Hermione acordou com mãos acariciando seu rosto. Ela continuou com os olhos fechados, rezando para que tudo não passasse de um sonho. Para que ela, Harry e Ron ainda continuassem na floresta, caçando Horcruxes e que eles nunca tivessem sido capturados por Death Eaters. E que fosse Ron quem estivesse acariciando seu rosto, e não Rodolphus.

Ela abriu os olhos lentamente, com medo do que veria.

Infelizmente, nada fora um sonho. Ela ainda estava sob o poder do Death Eater, que agora olhava para ela com um sorriso divertido no rosto.

- Ainda bem que acordou, gracinha. – Rodolphus disse. – Temos pouco tempo.

Hermione se encolheu.

- Pouco tempo? Para que? – Algo lhe dizia que ela não iria querer saber a resposta.

Rodolphus se aproximou mais dela.

- Você sabe para o quê. – ele disse, pegando uma mecha de seus cabelos na mão e o cheirando levemente. – Hm... Baunilha. – Rodolphus soltou o cabelo de Hermione, e se aproximou um pouco mais. Agora o Death Eater estava a apenas centímetros de distância dos lábios da jovem bruxa. – Vejamos se seus lábios têm o mesmo gosto. – ele disse e antes que Hermione pudesse reclamar, pressionou seus lábios contra os dela.

Os lábios de Rodolphus eram úmidos e macios. E Hermione não pôde deixar de notar que eles tinham o gosto de Uísque de Fogo. Hermione queria afastá-lo, mas temia enfurecê-lo. Sabia que Rodolphus provavelmente era perigoso.

Afinal, ele era um Death Eater pertencente ao círculo íntimo do Lord das Trevas.

Rodolphus apertou Hermione contra a cama, ficando por cima da garota. Ela percebeu o que ele queria, e afastou-o. Seu rosto estava corado e ela estava ofegante. Estava com vergonha e nojo de si mesma pelo o que havia acontecido.

- Ah, gracinha, não ache que vai poder me afastar quando eu estiver determinado a ter algo de você. – Rodolphus deu um sorriso um tanto sádico. De repente, sua atenção foi atraída para seu braço esquerdo. Ele parecia incomodá-lo. Rodolphus rosnou e se afastou da garota. – O Lord das Trevas está me chamando... – ele olhou para Hermione. – Mas não se preocupe, eu volto para terminar o que começamos.

Hermione se encolheu na cama, esperando que ele se afastasse. Rodolphus se afastou, e logo se ouviu o click característico da aparatação.

A menina suspirou de alívio quando ele saiu. Agora ela apenas precisava achar um jeito de sair dali. Ela se levantou da cama e experimentou abrir a porta do quarto. Por sorte, ela não estava trancada.

Andou até a sala, e foi até a janela. Não reconhecia onde estava. Parecia ser... no meio do nada. A rua era deserta, sem barulho algum.

Hermione tornou ao quarto. Talvez, se pegasse sua varinha, poderia tentar aparatar dali. Procurou sua varinha pelo quarto todo, mas não a achou. Não pôde evitar um gemido. Ela havia ido ao encontro dele justamente para obter a varinha, e agora o desgraçado havia sumido com ela novamente.

E além do que, se achasse sua varinha, o que lhe garantia que o Death Eater não havia colocado feitiços para impedi-la de aparatar ali? Estava fácil demais. Era quase como se ele quisesse deixá-la ir embora. Como se ele estivesse esperando que ela o fizesse.

Hermione tornou a se deitar na cama, pensando no que o Death Eater estava planejando. Porque ele a trouxera até ali? O que ele queria com ela? A garota suspirou. Será que Ron e Harry já haviam notado sua falta? Provavelmente sim.

Será que eles iriam atrás dela? A garota rezava a Merlin para que Gui colocasse um pouco de sensatez na cabeça dos garotos e não os deixasse procurá-la.

Ela tinha que pensar em um jeito de sair dali.

Aparatar estava fora de cogitação. Ela também não podia sair correndo dali. Não sabia onde estava, e com certeza uma garota correndo por aí iria chamar atenção.

