Confiança escrita por dagalvao


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá, divirtam-se lendo, tanto quanto eu me divirto escrevendo!



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Capítulo 3

__ O que você está fazendo aqui? – gritou assustada.

            Enquanto estava dentro do carro sendo conduzida para casa - um segurança levava seu Mini Cooper – Bella planejava mil maneiras de matar o ser ao seu lado, como ele a encontrara ali? Não queria ver ninguém, droga! Deixara isso bem claro quando falou com Renee ao telefone.

            __ No que está pensando bebê? – James Swan, o irmão de Bella, questionou-a sentindo-se aliviado por ter encontrado sua irmãzinha, depois de procurar por ela em todos os shoppings, bares e restaurantes de New York, lembrou-se do lugar que sua gatinha costumava se esconder quando queria ficar só. O problema é que ela parecia ter perdido a noção do tempo, já passava das onze da noite e ficou muito grato quando o vigia do Central Park o deixou entrar para verificar se sua irmã estava onde ele imaginava. Foi com um longo suspiro que se aproximou dela na beira do rio, mas quase teve um AVC quando viu sua única irmãzinha escorregar, apertou o passo e conseguiu enlaçar sua delicada cintura antes que a mesma caísse naquelas águas escuras.

            __ Estou pensando na maneira mais tortuosa de matar você. Não é possível, vocês me sufocam, será que não entenderam que eu QUERO ficar só? – ela estava aos berros, mas James pouco se importou, sua preciosa bebê estava salva, era o que importava.

            __ Gatinha, você tem noção do quanto ficamos preocupados com o seu sumiço? Não sabia mais aonde te procurar. Mamãe deve estar sem cabelos uma hora dessas. – o outro retrucou com tom calmo tentando tranquilizar Bella.

            __Ahhhh! – ela estava descontrolada, como se não bastasse o que Mike fez, ainda tinha que agüentar a super proteção de sua família - Eu disse para Renee que eu estava bem, mas vocês pensam que eu ainda tenho cinco anos! Cinco anos! Quando eu entrar naquela casa, não quero nenhum de vocês atrás de mim.

            __ Isabella, bebê, o que aconteceu? O que fizeram para deixar você assim gatinha? Quando eu colocar as mãos no filho da puta que deixou você assim, eu juro que eu o mato!

            __ Calma James, não é pra tanto, todos os dias pessoas terminam namoros. – Ela foi obrigada a contar a James tudo que havia acontecido, prometendo a ele que nunca mais se aproximaria de Mike Newton, pois para James, ele não era digno de desfrutar do carinho e amor de sua irmãzinha, se é que ela o amava, suspeitava que o que Bella nutria por aquele fedelho não passava de uma paixão adolescente que seria rapidamente esquecida.

            Bella era o bibelô da família Swan, fora drasticamente mimada pelos pais e pelo irmão, a diferença de idade entre James e Bella era de dez anos, por isso, James a tratava como uma garotinha, porque enquanto ele já estava na fase adulta no alto de seus 27 anos, Bella, o bebezinho dos Swan, ainda enfrentava a tenebrosa fase da adolescência. James estava disposto a enfrentar a tudo e a todos para garantir o bem estar de sua irmã, assim como Charlie e Renee, fazia todas as suas vontades, ficara chocado quando descobriu que Bella tinha beijado pela primeira vez no seu aniversário de 25 anos, ela ainda era uma criança, e beijou justo quando tinha tomado o primeiro porre. Agora, diante dela, vendo-a tão triste, sentia-se vulnerável por não poder fazer nada, concordava com a irmã: namoros acabam a todo o momento. Não poderia simplesmente obrigar Mike Newton a reatar com Bella.

            __ Filhinha! Bebê, o que fizeram com você? – Renee estava à beira de um colapso e piorou quando viu a filha passar pela porta completamente desfigurada: os cabelos despenteados, a roupa suja, a gravata fora do lugar, o rosto mais branco do que papel e seus olhos inchados e vermelhos.

            Antes de a filha chegar, Renee andava de um lado para o outro na espaçosa sala de sua mansão de três andares, o único som que ouvia era de seu tamanco batendo no piso de mármore branco, não estava importando nem um pouco em desfilar com sua camisola de seda rosa na frente dos empregados, já tinha ligado para Charlie, informando-o do sumiço da filha, este não deu tanta importância, sabia que logo Bella apareceria, mas Renee só ficaria sossegada quando sua bebezinha entrasse naquela casa. Os empregados a observavam assustados, temerosos pela notícia que deixaria os Swan devastados.

