Esperanto:solfege escrita por Petit Ange


Capítulo 2
I: Maiko Isono / II: Himitsu Isono




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Voe, voe, passarinho...

Em meio ao caos de uma Tokyo devastada...

Com meu próprio sangue escorrendo de mim...

Sentindo os braços dele me envolvendo tão carinhosamente...

...Você sabe que não pode fugir.

Mais ou menos na tarde do dia 24 de abril...

...Eu morri.

Esperanto:Solfege
Petit Ange

Tom I: Maiko Isono.

“A-ah...!” – jogado contra a parede, ele só teve tempo de ouvir suas costas estralando, assustado. – “Maiko Isono! O que é isso...?”

“Como ‘o que é isso’? Eu vou te bater, idiota!”

Para o desgosto (e ainda mais raiva, conseqüentemente) dela, ao invés dele agir como um homem e peitá-la, o rapaz até mais alto que ela simplesmente encolheu-se mais contra a parede onde estava detido.

“Ma-mas... O que eu fiz, Maiko Isono...?”

“PÁRA DE ME CHAMAR ASSIM, MERDA!” – respirou fundo, evitando chamar a atenção de algum professor ou aluno que pudesse fofocar. – “Porra, me chama de Isono-san, tá ok?!”

Bom dia, boa tarde ou boa noite. Ah, sei lá! Qualquer coisa aí!

Eu sou Maiko Isono. Tenho quase 16 anos e estou no segundo colegial.

Desde ontem, as coisas começaram a ficar estranhamente mais bizarras que o normal pra mim. Começou com um sonho, e então, veio esse garoto...

“S-sim! Mas, Isono-san, não faça isso!” – engoliu em seco.

“Seu... Seu bizarro!”

Para entender o porquê dessa cena estar acontecendo, acho que precisamos também voltar no tempo...

Tudo começou, precisamente, ontem.

“Ah... Que canseira, cara...”

Estalando o pescoço tenso, uma menina de cabelos negros presos por um rabo-de-cavalo baixo e jogado displicentemente nos ombros suspirava, cansada.

Naquele dia em especial, o trabalho havia a matado. Uma das faxineiras ficou doente, e ela teve que cobrir duplamente sua falta, o que exigiu, além da habitual faxina do ambiente, levar o lixo e todas aquelas tarefas que mantém a higiene de um estabelecimento na ordem.

Tudo que ela desejava era chegar em casa e tomar um bom banho.

E quando chegou na porta de entrada do prédio, foi como se um rápido alívio se instalasse em si, dopando-a temporariamente de uma boa sensação. Nada como chegar em casa, achava. Nada como chegar depois de um dia extenuante de trabalho e estudo e simplesmente ir dormir. E amanhã, ameaçaria uma colega e pegaria a lição que deixou de fazer. Tudo simplesmente perfeito.

O problema, ela logo viu, foi que, quando chegou na porta do seu apartamento, ela pôs a chave no buraco da fechadura e girou. Ouviu o clique característico, mas ao empurrá-la, ela não abriu. Nem sequer cedeu.

E então, a morena ouviu o som de metal tilintando.

E soube, afinal, que o tio esqueceu que ela voltaria para casa de novo.

A garota girou a chave de novo e tentou, apenas para se conformar e ver que não era um engano seu. De fato, o homem passou a correntinha na porta. Mas, do lado de dentro, ela sentia o enjoado cheiro de álcool.

O homem devia ter bebido até desmaiar na cama de novo...

E como ficava a louça? A sala? Provavelmente, devia estar tudo tão sujo, escuro e abafado. Como ia ser?

E o seu quarto? Sua própria cama? O pijama e o banho?...

A jovem de uniforme escolar preto quis chamar seu tio e pedir para ele desacorrentar a porta. Mas, só então, lembrou-se do erro crasso que seria fazer isso. Quase como uma tentativa de suicídio.

Desistiu.

E ao fazer isso, virou-se de costas para a porta, encostando as mesmas na superfície amadeirada, e escorregou até sentar-se no chão. Arrumou a saia e deixou a pasta escolar ao seu lado, e ali ficou.

Ela esperava que alguém aparecesse no corredor e a visse.

Mas ninguém fazia isso. Os vizinhos eram quase todos velhos senhores, aposentados, ou simplesmente trabalhadores cansados demais para notarem uma colegial privada de seu próprio lar que iria dormir no corredor.

Logo hoje, que ela precisava desesperadamente trocar o curativo da briga...

Tomar um banho e ir dormir...

Ela tinha saudades dos pais. Queria que eles não tivessem morrido naquele acidente. Queria que eles não tivessem deixado apenas o irmão do pai, aquele homem nojento, como o único parente vivo e disponível. Queria, ao menos, ser maior de idade e poder fazer bem mais do que servir-lhe como escrava e saco de pancadas...

