Confiança escrita por dagalvao


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Não deixem de ler as notas finais!



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Capítulo 10

Do outro lado, perto do banheiro, Edward fazia um esforço sobrenatural para manter-se calmo e controlar os nervos da garota em seus braços. Tinha que admitir: Alice Cullen passou dos limites.

            Quem passasse naquele corredor, perto dos banheiros, acharia a cena um tanto quanto engraçada, um rapaz incrivelmente bonito segurava uma garota completamente insana que tentava desvencilhar-se dos braços dele sacudindo as pernas. Que pessoa em sã consciência se debateria para soltar-se do aperto de um homem tão atraente? Só sendo muito louca, pensavam algumas mulheres que passavam pelo casal esquisito. Edward segurava Bella de costas para si, seu braço direito estava na altura do ombro e o outro rodeava a delicada cintura.

__ Ai Cullen, me larga... – Isabella pediu pela milionésima vez que aquele... Aquele... Que porcaria! Ela não conseguia pensar direito. Não com ele segurando-a tão... Forte. Uau, Edward Cullen tinha uma pegada... Inferno, aonde fora parar a sua coerência? Que ideia absurda se permitir apreciar a pegada dele.

            __ Está mais calma Isabella? Não vai querer sair por aí caçando minha irmã? – Edward perguntou com cautela, ele não sabia do que a Swan era capaz, então não podia arriscar soltá-la e ela simplesmente sair como uma maníaca à procura de Alice.

            Bella respirou fundo antes de responder, queria que sua voz soasse segura, a fim de conquistar a confiança de Edward para que ele pudesse liberá-la de uma vez:

            __ Não Cullen, eu não vou à merda de lugar nenhum.

            Relutante, Edward retirou os braços da patricinha, mas quando notou que ela sairia andando sem olhar para trás, segurou-lhe pelo pulso e girou-a de frente para si.

            __ Você disse que não ia atrás de Alice. – encarou-a com um olhar severo. – Onde a senhorita está indo?

            __ Se você não percebeu seu imbecil, graças àquela idiota da sua irmã, meu vestido está todo manchado. Estou indo procurar algo para me limpar. Agora pode me soltar, sua mão está me machucando. – Bella respondeu num tom nada calmo sentindo o rosto pegar fogo.

            Ao invés de soltá-la, Edward puxou-a em direção ao lavabo que tinha no corredor que dava acesso à praça de alimentação, arrancou um papel, molhou-o e pensou duas vezes antes de tomar a próxima atitude. Ele teria que fazer aquilo, a mimada Swan estava suja por causa da infantilidade de Alice.

            __ A senhorita me dá licença... – o Cullen pronunciou tão baixo, que Bella duvidou que ele tivesse realmente dito algo.

            Edward ergueu a mão esquerda e prendeu-a na cintura de Isabella, enquanto usava a direita para passar o lenço molhado no vestido floral, suavemente ele passou o papel por toda a extensão da barriga lisa de uma Bella boquiaberta. Quando ela sentiu a mão do Cullen deslizar em si, não teve tempo de protestar, ele era muito mais forte do que ela, seria causa perdida, não adiantava impedi-lo, restava-lhe esperar, ignorando a corrente elétrica que assomava todo o seu corpo.

            Edward deslizava a mão pelo abdômen pequenino e definido como se estivesse limpando o mais frágil dos cristais, prestes a quebrar a qualquer momento. Bella tinha um corpo esbelto, o arquiteto observou. Mas é claro, ele lembrou, ela faz caminhada e anda de bicicleta. Por que raios ele recordava-se desse detalhe? Era incrível como o cheiro da garota mimada era bom, tinha certeza que esse cheiro não sairia de sua mão e memória tão facilmente.

            __ Parece que essa porra não vai sair. Sorvete mancha Swan? – perguntou Edward confuso desistindo da limpeza antes que perdesse de vez a sanidade. O jeito como Isabella o deixava fora de seu controle o incomodava, não era de seu feitio admirar o cheiro de uma mulher. Não de perfumes convencionais pelo menos.

            __ E eu que sei? Por um acaso você está me achando com cara de lavadeira seu idiota? – a dona dos mais belos olhos castanhos respondeu com indiferença.

            __ Pois deveria, mulheres sabem destas coisas.

            __ Este não é um aspecto com o qual deva me preocupar, dificilmente uso uma roupa mais que duas vezes. Com algumas exceções. E este vestido, eu realmente gosto dele, é confortável, deve ser a quarta vez que o uso. A sua querida irmãzinha estragou uma peça única, feita especialmente para mim, eu paguei uma nota por ele, não que eu ligue para valores, obviamente. Mas ela fez questão de me sujar, porque sabia que esse modelo é exclusivamente meu, deve ter sido inveja.

            __ Mais uma vez te peço licença, patricinha. – Antes de Bella reclamar, Edward levou a mão à nuca dela procurando por algo que ela constatou segundos depois ser a etiqueta. Ao sentir aquele toque suave, os pelos de seu pescoço eriçaram. Isso não passou despercebido pelo Cullen.

            __ Está com frio Isabella?

            A Swan limitou-se a cruzar os braços contra o peito e bufar, sua face deveria estar mais vermelha que um tomate maduro.

