Deusa do mar. escrita por Cora


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Murchou.
A pequena rosa.
Precisa de água.
Mas não há ninguém por perto disposto a regá-la.
[]
Morreu.
A pequena rosa.
Selvagem Coração



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Era mitológica:

Olimpo.




– Mas irmão - continuou Zeus - Você precisa entender que achar uma esposa é o melhor a se fazer. O Olimpo todo já está comentando, e se você não achar logo uma rainha, eles começaram a perder a confiança que tem em você. - Poseidon lança um olhar aflito ao irmão - Mas eu não quero me casar Zeus, entenda de uma vez por todas.


– Você sabe que Athenas gosta de você, dê uma chance a ela.


– Eu não quero me casar com Athenas, e nem com ninguém.- Diz ele alterando a voz- Este assunto está encerrado, adeus. - E furiosamente o Deus dos mares deixa o salão do Olimpo.


Mar Egeu




O galopar frenético dos cavalos-marinhos cruzava o mar. Irritado com a vizita que fora obrigado a fazer ao Olimpo, Poseidon esperava ansioso a chegada ao seu palácio submarino. Zeus havia convocado os olimpianos para uma de suas festas extravagantes, e ele, embora gostasse de se divertir, começava a se irritar com os comentários presunçosos do irmão, que lhe dizia que deveria encontrar uma rainha logo. " Dane-se o que ele acha" disse para si mesmo. Poseidon gostava de se sentir livre, comprometer-se a uma única mulher seria como proibir as ondas de avançarem, e ele jamais permitiria isso. A carruagem avançava depressa, e estava se aproximando quando, junto a algumas rochas, ouviu uma voz melodiosa, suave e doce, que vinha das correntes. Era sem dúvida a voz mais linda que ele já ouvira, impressionado e curioso, o imperador dos mares pediu que parasse a carruagem. Ele seguiu o som até que, próximo a uma barreira de corais, encontrou uma grupo de belas mulheres que riam e se divertiam inocentemente. Admirado com a beleza das jovens, Poseidon escondeu-se atrás de algumas rochas, e passou a observá-las por um longo tempo. Ele não vira o tempo passar, e não perceberia se uma mão não tivesse lhe tocado o ombro.


– Pelos Deuses, o que estarias a fazer escondido aqui Poseidon, o senhor dos mares? - Com rapidez Poseidon se vira, e aponta seu tritende para o pescoço do jovem, que assustado, tropeça e cai de costas.


– Proteu! - diz o imperador, abaixando o tridente- O que fazes aqui?


– Eu perguntaria o mesmo a você, meu senhor.


Com um longo suspiro o Deus dos mares volta a olhar as jovens que ainda brincavam e riam sem perceber que os dois estavam por perto. Seguindo o olhar de Poseidon, Proteu, um dos velhos sábios do mar e pastor dos rebanhos de Poseidon, deu um largo sorriso.


– Quem são elas Proteu? - Indaga o senhor dos mares.


– São as nereidas meu senhor, as filhas de Nereu e Dóris, elas são lindas, não são? E tem vozes tão perfeitas, elas... Senhor?


Poseidon já não estava mais prestando atenção ao que o amigo falava, sua mente e seu olhar estava fixo em uma única coisa. Sentada sozinha em uma rocha, distante do restante das irmãs, estava a jovem mais bela que o Deus já vira. Sua pele, clara como o mármore, reluzia a luz do sol. Os longos e dourados cabelos caindo em forma de anéis até a sua cintura. Seus olhos tinham íris esverdeados como o grama que crescia nos jardins do palácio de ouro, as bochechas levemente coradas e os lábios pequenos e grossos que jaziam em uma expressão pensativa, sua mente parecia vagar ao longe, distante dali. Ela tinha o olhar mais triste que ele já vira. O coração do Deus dos mares pareceu saltar em seu peito " Que sensação é essa que sinto? " indagou. Era como se ela fosse a única coisa que importasse naquele momento.


– Quem...Quem é ela meu amigo? - E mais uma vez Proteu segue curioso o olhar de Poseidon.


– Aquela - Disse sorrindo - É a filha mais nova de Nereu, Anfitrite, sou jóia mais preciosa. Ela tem a voz mais bonita entre as irmãs, e jamais se envolveu com um único homem.


Sem saber ao certo o que estava a fazer, Poseidon saiu por detrás das pedras, e caminhando lentamente, começou a ir em direção a nereida, ele se aproximou dela, mas antes que pudesse dizer uma única palavra, o Deus tropeça em uma pedra, que quica e chama a atenção da jovem, que se assusta com a figura negra que vê, refletida contra os raios de sol, e pula na água, e some.


Antes que pudesse decidir-se ir ou não atrás dela, uma jovem parou em sua frente. Ela tinha os cabelos na mesma cor dourada que os de Anfitrite, suas feições eram, sem dúvida, de uma mulher adulta e muito bela, o rosto fino e elegante. Os olhos possuíam uma cor acastanhada, e sua pele era bronzeada. Ela era uma das irmãs de Anfitrite, Thétis.


– Ora, ora quem eu vejo. O Deus dos mares. -


– Thétis, que bom revê-la também - Disse com rispidez na voz.


Thétis se aproximou do Deus, as mãos tocando suas costas, e depois seu rosto.


– Sinto em lhe dizer que preciso ir, por isso me de licença. - Ele afasta as mãos da jovem e retoma seus passos, mas é mais uma vez impedido por Thétis


– Por que tão cedo meu senhor? Hoje daremos uma pequena festa em comemoração ao aniversário de casório de nossos pais, porque não nos acompanha?