Hermione suspirou. Ela teria que esperar Rodolphus retornar. Teria que dar um jeito de conseguir sua varinha de volta, e dar um jeito de sair dali.

***

Rodolphus havia saído pela manhã, e apenas retornara ao entardecer. Hermione havia passado o dia inteiro pensando em como sair dali. E cada ideia era mais improvável do que a outra.

A porta do quarto foi aberta com violência. Rodolphus parecia estar irritado e cansado.

- Onde está minha varinha? – Hermione perguntou, assim que ele entrou no quarto, reunindo toda a coragem e raiva que tinha.

Rodolphus revirou os olhos. Trazia uma garrafa de uísque de fogo nas mãos.

- Está comigo, como você já deve imaginar. – ele disse.

Hermione franziu as sobrancelhas.

- Eu a quero de volta! – ela rosnou. – E também quero sair daqui.

Rodolphus riu.

- E você acha que eu vou deixá-la sair daqui tão fácil, gracinha? Não antes de me dar o que eu quero. Lembra-se do nosso acordo? Pois bem, ele ainda está em pé. – ele disse, sorrindo maliciosamente. – Para sair daqui, você terá que se entregar para mim.

Hermione cruzou os braços. Ela com toda a certeza, não iria ceder as vontades do Death Eater.

- E eu ainda mantenho a minha resposta. Indiscutivelmente não. – ela rosnou, desviando o olhar.

Rodolphus riu e se aproximou da garota.

- Veremos. – ele depositou a garrafa de uísque de fogo na mesinha de centro e se aproximou mais, encurralando Hermione contra a parede. Rodolphus afastou o cabelo de Hermione do pescoço da garota, e depositou-lhe um beijo na pele sensível. – Veremos até quando você conseguirá resistir.

Hermione fechou os olhos com força. Ela não iria se entregar a ele. Não iria mesmo. Ela mordeu os lábios, para se impedir de gemer. Se o Death Eater estava pensando que iria conseguir algo dela assim tão fácil, ele estava muito enganado.

Rodolphus se afastou levemente da garota.

— Ah, Srta. Granger, seria tão mais fácil se você simplesmente parasse de resistir. — ele resmungou, revirando os olhos, e acariciando o rosto de Hermione com o dedo indicador. — Será que você não percebe, gracinha? Enquanto você não parar de teimar, e não se entregar a mim, você não irá sair daqui. Você só sai daqui quando eu estiver satisfeito.

Hermione cruzou os braços. Ela não duvidava nem um pouco de que não poderia sair dali, a menos que o Death Eater a deixasse ir. E estava óbvio que enquanto ele não tivesse o que desejava, ele não a deixaria ir.

Mas... mesmo assim, ele estava pedindo muito em troca da sua liberdade! Não, ela não iria ceder.

Ao menos, não por enquanto.

— Quero que devolva a minha varinha. — Hermione resmungou, mudando o rumo da conversa. Se ela tivesse ouvido Ron e Harry e ficado com a varinha de Bellatrix, nada disso teria acontecido. Ela ainda estaria no Chalé das Conchas.

Ao invés de ficar irritado, como Hermione imaginou que ele estaria, o Death Eater apenas riu.

— Está bem, doçura. Se isso lhe fizer feliz, eu lhe devolvo sua varinha. — Rodolphus disse, com um meio sorriso divertido no rosto. Ele puxou a varinha de Hermione do bolso traseiro da calça e estendeu para a garota. — Porém, se você tentar qualquer gracinha, serei obrigado a lhe punir. Severamente. — A garota pôde perceber que desta vez, Rodolphus estava falando sério.

Hermione engoliu em seco e pegou a varinha. Sentia-se mais segura com ela. O Death Eater ainda estava olhando para ela, analisando-a. A garota se sentia desconfortável.

— Pode me deixar sozinha? — ela perguntou.

Rodolphus balançou a cabeça, negando.