            __ Que caralho! Não consigo encontrar a porra da etiqueta.

            __ É um exclusivo Carolina Herrera. – Isabella decidiu por fim à procura indiscreta de Edward, aquela mão em suas costas por dentro do vestido estava deixando-a estranha.

            No mesmo instante sentiu-se puxada por entre os corredores do shopping. O que raios aquele brutamontes maluco estava fazendo? Após passarem em frente a várias lojas, pararam diante de uma bem conhecida por Isabella. Ah, não era possível que o Cullen...

            __ Boa tarde. – Edward respondeu à atendente morena que os recebeu e apressou-se a falar, não dando chances de Isabella escapulir, ele repararia os danos causados por Alice de qualquer jeito, depois se entenderia com a irmã. – Gostaríamos de ver alguns modelos parecidos com esse.  – pediu apontando para o vestuário manchado de Bella.

            __ Claro senhor. – a moça com um terninho preto sem graça respondeu. – Acompanhem-me por gentileza. Vocês aceitam uma água, um café? – era incrível como essas lojas de grifes eram cheias de frescuras, observou Edward.

            __ Não aceito nada. – Bella se pronunciara pela primeira vez desde que adentraram a boutique.            

            Percebendo a hostilidade de Isabella, a atendente decidiu que o melhor era limitar-se a falar com o belo rapaz a sua frente.

            __ Qual o tamanho da sua namorada senhor? – perguntou a moça de forma inocente.

            __ NAMORADA? – Bella gritou não crendo que aquilo realmente estava acontecendo com ela.

            __ Essa porra não é minha namorada. – Edward respondeu irritado.

            __ Como ousa chamar-me de... De... De porra seu cretino? – Isabella inquiriu revoltada.

            __ É só uma expressão Isabella. – virou-se para a atendente. – Nós não somos namorados, sequer amigos. Ela é minha cliente. – antes que a atendente pensasse impropérios, Edward terminou sua explicação: - Eu sou arquiteto e farei um projeto para ela.

            Isabella não aguentou ouvir aquilo, tinha que provocá-lo:

            __ Ele pensa que irá fazer. – falou apontando para o Cullen com polegar direito.

            __ É assim?  - questionou o arquiteto ofendido. – Então amanhã voce irá sozinha encontrar o corretor.

            __ Não precisamos discutir isso aqui, essa moça não tem que saber dos detalhes sórdidos da nossa relação. – proferiu com ironia, Bella já estava cansado daquilo. – Ouça Cullen, o que raios estamos fazendo aqui?

            __ Você nao entendeu ainda burrinha? Eu te comprarei um vestido novo, já que este não tem conserto. – falou apontando para a roupa da Swan com desdém.

            Bella apertou as mãos em punho para controlar a raiva e olhou naqueles olhos que mais pareciam duas esmeraldas:

__ Eu não preciso que me compre nada. Posso comprar essa loja toda se quiser. O estrago já está feito. Só gostaria de entender por que raios aquela imbecil mimada acha que eu dou em cima de Jasper. Eu o vi uma única vez.

__ Rá, como se você também não fosse nem um pouco mimada não é fedelha? E não me interessa se você precisa ou não e se pode ou não comprar. Só sairá daqui com um vestido novo em mãos, ou melhor... – varreu o corpo da garota de cima a baixo. – No corpo, ou não me chamo Edward Cullen.

            Isabella cansara de brigar, já havia tido sua cota de desavenças por aquele dia. Era mais sensato aceitar um vestido novo, assim estaria o quanto antes no aconchego de seu apartamento e livre daquele imbecil de cabelos bagunçados.

            __ O que foi agora Swan? – Edward inquiriu já cansado daquela porra de ficar esperando a garota mais chata do universo escolher um vestido de merda.

            Bella apenas bufou, mostrando seu descontentamento, não conseguia escolher um vestido, estava com uma dúvida cruel entre o azul escuro tomara-que-caia e o rosa floral de laço na cintura.

            __ Dá pre me dizer qual a porra do problema Isabella? – o Cullen estava prestes a ter uma síncope.

            __ Que saco Cullen, estou tentando escolher aqui. Dá pra parar de torrar a minha paciência. – Bella pediu irritada enquanto analisava minuciosamente ambos os modelos em suas mãos. Como um estalo, quase deu tapa na própria testa, mais que idiotice, ela levava um e o imbecil Cullen pagava o outro. Já estava prestes a anunciar sua decisão à vendedora, quando uma voz rouca a assustou:

            __ Leva os dois, problema resolvido. – Edward tomou os vestidos das mãos de uma Isabella atônita, - ela mal tivera tempo de protestar – direcionou-se ao local do pagamento, sacou seu cartão de créditos e pagou achando um absurdo aquele preço, tudo bem que eram dois, mas se analisasse o preço de cada um separado, seria absurdo da mesma forma. Como raios essas mulheres pagavam tão caro por roupas que usariam vez ou outra?

            Com as sacolas em mãos, percebeu que a Swan o esperava do lado fora da boutique com uma carranca, ele achou uma graça ela toda vermelhinha com os braços cruzados. Aquilo o lembrava de crianças quando eram contrariadas.

