Something About His Eyes - Fremione escrita por nanny


Capítulo 32
It's Gone


Notas iniciais do capítulo

Chorei uns quarenta minutos depois de escrever esse capítulo. Dedicado à Helena, Uma Tributa, Phelps e todas vocês que acompanham a fic comigo. É muito importante o comentário de cada uma de vocês. Esse capítulo ficou enorme e foi horrível escrever, mas espero que vocês continuem acompanhando e gostando. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/160728/chapter/32

Enquanto observo os rostos conhecidos no salão principal, um arrepio percorre meu corpo dos pés à cabeça. Tantos inocentes. Tantos alunos que mal conhecem o perigo que estamos prestes a enfrentar. Aperto a mão de Fred instintivamente enquanto Snape duela com Minerva no meio do salão. Aquilo dói. Eu tenho certeza de que ele está do lado certo, mas não entendo o motivo de se manter escondido. Ele não é um monstro, e tampouco é covarde. Mas por que se esconder? Será que é mesmo tudo mentira? Será que eu estou sendo cega durante esse tempo todo em confiar com o coração em um homem que pode ser um traidor? Não... Não pode. Ele não pode ter fingido toda nossa amizade. É algo sincero, é pura cumplicidade e compreensão. “Afaste esses pensamentos.” Minha consciência protesta a favor de Severus. “Eu confio minha vida à Severus Snape.

Vejo Harry conversar com a Professora McGonnagal e pedí-la tempo. Ele precisa encontrar uma Horcrux no castelo. Sai correndo feito um louco – com Luna correndo bem atrás – e entrega o mapa do maroto para Ronald. Em questão de poucos minutos, o ruivo vem em minha direção. Percebo que ainda aperto com força a mão de Fred com certo exagero enquanto ele tenta conversar com seu gêmeo.

– Hermione, eu vou entrar na câmara secreta.

– Brilhante ideia, Ronald. – Sorrio e abraço o ruivo de forma agressiva, sem soltar a mão de Fred, que me olha assustado. – Leve Lilá com você. É importante protegê-la agora. Eu, Fred e George vamos para a torre de astronomia.

Bagunço o cabelo de Ron com a mão livre e sinto pequenas lágrimas se formarem em meus olhos. “Você não vai perdê-lo, Hermione” repito dentro de mim e dou um suspiro, soltando-o do meu abraço e sentindo uma lágrima rolar pela minha bochecha. Esfrego a manga da blusa com força no meu rosto e tento dar um sorriso confiante ao meu melhor amigo – ele me devolve quase uma careta de choro e despedida.

– Encontro vocês depois, Mione. – Sai correndo, não sem antes olhar para trás. – Assim que conseguir destruí-la, encontrarei Harry pelo mapa. Logo depois sairemos para procurá-los. Boa sorte!

Fico em silêncio e observo Ron sumir com a loira do salão comunal. Meu coração se aperta com a cena, eu admito. Até mesmo Lilá se tornou uma pessoa próxima e especial para mim nos últimos meses. Cada pessoa naquele lugar é importante pra mim. Eu simplesmente sou egoísta demais para pensar em perder um deles.

– Mione? – George puxa minha mão. – Minerva pediu que a gente guarde a torre de astronomia... A gente realmente precisa ir agora.

– Sem questionar! – Digo forçando um sorriso e agarrando o braço de Fred. – Estar com vocês já me alivia muito. Aliás, onde está a Biskate?

– Ah... – Fred suspira. – Depois a gente conversa sobre isso. Ela ajudou no acampamento, depois criou problemas... Mas ela veio pra luta. Foi atrás de Tom, Bill e Anne e depois viria pra cá.

Reviro os olhos. É claro que ela arrumou problemas. E obviamente me sinto tentada a perguntar sobre eles, mas me contenho... Ela vai lutar, é o suficiente para saber por enquanto.

– Depois teremos tempo para conversar. – Digo. – Mas é bom mesmo que ela ajude.

