Estrela Nascente escrita por BabySuhBR


Capítulo 6
Paz


Notas iniciais do capítulo

N/A: Acreditem, não sei o que me deu para escrever esse capítulo. Me desculpe. Sério!
Não estava previsto no enredo mas quando vi já estava feito. Poderia ter refeito, mas se ele resolveu se manifestar por forças superiores #momentosobrenaturalon então é porque assim tem de ser. Rsrsrs



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Paz

Um peso na alma

Um sopro no coração

Um momento de calma

Uma eternidade de confusão.

Todos estamos destinados a um momento de Paz

A espera é longa, mas nunca em vão.”

(BabySuhBR)


Meus olhos pesavam toneladas e meu corpo parecia sem vida. Eu estava consciente, mas não conseguia responder aos apelos dos que estavam à minha volta.

Senti meu corpo ser carregado por braços quentes. Extremamente quentes. E fortes, mas mesmo nesses braços, capazes de derreter um iceberg, o frio não deixava de consumir meu corpo. Não que eu sentisse esse frio, mas o vento batia tão forte no meu corpo que me fazia estremecer. Era como se eu estivesse correndo em cima de uma moto, mas eu não escutava esse barulho. Na verdade eu não escutava barulho nenhum.

Tentei forçar meus olhos a se abrirem mas era quase inútil. Mesmo assim não desisti. Eu precisava acordar. Precisava saber o que tinha acontecido comigo.

Meus olhos se abriram em pequenas e fracas frestas e tudo o que eu consegui enxergar em minha volta eram meros borrões. Borrões verdes e raios de luz ofuscando minha vista. Girei o olhar para o lado quente e me vi nos braços de Jacob. Era suposto que fosse Embry me carregando, visto que ele era mais próximo de mim, mas…pensando bem, talvez ele nem me conseguisse carregar. Ele podia ser muito forte, mas eu não estava propriamente leve.

A luz forte que adentrava em meus olhos os fizeram arder e forçar a fechá-los e então uma negritude calmante me consumiu e eu não mais acordei.

(POV Jacob)

A vida pode ser um grande amontoado de erros, mas nenhum deles é feito sem um propósito. Eu errei muito, em minhas escolhas, em minhas decisões, em minhas amizades, em minhas paixões…E todos esses erros se resumiam única e exclusivamente a Bella Swan. Eu devo dizer agora, Isabella Cullen?

Como era minha vida antes dela aparecer?

Sem vida, sem graça, sem cor…mas uma coisa eu tinha e deixei de ter quando ela apareceu. Paz. Paz de espírito, paz mental, paz interior.

Ela me trouxe as coisas mais boas da minha vida, mas também as piores. Ela pode me ter dado a conhecer o amor, a amizade, a afeição extrema, sorrisos fáceis, alegria, esperanças… Mas ela também me trouxe preocupações, desilusões, coração partido, tristeza, sofrimento e desgraça.

Era assim que eu me sentia agora, desgraçado.

Saber que se Edward nunca tivesse cruzado o nosso caminho eu a teria para mim me desgraçava, me destruía por dentro como uma bomba relógio.

Saber que ela daria sua vida por ele em qualquer que fossem as circunstâncias, me reduzia a nada, a lixo. Por mais que ela me amasse, mesmo que ele nunca tivesse cruzado o nosso caminho, não teria tantas certezas que Bella fizesse o mesmo se eu estivesse no lugar de Edward.

Mas a diferença é que eu nunca a colocaria nessa posição. Mais rápido seria eu a dar minha vida por ela do que Edward.

Não, o que aconteceu em Itália não foi o caso. Edward não ia dar a vida por ela. Ele ia tirar a vida por não a ter…aliás, ele nem coragem teve de tirar a própria vida de uma vez. Queria deixar sua morte ao encargo dos outros. Não seria mais fácil se ele se tacasse fogo de uma vez?

Parecia até que ele sabia que ainda existia uma ínfima possibilidade de ela estar viva e ir ao encontro dele, como foi o caso.