            __ Seu idiota, brutamontes. Por que fez aquilo? Eu não preciso que você saia comprando roupas para mim, posso comprar a loja...

            Edward a interrompeu:

            __ Já sei, você pode comprar a loja toda... – falou revirando os olhos e imitando a voz dela. – Estava de saco cheio de ter que ficar lá dentro. Caralho vim com a minha irmã dar uma volta e olha aonde vim parar? Comprando roupas para você. Alice me paga.

            __ Eu não te pedi nada. – revidou a emburrada.

            O Cullen entregou as sacolas para Isabella que pegou relutante, sua vontade era tacar tudo na cara daquele impertinente, mas seu lado patricinha-que-não-pode-ver-uma-roupa-diferente falou mais alto, os vestidos eram lindos, e uma vez comprados, o jeito era levá-los para casa.

            Sem mais delongas, Bella deu as costas para o arquiteto a fim de sair dali o mais rápido possível, contudo, foi brecada por uma mão segurando seu delicado braço pela sabe-se lá qual vez aquele dia.

            __ Não está esquecendo-se de nada não? – Edward na verdade interrompeu o caminho de Isabella por outro motivo, mas não perderia a chance de provocá-la. – Usa-se agradecer a pessoa quando esta lhe dá algum presente. Regras de etiqueta sabe?  - arqueou a sobrancelha para ela, esperando sua reação.

            __ Não tenho que agradecer porcaria nenhuma. Um: você me deu porque quis; dois: não fez mais que sua obrigação, depois você cobra o valor para a sua querida irmã; e três e mais importante: VÁ A MERDA. – gritou e tentou sair andando, mas foi interrompida novamente:

            __ Quer parar de andar e me esperar caralho, ainda não terminei com você.

            “E o que falta ainda bonitão? Agarrar-me?” pensou Bella encarando aquelas esmeraldas brilhantes. Que ideia maluca era essa? Perdera o juízo de vez! Ela não falou nada, esperou que ele continuasse.

            __ Poderia me passar o número do seu celular? – apressou-se em explicar antes que a Swan entendesse tudo errado. – Para combinarmos o horário de nos encontrarmos amanhã, você sabe, podemos marcar ás duas da tarde, mas pode ocorrer algum imprevisto, aí é só eu te ligar. A propósito, a senhorita já agendou com o Black?

            __ Está agendado. Exatamente ás duas. – Bella respondeu e passou o número do seu telefone móvel para Edward. Ela sabia que certamente ele não precisaria ligar para ela no outro dia, mas como trabalhariam juntos, de certa forma, era melhor que ele possuísse seu número.

            Enquanto observava Isabella Swan afastar-se com aquele vestido de tecido fino, o qual mesmo manchado ela não tinha trocado, foi tomado por uma sensação estranha de contentamento por estar de posse de seu número. Era insano, em que mundo paralelo imaginaria que teria em mãos o celular daquela garota? Justo dela?

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            Enquanto tomava banho no banheiro do dormitório de Rosalie, Emmet refletia sobre os últimos acontecimentos de sua vida. Ele era um homem tranquilo, mas um pegador nato, embora respeitasse o sexo feminino, não deixava uma mulher gostosa escapar. Nunca se prendera a relacionamentos, não sabia o que era gostar pra valer de uma pessoa. No entanto, Rosalie Hale estava abalando suas estruturas, conhecia-a a alguns dias, porém aquela loira gostosa, linda, inteligente e simpática estava tomando conta de seus pensamentos e de seu corpo mais do que outras tomaram.

            A primeira transa acontecera há poucos minutos e ele já cogitava a hipótese de sair daquela ducha sem terminar e atacá-la para mais um sexo selvagem. Ela era quente, como ele. Quando seus corpos se conectaram, pareciam que tinham sido feitos um para o outro, num encaixe perfeito.

            Segurando seu tesão até o final do banho, McCarthy saiu despreocupadamente do banheiro expondo sua nudez e passando uma toalha pelos cabelos curtos. A visão da loira deitada de bruços na cama lendo um livro lhe tirara o fogo, ela estava com uma camisola de seda vermelha, sua distração era tanta que não notara a aproximação do moreno. Ao sentir uma mão tocando suas nádegas, deu um salto deixando o livro ir de encontro ao chão.

            __ Em! Que susto! Por um acaso você tem o dom de aparecer do nada sem fazer barulho?  - Rosalie gritou esbaforida. Emmet não deixou de notar como ela estava trêmula. Tudo por causa de uma carícia?

            __ Desculpa Rose. – McCarthy pediu se aproximando da loira que estava em pé com o livro na mão esquerda. – Não resisti! – justificou enlaçando-a pela cintura e beijando o nódulo de sua orelha.

            __ Porra, você me assustou de verdade!

            __ Que livro é este que roubou tanto sua atenção a ponto de deixá-la fora da Terra? É da faculdade? Deixa-me ver?         

            A futura veterinária escondeu o livro atrás de si em reflexo.

            __ Ora Rose, eu não vou estragar... Agora estou curioso. – Emmet usou sua força para tomar o livro das mãos da garota que agora ganhava tons estranhos de verde em sua pele clara.