— Não. — ele disse, se aproximando mais dela, com um sorriso enviesado no rosto. É claro que ele não sairia dali tão fácil dali. Quando Rodolphus Lestrange estava determinado a ter algo, ele sempre conseguia o que queria, não importando o que fosse preciso.

Hermione recuou. Ela não tinha para onde fugir, suas costas já estavam quase coladas à parede, e se ele se aproximasse mais um pouco, Hermione não teria para onde recuar, estaria encurralada.

— Eu... deixei-me sozinha, por favor. — ela choramingou.

Rodolphus riu.

— Lágrimas não me comovem, Hermione. — Era a primeira vez que ele a chamava assim. E ao ouvir seu nome sair da boca do Death Eater, de um jeito tão derretido, fez com que ela se arrepiasse.

Por um rápido momento, Hermione considerou deixar-se ceder pelas vontades do Death Eater e fazer o que ele queria. Mas logo ela retomou a lucidez.

Não, não, não. Aquilo estava errado. Ela não devia se sentir assim em relação a ele. Ele era um Death Eater, ele era vil, cruel, ele era marido de Bellatrix, e ele era... era... era...

Hermione suspirou.

E ele era incrivelmente sedutor.

O Death Eater continuava a se aproximar da garota. Ela já estava encurralada, e se ele se aproximasse um pouco mais, ela não teria para onde fugir. Estaria a mercê dele.

Os olhos de Rodolphus se igualavam aos olhos de um caçador encurralando sua presa. E era justamente isso que Hermione era para ele.

Sua presa.

Ele sorriu enviesado enquanto pegava uma mecha do cabelo dela e o cheirava, assim como o fizera mais cedo. Hermione sentiu-se arrepiar quando Rodolphus afastou seu cabelo, deixando seu pescoço exposto.

Seus olhos brilhavam maléfica e maliciosamente, enquanto seus lábios se aproximavam do pescoço da garota. Ele depositou um beijo leve e demorado na pele sensível. Hermione tentou fingir que não estava sentindo nada, mas quando ele passou a língua por seu pescoço, provocando-a, ela teve de morder os lábios para não gemer.

Rodolphus se afastou. Hermione suspirou de alívio, ele provavelmente iria deixá-la sozinha. Mas não, ele apenas a puxou mais para si. O corpo de Hermione estava completamente colado ao de Rodolphus.

— Se você colaborasse seria muito mais prazeroso, gracinha. — Rodolphus disse, sorrindo enviesado. Daria uma chance para a garota aproveitar, caso ela recusasse... Bem, ele a teria de qualquer maneira.

— Vá se ferrar. — Hermione resmungou, tentando se afastar. Aquela não era a resposta que ela queria dar. No íntimo, ela tinha vontade de ceder. No entanto, seu orgulho e sua lucidez não permitiam que ela o fizesse.

Rodolphus apenas revirou os olhos.

— Tsc, tsc, resposta errada, gracinha. — Ele disse, e puxou mais para si. Antes que Hermione pudesse empurrá-lo ou fazer qualquer outra coisa, ele a beijou.

As mãos de Rodolphus estavam firmes em sua cintura, segurando-a firmemente, e seus lábios pressionavam os de Hermione. O gosto de uísque de fogo continuava nos lábios do Death Eater.

Rodolphus empurrou Hermione contra a cama, caindo em cima da garota, e colocando uma perna em cada lado de sua cintura, para impedir que ela escapasse. A garota já não tentava mais se libertar.

O Death Eater desceu com os beijos até o pescoço de Hermione, e quando ele lhe mordeu levemente o pescoço, Hermione não pôde evitar gemer. Rodolphus riu e se afastou.

— Eu não disse que seria melhor se você colaborasse? — Ele perguntou, sorrindo enviesado enquanto olhava nos olhos da garota.

Hermione virou o rosto.

— Eu... isto é errado. Não pense que eu estava gostando. Foi apenas um momento de fraqueza. — A garota resmungou.

Rodolphus continuou sorrindo.