Já estava cansado de pensar nela. E por causa dela eu me tornei um monstro. Meu Deus, eu quase ataquei uma mulher grávida. Eu quase ataquei Bella!

Tudo ela, tudo ela, tudo ela!

Talvez seja realmente melhor se ela deixar de existir para mim, se ela se tornar uma deles…uma inimiga.

O melhor que eu tinha a fazer era mudar o meu foco de pensamentos. E com essa mudança veio June.

O que dizer dessa garota? Maluca, esquentada, doida, língua afiada, pirada, sem noção do perigo, mal-humorada, nariz empinado…e a única que me conseguiu fazer rir fácil, como já há alguns meses eu não fazia com tanta frequência. Além de que, apesar de maluquete,  ela era muito divertida e parecia bem legal, amiga e, no fundo, doce.

Em uma hora eu a odiava, na hora seguinte eu só a queria por perto. Porque a sensação de paz que ela me trazia era indescritível. Era algo que eu não sentia desde que eu conheci Bella.

E foi só pensar nela que todas as minhas preocupações anteriores sumiram.

De repente um sorriso leve já espreitava em meus lábios e eu estava parado à porta de casa de Sam onde um cheiro maravilhoso embrulhava gostosamente meu estômago.

–O almoço está pronto! Meninos, ajudem a colocar a mesa, porque aqui todos ajudam. – Escutei a voz doce de Emily anunciar no preciso momento em que eu empurrei a porta e entrei na casa.

–Tem lugar para mais um? – Perguntei hesitante e todo mundo se silenciou, voltando seus olhares para alguém.

Assim que meus olhos se cruzaram com os dela eu me senti em casa. Tudo de mal havia sumido de minha mente, mesmo que temporariamente e isso me dava joio. Lhe sorri e ela devolveu um sorriso quente e de seguida respondeu.

–Claro.

–Jake, bem-vindo a casa. – Seth veio logo me receber com um abraço caloroso.

–Também estava morrendo de saudades de você pirralho. De todos vocês. – Falei olhando meus irmãos.

Pela primeira vez eu estava parando de pensar somente em mim e em Bella e olhando de novo para meus irmãos e para o quanto eu me sentia amado e feliz perto deles.

–Nunca mais me deixe com o coração nas mãos sumindo daquele jeito. – Emily fungou, me abraçando forte e maternalmente.

–Desculpe, Emy. Eu estava fora de mim. – Me lamentei, engolindo uma lágrima.

–Vocês ainda não colocaram a mesa porquê? – Escutei a voz animada, e agora resmungona, de June grasnar. Eu juro que ela grasnou. - Estão se esquivando do trabalho de casa? Pensam que é só chegar aqui e encher o bucho? Vamos, toca a levantarem essas bundas das cadeiras e agilizando a colocar a mesa antes que a comida esfrie e eu tenha que dar aos cães do mato. – Assim que ela terminou de dizer aquela frase todos nós rebentamos numa gargalhada estrondosa, capaz de fazer estremecer a casa. Mas June ficou irritada. Muito irritada. - Que foi que eu disse? Eu não falei nada engraçado, seus idiotas. – Ela se justificava sem sucesso. - Hahaha, eu estou morrendo de rir. – Falou sarcástica, me fazendo rir mais. -Emily! – Embirrou de seguida, feito criança, quando nenhum de nós cedeu na risada.

–Não liga não. Eles riem sem motivo mesmo. Tipo palhaços, sabe? – Escutei a voz de Leah e logo me voltei para olhá-la.

Ela fez o mesmo e nossos olhares transmitiam apoio e compreensão. Agora eu entendia o porquê do sofrimento e amargura de Leah. Eu estava numa situação muito semelhante. Mas de todo eu queria me tornar como Leah. Não, eu não podia deixar que essa desilusão transformasse minha vida num mar negro.