            __ “A cultura Árabe sob o ponto de vista das lentes”. – o advogado leu baixo. – Interessante, quando terminar de ler você me empresta? Eu juro que devolvo rápido.

            Rosalie estava sem fala, torcia para que ele não abrisse o livro.

            __ Eh... Eh... Claro que te empresto, agora dá isso aqui. – pegou o livro e jogou-o em qualquer canto. – Temos coisas mais interessantes para fazer. – conclui com a voz sexy e empurrando Emmet contra a cama, tinha que distraí-lo a fim de evitar que ele fizesse mais perguntas sobre o livro.

            __ Uau! Que fogosa! – falou um Emmet completamente pronto para mais uma rodada de prazer com Rosalie Hale.

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            __ Alice Brandon Masen Cullen, abra a porra dessa porta agora! Ou você quer perder sua privacidade? Porque essa merda vai abaixo se você não abrir por bem.

            Assim que deu um jeito na lambança feita por Alice (entenda-se: andar com Isabella Swan pelo shopping e comprar a merda de um vestido para ela, - no caso dois), Edward praticamente voou para casa, ia ter uma conversinha com a irmã. Ela tinha que parar com a implicância com Isabella, tudo bem que ele também não era lá um grande admirador da garota Swan, mas nem por isso saia se atracando com ela por aí. Tá, tudo bem, admitia que tivera um contratempo com ela no dia que se viram no refeitório e os dois provocavam um ao outro com uma naturalidade incrível, mas não passava disso, ele não lhe faltava com o respeito e agora que ela viraria sua cliente, Edward pretendia exercer o máximo de sua paciência para não maltratá-la, pois seria ela quem enfiaria uma boa grana em seu bolso.

            A implicância ridícula da irmã dava-se pelo simples fato da mesma achar que Bella estava roubando-lhe Jasper Withlock, ledo engano de Alice, Isabella não via Withlock com estes olhos, Edward constatara isso desde o primeiro dia que ambos se conheceram. Contudo, Alice parecia alheia a estes fatos e ficava bancando a idiota perante Swan e o sócio.

            Agora Edward Cullen estava parado feito um idiota batendo descontroladamente na porta do quarto da irmã que permanecia trancada há horas. Sua ira deu lugar à preocupação. Não era do feitio de Alice trancar a porta por tanto tempo, só o fazia quando estava trocando de roupa, se arrumando... Edward possuía uma cópia da chave de cada cômodo daquele apartamento, mas ele tentava respeitar a privacidade da irmã, não usaria de tal artifício até a última instância. Foi surpreendido quando ouviu a voz chorosa da sua garotinha.

            __ Edward, vai embora, me deixa em paz, faz de conta que eu morri.

            __ Alice! Pelo menos agora sei que está viva. Vou respeitá-la, mas ficaria muito feliz se você viesse até o meu quarto para conversarmos. Estarei esperando. Estou aqui pra você Ali, nem estou bravo mais.

            Nenhuma resposta veio de dentro do cômodo, apenas um silêncio desconfortável predominava no apartamento. Edward deu de ombros, após um banho revigorante, vestindo apenas uma bermuda, rumou até a cozinha, comeu uma comida congelada qualquer, voltou para o aconchego de seu quarto e deitou-se em sua cama king size.

Com um braço sobre o peito e o outro cobrindo o rosto, divagava em pensamentos e se preparava mentalmente para o encontro com Isabella, que ocorreria no dia posterior. Perdido em seus conflitos internos, sobre como a garota de belos olhos castanhos chocolate tirava-lhe do sério em todos os sentidos, Edward assustou-se ao sentir o colchão afundar de leve. Sem uma palavra, virou-se para sua irmãzinha e abraçou-a com carinho, afagando-lhe os cabelos espetados.

Quando Alice Cullen voltou de táxi para casa, o que mais almejava eram seu quarto e a cama macia que o adornava. Decepção era a palavra que definia o que ela sentia por Jasper naquele momento. Ele não levara em consideração os poucos encontros que tiveram num passado nada distante, viveram momentos inesquecíveis, pelo menos para ela. As palavras proferidas por aquele insensível, a machucaram de verdade. Depois de ouvir o irmão tão nervoso querendo saber dela, Alice decidiu que era hora de sair e confrontar o problema de frente, mas antes, necessitava do aconchego que só uma pessoa estava apta a oferecer-lhe. Foi com o intuito de abraçá-lo e de desabafar, que Alice foi até o quarto de Edward.

__ Não chora Ali, tudo ficará bem. Seja qual for o motivo, Jasper não merece suas lágrimas.

Alice o encarava de olhos arregalados. Era tão obvio assim que Withlock era o motivo de sua tristeza?

__ Como sabe que é por causa de Jasper?

__ Eu te conheço. Você não choraria por um simples encontro com Isabella Swan. Vamos, diga-me o que aconteceu. – Edward pediu o mais amável que conseguia, ele não era muito conhecido por ser compreensivo com a ala feminina, mas a irmã e a mãe eram as exceções.

Alice contou-lhe tudo em detalhes, inclusive os dos encontros com o sócio e amigo do irmão.