Ou, quem sabe, queria ter morrido também no mesmo acidente, ao invés de ter sido a única sobrevivente. Porque, desde aquele dia, sua vida tornou-se um inferno.

Órfã, só restou-lhe acompanhar Takuchi Isono na sua ‘nova casa’. E só então, o tio que ela nunca tinha conhecido mostrou-se como era: o total oposto do irmão, seu pai. Takuchi era um vagabundo. Desempregado, vivia bebendo e assistindo TV, jogado em qualquer canto, como um inválido.

Quem pagava as despesas da casa e as latas e latas de cerveja que ele consumia era a garota e seu emprego. E quase não sobrava nada para ela guardar e ir embora logo dali.

De vez em quando, ela apanhava do tio...

Fazia todo o possível para não precisar chegar a esse ponto, claro, mas às vezes era inevitável e ela apanhava... E então, ela precisava teatrar. Como sempre.

Sua nova vida privou-a até de amigos.

Não havia ninguém para quem ligar e pedir para dormir lá.

Haveria de passar sua noite ali naquele corredor, com a saia amassando porque estava sentada no chão, sem nem uma escova para pentear os cabelos amanhã.

De que adiantava autocomiseração?

Iria só perder tempo precioso que poderia usar para dormir.

É quente... E tão gentil...” [1]

A jovem de cabelos negros olhou para cima, repentinamente vendo-se em um espaço negro e infinito, como se fosse o nada.

Uma pequenina luz resplandeceu no ‘céu’ escuro.

E logo, várias outras pequenas luzes desceram, tornando-se uma chuva delicada de pontos luminosos. E quando a garota as olhou bem, viu que não eram apenas luzes: eram penas. Como as penas de pássaros. As mais viçosas e belas penas cor-de-rosa que ela já havia visto na vida.

“Esse lugar...?”

Quando tentou pegar uma na mão, ela tocou-lhe e quebrou, como se feita de vidro, transformando-se em uma chuva de pontinhos brilhantes. Foi a coisa mais surreal, e ainda sim, a mais bonita em que ela já tocou.

É um abraço gentil esse que estou recebendo...

As penas que caíam no ‘chão’ formavam ondas, como se ela estivesse pisando na água e as mesmas ficassem caindo e desenhando círculos e mais círculos o tempo todo.

Por isso... Eu irei recompensá-la.  

Só então, ela ouviu uma voz reverberando diretamente em seu interior. Um timbre triste e nostálgico, nem de homem e nem de mulher.

Maiko Isono... Me crie. Crie-me gentilmente, como esse seu abraço.

Mas... Eu não tô abraçando ninguém, pensou, achando melhor permanecer apenas assim. Sinceramente, achou que tivesse fumado algo antes de dormir.

“...Será que isso é um sonho? Só assim pra saberem meu nome.” – resmungou para si, o queixo apoiado na mão, numa pose pensativa.

Qual a forma que quer que eu tenha, Maiko Isono? Que forma quer me dar...?

Se fosse possível, nessas horas, as penas cor-de-rosa caíram em dobro na superfície ondulada e negra, como se estivessem tentando envolvê-la. Maiko sentiu-se aquecida naquele ‘abraço’ melhor do que qualquer outro que recebera na realidade.

De olhos fechados, a primeira imagem que passou-lhe pela cabeça foi a de sua mãe.

“...Eu quero redescobrir o significado de ser feliz.”

Ela forçou-se bravamente para não chorar. Sempre que lembrava do sorriso da sua mãe, ficava extremamente frágil assim. Talvez por isso fazia tanto esforço diariamente para reprimir qualquer lembrança dos pais.

“Não quero mais sentir medo... Não quero mais chorar... Eu queria... Que alguém tirasse a minha solidão. Alguém que tirasse minha dor. Alguém que... Me fizesse feliz mais uma vez... Nem que seja apenas um sorriso... Nem que seja só por um segundo... Eu queria muito... Tudo isso...”

Um silêncio fez-se presente. E ele durou muito tempo.

Um nome?

“Hum...?”

Um nome é algo muito importante, Maiko Isono. O nome define indubitavelmente o poder da entidade nomeada.

Um nome...

Perdida em recordações breves, ela lembrou-se repentinamente de um jogo que ela e a mãe faziam: o Jogo do Segredo.

Quando elas brincavam com os trabalhos do pai, ou às vezes até mesmo só perto da sala de trabalho dele, um ou outro acidente acontecia. E quando isso ocorria, as duas se olhavam e colocavam o indicador nos lábios, selando-o num pacto mútuo.

O jogo ridículo do silêncio que ela sempre gostou desde pequena...    

Como era aquela situação ali, com ela fazendo com alguém totalmente estranho coisas que jamais achou fazer de novo.

“Você é o meu segredo.” – a garota achou-se como uma dona escolhendo o nome de um cachorro. – “...Vai ser meu Himitsu.” [2]

Maiko apenas pensou que aquele era um sonho feliz. Ou talvez estranho. Mas não importava. Não iria passar disso mesmo. Ninguém estava vendo-a chorar ou dizer aquelas coisas tão íntimas. Ninguém estava ali além dela.

