15 Moments escrita por Jacih


Capítulo 2
15 Momentos Corrigidos Por Scorpius Malfoy


Notas iniciais do capítulo

N/A: Segunda parte! Adooorei os comentários, obrigaada! E tem mais um epílogozinho que eu resolvi escrever, então amanhã ou depois, dependendo de quantos comentários receber, eu posto!



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15 Momentos Corrigidos Por Scorpius Malfoy

Primeiro Momento:

   Eu nunca me imaginei sentar ao lado de uma ruiva metida e patricinha, principalmente em um barquinho no meio do lago. Mas lá estava eu, Scorpius Malofy o filhote de comensal, ao lado da ruiva linda que olhava o castelo de forma maravilhada. Eu bem podia estar a olhar o castelo também, mas eu me focava mais era nas ondas que aquela água escura fazia ao ter milhares de barquinhos navegando por sua superfície.

   Eu estava encolhido, o mais no meio daquele banquinho mínimo que eu podia. Prendi a capa em meus braços e cerrei os punhos. Eu odiava aquilo. Mas precisava me manter bem para conseguir chegar do outro lado da margem, para entrar naquele castelo e jamais me aproximar desse lago novamente.

   Eu notava o olhar da ruiva sobre mim, percebia o conflito interno dela sobre me dirigir alguma palavra, mas aquilo não me importava, ela não me importava. Seriamos só mais dois inimigos que se odiariam durante o período letivo e se duvidasse, durante os sete anos de escola.

   Então, quando ela voltou a olhar o castelo, o gordo grande e idiota que estava sentado no barco ao lado extremamente grudado nosso me empurrara e me fizera cair na água com um splash monumental. E então as lembranças voltaram a minha mente. O gelo se quebrando, a água parecendo penetrar em facadas em todo o meu corpo, a dor excruciante, a respiração faltando. E então eu estava fora da água novamente, professor Hagrid me agarrara pela gola da camisa. Mas eu já não agüentava. Só conseguia me lembrar da primeira vez que eu me afogara em um lago.

Segundo Momento:

   Segundo ano. Ela estava tão feliz que me fazia rir só pelo fato dela passar pelo corredor. Algo como entre ficar feliz por ela e me sentir extremamente nervoso por ser a primeira vez que lhe dirigiria a palavra. Nem notei os cochichos ao redor quando me aproximei e fiquei frente à frente com a mesma ruiva linda, metida e patricinha do barquinho do ano anterior.

   Ela ergueu as sobrancelhas quando me encarou e eu pude notar que ela só reagira assim porque jamais trocamos alguma palavra, nem mesmo para brigar, nem por amizade também. Mas naquele olhar eu vi mais, eu vi que não adiantaria nada eu ser educado e conversar com ela, eu continuaria sendo o Malfoy.

- Você deixou cair isso no trem quando voltamos para casa o ano passado! – eu lhe entreguei um caderno de capa dura e vermelho, na borda estava escrito Diário de Rose Weasley

- Você ficou com ele todo esse tempo? – ela perguntou e girou o diário nas mãos, pelo seu tom de voz percebi que ela sem importava com o que perguntara – Leu tudo o que queria?

- Na verdade não! – eu apenas dei de ombros, naquele momento eu já entendia que eu jamais teria Rose Weasley para mim

- Não espera que eu agradeça, não é? – ela sorriu de lado, debochada

   Eu não disse nada, nem me limitei a suspirar cansada. Pelo contrário, só voltei as costas e saí andando dali.

- Ainda bem que tem senha, já pensou a doninha ler o quanto a odeio? – ela riu com gosto e eu mordi o lábio com raiva

   Ela queria briga? Então iria ter!

- A senha é Princesa da Grifinória, mas eu não li alteza! – eu a fitei de forma séria

   Foi a primeira vez que vi Rose Weasley corar.

Terceiro Momento:

   Haveria um baile de Inverno. Haveria um baile! Eu nem acreditava nisso de tanta angustia, chegava a andar meio curvado pelos corredores. Eu tomara uma decisão nos últimos dias. Ela envolvia me declarar à pessoa que eu gostei a minha vida inteira na primeira oportunidade. Essa oportunidade chegara.