Vi Leah ir para o pé de June, que parecia estar em outro mundo. Leah passou a mão na frente dos olhos dela, como se a quisesse chamar à atenção, mas nada. June estava completamente absorvida em seus pensamentos.

–O que você tanto pensa? – Leah perguntou, a cutucando e June abandonou a expressão concentrada e confusa e a olhou.

–Nada de… - Sua frase não terminou pois ela se encolheu ligeiramente e colocou uma mão no ventre.

–O que foi? – Leah questionou alerta.

–Nada, acho que estou apertada para ir no banheiro. – June falou mas isso não me convenceu.

Respirei fundo e torci o nariz ao sentir o cheiro de sangue. Não que fosse desagradável, mas não era uma delícia também. Este cheiro parecia diferente. Além de pouco doce, parecia que vinha com uma mistura de ferrugem. Era diferente do sangue normal. Como se já fosse sangue morto.

–Você está sangrando! – Seth gritou ao chegar primeiro à conclusão de que o sangue morto vinha de June e antes que eu me pudesse preocupar, ela desmaiou.

–June! – Um coro de vozes gritaram ao tempo que Leah a amparava antes dela chegar ao chão.

–Meu Deus, prima, por favor, acorde! – Emily a chamava nervosa.

–Se afastem, ela precisa respirar. – Leah instruiu quando todos nós pulamos para perto dela, querendo ajudar.

–Ju! June. – Embry se manteve ao seu lado, estapeando de leve seu rosto.

–O sangue não está estancando. Temos de a levar no hospital! – Sam sugeriu mas outra idéia me surgiu.

–Daqui ao hospital de Forks é quase 1h30 de carro. Se formos correndo até onde dá, levamos meia hora e outra meia em passo normal ou quinze minutos de carro…

–E o que você sugere? – Leah me questionou.

–Daqui a casa dos Cullen é meia hora correndo!

–Então eu a levo. – Embry falou já querendo pegar June dos braços de Leah.

–Não. – Eu falei e Embry parou de imediato me olhando interrogativamente. – Eu a levo. Sou o mais rápido de vocês. – Falei olhando os outros.

–Mas…os Cullen…você… - Embry não sabia o que dizer.

–Não podemos perder tempo! – Eu falei num tom de voz mais alto e Embry assentiu, me passando ela para os meus braços.

Em segundos me pus na floresta e corri com todas as minhas forças. Na forma humana não era tão rápido como em forma de lobo, mas podia chegar a uma velocidade bastante aproximada se eu me esforçasse.

As árvores passavam por mim como borrões e eu apenas me concentrava em chegar o mais rápido possível.

Nesse momento eu até agradecia se Edward estivesse por perto. Assim ele escutaria meu chamado e avisaria Carlisle.

Sem ele eu corria o risco de não apanhar o Dr. Caninos em casa ou de ele não ter o necessário para ajudar June. Mas eu não podia esmorecer. Eu tinha de pensar positivo.

Olhei o rosto de June de relance e ela parecia bastante serena. Como se não tivesse mais dores. O sangue também havia parado de escorrer e eu não sabia se havia de suspirar de alívio por isso ou se havia de me preocupar.

E se ela tivesse…não! Eu não podia pensar em coisas tão negativas. Eu tinha de me concentrar apenas em chegar. Chegar lá o mais rápido possível.

Por fim avistei ao longe a entrada da mansão e apertei mais o passo. Minha velocidade no momento se assemelhava quase à de um vampiro e isso me fez chegar ainda mais rápido à mansão.

Assim que eu comecei me aproximando mais, a porta se abriu e Carlisle me recebeu de imediato, como se soubesse, como se me esperasse.

Será que Edward estava ali? Bella? Já transformada ou em pleno processo de transformação? Escutaria seus gritos de dor ou já estaria terminando o processo?

Não me importei. Adentrei apenas em casa e segui o médico até onde ele me indicou.

Uma sala/biblioteca com um pequeno consultório no fundo.

Pousei June cuidadosamente na maca e fiquei olhando para ela todos os segundos possíveis.