Edward sentou a irmã de frente para ele e com um olhar profundo e severo questionou-lhe:

__ Quer mesmo ouvir minha opinião? – segurou as mãos dela.

__ Se for para ajudar sua opinião é bem vinda. – Alice respondeu com um semblante triste, o rosto inchado pelo choro compulsivo.

__ Ali, você precisa mudar de atitude. Eu não gostei do que fez com Isabella. Não me olhe assim, não estou defendendo-a. Mas você passou dos limites, além de deixar Jasper com o ego nas alturas. Ele deve estar se achando nesse momento. Nós homens temos uma satisfação secreta ao ver duas mulheres brigando por nós. O que no caso, você está equivocada. Posso garantir-lhe que Isabella não está interessada em Withlock. Eu vejo como ela o olha, sem nenhuma cobiça, um pouco diferente do olhar que às vezes lança para mim.

__ Como? Como é? Isabella Detestável Swan interessada em você? – Alice atropelou nas próprias palavras tamanha era sua surpresa. Os dois não se odiavam?

__ Nossa irmãzinha, você me magoou agora. – Edward fingiu-se de ofendido, na verdade ele estava contente por ver sua irmã um pouco melhor. Conseguiu distraí-la, afinal. – Eu não sou digno de ser o interesse de alguém? Tudo bem que não trato as mulheres com tamanha consideração, mas poxa...

Como Alice não se pronunciou, ele pôs-se a concluir sua teoria:

__ Eu não posso lhe afirmar que ela está interessada em mim, sinceramente acho que não. Mas posso garantir que ela me acha no mínimo atraente. – Alice franziu o cenho se perguntando como o irmão podia achar aquilo. – Eu já a peguei me olhando, me secando para ser mais preciso. E como você sabe, Jasper e eu não temos nada em comum, talvez o tom de pele. E como já lhe disse, a maneira como ela o olha, é no mínimo terna. Sem cobiça. Concluindo, cara irmã, está perdendo tempo implicando com Isabella. Mude sua tática. Pare de bancar a ciumenta, a infantil mimada. Jasper está certo, ele não lhe pertence, portanto, embora a Swan não lhe dê chances, ele tem todo o direito de flertar com quem quiser.

__ Poxa Edward, pensei que iria me ajudar não confabular com Jasper! – Alice pôs-se de pé para sair do quarto, mas Edward a pegou e forçou-a sentar-se onde estivera outrora.

__ Eu vou te ajudar, todavia precisa ouvir os contras primeiro. Ouça, despreze Withlock, por mais que isso te custe. Nós homens NÃO gostamos de mulheres pegajosas, que ficam se derretendo aos nossos pés. Por mais que não admitimos, gostamos mesmo é de sermos ignorados, isso fere o nosso ego masculino e nos leva a querer conquistar a garota para provar que somos capazes de ficar com quem quisermos. Vai por mim, faça de conta que Jazz não existe, fique com outros caras na frente dele, se dê a chance de conhecer pessoas novas. Quando ele perceber que você não está mais na dele, se sentirá um merda, um ignorado. Mas não exagere, ou ele pode perceber que tudo não passa de um teatro. Aja naturalmente na frente dele, o cumprimente, mas não fique babando, está me entendendo? – Edward questionou ao ver a cara esquisita da irmã.

__ Estou, sei que será difícil, mas farei exatamente isso. Ele se arrependerá por esnobar-me. – Alice, ao ouvir as sábias palavras do irmão, decidira seguir seus conselhos, Edward era homem e sabia o que estava falando, afinal de contas.

__ Mas me responde Ed, você já passou por isso? Essa coisa de ser ignorado? – Edward coçou a nuca visivelmente sem graça. Ele vivia aquela situação naquele momento de sua vida, não que ele quisesse algo com Isabella Swan, de maneira nenhuma, mas o fato de não deslumbrá-la a ponto de deixá-la caidinha por ele, o incomodava, ela o devia achar bonito, mas nada mais que isso. Não ficava correndo atrás dele como todas faziam, ao contrário, não dava à mínima e seu passatempo era brigar com ele. Edward não estava acostumado a não ser o centro das atenções na vida de uma mulher.

__ EDWARD! Acorda! Estou esperando...

__ As mulheres sempre estão aos meus pés Ali, eu não sei o que é ser ignorado por elas. Só há uma exceção, mas esta não importa.

Alice como não dava tanta importância, não parou para pensar quem seria aquela exceção.

__ Bom, então talvez seja esta exceção a sua futura...

__ Não conclua essa frase, mulheres só dão dor de cabeça. Você já entendeu os meus conselhos, agora vá dormir, está tarde. A partir de agora irá agir como eu mandar, pelo menos no quesito Jasper. Se seguir à risca meus conselhos, Jasper comerá em suas mãos antes do que você imagina.

Após um beijo carinho na testa de Alice, levou-a até o quarto, deitou-a na cama branca e rosa, como se ela fosse uma criança e retirou-se para o seu próprio aposento.

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Mensagem:

Para: Patricinha Mimada

Use o azul, é o mais bonito!

Até amanhã, não atrase.

