Radiance escrita por Mih Ward, Hoppe


Capítulo 12
Perto...


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal, olha eu aqui postando antes... Agradeçam a Hoppe diva, ela que fez esse capítulo também, nós invertemos de novo... Espero que gostem



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Enquanto olhava para o horizonte, para o destruído vilarejo de Hogsmeade tentava vagar pelas minhas lembranças tentando achar algo que me ajudasse a aparatar. A aparatação era a única coisa que meu avô não me ensinara por achar complexo e perigoso demais para uma garota de 14 anos, no ano em que começara a me treinar.

Talvez fosse fácil, era apenas imaginar o lugar do qual eu gostaria de estar. Mas então, me lembrei que não sabia como era a maldita Mansão Malfoy, provavelmente assustadora mas não sabia ao certo seus mínimos detalhes que contribuiriam para a minha viagem.

Fechei os olhos sentindo-os arderem por causa das malditas lágrimas. Por que eu não fazia nada certo? Nem mesmo para salvar a pessoa que por muitas vezes fizera o mesmo por mim? Eu era tão patética e inútil. Todos estavam certos! Eu nunca seria como meu avô, nunca, mesmo tendo pose da medíocre Varinha das Varinhas.

Suspirei e abri os olhos. Eu tinha que fazer aquilo. Apertei com mais força a varinha e tentei me concentrar em algo que não sabia ao certo o que era. E então, rápidos flashes luminosos se acenderam em minha mente, os olhos gélidos e metálicos de Draco Malfoy, sua voz ecoava ao longe e em tudo, o rápido flash de um tortuoso caminho que levava a um grande casarão com janelas de losango. Tudo se apagou e quando abri os olhos, cambaleei para trás e sacudi minha cabeça.

- Certo, Madeleine... – sussurrei a minha mesma – Use essa cabeça loira pelo menos uma vez na vida...

Respirei fundo e permiti que os flashes da sombria mansão Malfoy passassem pela minha mente e relaxei meu corpo, senti aos poucos um vento fluir e logo, um solavanco me sobressaltou. Não havia mais chão e o desespero logo se abatia sobre mim quando não tive coragem de abrir os olhos, o frio na barriga piorava tudo. Não havia nada para me apoiar e logo, senti o chão duro bater contra as minhas costas.

Soltei um gemido involuntário rolando pelo chão me virando de lado. Minha respiração estava pesada e ofegante e sentia pontadas agudas em minhas costas.

Ainda de olhos fechados, levantei meu tronco do lugar duro e frio. Tinha medo de abrir os olhos e que minha coragem quase inexistente, se esvaísse sobrando apenas a garotinha indefesa e medrosa.

A briga interna de dentro de mim era insuportável, já não sabia o que era o certo ou o errado, já não via mais a razão em meus pensamentos, sentia minha sanidade esvair-se junto da minha coragem.

Abri os olhos rapidamente e arfei ao me deparar com algo totalmente diferente do que eu esperava. Esperava ver o longo caminho tortuoso e sombrio que levava ao imenso casarão de janelas de losango, mas não, eu parecia estar em uma pequena vila por onde pessoas andavam silenciosamente, pareciam alertas a qualquer coisa ao seu redor, assustadas, cautelosas, sinuosas.

Guardei a varinha no bolso da calça, porém, logo a tirei me lembrando das sábias palavras de Olho-Tonto Moody de que não se devia guardar a varinha no bolso da calça ao se relembrar de uma pessoa que perdera uma das nádegas.

Ri por um instante ao me lembrar dos tempos em que não havia preocupações, torturas, dores e Draco Malfoy em minha vida. E nesse instante, eu sentira minha coragem voltar aos poucos junto de mais lembranças.

“- Você é ou não uma Dumbledore, garota? – rosnou Olho-Tonto ao me ver chorando por ter perco o pequeno duelo de treinamento. Eu era inútil, não conseguia executar nem mesmo o feitiço de estuporamento. Eu era inútil e tinha certeza de que não era uma Dumbledore.

 – Seque essas lágrimas! Não chore por isso! Haverá coisas, no futuro, que serão piores e dos quais você não poderá derramar uma lágrima sequer – ele girou os olhos e mancou até a outra extremidade da sala, virando-se para mim com sua varinha empunhada – 1, 2, 3... Já!”

Comecei a andar, os olhares das pessoas me seguiram até o rumo incerto em qual eu tomara. Apertei com mais força a poderosa varinha em minhas mãos e apertei o passo. Parei quando percebi que não sabia para qual rumo seguir e muito menos em que lugar ficava a maldita Mansão Malfoy.

Olhei ao redor e me aproximei da pessoa mais próxima. Um garotinho de no máximo 10 anos.

- Ei! – toquei seu ombro e ele se sobressaltou exageradamente, virando-se para mim com a varinha empunhada. Recuei um passo – Espere! Não vou fazer... Nenhuma mal a você e...

Ele arfou apertando mais a varinha.

- O que você quer? – perguntou trêmulo.

- Só... Quero saber em que lugar se encontra a Mansão... Malfoy – engoli a seco e ele abaixou a varinha ao mesmo tempo em que a expressão de incredulidade formava-se em seu rosto.

- Só pode estar brincando – soltou ele uma risada sem humor, virando-se para ir embora, porém, segurei seu braço.

- Não estou brincando! Diga-me onde é essa Mansão... – pedi em um tom de súplica. Ele virou-se para mim com os olhos duros.

- Aquele não é um lugar para garotas como você – avisou ele sombriamente.

- Eu sei disso... – suspirei – Mas há uma pessoa ali... Está em perigo, tenho que salvá-la.

Houve um silêncio interrupto. As pessoas que passavam não se importavam em olhar descaradamente para a cena um tanto, estranha. Continuava a segurar o braço daquele garotinho, era claro que seria uma cena estranha.

Witshire – suspirou ele – Uma pequena cidade localizada a poucos quilômetros daqui... A Mansão Malfoy é reconhecível. A mais sombria, a maior de todas as outras... E você saberá quando se aproximar.

Não entendera o que ele quisera dizer com “Você saberá quando se aproximar” e de certo modo, não querida descobrir, mas fora inevitável.

Não sabia por quanto tempo andei, estava dispersa em devaneios que me pareceram minutos. Era uma pequena cidade luxuosa rodeada por muitas mansões mas a maior delas, era com certeza, a Mansão Malfoy.

Aproximei-me cautelosamente dos grandes portões fechados do qual pendiam o brasão Malfoy serpentino. A rua estava deserta, completamente vazia e imediatamente soube o que aquele garoto quisera dizer quando ouvi gritos estridentes ecoarem de dentro delas.

Olhei para além do portão me lembrando dos flashes em minha mente ao me deparar com o longo e tortuoso caminho que levava ao sombrio casarão de janelas de losango. Os gritos se intensificaram e como vieram, se foram abruptamente. O silêncio reinou ali e soube que a pessoa fora morta.

E possivelmente, eu também logo estaria.


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Notas finais do capítulo

E ai?? Se vocês comentarem bastante eu prometo não demorar... Que tal??