Sickly escrita por Salayne


Capítulo 8
Minha vida, sua liberdade.


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Oitavo capítulo ta aí, como prometido. Eu gostaria de agradecer a todos que ainda acompanham a fic. Sério, muito obrigada! Aos que comentaram também



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/161128/chapter/8

Foram necessárias apenas algumas semanas para que Hermione finalmente percebesse que Rodolphus não tinha a menor intenção de deixá-la ir embora. Ele ainda a deixava escrever para seus amigos e, às vezes, lhe contava o que estava acontecendo lá fora. Contava para ela quem estava ganhando a guerra e quanto tempo ele ainda achava que ela iria durar.

Mas toda vez que Hermione lhe perguntava quando ele a deixaria ir embora, ele desconversava. Normalmente, a levava para o quarto. Hermione tinha aprendido que não valia à pena resistir. Ela iria acabar na cama dele, de um jeito ou de outro. E ela tinha de admitir, o maldito Death Eater sabia e muito bem o que fazer para deixá-la louca.

Hermione era uma prisioneira sim, mas às vezes não se sentia como tal. Rodolphus a tratava bem. Ele lhe dava o que ela pedia, deixava que ela falasse com seus amigos... Apenas não a deixava ir embora. Parecia que, por algum motivo, ele precisava dela perto de si. E ela suspeitava que não fosse apenas pelo sexo.

Afinal, tinha dias que ele sequer a tocava. Eles apenas conversavam e riam. Rodolphus já estava satisfeito e ela tinha certeza de que se ele estivesse com uma prostituta no lugar dela, ele já a teria mandado embora. Então porque a mantinha ali?

Ela ainda não tivera a coragem de perguntar. Duvidava sequer de que algum dia conseguisse reunir essa coragem e, mesmo que perguntava, sabia muito bem que Rodolphus não iria dizer. Ele era fechado, guardava muitas coisas para si. Raramente Hermione realmente sabia o que ele estava pensando, salvo pelos seus olhos, que normalmente entregavam muito do que ele estava sentindo.

Hermione estava sozinha em casa, esperando Rodolphus voltar. Era um pensamento estranho, mas ela se sentia quase esposa dele. Cuidava da casa, lhe fazia companhia, dormia com ele e, quando ele saía, sempre ficava o esperando voltar. Sim, ela era quase a esposa dele.

Esperou cerca de uma hora, até que ele voltasse. Ela deu um pequeno sorriso ao ouvir o som característico da aparatação e se levantou, olhando na direção do som. A garota esperava que Rodolphus estivesse como sempre, com um sorriso cínico no rosto, a expressão cansada, mas ainda sim, satisfeito por ver que ela o tinha ficado esperando.

Mas não foi isso que viu.

Rodolphus segurava na altura de seu estômago com uma mão, enquanto soltava um gemido de dor e uma enxurrada de palavrões. Hermione se levantou e correu em direção a ele. Sua mão estava suja de sangue, seu próprio sangue.

Ele caiu em cima da mesa e xingou baixinho, ainda gemendo de dor.

— Rodolphus, que houve? — Hermione perguntou, alarmada. — Por Merlin, o que aconteceu?

Ele a olhou. Seus cabelos negros caiam sobre seu rosto e seus olhos verdes demonstravam a dor que ele estava sentindo. Ele engoliu em seco.

— Um desses bastardos da ordem conseguiu me acertar. — ele rosnou. — E pior, foi com Sectumsempra, que é um dos nossos feitiços. — ele engoliu em seco e fechou os olhos.

Ela empalideceu.

— Um feitiço das trevas? Isso é terrível! — ela suspirou. — Você sabe qual é o contra feitiço?

Ele assentiu.

— É claro. Eu só não tenho forças para lançá-lo.

No mesmo instante, Hermione tirou a varinha de seu bolso. Olhou-o, esperando que ele dissesse o contra feitiço. Um meio sorriso enigmático surgiu nos lábios do Death Eater. Ele disse o contra feitiço e a garota o pronunciou, erguendo sua varinha em direção ao ferimento.

Rodolphus não parava de gemer de dor, nem enquanto ela conjurava o contra feitiço. Quando o ferimento por fim se fechou, ele soltou um suspiro de alívio e se jogou contra o sofá da sala.