Tudo bem. Eu entendi.” – mas então, a voz respondeu.

Só para ser um pouquinho feliz outra vez... E reviver aquele sorriso de verdade da minha infância... Apenas para...’, continuou imersa em seus pensamentos.

Volte, agora. Eu irei nascer só para você, Maiko Isono.

“Hã?” – sonho bizarro, só podia dizer isso.

Eu irei até você...

“Coméquié?” – ainda mais confusa.

Sai daí. Está atrapalhando.

“HÃ?!”

A garota abriu os olhos negros, e o que viu à sua frente não foi mais nenhuma chuva de penas rosas e brilhantes, nem mais o negro cálido do ambiente ou qualquer outra coisa: sentiu o frio da manhã e a faxineira que limpava os corredores cutucando-a com uma vassoura, como se estivesse vendo se estava viva.

“Quê...?” – olhou em volta. E só então, depois de uma boa olhada, reconheceu sua situação: ontem à noite, ficou presa do lado de fora e acabou dormindo ali. Esfregou os olhos sonolentos, procurando a pasta. – “Err... Q-que horas são, moça?”

“Oito e cinco. E agora saia daí, menina, que eu preciso limpar.” – a senhora resmungou, como quem não liga para o que uma colegial faz dormindo fora de casa.

“OITO E CINCO?!”

Que se dane o sonho e o fato de estar com o uniforme todo amassado e os cabelos despenteados! Eram oito e cinco da manhã!

Se sua vida fosse um anime, provavelmente aquela cena seria a clássica: ela chegava esbaforida na sala e alguma colega meiga e perfeita iria recebê-la com um sorriso e desejaria ‘bom dia’. Então, ela sorriria e desejaria ‘bom dia’ também. E provavelmente, as duas se sentariam em carteiras próximas e conversariam animadamente.

Infelizmente, sua vida estava longe de ser um anime...

Quando chegou, o máximo que ouviu foram murmúrios e alguns sussurros. Talvez estivessem falando de sua roupa amassada, do cabelo desarrumado ou qualquer outro defeito. Talvez, os curativos no rosto. Desde a briga de ontem não os trocava.

Aliás, estava também sem tomar banho e veio correndo...

Não era pra menos que ninguém vinha falar com ela! Se ela própria fosse uma estranha, não chegaria perto de uma menina tão deplorável!

Respirando fundo para buscar o ar perdido quando corria como doida pelas ruas, ela jogou displicentemente a pasta na classe e sentou-se, calando-se definitivamente.

Quando Maiko Isono não estava brigando apenas para fingir que os machucados que sofria em casa eram provocados na escola, ela era encontrada lendo Rimbaud, Goethe ou semelhantes, com um olhar ameaçador e bem longe de todos.

Ela nunca faria parte de qualquer tipo de círculo social.

A garota ameaçadora ficou lendo até que o professor chegasse. E quando o mesmo chegou na grandiosa sala, o silêncio foi absoluto. Ele pegou um giz e rabiscou alguns kanjis no quadro negro.

E todos os olhares da sala dirigiram-se para Maiko, brevemente.

‘Himitsu Isono’.

A porta de correr da sala de aula abriu-se, e cabelos sedosos e loiros precipitaram-se, formando um harmonioso conjunto com o rapaz alto e de porte atlético que aparecera ali como um aparente aluno novo.

“Este é o Himitsu Isono, pessoal. É um aluno transferido para a nossa escola.” – avisou o homem de óculos de aro grosso. – “Sejam amigos dele, por favor.”

“Eu me chamo Himitsu. Muito prazer!” – sorriu.

Gritinhos de meninas e os cochichos dos garotos preencheram a sala depois da apresentação do novato. A morena até entendeu, em parte, o porquê das tietes imediatas: aquele garoto era lindo!

Tinha os cabelos mais sedosos que já vira em alguém. Loiros e um pouco compridos, mais ou menos até os ombros. Os olhos dele eram meio azuis, meio violetas... Impossível de se definir com muita clareza. Talvez dependessem de como se olhasse. A pele dele era branca e perfeita, assim como o corpo dele como um todo. Mesmo no uniforme discreto, nem parecia só um colegial!

“Veja só...” – a voz hesitante do professor a tirou de suas observações. – “Tem uma carteira vazia logo ao lado da Isono-san.”

Todos os olhares dirigiram-se à carteira vazia e, em seguida, à própria garota.

E ela sentiu-se extremamente incomodada com isso.

O garoto loiro foi andando até ela, sempre com aquele sorriso solícito e gentil em seus lábios. As meninas viravam as cabeças como loucas, e sussurravam e davam gritinhos finos o tempo todo. Malditas tietes... Os garotos pareciam até meio invejosos daquele sucesso instantâneo do semi-deus em forma de adolescente.

