Draco e eu havíamos nos escondido perto de uma estatua assim que vimos Aleto Carrow patrulhando pelos corredores. Nós esperamos que ela se distanciasse e em silencio, corremos para o corujal.

O pio das corujas e o bater de asas encobria qualquer som que fazíamos, mesmo quando escorreguei em um dos degraus da escada para o esconderijo e soltei um grito assustado.

- O eleito – murmurei a senha, a única maneira de se poder entrar no esconderijo, e a porta se fez visível.

- ...Na estátua, para saber ao menos a aparência que tem o diadema. Me esperem aqui e... Mady! – Harry se interrompeu ao ver notar nossa presença.

Sorri para ele, sussurrando um obrigada, e entregando sua capa. Ele voltou seu olhar para Draco, que parecia um pouco tenso ao meu lado, apertei sua mão que estava entrelaçada a minha, como se dissesse que ele não estava sozinho.

- Malfoy... – Harry murmurou, parecia desconfortável com a situação mas tentou sorrir – Bem vindo.

Draco assentiu, enquanto me puxava para mais perto, abraçando minha cintura, coisa que Harry não deixou de notar, fazendo uma careta surpresa.

- Vocês... – ele olhou sugestivamente para o braço de Draco em minha cintura e depois voltou seu olhar para mim, que assenti, desconfortável.

- Então, o diadema... – Hermione se adiantou quando viu que Harry falaria alguma coisa e eu a agradeci mentalmente por isso.

- Ah, claro – Harry murmurou, parecia um pouco confuso – Cho?

Foi então que eu percebi a presença de pessoas a mais na sala, Dino Thomas, Cho Chand, Lino Jordan, Fred e Jorge. Sorri para eles, que me olharam emburrados, ri com isso, sabia que era por causa de Draco.

Cho se levantou da cadeira que estava sentada e iria na direção de Harry, se Gina não tivesse impedido.

- Não, Luna levará o Harry, fará isso, não, Luna? – ela disse, meio agressiva.

- Ah, claro, com todo prazer – Luna respondeu, alegremente, e Cho tornou a se sentar, claramente desapontada.

- Tudo bem. Vemos você daqui a pouco – Harry murmurou, seguindo Luna, para fora da sala.

Depois que eles saíram, os outros nos explicaram rapidamente o que havia acontecido para nós dois e logo Fred sugeriu que deveríamos chamar os outros, tanto da AD como da Ordem da Fênix. Logo chegaram Kingsley, Lupin, Olivio Wood, Katie Bell, Angelina Johnson, Alícia Spinnet, Gui, Fleur e o sr. e a sra. Weasley.  

Depois de um longo e agonizante período de tempo, Harry abriu novamente a porta, sendo seguido por Luna.

- Harry, que está acontecendo? – Lupin perguntou.

- Voldemort está a caminho, estão barricando a escola... Snape fugiu...

- Ah, já podemos dizer o nome dele? – Luna perguntou interessada, saindo de trás de Harry.

- Acho que não faz a menor diferença o nome que o chamarmos, ele já sabe onde estou. – Harry respondeu – E vocês, o que estão fazendo aqui? Como souberam? – ele perguntou, se virando para os recém-chegados.

- Você não esperava que o pessoal fosse perder a festa, Harry, e a AD avisou a Ordem da Fênix, e a coisa virou uma bola de neve – Fred explicou, sorrindo.

- Que vai ser primeiro, Harry? – Jorge perguntou – O que está acontecendo?

- Estão evacuando os alunos menores, e todos vão se encontrar no Salão Principal para nos organizarmos – Harry disse – Vamos lutar.

Todos se levantaram rapidamente, bradando coisas diferentes e saindo do esconderijo, rumo ao Salão Principal para se preparem para a batalha.

Draco me puxou para seguirmos a multidão, mesmo quando fiquei relutante em deixar o pequeno grupo que ainda permanecia ali, onde sra. Weasley e Gina discutiam.

- Vamos – ele murmurou em meu ouvido – Deixe eles sozinhos.

Eu assenti, contra minha vontade, mas o segui para o Salão Principal.

Encontramos o Salão Principal lotado, as quatro mesas estavam lotadas por alunos desarrumados e assustados, alguns com capas de viagens, outros de roupas de dormir.