Carlisle a examinava minuciosamente e eu aguardava impaciente o diagnóstico.

–Jacob. – Escutei uma voz doce e terna me chamar, seguida de um toque tão gélido quanto um iceberg.

Me voltei para olhar sobre o ombro e ver Esme me chamando preocupada. Atrás dela estavam Rose e Alice olhando quase chorosas para June. Pareciam bichos acuados querendo ajudar mas sem saber o que fazer. Pareciam eu.

–Por favor, vamos descer. Carlisle precisa de espaço e você precisa se distrair. E está com fome. – Falou ao escutar meu estômago roncar. – Vem, eu vou preparar algo para você comer. – Eu refutei em ir, mas realmente estava me sentindo um pouco fraco.

Não comia direito há dias, tudo porque minha cabeça estava longe, cheia de problemas desnecessariamente.

Acabei por descer junto com Esme, Alice e Rosalie, que foram puxadas inconformadamente pela matriarca.

Assim que cheguei no solo a sala foi invadida por Embry, Leah e Seth. Embry fez menção de subir, mas eu o impedi.

–Calma. Ela vai ficar bem. Está em boas mãos. – Falei tentando passar ao meu irmão uma falsa calma.

–Ela não pode perder essa criança. Você não imagina os planos que eu já fiz para ele. Como se fosse meu filho de verdade. Sei que June não queria apressar as coisas e que nós não estávamos bem desde aquele dia na festa, mas…eu estava gostando mesmo dela. Mesmo muito. – Meu irmão e melhor amigo falou embargado, não contendo uma lágrima que escapou solitária.

Puxei Embry para um abraço e tentei reconfortá-lo. Também não estava sendo fácil para mim – afinal eu não era insensível nem indiferente a um acontecimento tão calamitoso-, mas não imagino como estava sendo para ele que era apaixonado por ela e por essa criança.

Escutei os soluços de alguém e me voltei de leve para ver Alice chorar sem lágrimas. Será que ela sabia de alguma coisa? Me desprendi de Embry e foi a vez de Leah o abraçar. Nem me preocupei em ficar admirado com seu gesto, apenas me aproximei o suficiente da vidente da Little People e sussurrei apenas para que ela escutasse.

–O que você sabe? Anda, fala!

–Eu não sei de nada, Jacob! – Ela retribuiu chorosa.

–Então porque você está nesse chororo todo? – Falei a ponto de perder a paciência.

–Porque…porque… - Ela gaguejava e soluçava como se chorasse de verdade, mas nenhuma lágrima saia de seus olhos. – Porque eu quero muito ser a madrinha do neném. – Ela explicou e eu rolei os olhos.

–Oh Alice, vai ver se está dando o Bob Esponja na TV, vai. – Falei, lhe voltando costas ao tempo que ela me fez uma careta.

Sei que não era tempo para piadas secas nem para ligar para as baboseiras de Alice, mas não consegui me conter. Eu suava em bica e mesmo querendo desesperadamente notícias de June, como todos os outros ali presentes, tentei focar minha atenção em outra coisa qualquer, simplesmente para não pirar.

Olhei em volta tentando achar a figura pálida e emproada de Edward, mas nem sinais.

–Onde está o cusquinha? – Perguntei mesmo que não quisesse muito saber da resposta.

–Na lua-de-mel, vira lata. Onde mais queria que ele estivesse? – Rosalie me respondeu importunada.

Resolvi apenas ignorar o seu mau-humor e me virei de frente para Alice com uma dúvida latente em minha cara.

–Como Carlisle soube que eu estava vindo com June?

–É complicado. – Alice tentou desviar o assunto.

–Complicado como, projeto de Minie disfarçada de gente!? – Perguntei irritado.

–Bom…eu consegui ver fragmentos. Não sabia quem estava chegando mas sabia que era muito importante estarmos preparados. – Se explicou mesmo que eu não tivesse comprado metade do que ela falou.