Isso não é bom!, pensou Maiko.

Sua noção de realidade estava falhando.

Ontem, ela teve um sonho... Sonhou que uma voz misteriosa num ambiente escuro que chovia penas rosas de pássaros perguntou para ela como queria ser ajudada.

E então, ela pensou, só por brincadeira, num filme que viu há algum tempo e que encantou-a... E assim, quando viu outra vez a cara daquele aluno novo, ouviu seu nome e sobrenome e tudo o mais... Só então, ela percebeu que a realidade estava ou muito louca ou aquilo ainda era um sonho.

Só por brincadeira, ou talvez porque simplesmente a imagem a assaltou bem na hora, ela havia pensado no loiro Howl [3]... Só porque ela o achava realmente bonito... MAS AQUELE GAROTO HIMITSU ERA IGUAL AO HOWL!

Não pode ser!, continuou pensando. Tá brincando! (Controlando o espírito tiete).

“Isono-san!” – uma voz chamou-a e acordou-a de novo do pesadelo. – “Isono-san!”

Mas, dessa vez, ela continuava na sala de aula. – “Quié?”

“O Himitsu-san... Ele é seu parente, né?”

“Hã? Ele...”

“Maiko Isono é a minha prima.” – o rapaz sorriu e sentou-se ali bem na hora, interrompendo a conversa com a colega estranha. – “Bom dia, Maiko Isono.”

“...Ah, é primo dela.” – por um momento, tanto ela quanto as outras meninas pareceram um tanto quanto decepcionadas. Talvez por acharem que um rapaz tão gentil e bonito como ele pudesse ser parente da macaca violenta que era a morena.

“Maiko Isono-san!”

“Professor?” – ergueu-se da cadeira.

“O Himitsu-san ainda não tem os livros, pelo que me disse, então acompanhe a lição com ele, por favor.”

Maiko fuzilou aquele protótipo besta e bizarro de Howl com os olhos. Fuzilou-o até o âmago de seu ser. E decidiu que iria tirar aquilo a limpo! Eram coincidências demais para uma só pessoa!

...Enfim, foi mais ou menos assim que tudo ocorreu.

E agora, voltamos à parte na qual paramos há algum tempo.

“Eu nunca tive nenhum primo chamado Himitsu! E disso eu sei muito bem, porque meu tio é solteiro e minha mãe não tem irmãos!”

Jogado contra a parede, a violenta Maiko tinha o indefeso Himitsu em suas mãos. As mesmas estavam loucas para dar um soco bem aplicado naquele rosto bonitinho igual ao do feiticeiro do movie animado. Como ele ousava!

“Quem diabos é você, seu bizarro?!”

“I-Isono-san...!” – fechou os olhos, protegendo-se como podia.

“FALA LOGO OU EU TE ARREBENTO, BONECA!” – o punho ameaçou dar na cara dele, mas parou antes de fazer qualquer coisa que a encrencasse.

Uma coisa era brigar com os valentões do último ano ou das outras classes suas. Mas outra coisa era brigar com um aluno novo e recém transferido, quando sua função é mostrar as dependências da escola para ele porque assim mandou o professor.

“E-eu vim aqui pela Isono-san...”

E ela parou tudo que estava fazendo. Inclusive de segurar a gola da camisa.

“Eu vim aqui trazer felicidade à Isono-san, do mesmo jeito que ela pediu!” – e, quando disse isso, Himitsu encarou-a com seus olhos azuis profundos.

...E a partir daí, eu soube que estava numa enrascada.

Onde foi que eu me meti, cara?

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Tom II: Himitsu Isono.

Quem visse um rapaz alto e loiro e uma garota japonesa de rosto com um curativo e os dois de uniforme escolar às onze horas na rua, logo pensaria que eram dois pervertidos, fugitivos de casa ou qualquer coisa assim...

O problema era que Himitsu era um total idiota: ele não sabia onde ficava a casa do tio Takuchi, que era onde a garota também morava.

E, por conta disso, teve de bancar a babá dele no seu trabalho.

Ela o mandou sentar-se em algum lugar da loja de conveniência e ficar lá. Ele sentou-se perto das revistas e ficou folheando-as, com o consentimento da chefe de Maiko (que, por sinal, achou aquele primo a coisa mais tentadora do mundo). E, para piorar ainda mais a sua vida, ao término do trabalho, a mulher até pediu para que o rapaz aparecesse mais vezes, porque vários clientes vieram comprar coisas apenas para disfarçar que estavam de olho no rapaz que mais parecia um modelo!

O dia de Maiko não podia ser pior! Ela só queria chegar em casa e tomar um bom banho! Isso, se a correntinha não estivesse na porta de novo.

Os dois vieram sem maiores palavras, mas em todo momento que podia, ela o fuzilava odiosamente com os olhos, retesando e assustando-o com aquele olhar assassino carregado especialmente para ele.