Percebendo a oportunidade de encontrar com a jovem que a pouco quase parou seu coração ele concorda, afirmando com a cabeça. Ele é puxado para junto das Nereidas, que dançavam e cantavam em meio as águas cristalinas


O sol começava a se por no horizonte, mesclando o céu com tons de vermelho e alaranjado até que a escuridão tomou conta do céu, sendo iluminado apenas pelo brilho sereno da lua. Conduzido por Thétis até o palácio de Nereu, Poseidon perdera Anfitrite de vista. Estava começando a ficar nervoso por não conseguir libertar-se da nereida, quando, com a juda de Proteu, conseguiu fugir. Começou então a procurar desesperado a Deusa, e quando finalmente a encontrou, quão grande foi a sua alegria ao perceber que ela se encontrava sozinha, encostada a uma parede do palácio.

–Como ela está linda- pensou Poseidon

Os cabelos dourados estavam presos em uma trança lateral, e usava uma túnica verde que ia até a metade das suas coxas. A pele pálida parecia brilhar com os reflexos da luz que vinha do salão atrás dela. Em seu cabelo havia uma coroa delicada feita de lírios brancos. Ela não sorria, tão pouco parecia triste, parecia pensativa, como quando ele a vira na praia aquela manhã.


– O que faria sozinha tão perfeita criatura? - Diz ele ao se aproximar.


Anfitrite o olha parecendo assustada.


– Desculpe-me, não quis assustá-la.


– Não é sua culpa meu senhor, eu não deveria estar aqui sozinha. - Disse-lhe ela apressadamente.


– Não gosta de festas, não é? - Poseidon se encosta a parede junto a nereida.


Ela solta um longo suspiro, e, afirmando com a cabeça, responde:


– Depois de um tempo você percebe que é dificil pensar com tantas pessoas ao seu redor, e ficar sozinha às vezes é bom, sabe. Esvaziar a mente, esquecer problemas.


– O que poderia fazê-la tão triste ao ponto de preferir a solidão da noite ?


– É o meu pai, ele quer que eu me case com alguém que eu não amo.


Amor pensou ele, tão grande era esse sentimento que tão repentinamente brotara em seu coração.


– Você já disse isso a ele?

–NÃO, quero dizer, claro que não. Meu...meu pai só quer o que é melhor pra mim.

– Mas é isso que você quer?

– Eu...eu – ela soltou um suspiro – Acho que não.

– Então diga a ele como se sente

– Não sei se...

Uma voz chama ao longe e prende a atenção da jovem que parece desesperada. O deus dos mares compreende a situação, afinal não era bom para uma dama ficar sozinha com um homem.

–Não se preocupe – disse-lhe já se retirando da li, e indo em direção ao centro da festa.

– Obrigado meu senhor.

– Espero vê-la novamente minha rainha

As bochechas pálidas da jovem coram rapidamente, ela desvia o olhar para o chão, tentando esconder o sorriso envergonhado. Era a primeira vez que alguém a chamava desta forma, e a primeira vez que ela corava desta forma. Quem era aquele estranho?

– Ei- Grita ela rapidamente – Você não me disse seu nome...

Mas ele já tinha ido embora, e não conseguiu ouvi-la.

–Princesa você está ai! Porque não me respondeu?

– Desculpe-me tia Thétis, eu me distrai e não ouvi a senhora.

– Ora vamos minha querida, não sou tão velha assim para me chamar de senhora. Mas isso não importa agora, seu pai está chamando você, ele disse que temos um convidado especial hoje, e quer todas as suas filhas no salão principal.

–Um convidado especial?

– Sim querida, muito especial.

–E quem seria?

Thétis sorri empolgada

– Ninguém menos que o imperador dos mares!

– Poseidon está aqui? Nessa festa? Porque?

– Não sei muito bem, mas acho que uma das suas irmãs o avistou próximo aos corais aonde se banhavam hoje, e o convidou. Soube que seu pai estava animado com a idéia.

– Porque?

– Não tenho certeza, mas acho que ele vai dar a mão de sua irmã Thétis em casamento. Bem que seu pai disse que compartilhar do mesmo nome que eu daria sorte a ela!

A deusa parecia empolgada, sorrindo de orelha a orelha e batendo palminhas de entusiasmo. Mas Anfitrite estava aflita, será que aquela figura assustadora que ela viu esta manhã era o imperador dos mares? O temido Poseidon? Não, não poderia ser, e porque sua irmã se casaria justo com ele? Depois de passar sua vida ouvindo historias sobre suas crueldades com mortais e deusas como ela poderia concordar com isso?

– Vamos Anfitrite, antes que o velho Nereu se irrite comigo.

E as duas nadaram em direção ao palácio rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Oi galerinha linda, esse é o começo da minha história e eu espero estar agradando.
Agradecimento:
Quero começar agradecendo ao meu Onii-san
Que tem me dado forças pra continuar escrevendo todos os dias, Arigatou meu maninho bobo, você sempre vai ser meu fã numero 1...
E quero agradecer a uma amiga
Moko-chan, por ter me incentivado e acreditado em mim antes mesmo de escrever.
É isso ai, quem gostou comenta.
Arigatou.
Nessie-chan ^^
Obs: Gente eu sei que a história do vinho em baixo d'água não colo muito bem, mas a taça que eles usam retem a bebida dentro dela. Tenham imaginação. ^^



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