            __ Mãe, eu quero subir, James lhe contará o que aconteceu, fique calma, não tenho mais ânimo para falar sobre isso. Boa noite – sem mais, Bella subiu as escadas deixando Renee sem nenhuma explicação. Isso que dá criar a filha com tanto mimo, agora fazia o que bem entendesse, como se a mãe fosse mera espectadora de sua vida.

            __ Mamãe, a gatinha tem razão, acalme-se, foi apenas o cretino do Mike que teve a audácia de terminar com Bella, vou lhe contar tudo, mas antes, Maria – virou-se para a empregada que os encarava atônita diante dos últimos acontecimentos – traga água e o calmante da minha mãe, por favor.

            O quarto de Bella era o segundo maior da casa, perdendo apenas para o de seus pais. Ficava quase de frente para a escada, uma porta dupla branca separava o cômodo do corredor, as fechaduras eram banhadas a ouro, assim como dos outros cômodos, a cama king size coberta por uma colcha branca e travesseiros fofos cor de rosa, ficava centralizada, no lado esquerdo da mesma havia um sofá abaixo da janela que ia de um extremo a outro e no lado direito tinha uma escrivaninha branca com um computador de última geração da Apple, o som fora projetado especialmente para Bella, ficava abaixo da televisão de vinte e nove polegadas, ambos de frente para a cama e ao lado a porta que dava acesso ao imenso closet e ao banheiro.

            Foi neste local - um santuário segundo Bella – que ela ficou trancada por dois dias. Apenas sua empregada preferida, Maria, tinha permissão para entrar a fim de deixar alguma refeição. Refeições estas que Isabella praticamente ignorava. Ela não queria ver Renee, sabia que a mãe lhe faria mil perguntas, James bateu algumas vezes na porta, mas Bella o pediu encarecidamente que a deixassem em paz. Ao fim do segundo dia, quando desceu as escadas trajando um pijama fofo de flanela e pantufas de gatinha – presente de James – surpreendeu-se com a presença do pai, ele deveria voltar dali a um mês.

            __ Bells, que bom que decidiu jantar conosco, cheguei a pouco e Maria fez seu prato preferido: strogonoff de frango com cogumelos. – Charlie decidiu agir com naturalidade, não contaria a Bella que adiantara a volta do Texas por causa dela, mas a verdade fora que ficou muito preocupado com a filha, nunca a tinha visto assim. – Papai trouxe um monte de presentes para você, toma. – após um longo abraço ele lhe entregou um colar com seu nome cravejado de brilhantes e roupas feitas em um ateliê no Texas e algumas partituras com músicas exclusivas que Bella poderia tocar no piano.

            __ Oi pai, senti sua falta. Valeu – falou analisando os presentes – são lindos. – Ao analisar as partituras, sentiu-se levemente animada, Charlie sabia como animar sua filha, nada como algumas músicas novas para arrancar um sorriso dos lábios de sua caçula. As partituras eram compostas por um grupo de músicos que tocava num bar perto da fazenda no Texas, eles sempre compunham novas melodias e as enviavam para que Bella fosse a primeira a tocá-las. Com os ânimos se renovando, a garota da pele de marfim se dirigiu ao seu estúdio onde repousava um piano branco de cauda, esqueceu-se do jantar e prostrou-se no banco do piano para tocar as músicas novas, parecia uma criança diante de um brinquedo tão desejado.

            __ Você não sabe como estamos felizes meu amor, nossa filha estava trancada há dois dias, foi uma ótima ideia você ter voltado e ainda trazendo estas partituras. – Renee sussurrava no ouvido de Charlie enquanto ambos observavam a filha que tocava absorta.

            A música sempre fez parte da vida de Bella, amava todos os estilos, contudo preferia música clássica e rock, tocava piano desde os cinco anos, havia se apresentado num concerto onde foi aplaudida de pé, mas o seu sonho era ser vocalista de uma banda que tocasse todos os estilos de música, tinha uma voz linda, que encantava quem ouvisse, porém poucos tiveram essa oportunidade, além dos pais e do irmão, somente Maria e Angela a ouviram cantar. Precisava vencer a timidez para soltar a voz perto de outras pessoas, quando conseguisse fazer isso, procuraria ou montaria uma banda, só não sabia quando esse sonho iria se concretizar. Enquanto isso continuaria sendo uma cantora de banheiro de primeira qualidade.