Antes que eu pudesse refutar sua resposta, o Dr. Caninos desceu as escadas calmamente com uma expressão indecifrável, o que só me deixou ainda mais irritado. Não podia colocar logo uma cara de boa ou má notícia!? Tinha de estar com essa cara de bosta boiando na privada?

–Podem todos ficar calmos. June já acordou e está bem.

Embry sorriu de imediato, acabando por abraçar Esme por seu entusiasmo.

–E o neném? – Leah perguntou logo, voltando a instalar a tensão entre nós, que o sanguessuga mor fez questão de reforçar, prolongando o seu silêncio.

–O sangue que June perdeu foi devido a uma ruptura da membrana que liga a placenta ao útero.

–E isso é grave? – Perguntei ansioso.

–Pode ser grave se June se exaltar ou fizer esforços. Ela precisa de repouso absoluto. Não precisa ficar confinada a uma cama até o final da gravidez, mas é necessário evitar que ela se canse demasiado ou que tenha picos de emoção elevados. Por enquanto recomendo que durante a próxima semana ela fique realmente de repouso em uma cama, mas depois será bom ela dar alguns passeios, curtos. – Firmou as regras médicas.

–Posso vê-la? Podemos? – Ele olhou de relance para Leah e depois para mim.

–Claro. Mas um de cada vez. Peço que vá primeiro você, Embry. Eu acabei de lhe contar o que aconteceu e ela está um pouco abalada. Acho que precisa do seu apoio. – Carlisle aconselhou e Embry assentiu, se encaminhando de imediato para o lance de escadas que o levaria até o consultório de Carlisle.

(Fim POV Jacob)

Meus olhos fitavam o teto enquanto minha mente arranjava mil e uns motivos para me culpar pelo sucedido.

Minha garganta arranhava pelo bolo doloso que eu prendia. Queria me punir de alguma forma pela minha tamanha imprudência em relação a esta gravidez.

Sei que não estava muito conformada com ela e que muito menos estava acostumada, mas por mais que eu tentasse repelir esses sentimentos, eu já amava esta criança. E tudo o que eu tinho feito até agora fora colocá-la em perigo. E olhe onde isso me levou? Eu quase perdi esse neném! E ainda estou em risco de o perder!

Por fim uma lágrima resvalou por meu rosto sem que eu a conseguisse conter e um soluço brotou de minha garganta.

Senti uma mão quente afagando meu rosto fazendo meu choro contido despoletar em algo descomedido.

Me aninhei de lado me agarrando firme à mão que me acariciava e chorei como nunca antes chorei. Nem mesmo quando Gabe me deixou.

(POV Jacob)

Todos conseguíamos escutar o choro de June e isso nos deixava num silêncio constrangedor.

–Bom, acho que não temos mais nada a fazer aqui, né…Jake? – Leah falou, me fazendo sinais pouco discretos, porque na verdade sendo todos o que somos nada passa desapercebido.

–É…vamos. – Concordei e comecei seguindo ela até a porta da mansão, mas não sem antes me voltar para trás e fazer uns pedidos aos sanguessugas. – Não digam a ela que eu estive aqui. Caso…ela…ligue. – Especifiquei meio atrapalhado.

Já estava cheio dessa história e queria começar deletando ela e tudo o que represente ela de minha vida e minha mente o mais rápido possível. Já quando se trata do coração…isso é outra história. Não se pode forçar ninguém a deixar de amar alguém como eu amei Bella. Por mais mal que ela me tenha feito, são feridas difíceis de sarar.

Carlisle assentiu e se deixou abraçar por Esme e por fim eu saí daquela casa, sentindo um peso do tamanho do mundo ser deixado ficar para trás, no lugar onde ele pertencia e de onde ele tinha vindo.

Leah me esperava na orla da floresta e me permiti a respirar aliviado. Ela percebeu a mudança de expressão no meu rosto mas antes de começar qualquer interrogatório, nos permitiu a um minuto de silêncio.