De: Edward Cullen

Antes de dormir, Edward resolvera enviar uma mensagem para provocar Isabella, daria tudo para ver a cara dela ao receber o torpedo.

Isabella já se encontrava pronta para dormir quando o celular soou avisando de uma nova mensagem, pensou ser Riley informando de sua chegada à LA. Ele costumava fazer isso quando passava o final de semana em NY, porém ela teve vontade de tacar o aparelho na parede quando viu quem mandara e principalmente o que estava escrito. Que audácia! Chamá-la daquele adjetivo assim! Ela nem o dera liberdade para isso! Por que raio foi passar o número de seu celular para ele? Saco. Só de birra, cogitou a hipótese de cortar em pedacinhos o vestido azul que aquele ser tinha comprado para ela como pagamento pelo que estava manchado, colocar em uma caixa e entregar-lhe pessoalmente. Mas o vestido não tinha culpa de nada, não podia maltratá-lo dessa forma.

Ao invés disso, tratou apenas de responder ao torpedo:

Mensagem:

Para: Ridículo Imbecil Cullen

Patricinha mimada é SUA irmã, não sou eu

que saio por aí sujando a roupa das pessoas só

porque o homem que amo não me quer e

sou uma mal amada.

E não pedi sua opinião sobre minhas vestimentas,

colocarei aquele vestido no lixo.

E amanhã, chegarei quando EU quiser, EU estou te

contratando, não ao contrário, idiota.

Ps.: Tenho uma surpresinha para você, irá adorar!

De: Isabella Marie

Edward leu a resposta e riu alto, aquela garota era hilária, ainda se dera ao trabalho de responder. Uma dúvida de repente pairou sobre sua mente: quem era o homem que ela amava? Se é que ela amava algum. Ele duvidava que alguém em sã consciência aguentaria a garota voluntariosa. E duvidava mais ainda que ela realmente jogaria o vestido fora, ele notou o brilho nos olhos dela quando viu aquela roupa. Iria mandar outra mensagem para perguntar que surpresa era aquela, mas parou por ali, desde quando ficava trocando torpedos com uma mulher? Nunca. Deixaria esse assunto para o dia seguinte, quando a encontraria.

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Treze horas de uma linda tarde de segunda-feira em Los Angeles, Bella dirigia tranquilamente até a Cullen Architecture. Sua roupa não poderia ser mais casual, vestia calça, blusa e sapato Louboutin ambos brancos, em decorrência da aula no clínica do campus no turno matutino, mal tivera tempo para almoçar, quem dirá trocar de roupas, enquanto seguia até a empresa do Cullen, ela maquinava qual o momento propício para mostrar certas fotos a Edward. Tinha certeza que ele iria surtar, nem passava por aquela cabeça de cabelos acobreados o constrangimento ao qual tinha se submetido. O toque estridente de seu celular tirou-a de seus devaneios.

            __ Alô? – atendeu com rispidez, estava dirigindo, será que a pessoa não tinha desconfiômetro não? É claro que só podia ser ele.

            __ Isabella? Onde você está? Esta atrasada porra aconteceu um imprevisto. Você passará aqui?

            __ Boa tarde Cullen! Como tem passado? – falou Bella com ironia. – O que aconteceu? Vai dar pra trás?

            __ Eu sou homem, caso não saiba. Portanto, não dou para trás, sua... Deixa pra lá.

            Oh! É claro que ele era homem, por mais que fosse um grosso, ela não tinha dúvidas de sua masculinidade. Isabella pensava enquanto o outro aguardava algum sinal de vida da patricinha.

            __ Seu imbecil, não foi nesse sentido que falei. Homens! Só pensam besteira. – disse revirando os olhos. – Eu passarei aí, não ficou combinado que você me seguiria? Qual foi o imprevisto então?

            __ Quando chegar aqui eu explico. – respondeu impaciente andando de um lado para o outro na calçada da rua e desligou o telefone na cara da Swan.

            __ Este é o Cullen! – Bella falava sozinha já se acostumando com a falta de modos de Edward Cullen, óbvio que ele desligaria sem qualquer tipo de despedida. Ela nem estranhou.

            Logo entrou na rua da empresa, avistou a figura imponente que a aguardava. Tinha certeza que com aquele terno cinza justo ao corpo e a camisa branca sem gravata, deixaria qualquer mulher embasbacada, mas ELA não. Ta bom, só um pouquinho.

            Ao parar do lado dele, o maluco mal esperou e foi colocando a cabeça dentro da janela do carro. Nossa, quanta impaciência!

            __ Terei que ir no seu carro. Esqueci-me completamente que hoje era o último dia de levar meu carro para a revisão. E Alice está usando o carro dela, portanto, não poderá emprestar-me. – Edward avisou visivelmente sem graça.

            Isabella arqueou as sobrancelhas, estava divertido ver o Cullen tão vulnerável lhe pedindo algo.

            __ Vou lhe fazer esse favor. Entra logo, antes que eu desista e você tenha que ir de táxi. – Bella respondeu a bordo de sua BMW de luxo.

            __ Como entra? Pensa que irei no banco do carona? Eu não sou o tipo que anda com qualquer mulher que seja ao volante. Pirou? Dá aqui as chaves.