— Ah, Hermione... Façamos o seguinte, você irá esquecer que eu sou um Death Eater e sou marido de Bellatrix. Simplesmente esqueça isso, já que isto lhe incomoda tanto. — ele disse.

Hermione o encarou.

— E você acha que é tão simples assim? É só eu esquecer que você é um filho da puta de um Death Eater e marido de Bellatrix Lestrange? Não é tão fácil assim. Você tortura trouxas por prazer, apenas por eles não terem magia no sangue. Acha que eles são inferiores a você apenas por isso. — ela rosnou, empurrando-o. O Death Eater era mais forte, e isso apenas fez com que ele fosse um pouco para trás, mas ele ainda estava sob ela. — Eu sou uma nascida trouxa... Agora me responda: como você pode desejar alguém que é inferior a você?

Rodolphus apenas bufou.

— Então coloque outra coisa na sua cabeça, gracinha. Você não vai sair daqui enquanto eu não esteja satisfeito. Enquanto eu te quiser aqui, você irá ficar aqui. — ele disse. — Seria bem melhor se você cedesse de uma vez, pois assim que eu me cansar de você, eu deixo você ir, porém com você dificultando assim, acho que você terá de ficar aqui por um bom tempo.

Ele tinha razão. Ele tinha toda a razão. Era óbvio que ele não iria deixá-la sair dali antes que estivesse satisfeito, e se Hermione continuasse se portando daquele jeito, ela iria ficara ali por muito tempo.

O pior de tudo era que aquele lugar só era conhecido por Rodolphus. E não havia como ninguém suspeitar de onde ela estava. Harry e Ron já deviam estar loucos com o sumiço dela.

Hermione fechou os olhos levemente. Se ela não tivesse ido atrás de sua varinha, se não tivesse sido tão teimosa... Ela abriu os olhos.

Uma coisa era certa: enquanto Rodolphus não estivesse satisfeito, ele não a deixaria ir. Não importa o quando ela pedisse, não importa o quanto ela fizesse, ele não a libertaria.

— Preciso pensar. — foi tudo o que ela lhe respondeu.

Rodolphus sorriu, seu sorriso era um pouco irônico.

— Eu quero lhe propor um acordo. — ele perguntou, seu tom era levemente zombeteiro.

Hermione revirou os olhos. Era justamente a mesma frase que o desgraçado havia lhe dito enquanto ela ainda estava na mansão Malfoy.

— Não.

Ele apenas ignorou a resposta da garota e continuou falando, com um meio sorriso no rosto.

— Nosso acordo anterior ainda está em pé, gracinha. Se você se entregar a mim, você pode sair daqui. Só que desta vez, você terá de se entregar a mim até você me satisfazer e eu me cansar de você. — Rodolphus disse, ainda estava sob a garota, agora seu rosto estava mais próximo do dela.

— Eu...

— Vamos, gracinha. — Ele falou, cheirando o pescoço dela. — Não se faça de difícil.

Hermione suspirou.

Era ceder as vontades do Death Eater ou ficar presa com ele por um longo tempo.

— Eu preciso pensar, Rodolphus. — A garota disse.

Rodolphus lambeu levemente seu pescoço.

— Não, você já teve este tempo todo para pensar, Hermione. — ele disse.

Rodolphus se afastou e Hermione engoliu em seco.

— E se eu negar? — Ela perguntou, desafiando-o.

Ele sorriu sarcasticamente.

— Você vai ficar aqui. Até se cansar e ceder. — ele disse, dando de ombros.

— Acho que é bem mais capaz você se cansar de mim. — Hermione retrucou.

— Pelo contrário, gracinha. Quanto mais você resiste, quanto mais você me diz não, mais isso me motiva a insistir mais. Mais isso me excita. — Rodolphus disse, mordendo levemente o pescoço de Hermione.

Ela suspirou. Não tinha saída. De qualquer jeito, iria ter que ceder as vontades de Rodolphus. Não seria melhor ceder logo e aproveitar?

Hermione o encarou firmemente.

— Eu aceito o seu acordo, Rodolphus.