Ainda um pouco preocupada, Hermione se sentou ao lado dele. Timidamente, ela colocou a mão em sua perna.

— Você está bem?

O Death Eater assentiu, olhando-a atentamente.

— Sim. — ficou alguns segundos em silêncio antes de voltar a falar. — Mas você me surpreendeu, gracinha.

Hermione franziu as sobrancelhas.

— Eu? Mas por quê? — perguntou.

Ele sorriu. Pela primeira vez, era um sorriso de verdade. Um sorriso sem segundas intenções, sem ser cínico ou sarcástico. Apenas... um sorriso.

— Porque eu nunca imaginei que a veria preocupada comigo. E muito menos que você iria querer me ajudar a melhorar. Afinal, se eu morrer, você fica livre daqui. — ele riu baixo.

A garota arregalou os olhos.

— Como é? — perguntou.

— Exatamente o que você ouviu. — ele passou a mão pelos cabelos negros. — Se eu morrer, gracinha, você fica livre. — Rodolphus repetiu. — A única coisa que te mantém presa aqui, é o fato de eu ainda estar vivo. — ele lhe deu um sorriso sarcástico. — Já está arrependida por ter me ajudado?

Hermione se levantou de um pulo e tirou a mão da perna dele. Cruzou os braços, irritada. Como é que ele podia pensar uma coisa daquelas? Será que depois de todo o tempo que tinham passado juntos, ele ainda não a conhecia? Não sabia que ela jamais teria coragem de deixá-lo morrer, mesmo que aquilo fosse para sua liberdade?

Se aquilo fosse antes, logo quando ele a veio visitar no porão da casa Malfoy, talvez ela pensasse diferente. Talvez ela não pensasse duas vezes antes de deixá-lo morrer, para obter sua liberdade. Mas agora... agora olhando para ele... Só de pensar que Rodolphus podia morrer, o coração de Hermione já se apertava.

Ela engoliu em seco.

— Será que você realmente não me conhece, Rodolphus? Eu seria incapaz de deixá-lo morrer, mesmo que isso significasse que eu ficaria livre para sempre. — ela rosnou.

Rodolphus também se levantou. Aproximou-se dela.

— Tem certeza? Certeza de que não está nem um pouco tentada a me lançar um Avada Kedavra para que possa sair daqui? — ele perguntou.

— Não! — ela exclamou, horrorizada. — Eu jamais poderia fazer isso com você, Rodolphus!

O Death Eater segurou no rosto dela com delicadeza.

— E porque não? Veja, Hermione, eu sou o vilão. Eu te seqüestrei e te trouxe para a minha casa. Eu, indiretamente, a forcei a fazer sexo comigo para obter sua liberdade. Eu mato dezenas de pessoas por dia. Eu já torturei os seus amigos. Eu sou um Death Eater, trabalho para Voldemort. Sou uma pessoa suja, uma pessoa ruim. — ele a olhou nos olhos. — Então me diga, o que é que te impede de fazer isso comigo? O mundo estaria bem melhor sem mim, se você parasse para pensar.

Ela fraquejou diante da intensidade do olhar dele.

— Eu nunca... Eu jamais seria capaz de fazer isso com você, Rodolphus. — ela repetiu e baixou o olhar.

Mesmo sem ela ver, ele sorriu.

— E porque, gracinha?

— Porque eu... eu gosto de você. — ela respondeu, mordendo o lábio logo em seguida.

Um pouco tarde demais, Hermione sentiu o peso de suas palavras. Sabia que elas eram verdade. Ela não suportaria se algo acontecesse a Rodolphus. Ficava apreensiva toda vez em que ele saía, e só ficava tranqüila quando ele voltava. Gostava de ficar com ele. Divertia-se com ele. Depois de um tempo, passou a achar a companhia dele agradável.

Ela fechou os olhos e suspirou ao constatar. Tinha se preocupado muito com ele quando o viu ferido. Foi como se ela própria estivesse ferida. E só de pensar que ele realmente podia morrer... Ela tinha ficado inconsolável.

Hermione engoliu em seco, percebendo a verdade.

Inconscientemente, ela tinha se apaixonado pelo Death Eater. Estava completamente apaixonada por Rodolphus Lestrange.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hihi, Hermione se ferrou /lixa
Enfim, até o próximo. Espero que tenham gostado. Comentários?