Pois é. Eu sou Maiko Isono, quase 16 anos e no segundo colegial.

Ontem, eu sonhei algo muito estranho, e no dia seguinte, esse rapaz que é a réplica perfeita desse meu sonho apareceu na minha vida, alegando um parentesco comigo que eu nunca ouvi falar!

E o pior: qualquer certidão ou coisa assim prova que, realmente, é como se eu tivesse um tio que eu nunca vi!

Não sei o que acontece, mas eu não vou cair na desse maluco. Vou descobrir o que está acontecendo e o quê é ele de verdade. Isso só pode ser um sonho, sério! Esse Himitsu-meu-primo não pode ser real!...

Sua surpresa foi ver que, enquanto divagava silenciosamente, a porta do apartamento abriu-se milagrosamente, como se o tio estivesse até esperando alguém.

“Himi-chan!”

“Titio!...”

Poderia haver uma cena mais assustadora do que aquela? Seu tio, aquele bêbado inútil, estava arrumado! Quer dizer... Estava apresentável, pelo menos! E a casa... A CASA! Ela estava totalmente arrumada! Sem cervejas, sem cheiro de álcool, sem nenhuma louça para lavar... O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO?!

“Estávamos te esperando! Como está o problema com seus pais?”

“Eles estão resolvendo o divórcio, titio.” – Himitsu sorriu. – “Por enquanto, se não se importar, eu realmente terei de ficar aqui...”

“Sem problemas, Himi-chan. Fique aqui o tempo que precisar.” – e então, a garota sentiu uma forte pressão em suas costas, como se alguém a tivesse beliscado ou lhe dado um discreto, mas muito forte, tapa. – “Não é, Maiko-chan?”

E assim, a garota soube que, por mais que aquilo fosse um sonho ou o que quer que fosse, haviam coisas que jamais mudariam.

“Sim, é verdade, titio!” – sorriu radiante. – “Fique à vontade, Himitsu-chan!”

Deixando o corpo mergulhar naquela água, por mais que um ou dois cortes ardessem, Maiko sentiu como se estivesse no paraíso. Era simplesmente perfeito quando podia ter um tempo para um banho relaxante e morno de banheira. Tudo bem que ela era velha e muito sem-graça, mas era uma banheira.

Ontem ela nem pôde dormir em casa, então estava se sentindo um trapo. Depois de fingir toda uma cena para Himitsu não desconfiar da verdadeira natureza daquela relação entre ela e o tio, a garota alegou que precisava de um banho antes do jantar e foi o que fez. E só ali, naquela água e naquele vapor que preenchia todo o pequeno banheiro, é que ela enfim pensou em paz.

O que diabos era aquele rapaz?

Naquele seu sonho, ela havia lembrado meio sem querer do personagem Howl, e aquele garoto era muitíssimo parecido mesmo com ele! Ela havia pedido alguém gentil, alguém que ficasse com ela. E Himitsu, de fato, disse que veio apenas por ela. E se mostrava sempre solícito e bonzinho com todos, mas principalmente com ela.

E, o que é pior... O próprio nome dele. Himitsu não é nome de gente! É só uma palavra que ela pensou como nome, porque era para aquele sonho ser o seu ‘segredo’, um sonho feliz e estranho.

Mas não era para nada daquilo se realizar!

“Mas que droga! O que diabos é aquele menino...?!” – esfregou o rosto molhado, tentando achar alguma resposta naquele ato.

Ah... A água estava bem quente. Até parecia que ela tinha vida.

“...Isono-san!”

“AH!” – a garota afundou-se imediatamente quando viu o que estava segurando: a mão de Himitsu. – “O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI, TARADO?!” – berrou, quase que possuída.

Entretanto, o loiro não pareceu se incomodar com aquele grito. Ao invés disso, só pareceu apertar a mão dela ainda mais.

“Isono-san está mal... Tá doendo algum lugar...?”

A garota passou de pálida para escarlate em tempo recorde.

“Sai daqui, Himitsu!” – ela rosnou.

“Mas a Isono-san pareceu-me triste desde que entramos em casa. Dói alguma coisa? Tá tudo bem mesmo?”

PORRA, ESSE CARA NÃO SAI DAQUI!, em pensamento, estava mais do que irritada. EU TÔ PELADA, ALÔ?!

“Me chame de ‘Maiko-chan’, Himitsu. Cê não ouviu o titio, não?”

“Mas...” – baixou os olhos, tristonho. – “...A Isono-san não parece gostar quando eu a chamo disso. É quase como se eu a estivesse forçando de alguma maneira. Prefiro chamá-la de Isono-san, já que foi assim que você me permitiu chamar!” – ele sorriu radiante, ainda com a mão molhada dela nas suas.

A morena viu-se sem ação quando ouviu aquilo.

E, por um breve momento, esqueceu-se de que estava nua e pôs sua outra mão sobre a dele, dando um breve sorriso.