Duas semanas depois

            Quando desceu do Mini Cooper vestindo uma calça jeans Diesel, uma blusa preta de mangas compridas e um tênis Nike preto, Bella se surpreendeu, não sentiu a tristeza que pensou que sentiria, talvez tivesse levado o término do romance a proporções descabidas. Mas não importava, já estava se erguendo, pronta pra outra, ela diria. Mike já fazia parte do passado.

            __ Olá, Angela está? – Bella criou coragem para visitar a amiga, estava em falta com ela.

            __ Oi Isabella, quanto tempo que não aparece, ela está sim entre. – a mãe de Angela, que ficara sabendo do ocorrido, alegrou-se ao ver Bella linda como sempre parada em sua porta.

            __ Bella! Que bom que você veio. Parece que foi tudo combinado, venha ver quem está aqui. – Angela falou puxando Bella pelo braço até a cozinha, esta estremeceu levemente, não era possível que Mike estaria ali, mas suspirou aliviada quando avistou as duas figuras paradas a encarando como se tivessem visto um fantasma: Tyler Crowley e Lauren Biers, seus amigos - além de Angela - do Brooklin High School.

            __ Que foi pessoal? – Bella questionou enquanto se analisava já considerando a possibilidade de estar sem calças, tamanha era a cara de espanto dos amigos – Algum problema? Olha só, antes que perguntem, estou ótima, Mike não vale meu sofrimento e não quero mais falar disso. Então, qual a boa? O que perdi nesses últimos dias?

            __ Você perdeu algumas novidades Bella – Lauren deu a volta na mesa para abraçar a amiga e foi seguida por Tyler.

            __ Que novidades? – a garota de incríveis olhos cor de chocolate percebeu o sorriso malicioso que a amiga lançara a Angela e a Tyler quando disse novidades.

            __ Meu irmão veio de Los Angeles para passar as festas de final de ano, o Riley, lembra?

            __ Você já falou algo sobre ele, mas nunca mostrou fotos. – respondeu Bella indiferente.

            __ Estão falando de mim? Fazem uma reuniãozinha e nem me convidam? – Riley Biers surpreendeu os quatro quando parou na porta da cozinha.

            __ Ehh... Oi Riley! Estávamos falando de você pra nossa amiga Bella. – Angela virou-se para a amiga mencionada que estava vermelha igual um pimentão. – Bella, este é o Riley, irmão da Lauren.

            __ Ah, oi! – Bella acenou timidamente com um sorriso amarelo analisando o garoto a sua frente. Era branco com os cabelos num tom claro, mas não tão claro quanto o de Mike, olhos azuis, um pouco mais alto do que ela. Vestia uma calça jeans azul e blusa cinza com outra xadrez azul por cima. – Eu sou Isabella, mas prefiro Bella, prazer. – estendeu a mão.

            __ Olá Isabella, quer dizer, Bella, onde você estava que nunca te conheci? – Riley também analisava a beleza da menina diante de si.

            __ Por aí, é que você mora longe e toda vez que vou à casa de vocês, você nunca está. Deve ser isso, acho. – Bella estava visivelmente sem graça, não conseguia entender a sensação de conforto e calma que sentiu ao apertar a mão do garoto. Riley parecia sentir o mesmo, pois também ficou pensativo com o aperto de mãos.

            __ Então pessoal, Heineken pra comemorar a vinda do meu cunhado? – Tyler, um rapaz moreno de olhos negros falou tentando puxar o saco do futuro cunhado, já que ele e Lauren estavam tendo um pequeno caso.

Horas mais tarde, muitas cervejas depois, Riley já estava aos beijos com Bella, após o desconforto ao serem apresentados, surgiu imensa afinidade entre ambos. Conversando, descobriram que gostavam de muitas coisas em comum: livros, músicas, lugares para viajar e até a paixão por Los Angeles, Bella tinha planos de concretizar o sonho de morar em Los Angeles para cursar Odontologia na UCLA (University of Califórnia – Los Angeles) e ao contar isso para Riley, o assunto no restante da noite, quando não estavam se beijando, fora esse.

Riley tinha vinte anos e dividia um apartamento com dois colegas próximo à UCLA, onde cursava Publicidade. Morava na Califórnia havia três anos, mudou-se logo quando terminou o Ensino Médio, deixando para trás a mãe e a irmã. Era solteiro, não conseguia ser fiel às namoradas, por isso deixou de se comprometer e passou apenas a curtir com os amigos. Mas quando viu Bella naquela cozinha, sentiu algo especial pela garota, só não sabia definir o que era, no momento que apertou a mão dela, decidiu que a teria nos seus braços pelo menos aquela noite.