            __ Eu que te pergunto se você pirou de vez! Só pode estar brincando, não é qualquer um que dirige meu bebê! Só o Riley tem esse privilegio. Ou vem de carona, ou pega um táxi. Você escolhe Cullen. – proferiu peremptória.

            Edward ficou estático cogitando a possibilidade de mandar tudo a merda, aquela garota o levava a fazer cada coisa. Agora encontrava-se na corda bamba, ou ia com ela, ou arriscava perder aquele trabalho.

            Como o Cullen resolvera virar estátua, Bella voltou a falar:

            __ Mais é claro! Como não percebi isso antes? Você está louco para dirigir o meu carro, pensa que me esqueci daquele dia na universidade, onde você quase babou na minha máquina? Qualquer dia eu deixo você dar uma voltinha, hoje não. – avisou como se estivesse falando com uma criança. - Primeiro precisa provar que é um bom garoto. Agora entra e aperta o cinto.

            A fim de evitar problemas com a patricinha, achou melhor, por hora, não responder à provocação dela. Sem mais, abriu a porta e acomodou-se rapidamente no confortável banco de couro. Fixou seu olhar para frente, esperando Isabella dar a partida. Edward agradecia internamente pelo local que iriam não ser tão longe, do contrário, ele acabaria tendo um AVC. Não era de seu feitio deixar mulheres dirigirem com ele dentro do veículo, vivia brigando com Alice por esse motivo. Ela insistia em dirigir de vez em quando, mas ele sempre mostrava-se resoluto, alegando que a irmã, se quisesse dirigir, que fosse no seu próprio carro.

            Impaciente, tamborilando os dedos na perna, Edward observava de soslaio Isabella dirigir. Achou estranha a calma com que ela dirigia: as duas mãos firmes no volante, a expressão serena de dona da situação e nos lábios a melodia da música suave que tocava no som moderno do veículo. Mulheres em geral, eram medrosas, não eram ousadas, a julgar pelo velocímetro que marcava acima de cem km/h, a Swan era uma motorista destemida. Mas ele não pagaria para ver mais do seu desempenho, por isso resolveu intervir.

            __ DIMINUA A VELOCIDADE! – gritou tirando-a de seus devaneios enquanto dirigia.

            Isabella estava achando um tanto quanto interessante dirigir com o Cullen ao seu lado, não era de seu feitio conduzir em alta velocidade o seu BMW, fazia isso quando estava na rodovia, como quando ia vez ou outra até New York de carro, a contragosto dos pais, certamente. Porém, a impaciência de Edward a estava dando nos nervos, ele podia confiar nela ao volante pelo menos um pouquinho, não podia? Mas não, o idiota estava prestes a pular do carro em movimento. Por isso, ela julgou mais sensato ignorá-lo, ligou o som num volume ambiente, fixou seu olhar para frente e enfiou o pé no acelerador, estava correndo só para irritá-lo e prová-lo que era sim uma boa motorista, obrigada. 

            Ao ouvir o Cullen gritando e dando ordens para ela, Bella parou o carro num átimo, dando uma freada brusca, estavam a três quarteirões da corretora, mas ainda assim ela o colocaria em seu lugar. Ele tinha que aprender que com ela, o buraco era mais embaixo, ela não seguiria suas ordens.

            __ Por que você parou? Estamos atrasados. – Edward não sabia que estavam próximos ao local para onde iam.

            __ Desce do carro. – Bella respondeu simplesmente.

            __ Por quê? – perguntou o arquiteto incrédulo.

            Isabella respirou fundo, passou as mãos nos cabelos que estavam presos num rabo de cavalo frouxo, despenteando-os. Olhou para Edward e encarou aquelas esmeraldas que faltavam saltar para fora, tamanha era a raiva que ele sentia.

            __ Porque este carro é MEU. O dirijo como EU quiser. Se não está satisfeito, cai fora. – ordenou decidida e cansada daquilo. Eles não davam certo em nada, era um fato, não adiantava insistirem naquilo.

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            Naquela segunda-feira, Alice precisava ir para o atelier onde estava estagiando, todavia não fora este o caminho que tomara a bordo do seu Porche amarelo, voltou para casa, enfiou debaixo das cobertas ignorando os protestos da empregada que a chamava para almoçar. Ela estava sentindo-se mal, não fisicamente, mas sentimentalmente.

A conversa com o irmão a encorajara a bolar alguns planos para conquistar Jasper, ou afastá-lo de vez de sua vida, ela não se permitira mais ficar naquele impasse, se ele realmente não a quisesse, ela partiria para outra. Mas isso não fora o bastante para livrar-lhe da tristeza que sentia. Queria ficar sozinha, recuperar suas forças, chorar sem a intervenção preocupada de Edward, como acontecera na noite anterior. Enquanto não derramasse todas as lágrimas que a incomodavam, ela não se sentiria bem.

A empregada aproximou-se da porta do quarto de Alice, do lado de fora ela podia ouvir os soluços vindo da irmãzinha de seu patrão.