“Eu deixo você me chamar de Maiko-chan, tá? Não está me forçando a nada.”

“...E-eu posso mesmo?” – era quase como se ele fosse uma criança que é permitida ir sozinha ao colégio pela primeira vez. – “Posso chamá-la mesmo de Maiko-chan?!”

“Claro que pode. Nem precisava me pedir.” – suspirou.

“Muitíssimo obrigado, Maiko-chan!...”

Himitsu parecia uma criança nessas horas, isso ela já havia notado na escola. Mas aquilo ela não conhecia: aquele lado simplista dele. Por mais que parecesse um idiota, nunca imaginou que, só por ela deixar chamá-la de uma forma mais íntima por livre e espontânea vontade, ele estava quase chorando de emoção.

Ela própria sentiu as próprias bochechas esquentarem ao ver aquele perfil do rapaz, tão radiante e quase que servil. Aquilo era real?...

“Himitsu... Eu tô no banho, só pra te lembrar...” – acabando, entretanto, com tudo.

“Ah!” – ele ergueu-se de imediato. – “Perdão, Maiko-chan! Mas achei que seu problema precisava da minha total urgência. Desculpe incomodá-la, já estou saindo!”

E, de fato, ele saiu imediatamente após dizer isso, largando a mão dela.

...O que era uma pena. Ela era tão quente que a japonesa desejou, por um momento, permanecer daquele jeito para sempre.

GAH! O QUE QUE EU TÔ PENSANDO?!, vermelha, remexeu-se ainda mais na água quando pensou nisso.

Depois do banho dela, o loiro foi para o mesmo, e enquanto isso, ela devia ficar ajudando o tio a fazer um jantar caprichado para comemorar a vinda de Himitsu Isono àquela casa.

“Maiko-chan...” – o tio chamou.

“S-sim?” – ela retesou-se no mesmo instante.

“...Espero sinceramente que você não faça nada que comprometa nenhum de nós enquanto o Himi-chan estiver aqui.”

E, quando ele virou-se para olhá-la, ela viu que ele não estava brincando.

Takuchi estava sério. E quando ele ficava com aquele rosto, geralmente, ela empalidecia e pensava ‘socorro, mamãe’. Pura e simplesmente. Porque ela sabia que ele iria espancá-la mais uma vez e que não poderia fazer nada enquanto não arranjasse algum lugar para morar sozinha. Não podia morar na rua.

Mas, naquele instante, a pessoa que ela chamou na mente não foi sua mãe, nem tampouco o pai. Ironicamente, ela pediu ajuda à Himitsu, o garoto alto e estranho que dizia-se ser seu primo, mas que ela sabia que não era.

Ele havia até mesmo ‘enfeitiçado’ seu tio... Mas haviam coisas que nunca mudariam, nem mesmo com mágica. E uma delas era aquele ódio irrestrito que o homem tinha pela única sobrevivente que matou o irmão favorito.

Maiko achou seriamente que ele iria chegar perto dela e bater em seu rosto, ou chutá-la no estômago como ele fazia às vezes. Ela ficou tensa, esperando o golpe.

“Maiko-chan! Titio! Eu quero ajudar!” – entretanto, como providência divina, o rapaz chegou na cozinha antes. – “Me permitam pôr os pratos ou ajudar com a janta! Não gostaria de ficar sem fazer nada...”

Mudando totalmente de personalidade, o homem sorriu-lhe.

“Oh, tem certeza, Himi-chan? Não precisa forçar-se, você é uma visita.”

“Não, titio, eu vou morar aqui e preciso ajudar desde já! Insisto!” – sorriu mais ainda, parecendo mesmo uma criança.

Mas enquanto eles tratavam daqueles ‘negócios’, a morena viu-se aliviada, mentalmente agradecendo aquele estranho rapaz muitas e muitas vezes. Ele a salvou. Ele chegou antes que o tio perdesse a paciência.

“Maiko-chan...” – ele chegou perto dela, e a mesma sentiu o cheiro de sabonete vindo dele. Ainda tinha na pele o calor da água do chuveiro (ela sabia porque ouviu o som do mesmo). Mais uma vez, a garota viu-se quase que sem ar. – “...Não se preocupe, eu vou fazê-la feliz. É só para isso que existo.” – sussurrou e sorriu-lhe.

O coração de Maiko palpitou.

Quem diabos era aquele garoto que parecia sempre saber quando ela estava com medo ou correndo perigo?...

“AIE! TAMOS ATRASADOS!”

E com aquele berro, iniciou-se mais um dia.

Devido à festa de recepção de Himitsu, que durou até tarde, ela havia lavado a louça com a ajuda dele e todos tinham ido dormir tarde. E por conta disso, obviamente, ela não teria conseguido acordar cedo depois de toda aquela agitação de ontem. As costas ainda doíam por ter dormido encostada na porta.