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__ Bom dia Angie! Já são duas horas da tarde, minha mãe deve estar louca atrás de mim. Por que você não me acordou? – Bella sentou-se para tomar café com uma dor de cabeça que não estava nos gibis. Apesar da ressaca, sentia-se leve, como se algo novo estivesse prestes a acontecer em sua vida, viu em Riley a esperança para enterrar de vez Mike Newton na cova dos ex-namorados.

__ Ora Bells, seria covardia eu fazer isso, você dormia tão tranquilamente. Agora me conta tudo. – Angela estava ávida por informações sobre a amiga e Riley. – Riley é um gato não é? Nem chega perto do imbecil Mike.

__Eu sei que eu sou um gato e gostaria de ouvir a resposta de Bella, mas combinamos de almoçar juntos. Oi bonequinha. – Mais uma vez Riley adentrou a cozinha assustando as duas amigas que conversavam distraidamente e deu um singelo beijo na testa de Bella.

__ Nossa! Já estão assim? Aonde vocês vão? E sim Riley, Bella também te acha um gato. – Angela piscou travessa para Bella que não conseguia se pronunciar devido à surpresa.

__ Nós iremos num restaurante legal que descobri aqui no Brooklin. Você não desistiu não né bonequinha?

__ Ah, claro que não. Só preciso ligar pra louca da minha mãe que deve estar tendo um AVC uma hora dessas. Já era pra eu estar em casa, espera um minuto, já volto. – Bella correu em direção a escada mais com a intenção de lavar o rosto de novo do que qualquer outra coisa, já tinha avisado Renee que iria almoçar com um amigo, mas precisava verificar sua cara amarrotada no espelho. Tinha se esquecido do encontro com Riley. Nossa, como ele era rápido, tinham apenas trocado alguns beijos e já estavam tendo um encontro. Porém, estava gostando, algo lhe dizia que Riley nunca mais sairia de sua vida.

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            Fazia dois meses que Bella e Riley estavam namorando, ele foi até a casa de Bella e assumiu o compromisso diante de Charlie. Passavam quase o tempo todo juntos, com exceção das horas que Bella estava no colégio. Os planos de morarem perto, quando Bella fosse para Los Angeles, já estavam sendo traçados, só esperavam as aulas terminarem para partirem rumo à Califórnia, Bella já tinha sido aceita na UCLA, seus pais, depois de discussões intermináveis, concordaram em deixar a filha morar sozinha em outro estado, Renee fora a que mais relutara, temia pela filhinha indefesa e só concordou porque Maria, a empregada que ajudou cuidar de Bella desde quando ela nasceu, iria junto. Maria seria o olho de Renee na Califórnia, jurou à linda patroa de olhos azuis que cuidaria do seu bebê. Charlie foi mais compreensível, aceitou os argumentos de sua caçula, Isabella queria um tempo longe dos pais – sonhara com isso desde criança – precisava amadurecer, reconhecia que era muito mimada. Também, a tratavam como se ainda fosse um bebê de colo, quase tinha um sincope quando a mãe a chamava de bebê na presença de outras pessoas. E o irmão então? James era um irmão que qualquer garota gostaria de ter, mas sua super proteção impedia Bella de crescer, conhecer gente nova, sair. O máximo de pessoas diferentes que conhecia eram os amigos do Brooklin e agora tinha o Riley.

            Bella estava na janela de seu quarto refletindo sobre os últimos dois meses, o namoro com Riley estava fazendo muito bem a ela, sentia que estava na hora de dar um passo maior, mais íntimo. Achava que estava pronta para se entregar a ele, mas algo dentro de si dizia para esperar mais. Nunca pensou que teria um namorado que poderia sinceramente chamar de amigo, parecia que a amizade era a base do relacionamento deles, muitas vezes esqueciam de se beijar, abraçar, para ficarem discutindo coisas banais tais como: qual era o maior vidro de catchup do mundo ou qual o x-man preferido. O Natal havia sido perfeito, sua família reuniu-se com a mãe e a irmã de Lauren e no Ano Novo todos foram para um clube exclusivo próximo à Time Square. Eles estavam esperando as aulas terminarem, dali uma semana, para partirem juntos rumo a Los Angeles, ainda tinham muito que resolver, Renee e Charlie a acompanhariam para escolher um local para a filha morar, não a queriam morando com um monte de pessoas numa república qualquer, o plano era comprar um apartamento no melhor bairro de Los Angeles para que Bella não sentisse falta do luxo que lhe era proporcionado na casa dos pais. Estava tão perdida em devaneios, admirando a vista de seu quarto, que não percebeu quando alguém vendou seus olhos.