Todos olhavam atentamente para a professora McGonagall, que falava em cima de uma plataforma, com todos os professores e membros da Ordem da Fênix atrás dela.

- A evacuação será supervisionada pelo sr. Filch e por Madame Pomfrey– ela instruía –  Monitores, quando eu der a ordem, vocês organizarão os alunos de suas casas e os levarão ao lugar de retirada.

- E se eu quiser ficar e lutar? – Ernesto Macmillan se levantou de sua mesa e perguntou, alguns alunos o aplaudiram.

- Se você for maior de idade, pode ficar – ela respondeu – Já fizemos a proteção ao redor do castelo, mas é pouco provável que dure por muito tempo. Portanto, devo pedir a vocês que andem rápida e calmamente e façam o que...

Suas palavras finais foram abafadas por uma voz aguda, clara, fria e terrivelmente conhecida.

“Seus esforços são inúteis. Não podem lutar comigo. Não quero matar vocês. Tenho grande respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico.”

Os alunos começaram a gritar, aterrorizados. Draco me abraçou protetoramente.

“Entreguem-me Harry Potter e ninguém sairá ferido. Terão até meia-noite.”

Todos ficaram em silêncios, a procura de Harry, que no momento, acabara de adentrar o salão.

- Potter está ali! Agarrem ele! – Parkinson gritou, mas, antes que os alunos da Sonserina pudessem fazer alguma coisa, todos os alunos da Grifinória se puseram em sua frente, sendo acompanhados depois pela Lufa-Lufa e pela Corvinal.

- Obrigada, srta. Parkinson – Minerva disse, seca – Você e seus colegas serão os primeiros a deixar o salão com o sr. Filch.

Os Sonserinos se levantaram, seguindo Filch, que parou por um momento, parecendo procurar alguém.

- Malfoy – ele chamou, sorrindo, enquanto se aproximava da gente.

- Não! – me coloquei em sua frente – Ele fica.

O olhei incisivamente e ele rosnou, mas logo se retirou, irritado, com os demais Sonserinos.

Aos poucos todas as mesas foram esvaziadas, poucos alunos da Corvinal ficaram, em sua maioria pertencentes a Armada de Dumbledore. Os alunos da Lufa-Lufa um pouco mais e mais da metade dos alunos da Grifinória, fazendo com que a professore tivesse que ir até eles.

- Mady, você viu Hermione e Ron? – Harry perguntou assim que me avistou, próxima a parede, sem querer me separar de Draco, que estava tenso.

- Eu os ouvi dizendo algo sobre ir ao banheiro um pouco depois de você sair – respondi.

- Banheiro?  Tem certeza? – ele perguntou e eu assenti, dando de ombros.

Ele saiu do salão e antes que eu pudesse falar algo, Kingsley se adiantara e começara a falar.

- Temos apenas meia hora até a meia-noite, portanto precisamos agir com rapidez! Os professores e a Ordem concordaram com um plano de batalha. Flitwick, Sprout e McGonagall vão levar grupos combatentes ao topo das três torres mais altas: Corvinal, Astronomia e Grifinória. Lá terão uma ótima visão e posições favoráveis para lançarem feitiços.  Nesse meio tempo, Lupin, Arthur e eu levaremos grupos aos jardins. Precisamos de alguém para organizar a defesa das passagens secretas da escola...

- Parece um trabalho para nós – Jorge falou em voz alta, apontando para si e para Fred. Kingsley assentiu.

- Muito bem, os líderes subam aqui para dividirmos as tropas! – ele comandou e aos poucos todos foram direcionados para cada lugar.

- Srta. Dumbledore, sr. Malfoy – McGonagall veio em nossa direção, provavelmente para nos chamarmos para subir com ela.

- Não – murmurei, repreendendo Draco, que já estava indo em direção as torres – Precisamos ajudar a Harry.

Minerva assentiu, saindo e Draco me olhou interrogativamente.

- E como você pretende fazer isso?

- Eu acho que sei onde pode estar o que Harry está procurando, meu avô me disse – murmurei, me lembrando do que sempre ele falara para mim, dizendo que seria importante algum dia.

“Talvez, uma dama sem cor poderia saber onde encontrar coisas perdidas. Afinal, para onde vão os objetos desaparecidos?”