No dia seguinte, Hermione acordou cansada, como se não tivesse dormido direito. E realmente não tinha. Hermione estava completamente determinada a ter sua varinha de volta. Nem que isso significava ter de correr o risco de ir ao encontro do desgraçado do comensal da morte. Ela guardou a carta em seu bolso e fechou os olhos, imaginando um jeito de sair do Chalé das Conchas sem levantar suspeita.

Ela suspirou e então retirou a carta do bolso, relendo-a mais uma vez. Não falte, não lhe devolverei sua varinha em outra ocasião. Venha sozinha. Ela sabia que ele falava sério, se ela não fosse, talvez nunca mais visse sua varinha novamente.

Seus dedos fecharam-se fortemente em torno da carta, amassando-a levemente. Se Rodolphus a queria encontrar, ótimo, ela o faria. Mas ela iria lá apenas para pegar sua varinha. Apenas para pegar sua varinha.

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Hermione encontrava-se do lado de fora do Chalé das Conchas, em companhia de Harry e Ron. Mas não por muito tempo. Ela observava o céu nublado, esperando apenas um momento de distração dos garotos. Um momento, era tudo o que precisava.

E não tardou a acontecer. Eles começaram a divagar sobre onde estariam às outras Horcruxes, imaginando que feitiços as protegiam, o que seriam. Hermione afastou-se de seus amigos e fechou os olhos.

Você sabe que eu ainda estou com a sua varinha.

Destino.

Nosso acordo ainda está de pé

Determinação.

Não falte, não lhe devolverei sua varinha em outra ocasião.

Deliberação.

Ela fechou os olhos enquanto sentia o característico puxão em seu umbigo, e logo seus pés deixaram o chão. Hermione sentiu-se levemente enojada, seu estômago revirava-se. Ela caiu de barriga para baixo em uma das ruas do Beco Diagonal.

“Ou aquilo que um dia fora o beco diagonal”, pensou ela, olhando o lugar. Estava deserto, e até mesmo assustador.

Hermione engoliu em seco e andou um pouco, apertando o casaco contra si, e a carta de Rodolphus em seu bolso. Ela andava em direção à travessa do tranco, que diferentemente de o Beco Diagonal, ainda estava movimentado.

Ela baixou os olhos e ficou parada, esperando. Não sabia de onde ele viria, nem se ele viria. Apenas esperava que Rodolphus cumprisse sua palavra. Uma parte de si gritava que ela estava sendo ridícula e idiota, e que deveria dar o fora dali o mais rápido o possível, mas ela não conseguiu. Apenas ficou ali, esperando-o.

Depois de longos dez minutos, ele apareceu. Uma capa negra rastejava atrás de si. Um pequeno sorriso em seus lábios.

- Ah você veio. – ele disse, sorrindo. – Achei que tinha saído de casa a toa, e que iria ganhar uma varinha a mais. Ficaria com três, ao todo.

- Três? – Hermione indagou, distraída. – Espere, você tem a sua varinha, e a minha... então como pode ficar com...

Rodolphus riu do modo como Hermione corou ao entender o que ele havia dito. Um sorriso malicioso brincava nos lábios do comensal da morte. Os olhos de Rodolphus faiscaram sob sua calça negra, indicando qual era a terceira varinha.

- Enfim, voltando ao assunto... você sabe que pode não voltar para casa, mas mesmo assim, veio atrás de mim? Veio obter sua varinha novamente? – ele perguntou, sorrindo.

- É, eu preciso da minha varinha. – e atirou a carta contra Rodolphus. – E como você mesmo disse, eu não a teria de volta em outra ocasião. Será que podes devolvê-la?

Rodolphus sorriu.

- Se posso? Ora, é claro que posso! – ele disse. – Mas assim tão rápido, minha querida?

- Preciso voltar o mais rápido o possível para... – ela engoliu em seco e se calou.

Rodolphus bufou.

- Certo, certo. – ele disse, estendendo a varinha para Hermione.

Ela olhou-o de cenho arqueado, como se duvidasse que o comensal fosse realmente devolver-lhe a varinha, no entanto ali estava ele, com a varinha estendida para ela, como se a instigasse a pegá-la.

Hermione avançou lentamente, colocando a mão sobre a varinha. Um sorriso brincalhão apareceu sobre os lábios de Rodolphus e ele puxou Hermione contra si, prendendo-a contra seu corpo.

Hermione exclamou pela surpresa, mas não o afastou.

- Fácil demais, não acha? – e então riu.

- Devolva minha varinha! – Hermione rosnou.

Rodolphus soltou a varinha de Hermione, no entanto, não soltou a garota, pelo contrário. Apertou-a mais contra seu corpo. Assim que Hermione guardou a varinha em seu bolso e fez menção de se afastar, o chão sob seus pés sumiu.

Os dois haviam aparatado.