   Por todos os rumores que ouvi, ela não aceitara ir com ninguém. Não era de se duvidar, afinal ela gostava de aparecer, ou até mesmo dizer que não precisava de ninguém. Foi por esse motivo que eu fui.

   Quando ela saiu da Torre da Grifinória ela me olhou por uns segundos me avaliando da cabeça aos pés, mas eu não liguei, eu apenas a estava observando. Eu podia gostar dela, mas nunca percebi que ela tão linda quanto naquele momento. Perfeita. A minha garota dos sonhos.

   Mas então um idiota qualquer da Corvinal estendeu o braço para ela e ela o aceitou. Os dois até formavam um belo casal, pareciam mais velhos do que realmente eram e bonitos juntos. Balancei a cabeça negativamente e saí dali o mais rápido que podia. Eu jamais a teria. Isso era um fato, mas meu coração não queria entender.  

   Na entrada das escadas para a Sonserina, eu olhei para trás vendo-a passar por mim. Fechei os olhos com força e joguei a rosa vermelha no chão pisando em cima ao passar. Pela primeira vez, eu queria ser o idiota da Corvinal, pelo menos agora eu estaria no baile com ela e não sozinho no meu quarto.

Quarto Momento:

   Sala de Poções. O professor fizera numerosas formulações e dispusera sobre as mesas. A maioria eu reconhecia de longe, mas se não fosse por Rose Weasley, eu seria o único a conseguir fazer isso. Todo o quinto ano eram uns idiotas no quesito estudo. Eu sempre fora o único a aprender isso na prática.

   Eu a vi pelo canto dos olhos levantar a mão antes mesmo do professor terminar a pergunta, mas ele indicou a mim. Eu apenas fiquei olhando a poção borbulhar a minha frente e dei de ombros. Meu pai me ensinara tudo a ver com poções e Artes das Trevas, não para que algum dia eu cometesse os erros dele, pelo contrário, para que eu nunca me metesse com magia assim. Então suspirei e olhei a janela.

- É a Poção do Morto-Vivo! Ela tem duas utilidades dependendo da concentração e de quem a prepara, na primeira pode fazer com que os batimentos cardíacos sejam reduzidos quase a zero e a pessoa se passar por morta, na segunda pode ser administrada em corpos e junto com um feitiço especial das Artes das Trevas, que eu não tenho a mínima idéia de qual seja, pode criar Inferis.

   Eu notei a surpresa dela quando eu terminei. Rose Weasley jamais poderia pensar que eu saberia tanto. Eu a encarei e acenei com a cabeça, meus olhos desceram para seu decote que estava com os primeiros botões da blusa abertos, ela corou imediatamente e se encolheu. Rose Weasley já não era mais uma garota.

   Foi a segunda vez que a vi corar.

Quinto Momento:

   Eu ouvi os gritos, achei primeiro que seria alguém machucado ou em perigo, mas conforme me aproximava eu percebi que se tratava de uma briga sem fundamento nenhum.

   Os dois gritavam tanto e falavam tanto palavrão, que nem dava para distinguir quem era o certo e quem estava errado. No fim, acho que ela só fez aquilo para terminar com ele, porque foi bem curto o término. Ah foi. Ela simplesmente gritou que não o queria mais e eu nunca vi Bratt Damon tão furioso quanto naquele dia. Acho que era a primeira vez que ele levara um fora de alguém.

   Quando ele se aproximou dela eu me preparei para interferir. Sua fisionomia demonstrava tanta raiva que até eu fiquei com medo que ele batesse nela. Mas ele se limitou a empurrá-la para o chão coberto de neve e sair dali de volta a Hogsmeade.

   Voltei-me para sair dali também, mas por incrível que possa parecer um Malfoy tem uma consciência que pesa. Então fui até ela e estendi a mão. Ela me encarou surpresa, mas seus olhos demonstravam dor. E então, pela primeira vez eu pude sentir o toque da pele dela, quando ela aceitou meu gesto.

Sexto Momento:

   Andávamos lado a lado e em silêncio. Depois daquele dia na neve, nós começamos a andar juntos. Algumas vezes trocávamos algumas palavras, outras nada dizíamos. Simples assim.