Devido ao atraso, aquele era um dia típico de sua vida: ela sequer tomava café-da-manhã, vestia-se como um raio e saía correndo. Mas agora, tinha de esperar Himitsu, que era seu colega de classe e, ao contrário dela, lerdo e extremamente perdido para encontrar suas próprias vestes.

“Aw... Awawa... Onde está a minha camisa...?!” – perguntava-se, desesperado. – “A Maiko-chan está com pressa! Onde está a camisa?...”

“Tá aqui, seu bagunceiro!” – ela jogou a camisa que encontrou no banheiro. – “Seu cabeça de vento! Não se deixa camisa de escola no banheiro!” – quando ele ia pô-la sem prévio aviso, ela berrou. – “NÃO SE COLOCA ROUPA SEM PASSAR, AINDA MAIS QUANDO ELA AMANHECEU NO BANHEIRO, IDIOTA!”

Himitsu se encolheu com o grito. – “S-sim, senhorita...”

“Dá isso aqui logo! Eu passo pra você!”

O rapaz loiro deu-lhe a camisa do colégio e a morena pegou-a, deixando que suas mãos se tocassem brevemente. Ela o encarou e ele a ela, e assim ficou, até que um reconhecimento de sua mente disse que eles iriam ficar realmente ferrados se chegassem tarde. Ainda mais ele, como aluno novo.

Depois do que pareceu uma eternidade, ela jogou-lhe a camisa. – “Vai logo, idiota! Veste isso e vamos embora!”

“Sim!...”

Maiko ficou batendo o pé, impaciente, olhando o relógio da cozinha o tempo todo e vendo que já era oito e dez!

“Agora ferrou! VAMBORA, HIMITSU!”

“Vamos!” – ele apareceu pronto, do mesmo jeito que estava ontem na sala.

“Droga, não vamos chegar a tempo!...” – enquanto dizia isso, trancava a porta do apartamento e já corria de novo, com ele acompanhando-a.

“Me permite fazer algo para irmos mais rápido?”

“Tem dinheiro pra tá...!”

No instante seguinte, lá estava ela: via o corredor do prédio parecer estranhamente mais longínquo, mais baixo, até, e seu próprio corpo pareceu ficar tão mais leve. Os pés nem quase tocavam o chão. Mas... Ei! Ela não estava mesmo tocando o chão!

“HIMITSU, ME SOLTE!” – e só então viu que ele havia-a pego no colo.

“Confie em mim, Maiko-chan.” – ele encarou-a e sorriu tranqüilamente. – “Apenas relaxe e se segure firme, tá?”

“O que vai...”

Ela mal pôde acabar a frase: o rapaz saiu correndo em disparada, numa velocidade que nem ela, em todos seus anos áureos de educação física, era capaz de adquirir.

Numa primeira vista, Himitsu Isono parecia um idiota. Um total panaca que se encolhe quando ameaçado de um soco por uma menina mais baixa que ele e que vivia sorrindo e se socializando com todo mundo. Mas então, de repente, ele se mostrava simpatético (e patético também), com um sério complexo servil e... Sabia correr como ninguém!

“AH! CUIDADO O SINAL!” – berrou, esperneando nos braços dele.

“Não se preocupe, apenas confie em mim!” – ele continuou calmo.

Sinceramente, aquela foi a primeira vez que a garota achou que fosse morrer de fato. Só ouviu buzinas, algumas exclamações de pedestres que viram a cena, curiosos, e por fim, só lembrava de ouvir seu próprio coração aos pulos, condição que permaneceu estável até chegar aos portões do colégio.

Quando desceu dos braços dele, todo o encanto inicial havia sumido. Agora só sobrava uma arfante Maiko que praticamente queria beijar o chão e agradecer Kami-sama por achar-se viva.

“Wai~! Chegamos bem a tempo, Maiko-chan!” – ele comemorou. – “Vamos lá!”

É sério: ela preferia nem dormir mais a confiar em Himitsu Isono de novo para levá-la até a escola caso perdessem a hora...

Depois de um bando de aulas chatas, o recreio veio.

Para ser sincera, a garota mal lembrava direito do que havia estudado. Pela primeira vez na sua carreira escolar, viu-se inteiramente distraída: pensava em sua mãe e na gentileza dela. No pai, e naquele sorriso que ela dizia que queria que estivesse no ‘marido’ dela, quando crescesse. Lembrava-se da antiga casa, dos dias felizes...

E por fim, sempre pegava-se pensando neste meio tempo em Himitsu. Ele era gentil demais. Solícito demais para uma pessoa normal. E além disso, ele era igual ao seu sonho, dizia até mesmo que havia ‘apenas nascido para ela’ (o que sempre corava-a só de lembrar. Que tipo de sem-vergonha era ele?!). Tudo isso era novo demais para ela absorver com facilidade.

Estava encontrando sinceros obstáculos.