            __ Oi bonequinha, estou batendo na porta há vários minutos, desculpe a invasão. – Riley sussurrou em seu ouvido enquanto destampava os seus olhos e a abraçava por trás.

            __ Você sempre me assusta! Estava aqui pensando nestes últimos meses e na minha mudança para Califórnia, mal posso esperar. Parece que tem algo muito especial me esperando lá.

            __ Boneca, preciso falar com você. É importante. – Bella percebeu que o tom de voz do seu namorado estava levemente alterado. Nervoso seria a palavra?

            __ O que foi Riley?

            __ Pensei muito antes de chegar a uma conclusão. – Ele puxou Bella para sentar-se de frente para ele no sofá abaixo da janela. – Gosto muito de você, acho que até mais do que da minha própria irmã, mas acho que tem algo errado, não me vejo casando com você, não me vejo sendo pai de seus filhos, não te desejo como acho que deveria te desejar, você é linda, mas o carinho que sinto por você é quase fraternal. Porém, é estranho, por mais que não te veja dessa forma, também não consigo me visualizar sem você na minha vida. Você está entendendo? Eu quero você na minha vida, mas não como uma namorada, eu quero a sua amizade. – Riley explicava seus sentimentos enquanto segurava carinhosamente as mãos de sua bonequinha. A apelidara assim por achar que o rosto dela parecia o de uma boneca, acreditava piamente que ela era uma boneca que ganhou vida e fugiu da loja de brinquedos.

            __ Eu... eu... eu estou tentando entender, você está tentando me chutar de uma forma mais carinhosa que o Mike? Pode falar, o problema é comigo? Não consigo segurar ninguém.

            __ Não Isabella, você é uma namorada maravilhosa, mas não seria justo levar isso adiante se o que sinto por você é diferente do que um namorado deveria sentir. Veja bem, às vezes, estamos tão entretidos em nossos assuntos que até esquecemos de namorar de fato. Eu a tenho com uma amiga, minha melhor e talvez única amiga. Eu não quero terminar o namoro com você e depois sumir da sua vida, eu quero ficar ao seu lado, torcendo por você, te apoiando em Los Angeles, mas como amigo. Agora eu entendo o que senti quando te conheci na casa da Angela, existe amor a primeira vista, com a gente foi amizade a primeira vista, por isso você foi com a minha cara e eu com a sua. Então, você aceita promover o nosso namoro a uma pura, fiel e sincera amizade?

            Bella estava sem palavras, Riley conseguiu expor o que ela vinha a dias tentando entender, o que nascia entre eles não era um sentimento amoroso, era amizade, uma vez que tudo que ele falou, ela também sentia. Queria o melhor para ele, conseguia falar com ele de uma forma que não falava nem com James, o queria por perto, mas não sentia a necessidade de trocar beijos apaixonados. Talvez tivessem confundido o sentimento devido à atração que sentiram por admirar um a beleza do outro.

            __ E aí Bonequinha? O que você me diz? Hein melhor amiga? – Riley, embora estivesse preocupado, tentou descontrair fazendo cócegas na cintura de Bella.

            __ Você tem razão, confundimos tudo. Eu até gostaria de tentar levar o namoro adiante, mas acho que não daria certo. Também te quero por perto, eu amo você, fique sempre ao meu lado, é uma ordem. Amigos? – ela estendeu a mão com o rosto banhado em lágrimas, lágrimas de uma emoção diferente, como se acabasse de ganhar na loteria, todavia, o que ganhara fora um amigo, daqueles que se leva para a vida inteira, que confunde as pessoas em volta porque andam abraçados, saem junto, vão ao cinema, tudo como se fossem namorados, mas na verdade um apenas desfruta a presença do outro sem segundas intenções.

            E ali, naquele sofá, na fria tarde de New York, nascia uma amizade verdadeira, daquelas que muitos não tiveram o privilegio de desfrutar.

