Tudo o que eu mais queria era reencontrar Hermione. Dizer à ela que tudo estava bem. Dizer à ela o quanto a amo. Abraçá-la, beijá-la e segurá-la contra o meu peito para sempre. Mas o que eu encontrei assim que passei pelo retrato de Aberforth foi Harry Potter agarrando minha irmã mais nova. Não que eu não estivesse acostumado com isso, mas eu precisava da MINHA ilustre e maravilhosa namorada, e não do casal Potter se agarrando bem na minha cara.

– Onde está a Hermione? - Perguntei ao Harry assim que ele me deu a chance.

– Ela foi atrás de Snape. - Revirou os olhos.

Harry - e qualquer pessoa em sã consciência - desaprova, assim como eu, a relação fofa de Hermione e Snape. A gente acha que ele já deixou bem claro à quem ele realmente é leal, mas parece que os laços que Hermione criou com ele - dentro da cabeça dela - são mais importantes do que matar Dumbledore ou arrancar a orelha do cunhado dela! Mas há alguma forma de colocar alguma coisa na cabeça de Hermione Granger - futura Weasley? Não, não há. A gente só pode ter paciência e esperar.

– Ela deve voltar. - Suspirou. - Precisamos ir para o salão principal, Snape convocou os alunos. Vou me infiltrar entre eles e então vocês entram. Fred, tenha a certeza de que toda a ordem estará lá. Preciso confrontar Snape, mesmo que Hermione o suporte, eu não suporto. Ele matou Dumbledore e tenho certeza de que Hermione está enganada tanto quanto Albus.

– Boa sorte, Harry! - Gritei antes de assistí-lo sair pela porta. - A ordem estará lá na hora certa.

Puxei minha caçula para um abraço e logo depois deixei-a ir. Ela tinha que se apresentar junto com os alunos. Ela e Harry deram as mãos e todos os alunos esvaziaram a sala precisa, deixando-me com os ex alunos, recebendo cada vez mais pessoas da ordem.

– Georgie! - Grito recebendo meu gêmeo com um abraço. - Ainda bem que você chegou. Eu só preciso achar Hermione e depois a gente pode-

– Calma, Fred. - Riu. - Respira. A Hermione já já chega. A gente vai batalhar. Vai dar tudo certo. Eu preciso esperar a Angelina também, ela estava bem atrás de mim...

– Fred! - Ouvi uma voz conhecida gritar e senti meu corpo inteiro tremer em resposta.

Me virei bem à tempo de sentir seu corpo chocar-se contra o meu. Abracei-a apertado e jurei pra mim mesmo que nunca mais ia soltar. "Fred. Fred. Fred." Ela sussurrava sem parar e parecia soluçar também.

– Amor? - Me afastei e segurei seu rosto em minhas mãos. - Você está chorando?

Ela não respondeu. Só esfregou as lágrimas com as costas das mãos e continuou soluçando.

– Amor, me escuta. - Sorri. - Vai dar certo. Quando isso acabar nós seremos uma família. Vamos nos casar. Escutou? Você vai se casar comigo? Eu não consegui dizer antes, mas... Eu comprei a nossa casa, amor. Eu já paguei. É nossa. Enchi ela de livros. Até mesmo trouxas. Passei aquele tempo em que você esteve acampando juntando livros. Muitas obras, sagas, histórias bruxas, trouxas e tudo que eu pensei que pudesse te interessar. Montei uma biblioteca bem ao lado do nosso quarto! Você vai amar. Vou deixar que leia alguma coisa para mim todos os dias... Você vai ler para mim, amor?

A castanha esfrega as mãos no rosto com ainda mais força do que antes. Parecia chocada, decepcionada, pressionada, destruída e ainda assim, apaixonada por mim. Com seus olhos castanhos fitando-me como se eu fosse a última maravilha do mundo...

– Mione, lembra do koishiteru? - Ela balançou a cabeça afirmativamente. - No Japão existem três maneiras de dizer “eu te amo”. Daisuki para seus amigos e ficantes, Aishiteru para um namoro mais sério e Koishiteru para a pessoa com que você quer passar o resto da sua vida.

Seus olhinhos castanhos e cheios de lágrimas ficaram um pouco arregalados e fixos em mim.

– Eles levam isso à sério, sabe? - Sorri. - E eu também, meu amor. Eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado... Vamos começar com uma guerra.

Balançou a cabeça de novo e logo após senti seus lábios salgados tomando os meus. Nos beijamos como nunca havíamos nos beijado antes. Era uma despedida, definitivamente uma despedida. Sentia sua lágrimas molhando também meu rosto enquanto nos beijávamos e então senti meu peito se apertando. É muito ruim não saber se teremos um futuro juntos e sentir a dúvida tomar conta do nosso amor.

– Koishiteru, Hermione Granger. - Sussurrei e tomei seu braço, misturando-nos entre as pessoas da ordem. - Chegou a hora, amigos. Lutar até a morte é o que vamos fazer hoje!

E nos juntamos à confusão do salão principal de Hogwarts.