– Vamos? – George sai, puxando-nos.

– Onde está Angelina?

– Acompanhou os grifinórios mais jovens, vai tentar tirá-los daqui com segurança.

– Amor? – Fred chama e olho para ele com atenção. – Vamos enfrentá-lo. Você-sabe-quem. Eu não quero te perder.

– O nome dele é Voldemort. – Suspiro. – Você corre muito perigo e Voldemort vai tentar te matar dizendo o nome dele ou não.

Ele se cala e me abraça super apertado. Sinto um nó horrível na garganta, como se tivesse acabado de tomar um litro de poção polissuco. E junto com a sensação horrível, sinto meus olhos novamente se enchendo de lágrimas.

– Fica bem. – Encaro-o por alguns segundos. – Eu não sei o que vai acontecer hoje. Eu posso talvez te perder. Você pode me perder. Mas tente, por favor.

– Eu vou tentar. – Sorri. – Mas não posso garantir.

Acerto um soco no ombro do ruivo.

– Cala essa boca! – Bato várias vezes. – Você tem a obrigação de ficar bem.

– Eu também te amo.

Como eu posso suportar o simples pensamento de viver sem ele? É tão egoísta pensar assim, porque eu posso morrer. E George. E qualquer um hoje. Mas pensar em perdê-lo dói tanto. Machuca meu psicológico a ideia de não ter aqueles olhos... Aqueles olhos todos os dias olhando-me com tanto amor. Aqueles olhos... Definitivamente há algo nos olhos dele. Algo que eu sei que não vou conseguir viver sem. Eu nunca achei que fosse o tipo de “mocinha”, a típica Rose do Titanic ou a clichê Julieta, de Shakespeare. Eu achava que podia viver bem sem o amor. Achava que podia ser apenas uma garota independente e feliz comigo mesma. Mas achava isso antes de prová-lo. Antes de saber que ele é real. Que ele existe. Que ele me ama e que quer viver o resto da vida dele ao meu lado. Eu não tenho forças para fugir desse sentimento típico e clichê de mocinhas, porque Fred é o meu mocinho. Ele está aqui por mim e eu não consigo suportar o simples pensamento e a possibilidade de viver meu futuro sem ele. Eu só quero que ele fique. Fique aqui pra sempre e que eu possa contar com o seu apoio em cada momento do meu futuro. É pedir demais? Eu sei que é.

– Vamos, pombinhos? – George diz impaciente. – Há uma guerra aqui. Não é hora pra isso.

Fred mostra o dedo do meio para seu gêmeo e os dois sorriem um para o outro. É um momento de irmãos, mas cheio de tensão. Uma possível despedida disfarçada de diversão. Derrubo algumas lágrimas ao ver os gêmeos sorrindo um para o outro. Abraçam-se apertado e continuam sorrindo. Sinto Fred agarrar minha mão novamente e corremos pelo castelo, em direção à torre de astronomia. Várias lembranças ruins invadem minha mente só de pensar em me encaminhar para lá...

– Eu fiz uma pergunta e você não respondeu.

– Agora não, Fred. – Reviro os olhos. – Koishiteru, ruivo. Fique vivo por mim.

– Eu vou tentar, gostosa.

Dou um tapa extremamente fraco no braço do ruivo, que apenas me devolve um sorriso brilhante e perfeito.

––––––––

Foi horrível assistir a batalha explodir em Hogwarts. Minha Hogwarts. Nossa Hogwarts. Um sentimento tão ruim tomou conta de mim quando vi as proteções da escola vacilarem contra os ataques de comensais. Em minutos, a escola já estava uma bagunça. Haviam mais reforços na torre de astronomia. Olhei em volta e vi vários rostos conhecidos, até mesmo alguns alunos da sonserina que não se recusaram a ajudar.

Vi também Tonks e Remus, de mãos dadas observando o ataque começar. Dei um sorriso para Nymphadora e agarrei as mãos de Fred e George. Segurei com força a mão dos gêmeos, sem olhá-los. Sabia que não aguentaria encarar os olhos deles nesse momento. O medo de perdê-los, de ter que viver sem eles. Sem qualquer um deles... Era simplesmente assustador e horrível demais para mim.