- Por que não me odeia? – ela pediu sem parar de andar, no fundo queria saber por que eu nunca brigara com ela, sendo que ela me desprezava

- Eu nunca disse que não te odeio! – mas ela não precisava saber que eu realmente não a odiava

Sétimo Momento:

   Eu estava sentado na mesa da Sonserina completamente sozinho. Ninguém se aproximava de mim desde o primeiro ano, até que ela apareceu. Mas nesse momento até que eu preferia ficar sozinho. A coruja que eu esperava trazia notícias e essas notícias eram importantes e eu não queria dividir com ninguém.

   Olhei um pouco para ela na mesa da Grifinória entre os numerosos presentes que seus primos lhe davam. Ela estava feliz e eu posso dizer que fiquei um pouquinho mais feliz quando seu olhar também desviou para o meu.

Oitavo Momento:

   E então o Natal passou e meu coração só se apertou um pouco mais. Nem a visão dela adiantava para alguma coisa. Pelo contrário, só me atormentava mais. Um amor não correspondido, ou um amor que poderia fazer você morrer aos poucos? Qual se deveria escolher?

   Então meu pai apareceu na porta do colégio. Estava desarrumado, seu ar imponente desabara e seu olhar estava cheio de mágoa, desespero e solidão. Ela se fora. Só isso. Não voltaria mais. E porque era tão difícil de entender?

   Voltei às costas e corri de volta ao meu dormitório. Ainda pude ver o olhar azul sobre mim, mas eu a não a queria agora, talvez nunca mais.

Nono Momento:

   O nunca mais durara pouco tempo. Uma semana depois quando eu voltara dos funerais, lá estávamos nós dois, sentados em silêncio em uma sala qualquer e sim, eu a queria ali, talvez para sempre.

- Você se casaria comigo algum dia? – pergunte de repente, nem eu mesmo acreditei naquilo

- Não. – ela respondeu de forma séria e decidida e eu entendi que não conseguiria mudar aquilo

   Foi a primeira vez que a pedi em casamento.

Décimo Momento:

   Nossa formatura foi uma idiotice só. Milhares de discursos, uma entrega de diplomas que nem sempre foram merecidos e uma felicidade total. Tudo o que eu queria era ir dormir logo, mas meu pai me fez ficar ali e tentar fingir que apreciava aquilo, no fundo ele só queria que eu fizesse amigos. Amigos esses que não apareceram.

   Bufei impaciente quando ela me puxou para uma sala vazia. Eu não queria mais. Não queria sentir a falta dela quando que fossemos embora. Agora, mais do nunca eu queria nunca ter estendido aquela mão para ela na neve. Mas quando olhei seus olhos transbordando alegria eu desisti de lutar contra mim mesmo.

   Sentei no chão e a puxei para meu peito cobrindo nós dois com minha capa. O silêncio reinava como sempre e eu gostava disso.

- Não quer reconsiderar? – perguntei baixinho, meu coração batendo mais forte, o medo de nunca mais vê-la me fazia quase extravasar

- Sobre? – ela me encarou ainda sorrindo, ainda feliz

- Sobre se algum dia se casaria comigo? – eu tentei não transparecer, mas que queria por tudo no mundo que ela dissesse sim

- Não.

   Foi a segunda vez que a pedi em casamento.

Décimo Primeiro Momento:

   Meses se passaram desde nossa formatura. Meses que eu jamais a vira em qualquer lugar. Não posso dizer que senti falta dela. Stacy não deixava isso acontecer. A morena que sempre permanecia ao meu lado conseguia me fazer sorrir, conversar e até ser feliz. Só os momentos de silêncio é que me faziam falta. Ou pelo menos eu achava isso.

   Foi só quando a vi naquela rua com seus primos a tiracolo e sorrindo é que eu entendi que seus cabelos vermelhos flamejantes também me faziam falta.

Décimo Segundo Momento:

   Eu fui comprar as alianças pensando no que Stacy gostaria, mas quando peguei as jóias na mão, tudo o que pensei é em como ela ficaria linda usando aquela aliança e como eu queria que o nome dela estivesse gravado na aliança que eu usaria. E como se meus pensamentos tomassem forma.

