos, não queria sobrecarregá-lo com seus problemas sendo que ele já tinha os dele para se preocupar, mas o modo com que ele a olhou a fez desmoronar. Porque raios ele tinha esse “poder todo” sobre ela?

— Não é bem...  – então se deu por vencida, aquela sensação estava a corroendo por dentro - ... eu não sei bem como explicar... é só... – então levou a mão ao próprio peito, parecia que algo a estava sufocando - ... quando olhei meus avós antes deles saírem... – então sentiu algo bloquear sua garganta - ... foi como se... – as palavras morreram antes mesmo de chegar ao seus lábios. James inclinou-se, pegou sua mão e a trouxe para próximo. - ... senti como se fosse a última vez que os visse.

James a trouxe para seus braços e lhe abraçou forte. Sarah tinha a mais absoluta certeza de que ele estava entendendo perfeitamente como se sentia. Impotente diante ao mar de calúnias que estavam falando sobre sua família. E realmente se sentiu agradecida por ter alguém como ele ao seu lado, embora se sentisse culpada também por lhe contar sobre suas aflições e dar-lhe mais uma carga na sua pilha de preocupações.

— Deixe isso pra lá... – disse afastando-se mas James não permitiu que se afastasse por completo - ... deve ser apenas receio por tudo o que anda acontecendo... e...  – James então segurou-lhe delicadamente o rosto e lhe beijou doce e calmamente. Por alguns instantes Sarah ficara entorpecida, esquecera-se por completo de toda a preocupação que estava sentindo e realmente tinha de agradecer a ele por conseguir fazer isso com ela. Quando afastou sentiu seu rosto corar e ele sorrir. – Meu avô me pediu para dizer que sente muito por ter falado demais...

— Eles parecem ser incríveis... – respondeu ele brincando com a mão da garota enquanto ela confirmava com a cabeça - ... mas vamos ter chance de conversar ainda... – então ele sorriu abertamente - ... o que me faz lembrar que não pude lhe dizer o quão brilhante você foi ontem.

— Apenas fiz o que qualquer jogador de quadribol decente faria... – disse ela dando de ombros, não fizera nada de que pudesse lhe dar alguma fama, somente fez o que julgava ser o que devia fazer.

— Você assumiu um risco... – disse ele - ... e me mostrou que pode ser tanto uma artilheira quanto uma eficiente batedora...

— Meu avô me colocava em todas as posições quando treinava... – respondeu ela sorrindo do brilho que emanou dos olhos do garoto - ... não é nada ‘tão brilhante” assim James...  -  sentia suas bochechas esquentarem outra vez.

— Então a partir de agora... – disse ele inclinando-se e olhando diretamente nos olhos da garota - ... vai ser meu principal coringa. – então cerrou os olhos  - como você é jogando como apanhadora?

— Para sua informação Sr. Capitão... – disse ela se afastando um pouco e o encarando com os olhos cerrados - ... bastante eficiente... – então cruzou os braços desconfiada - ... por acaso está querendo me por como reserva?

— Bem... – disse ele se aproximando mais - ... posso ter que me ausentar no futuro... e não quero deixar meu posto para qualquer um...

— Fala sério James... – respondeu ela sorrindo mas ele não parecia sorrir - ... faltam poucos meses para nos formar... para onde é que você iria?

James então meneou a cabeça e sorriu – Bem, você conhece minha fama... esses ministeriais podem me tirar da escola... vai se saber...

— Eles ainda não desistiram de tentar tirar algo de você? – perguntou ela e ele apenas deu de ombros.

— É irritante... mesmo se eu soubesse de algo... obviamente não diria nada a eles... – respondeu ele.

— Eu acho que mesmo se alguém soubesse não diria... – respondeu ela com um sorriso que o fez chegar ainda mais perto e lhe roubar um beijo.

— Ei galhudo... – ouviram a voz de Sírius – Ah vocês estão aí...

— O que foi Padfoot... – disse James em meio a um suspiro sem tirar os olhos da garota. - ... perdeu sua loção antipulgas?

— Ha ha ha,....- respondeu Sírius sarcástico - ... antes fosse meu amigo, Remus está convencido de que o que atingiu Olivia não foi um acidente com um balaço até porque ela tinha afastado um das costas da Sah.

— E outra que se fosse um balaço ela estaria com os ossos quebrados... não só com um corte profundo... – considerou Sarah e James olhou da garota para o amigo. Endireitou seu corpo e então escorou-se novamente no parapeito da janela e cruzou os braços.

— E quando Moony coloca algo na cabeça... é 100% de certeza que ele está certo... – respondeu James agora coçando o queixo.

— Isso quer dizer... – respondeu Sírius.

— Exatamente meu caro... – disse James - ... não é só os sonserinos que estão colocando as manguinhas de fora... tem outro tipo de veneno correndo pelos corredores desse castelo.

— Mas porque atacar Olivia? – perguntou Sarah. – Isso não faz sentido.

— Nisso tenho de concordar com a boneca... – respondeu Sírius e James laçara um olhar mortífero que Black apenas fizera uma careta em resposta.– E... se... - Sarah encarou-os por alguns segundos e eles a encararam de volta e ela continuou - ... bem, e se essa azaração não fosse exatamente para Olivia...

— Está querendo dizer que era para você? – perguntou James não acreditando muito o que fez com que Sarah ficasse séria.

— Nós conhecemos uma pessoa que me odeia tanto quanto um sonserino e é da nossa própria casa... – disse ela decidida e cruzando os braços diante do garoto.

— Wilson? – então James caiu na gargalhada – Ela não é capaz nem de amarrar os sapatos quanto mais acertar um feitiço naquela distancia...

— Não duvide da fúria de uma garota magoada Galhudo... – disse Sírius agora sério - ... elas são capazes de coisas que deixariam até mesmo barba branca de cabelos em pé... incluindo a barba.

Sarah pode perceber que James mesmo não levando o fato de Mandy ser a “autora” da azaração, também não negou essa hipótese.

— Seja lá quem for que fez isso... – disse ele e então encarou Sarah - ... vai se ver comigo...

— James... – começou a dizer Sarah mas ele a interrompeu.

— Vem Padfoot... – disse ele, Sarah até tentou argumentar mas ele simplesmente dera-lhe um beijo no rosto – Não se preocupe... não vou fazer nada que você não fizesse...

Sarah então o viu chamar Remus e Peter e os quatro saírem do salão comunal. James provavelmente tinha um plano, e com certeza mais detenções viriam por ai. Era melhor chamar as meninas e se realmente havia outra pessoa além dos sonserinos azarando bruxos, era melhor estarem preparadas.


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Notas finais do capítulo

Como disse antes, peço desculpas a quem não gostou, e quem gostou a partir de agora segurem-se em suas vassouras pois o caldeirão vai ferver!



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