– Você está bem, Freddie? – George pergunta, encarando seu gêmeo ao meu lado.

– Estou.

– Eu também.

E então o silêncio cai sobre nós. Sombras passam diante dos meus olhos, me deixando nervosa e desesperada, como se tentasse acordar de um pesadelo. Mas não é pesadelo. É a minha realidade. Solto a mão dos gêmeos – sentindo um horrível aperto no peito – e pego minha varinha, começando a lutar.

– Ora, ora. Sangue-ruim! – Uma voz faz minhas entranhas se contorcerem de dor.

Sinto meu corpo inteiro se arrepiar e meu braço arder. Minha cicatriz que diz "sangue-ruim" pulsa ao ouvir a voz nojenta e desprezível de Bellatrix Lestrange. O sangue ferve e sinto meu corpo tremer enquanto aponto minha varinha contra ela.

– Eu vim matar você! – Dá uma gargalhada por trás do capuz negro.

Um raio vermelho atinge-a e ela voa longe. Fred havia me defendido de Bellatrix Lestrange. Sorrio para ele e continuamos jogando feitiços e desviando de feitiços de vários comensais. Vários. Muitos. É impossível parar para pensar. Temos que agir.

Alguns feitiços verdes dançam entre nós e meu coração vacila toda vez que um deles vai para o lado de Fred. Ele não pode morrer. Não pode!

– Eu te amo. – Grito para ele enquanto se defende de um feitiço dourado.

Ele não responde, continua dançando e jogando feitiços para se proteger. Vejo que Bellatrix já está voltado ao combate e em poucos segundos percebo que ela está totalmente concentrada em acabar comigo. Eu sou boa em feitiços, modéstia à parte, mas ela consegue me humilhar bastante em uma batalha. Seus feitiços vêem sem que eu consiga me proteger. Eu mal consigo me defender propriamente com o psicológico tão ferido. Não consigo parar de ser pessimista sobre tudo e todos à minha volta. Ouço um grito horrível e meu coração vacila algumas batidas. É a voz de Dora. Tonks havia gritado e eu não sabia o motivo. Só quero protegê-los. “Você precisa se proteger agora.” Minha consciência grita e eu consigo revidar um dos feitiços de Bellatrix. Fraca demais, ela continua dando gargalhadas.

Sinto olhares preocupados em cima de mim o tempo todo, e assim que Fred acaba com o seu comensal, lança outro feitiço para cima da Bellatrix. Ela é jogada contra a parede e fica desacordada.

Viro-me para o ruivo e sinto lágrimas correndo em minhas bochechas, queimando e trazendo toda a dor de dentro de mim para fora. Eu não sabia o que dizer, mas também não sabia se devia ficar calada. Queria saber o que havia acontecido com Tonks, mas vi apenas Remus ajoelhado ao lado dela. Apesar de acordada, ela não parece bem. A situação fica um pouco mais branda. Há comensais estuporados e petrificados aos nossos pés, mas os barulhos e o clima de guerra só ficam mais intensos. Em um momento penso em Harry e Ron. O que será que estão fazendo? Ron conseguiu destruir a Horcrux? Harry conseguiu encontrar aquela que estava perdida? Levo a mão ao bolso da minha jaqueta e sinto o vira-tempo ali, quase quente, pesado e vibrando por mim.

Fred segura meu rosto em suas mãos, obrigando-me a olhar em seus olhos. Meus sentimentos começam a desmoronar novamente. Ele não pode fazer isso comigo agora. É tão injusto que ele tenha tanto poder sobre mim. Meus olhos encontram os dele e nos encaramos por alguns segundos – amando seus olhos por um momento, perguntando-me se Merlin me daria o milagre de tê-lo ao meu lado por toda eternidade... Não.