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            __ Isabella Marie Swan, prometa-me que você irá se comportar aqui em Los Angeles. Se eu souber que a senhorita aprontou algo, te levo imediatamente para estudar em New York. Confio em você, não abuse dessa confiança, terá todo o meu apoio: moral e financeiro. Quando você terminar o curso, você decide o que fazer, se quiser continuar morando aqui, tudo bem, te auxiliarei no que for preciso, mas não a quero envolvida com drogas, orgias universitárias, festas que varem a madrugada durante a semana e o principal: não quero você desfilando cada dia com um rapaz diferente. A senhorita não está proibida de ir a festas e nem de conhecer garotos, mas faça tudo moderadamente, tente manter o foco nos estudos e saiba se divertir. – Charlie falava pausadamente enquanto segurava as mãos de sua caçulinha, nunca tinha falado com ela tão seriamente quanto falava agora. – Não me importo se você quiser gastar com roupas, sapatos, essas coisas, compre o que quiser, além da mesada, deixarei com você um cartão de crédito com um limite alto, se faltar algo, não excite em me comunicar. Mas não esqueça: tudo isso acabará se você trair a minha confiança. Maria será os nossos olhos aqui, tudo que você fizer nós seremos informados.

            __ Pai, eu não trairei sua confiança, mas você não acha que eu posso me virar aqui sozinha? Não preciso de uma babá.

            __ Você ainda é menor de idade, mas se provar que é uma menina responsável, eu serei mais maleável, Maria será apenas sua ajudante e não mais nossa informante.

Charlie tinha essa conversa com Bella no duplex luxuoso que comprara

no bairro Beverly Hills em Los Angeles e dera a filha de presente, além do BMW; o Mini Cooper ficaria em New York para quando a filha fosse para lá.    Renee chorava copiosamente num canto afastado da sala de estar, quem observasse a cena de fora, pensaria que sua filha tinha morrido, não conformava em deixar sua bebê desprotegida naquela cidade. Só não mudou junto com a filha porque foi terminantemente proibida pela mesma e pelo marido. “Ela precisa crescer.” alegara Charlie na ocasião.

            __ Filhinha, promete que ficará bem e me ligará todos os dias? – Renee suplicava com sofreguidão enquanto afagava carinhosamente o rosto de boneca de sua filha.

            __ Eu ficarei bem mãe, mas não vai dar pra ficar ligando todo dia, verei o que posso fazer, agente pode conversar pela internet, é mais fácil. – sugeriu Bella tentando acalmar sua mãe. – Além do mais, Riley também estará ao meu lado. Não se preocupe.

            __ Até agora não entendi esse relacionamento de vocês, um dia me pede permissão para te namorar, no outro vocês são SÓ amigos. – Charlie ainda tentava digerir essa mania de Bella trocar de namorados como quem trocava de roupas.

            __ Somos apenas amigos agora pai. Pode ficar descansado, não quero namorar ninguém nos próximos dez anos, pelo menos não um namoro sério. – quando Bella proferiu as últimas palavras, uma dúvida se formou dentro de si, como se não tivesse certeza daquilo que falava, uma voz zombeteira lhe dizia que estava redondamente enganada.

            __ Bom, sua matricula já está feita, o supermercado você insistiu em fazer sozinha, o apartamento está organizado... Podemos ir Renee. – Charlie falou enquanto puxava a esposa em direção à porta, não queria ficar ali adiando a despedida, tinha que ir antes que desistisse. Deu um longo abraço na filha que os acompanhou até a porta do elevador. – Comporte-se mocinha. J-U-Í-Z-O. – enfatizou bem a última palavra e adentrou no elevador com os olhos nublados pelas lágrimas teimosas que insistiam em cair.

            Renee se limitou apenas a abraçar Bella e lhe encher de beijos, não tinha condições de pronunciar uma palavra sequer.

            Foi com um aperto no coração que Bella viu os pais entrarem naquele elevador, decidira que não os acompanharia até o aeroporto, seria menos doloroso. Agora estava ali, jogada no sofá, pensando nos próximos passos que daria na nova vida que se iniciava diante de si.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez obrigada por ler! Mereço um review? Mesmo que seja para criticar? Não importa, sua opinião é o mais importante.

Desculpem pela ausência do Edward, ele aparecerá no .......
Bom, ele ainda não apareceu porque eu queria mostrar um pouco da Bella e queria que vocês entendessem a amizade dela com o Riley.

Mas quando o ilustre Edward Cullen der o ar de sua graça, vocês saberão muitas coisas a respeito de sua vida (ou nem tanto, rsrs).

Até a próxima, Danielle