Alice ouviu uma batida baixa e suave na porta. Levantou-se para abrir a mesma enxugando as lágrimas. Pensou ser Edward, mas encontrou a figura magra e baixa da empregada.

__ O que foi Madalena? Já não lhe disse que não quero almoçar? Deixe-me em paz.

Madalena assustou-se com a aparência de Alice: cabelos desordenados, o rosto inchado e vermelho pelo choro e as roupas, sempre tão impecáveis, completamente amassadas. Empurrando a moça para dentro do quarto, a empregada fechou a porta atrás de si para falar com ela.

__ Tem uma pessoa querendo falar com a senhorita. Como tenho quase certeza que é por ele que está chorando, achei melhor fechar a porta. – Madalena explicou o porquê de ter se recolhido com a patroa dentro de seus aposentos.

__ Quem está lá fora Madalena?

__ Senhor Withlock.

__ Diga-o que eu não quero vê-lo. – Alice respondeu sentindo o desespero tomar conta de si, Jasper não poderia vê-la naquele estado.

A empregada, notando o desespero da garota, resolveu ajudar.

__ A senhorita precisa recebê-lo. Eu não sei o que se passa, mas posso lhe garantir que se não for até lá, estará dando a ele a vitória, mostre-se indiferente, seja lá o que tenha acontecido.

Alice arregalou os olhos. Até Madalena, que nem tinha ciência dos últimos acontecimentos, estava lhe dando os mesmos conselhos de Edward? Como isso era possível?

__ Ouça menina, tome um banho, passe maquiagem, vista uma roupa bonita e vá ver o que o senhor Withlock quer lhe falar. Eu o direi para aguardar, que a senhorita está terminando de tomar banho.

Alice apenas assentiu balançando a cabeça. Depois de escolher uma roupa, seguiu para o chuveiro, preparando-se mental, física e emocionalmente para olhar nos olhos de Jasper. Tinha que conseguir. Ela precisava conseguir.

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Edward considerava a hipótese de descer e seguir o restante do percurso de táxi, mas o que Bella disse a seguir, o reteve e o levou a refletir se descer seria o mais viável.

__ Preste bem atenção: se você sair desse carro, pode dar adeus à chance de elaborar o projeto da minha clínica. – ela o ameaçou certa de que ele sairia. – Você tem que agir conforme as minhas vontades, afinal, sua conta bancária irá engordar graças ao dinheiro que EU irei pagar.

O Cullen permaneceu encarando-a sem proferir uma palavra. Não era possível o que estava acontecendo, Edward Anthony Masen Cullen, que não se submetia às ordens de ninguém, dono do seu próprio nariz, com a independência financeira conquistada à duras penas, que não dava a mínima para as mulheres à sua volta, estava sendo humilhado por uma garota que era mais nova que ele, mais baixa e completamente indefesa, ele poderia desacordá-la com apenas um golpe. No entanto lá estava ela, de frente para ele, sustendo seu olhar, destemida e desafiando-o. Se um dia alguém o dissesse que ele passaria por uma situação vergonhosa daquelas, ele mandaria a pessoa procurar o hospício mais próximo. Mulher nenhuma mandava nele, nem a mãe. Contudo, Edward precisava daquele trabalho, teria que assumir o lado profissional e submeter-se à voluntariosa Isabella Swan.

Mas será que valeria a pena tamanho sacrifício? Ele se perguntava enquanto permanecia olhando no fundo daqueles brilhantes olhos castanhos num lindo tom de chocolate. Estavam só no começo, trabalhariam juntos por meses. Se agora se encontravam confrontando-se dessa forma, o que poderia acontecer dali pra frente? O quão humilhado ele ainda poderia ser? Edward foi interrompido de seus questionamentos internos pela voz impaciente de Bella.

__ Vamos Cullen, não tenho a tarde toda, estou esperando. – ela pediu gesticulando para que ele descesse. – Ou para de mandar em mim e faz o que EU quero, ou cai fora de uma vez.

__ CALA A BOCA CARALHO. ME DÁ UM MINUTO. – Edward gritou apertando as têmporas e descansando a cabeça no encosto do banco.

Pela primeira vez desde que entraram naquele carro, Isabella temeu pela sua vida, Edward estava realmente nervoso. Se ele quisesse, poderia matá-la e ninguém estaria ali para impedir. Mesmo assim ela não recuaria, apenas o daria um tempo para acalmar-se e decidir se sairia do carro ou não. Era uma questão de sobrevivência.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer aos novos leitores! Sejam bem vindos!
E muito obrigada por cada review deixado no capítulo passado! Faço questão de ler e responder a cada um!
Desculpem a demora, mas as vezes as ideias travam e fica difícil organizar em palavras o que quero escrever.
Sem contar que estou acompanhando os eventos da promoção de Amanhecer parte um!
Quanto mais reviews, mais inspiração! Portanto, se você é um leitor fantasma, apareça, nem que seja para escrever uma linha! A opinião de vocês é muito importante!
Antes de encerrar, gostaria de inidcar uma fanfic maravilhosa que virou LIVRO e acabou se ser lançado:
"A infiltrada - infiltrando-se na NSA" de Natália Marques.
Para maiores informações acesse:
www.editoralio.com.br
Bjs!
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