“Ah, eu só achei melonpan [4] lá, então presumi que você gostasse.”

Maiko viu-se interrompida mais uma vez em seus pensamentos por Himitsu, que estendeu-a o pão macio e quentinho. Tudo que ela precisava naquele princípio de frio. Com um sorriso, ele também deu-a um chocolate quente.

“...Obrigada. E você, não vai comer?” – desconfiada.

“Não. Prefiro ficar apenas observando a Maiko-chan.” – ainda mais radiante.

Fazendo o possível para parecer que não estava corando com o comentário sem vergonha daquele rapaz, ela deu uma mordida no doce e fechou os olhos.

“Himitsu... Você disse que veio apenas para mim, não é...?”

O loiro pareceu estranhamente calar-se depois dessa pergunta.

“Então... Quem te disse isso? Quem te disse que eu sou ‘Maiko Isono’, que você devia viver por mim...? Quem são seus pais, que eu nunca vi? De onde você veio? Qual sua memória mais antiga? Hum?...”

Himitsu continuou em silêncio, de lábios entreabertos, incapaz de conseguir responder aquela pergunta. Parecia realmente surpreso.

“E então, Himitsu?” – encarou-o no fundo dos olhos.

E, de repente, os anos de experiência como uma ‘marginal’ fizeram-na ouvir um som se aproximando deles. Ela chegou a achar que fosse algum estudante, e já estava pronta para botar os cachorros nele.

Mas não foi isso que viu...

Sua vida, mais uma vez, mudou bizarramente de um minuto para o outro.

Aquilo não era um estudante. Nem sequer era um humano. Era só qualquer coisa parecida com um inseto...

De seu ombro, vertia um líquido de aparência gosmenta e verde. Sangue, talvez?

Maiko conteve um grito, e Himitsu automaticamente pôs-se à frente dela. A criatura era mais ou menos do tamanho dela, de um corpo esguio e ombros largos. Seu tom era esverdeado muito escuro e seus olhos brilhavam como faróis de carro. Quando abriu a boca, mostrou-se dono de dentes tão escuros quanto a pele, e as garras eram enormes e ameaçadoras.

“O... O que é isso...?!”

O ser parecia com pressa, ferido e muito assustado, pelo que seus movimentos deixavam transparecer. Entretanto, quando os viu, foi como um parasita encurralado que vê um novo corpo para usar. No caso, sabe-se lá o que queria aquela criatura.

E a segunda cena mais anormal do dia foi aquela: aquele serzinho soltou uma espécie de... Rajada de energia?! Isso era possível?! Maiko era acostumada com socos certeiros, pontapés e todo o tipo de coisa corporal do tipo. Mas nunca havia visto, senão em seriados animados, uma coisa daquelas.

Só o que pôde fazer foi fechar os olhos e esperar.

Mas então, ao ver que não foi acertada nem nada, abriu os olhos, curiosa. E o que viu foi Himitsu abraçando-a, protegendo-a com suas costas viradas para o monstro bizarro. E uma chuva de penas cor-de-rosa caíam aos pés da japonesa.

Nas costas do loiro, estava um par de asas garbosas e num tom rosa pálido, quase que branco, que tremeluzia com a luz do sol e brilhava como vidro.

Aquelas asas... As penas... Igualzinho ao sonho!

“Vo... Você está bem, Maiko-chan?!” – ele perguntou.

“O que é você, Himitsu...?!” – ela perguntou-se, assombrada, até esquecendo temporariamente aquele monstro ferido.

“Ô Irieko, vem pra cá! O youkai [5] veio se esconder aqui!”

Uma terceira voz, nem do loiro e nem da garota, foi ouvida claramente.

E logo em seguida, uma figura masculina apareceu. Em suas mãos, um arco com uma flecha já preparada, mostrando o culpado pelo ombro ferido daquele ser.

Entretanto, quando ele viu aquele rapaz de asas pálidas abraçando a estudante que derrubou o pão doce no chão com o susto, ele parou tudo.

“Mas hein? Um outro anjo aqui?”

E quando eu achei que iriam acabar todas as bizarrices...

...Eu descobri que elas só estavam começando.

[1] Essas são referências CLAMPianas clássicas. Fãs, uni-vos! XD

[2] Significa, literalmente, ‘Segredo’ em japonês. Vale lembrar que o nome dele é escrito com os kanjis (秘密), quando no dia-a-dia japonês, essa palavra é uma das escritas normalmente com kana apenas (ひみつ).

[3] O feiticeiro Howl, do filme “O Castelo Animado” (“Howl’s Moving Castle”, no original) de Hayao Miyazaki.

[4] Melonpan é um doce japonês bastante apreciado nas escolas.

[5] ‘Youkai’ é uma classe de monstros japoneses que varia dos ogros à esperta raposa ou a Mulher-das-Neves. Geralmente, têm algum tipo de poder espiritual e seu encontro com humanos costuma ser sinônimo de perigo.


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