Caminhamos em passos lentos para lobos, mas mais rápidos que os passos apressados de um humano normal.

–Grande dia, hã. – Ela começou de forma casual.

–É.

–E pensar que quando você não estava isso aqui era bem mais calmo… - Ela comentou e eu revirei os olhos. – Mas menos engraçado. – Deu de ombros. – Excepto quando chegou essa humana maluca e embuchada. – Falou fingindo descaso mas sorrindo.

–Cara, Leah sorrindo. Grandes acontecimentos se deram aqui na minha ausência. A começar por seu figurino. – A olhei de alto a baixo, assobiando baixinho.

Leah fez uma cara séria capaz de meter medo a qualquer um, mas eu sabia que era tudo uma máscara para esconder o embaraço que eu causei com meu elogio.

Eu via uma aura diferente em torno da amarga e sofrida Leah. Sentia uma proximidade maior com ela não só por estarmos ligados sobrenaturalmente, como irmãos guerreiros, mas por entendermos verdadeiramente o sofrimento um do outro. E eu sabia que realmente ela estava começando a ultrapassar seu passado.

Seria o efeito June Young atuando nela também?

Porque realmente, em apenas uns poucos minutos, June conseguiu tornar o meu fardo bem mais suportável do que eu alguma vez pude imaginar que se tornasse de forma tão…rápida.

–E você parece que voltou de umas férias no Hawaii. Foi visitar a Becca no paraíso? – Ela zombou mas de uma forma bem mais leve e eu sorri abertamente.

–Diria que o regresso a casa não foi dos melhores, mas rever quem eu amo me fez bem. – Menti.

–Espero que isso não inclua…uma certa Carraça! – Leah falou alerta.

–Carraça? – Questionei confuso.

–Você sabe de quem eu estou falando. – Ela deu de ombros.

–Sim, eu sei. Mas não entendi essa da carraça. – Fiz minha maior cara de desentendido, porque eu realmente estava nadando em águas desconhecidas.

–June chama o Sam de Pulga. Não só porque ela o queria chamar de outra coisa, mas porque ele realmente é uma pulga na minha carapaça de Loba. Sempre pulando e aporrinhando a nossa paciência sem nunca o conseguirmos apanhar. Mas sabe, a carraça é bem mais grudenta e difícil de nos livrarmos e causa grande mossa. Da pulga é mais fácil nos safarmos. Basta uma boa dose de repelente Ignore Ele e o assunto fica resolvido. Eu só não sabia disso antes. – Leah explicou sabiamente eu contive minha enorme vontade de gargalhar.

–Pulga. O Sam. Interessante. E não, a carraça não está incluída. Na verdade eu estou começando a usar esse mesmo repelente. Tá difícil, mas vai no bom caminho. Basta aplicar ele todos os dias. – Falei engolindo o bolo doloso que queria se alojar em minha garganta, mas sorrindo sincero no final.

(Fim POV Jacob)


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Notas finais do capítulo

N/A: *limpando as lágrimas com um lencinho*
Tá, eu sei que sou má e que a PP não merecia isso. Mas, me diga, como eu posso controlar a minha veia dramática? Não dá, droga!
Bom, mas mesmo assim eu ainda coloquei certas doses de comédia (nada despropositado, mesmo que tenha parecido sem noção) no POV do Jake. Aliás, o que acharam dos POV?
Sei que o cap foi um bocadinho inho inho mais pequeno que os outros mas teve de ser.
Adiantando que o próximo cap terá certas doses de tensão. O pai da PP vai finalmente aparecer e vocês irão conhecer o Sr. Bonitão! Hahaha. Preparem-se para dar algumas risadas. Minha mente está fervilhando. Hohoho.
Mesmo assim, eu não garanto que o capítulo saia rápido, mas como final da semana que vem entro em férias, terei mais tempo para maquinar algo e escrever.
P.S. - O que acharam do poema do começo do cap?
P.S. - Nenhuma recomendaçãozita???
Kisses da Baby