- Weasley! – cumprimentei com a cabeça

- Scorpius... – a voz dela saiu tão baixa que eu achei que não quisesse me cumprimentar, mas então eu percebi seu olhar sobre as jóias que eu escolhera

   Rolei os olhos e peguei a caixinha com as alianças, paguei e saí dali. Seu olhar me seguiu por todo o percurso e eu vi naquele gesto uma única chance de tentar de novo.

- Vai reconsiderar a resposta que me deu quando pedi se algum dia se casaria comigo? – a esperança saltava em meu peito

    E mais uma vez ela responder.

- Não.

   Foi a terceira vez que a pedi em casamento.

Décimo Terceiro Momento:

   Eu fiquei dias e dias esperando alguma carta, algum sinal ou até mesmo um novo encontro. Fiquei esperando que do nada, ela aparecesse e me pedisse um momento de silêncio daqueles que compartilhávamos. Mas ela nunca apareceu. Nunca tentou aparecer e eu compreendi que a falta do seu olhar só machucava a mim, meus olhos jamais fariam falta a ela. E foi pensando assim que eu desisti completamente de Rose Weasley.

Décimo Quarto Momento:

- Stacy, vamos embora! – eu tentei puxá-la pelo braço, a morena já bebera demais e acabara completamente com meu pedido de casamento, então tudo o que eu queria, era sair dali – Stacy? Quer parar de beber? Precisamos ir embora!

- Quer saber Scorpius? – ela me encarou de forma séria e levou a taça de vinho mais uma vez aos lábios – Vá sozinho, tenho mais o que fazer do que ficar trabalhando para você!

   Eu tentei me acalmar, respirei fundo algumas vezes e então saí dali. Ainda percebi a ruiva na qual eu bati, mas segundo minha mente, Rose Weasley nada mais significava para mim, pena que meu coração em seu batimento descompassado não sentia a mesma coisa.

Décimo Quinto Momento:

- Lute! – meu pai parara exatamente na minha frente, eu o encarei sem compreender e então ele sorriu – Pela Weasley! Vá atrás dela, peça quantas vezes precisar, mas lute por ela!

- Não! Eu desisti dela! Ela não significa mais nada para mim! – eu voltei às costas para ele

- Ter certeza? – ele falou em tom irônico – Eu posso ter sofrido quando sua mãe morreu, mas eu a amei tanto e fui tão feliz que valeu a pena ficar com ela todo esse tempo!

   E isso me convenceu a tentar uma última vez. A última oportunidade para eu ser feliz, para eu conseguir tê-la e para tentar fazê-la entender que eu a amava. Foi tudo tão rápido que eu mal esperei ela terminar de descer as escadas da casa dela. E seus pais nos espreitando também mal me importavam.

- É a última vez que eu peço Weasley! – eu falei calmamente – Vai reconsiderar a resposta sobre se casar comigo algum dia?

   Era a quarta vez que eu a pedia em casamento.

- Sim.

   Eu levei as duas mãos à cabeça bagunçando os cabelos. Eu já não suportava mais suas negativas, eu já não sabia o que fazer para esquecê-la. Mas espera aí. Levantei meu olhar cheio de dúvida para ela.

- Você disse sim? – eu estava surpreso

- Sim! – ela respondeu novamente e parecia feliz com isso

   Eu me aproximei devagar, acariciei seus braços de forma delicada, meu olhar percorria seu corpo e seu rosto. Eu não conseguia acreditar. Eu a admirava tanto que eu mal podia esperar que algum dia eu conseguiria tê-la, que Rose Weasley seria minha. Deslizei minhas mãos para seu pescoço e então para seu rosto.

- Você realmente disse sim? – rocei nossos lábios, mas não precisei de mais uma confirmação, tudo o que eu precisava agora era beijá-la e ser correspondido, ato feito quando ela me enlaçou pelo pescoço me deixando aprofundar o beijo, o melhor beijo de toda a minha vida

   Quando nos afastamos, eu sorri. Mas não era aquele sorriso que dirigi a Stacy uma vez, era um sorriso único, da única vez em que estive feliz. Com ela. Somente dela. Segurei sua cintura e a girei no ar, eu nunca mais pararia de rir agora, porque agora havia amor. O quarto pedido, o primeiro sim. Era tudo o que importava.


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Notas finais do capítulo

N/A: Comentem! XD