– Responda a minha pergunta, Hermione. – Ele sussurra com sua boca perto da minha. – Você vai se casar comigo?

Não respondo. Beijo os lábios do ruivo, querendo senti-lo. Sinto sua mão apertando-me com força antes de nos separarmos em busca de ar. “Isso não pode ser um adeus.

– Quando isso acabar nós seremos uma família. – Ele me beija novamente. – Vai se casar comigo?

E como eu poderia ficar aqui com você
E não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar melhor?”

– É claro que...

Naquele momento eu não sabia que nunca teria a chance de terminar aquela frase.

– Mais uma Weasley? – Grita novamente a voz estridente. – Onde vai caber mais uma pessoa?

– Cala essa boca suja, sua vadia! – Grito e volto a duelar com ela.

Meus olhos se enchem de lágrimas. Ouço Tonks e Remus chorando e sussurrando ao meu lado e sinto novamente um arrepio horrível passar por todo meu corpo. Ouço-os chorando cada vez mais claro dentro de minha cabeça. Meu coração se aperta com uma força incrível. Tudo que eu quero é respondê-lo. Dizer à ele que sim, quero me casar com ele. Sim, quero que a gente viva juntos. Que a gente tenha quinze filhos e viva brigando e fazendo as pazes para sempre... Mas nem tudo é como a gente quer. A vida é injusta. Ela te dá o homem perfeito e... Arranca o homem perfeito de você em um piscar de olhos. “Eu não posso perdê-lo, meu amor” meu inconsciente grita dentro de mim, querendo correr dali com Fred e salvar nossas vidas. Mas eu sei o que devo fazer. Ficar e lutar. Resistir. Estar ao lado dele. Aqui. É o certo a fazer. Vacilo por um momento e um feitiço dela me joga longe. Bato a cabeça com força na parede de pedra e sinto minha boca se encher de sangue. Sinto minhas costas formigarem com uma dor imensa, como se eu acabasse de quebrar alguns ossos da costela. Minhas pernas não obedecem a minha ordem de se levantar, elas parecem presas ao chão. Ordeno ao meu corpo que volte à batalha. Preciso acabar com ela. Preciso vingar aquela marca horrível no meu braço. Fazê-la pagar por Sirius, por Dobby e por tudo de ruim que aquela víbora fez... Mas não consigo me mexer. Só consigo visualizar toda a batalha, vejo Fred tomar o meu lugar no duelo contra Bellatrix. Ele duela e desvia dos feitiços de forma fácil, com um sorriso no rosto. Mas ela não para de gargalhar. Seus olhos brilham como fogo, há algo definitivamente maldito dentro daquela mulher.

Bellatrix desvia de um feitiço, deixando-o confuso e olha diretamente para mim. Seus olhos novamente brilham. Sinto um arrepio horrível, pior do que qualquer outra sensação que já havia sentido na vida. A dor parece assustadora e depois de alguns segundos nos encarando, consigo perceber o que ela está prestes à fazer. Ordeno novamente ao meu corpo para que se levante, mas tudo que consigo fazer é uma careta horrível de dor – como se a maldição cruciatus acabasse de me atingir – e sentir várias lágrimas rolando e queimando meu rosto. É como se o fogo dos olhos dela me dissesse que algo maligno está para acontecer. Ordeno ao meu braço que agarre a varinha e lance qualquer feitiço, mas ele não responde. Não acho forças, não consigo me mexer.

– Você não vai se casar. - Ela sorri, diabolicamente.

Dá uma gargalhada que faz com que a dor em mim apenas aumente. Meu sofrimento aumenta e parece nunca ter fim, mas eu sinto... Eu sei que o pior ainda está por vir.

– Não pode se casar sem um noivo!

“Avada Kedavra”

"Quando é tempo para viver e deixar morrer
E você não consegue tentar de novo
Algo dentro desse coração morreu
Você está em ruínas"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei, gente. Podem me matar. Se ainda houver reviews eu juro que continuo! Amo vocês, suas lindas.