Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 68
Then I die.


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
OHAYOOO
Olá chicos e chicas calientes... Então, eu demorei um pouco mais pela seguinte razão: Escolhas está em reta final, esse é o penúltimo capítulo.
CALMA, ANTES QUE ME JOGUEM BOMBAS OU COMECEM OS XINGAMENTO À MINHA MÃE, A FIC AINDA NÃO ACABOU...
Ainda hoje, começa Assombrada (continuação de Escolhas)
Mais detalhes no próximo episódio...
TCHANS mas por hoje aproveitem *o*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/159992/chapter/68

SESSENTA E NOVE:

[N/A: Nhó, prometi dedidcar esse capítulo para Stefany Campbell Mickail minha diva linda que escreve uma SnapexMione MUITO BOA, SÉRIO... (My son, My Secret -momento propaganda) e queria agradecer à todas as leitoras e leitores que mesmo sabendo que eu não sou de responder reviews sempre me mandam mensagens fofas, ou avadas dolorosos, e estão sempre aqui comigo *o*... Ah, e a música do capitulo é esta: http://www.youtube.com/watch?v=dsWN1svAd5E ... sim, não tem nada a ver com HP mas eu sou apaixonada por AHS e amo esse vídeo ç.ç)

É. Ele estava vivo. Recompus-me rapidamente, e tive que fugir de Fred para que ele não se empolgasse demais.

Quase entrei pelo cano quando ele indagou o porquê de eu estar com uma capa de comensal. Felizmente, consegui calá-lo com um beijo e desconversar sobre a capa.

Isso seria perfeito, se eu não soubesse o que viria a seguir.

- Fred, preciso que vá ficar perto da sua família... eu tenho que ir ver como o Harry está. – eu disse sentada sobre o frio mármore, ainda sentindo minhas costas reclamarem.

- Eu vou com você. – ele disse.

- Não... Melhor não... Isso é entre mim e ele. – eu sorri de lado encolhendo os ombros – por favor.

Ele bufou irritado, estalando a língua e erguendo a mão em forma de rendição. Ajudou-me a levantar, e ficou insistindo para que eu tomasse cuidado e que eu voltasse em menos de vinte minutos ou ele iria atrás de mim.

Eu estava dando-lhe um beijo de despedida quando ao longe, vibrando através das paredes encardidas e destruídas, trazendo como uma gélida tempestade de areia o tempo chegou aos meus ouvidos.

O relógio soara duas da manhã.

Larguei o ruivo violentamentamente e me impulsionei porta a fora.

- Por favor, fique com seus pais! – gritei correndo o máximo que podia corredor a fora, seus passos me seguiram momentaneamente, para que o ruivo pudesse acompanhar com os olhos enquanto eu insanamente corria pelo chão coberto de fuligem e sangue.

- Vinte minutos você tem! – ele alertou.

Não tive tempo de despedir-me ou lançar-lhe um último olhar romântico: eu tinha que chegar logo a sala precisa, ou seria algo catastrófico.

Creio que não tenha mencionado sobre essa parte do vira-tempo, mas quando você volta no tempo, e o seu eu do passado toma ciência disso e não tem o intuito de seguir o ciclo interminável de voltar no passado, você não pode simplesmente largá-lo no presente.

Em outras palavras, a outra Hermione não iria voltar ao passado com um vira tempo, mas não podiam existir duas Hermiones ao mesmo tempo.

 Não sei o que acontece se esse tempo tiver duas de mim, só sei que a balança vai se desequilibrar e vai ser uma catástrofe.

Coisas terríveis aconteceram com bruxos que brincaram com o tempo.

Finalmente cheguei à sala precisa, esbaforida, trôpega, com uma ardência absurda nas costas, divida entre a euforia e a culpa, mal cabendo dentro de mim, sentindo tudo que era possível ao mesmo tempo.

- Está atrasada! Sabe o que pode acontecer se eu ficar presa aqui nesse tempo?! – a Hermione do passado ralhou com a mão na cintura. Aquilo era hilário eu tinha que admitir.

- Na verdade não... – ponderei.

- É nem eu, mas eu não quero descobrir... Salvou ele? – ela disse nervosa. Notei seus olhos inchados e vermelhos, um belo machucado em sua perna e seu rosto coberto se sujeira que se misturava às lágrimas secas. Tive dó de mim mesma. Eu – ela – fiquei ali naquela sala, sem notícias, aflita, pensando no Fred.

- Não apenas ele como o Creevey, a Tonks e o Lupin. – sorri.

Ela então se jogou em minha direção e me apertou em um abraço.

- Estamos tão lascadas... – ela disse com o nariz enfiado entre meus cabelos.

- É.

A morena esbaforida, de cabelos longas descabelados, sem um corte de cabelo específico, com a pela esfolada e macilenta, olhos com olheiras profundas e negras, magra de um jeito que seus ossos ficavam salientes. Ela mais parecia um cadáver ambulante, mas um brilho intenso queimava em seus olhos. Desse tipo de brilho que os livros relatam e não se tem como se visualizar. Era algo que era quente, vivo, algo que só brilha nos olhos dos sobreviventes, dos que lutam e não se rendem, dos que amam.

Era o brilho dos olhos dela.

Era o brilho que ardia em meus olhos.

Tudo estava complicado e difícil, mas nós sabíamos que iríamos ficar bem. Não iríamos desistir, e iríamos dar tudo de nós, usar toda nossa garra para passar por isso.

- Você é incrível. – eu disse me afastando dela e ajeitando seu cabelo atrás da orelha.

- Nós somos. – ela sorriu. – mesmo que você mais pareça um zumbi desnutrido...

Rimos.

- Queria que você ficasse comigo. – suspirei.

- Queria ficar com você. – ela respondeu.

E então comecei a sentir aquele velho vibrar em minha pele, estava chegando a hora.

- Mas no fim...

- Tudo vai dar certo...

- Temos Fred ao nosso lado. – dissemos juntas.

Ergui minha mão e ela como um espelho fez o mesmo encostamos nossas mãos ásperas e cheias de calos e senti minha pele vibrar com intensidade.

- E temos uma à outra. – as vozes foram mudando até que finalmente, era apenas eu, sozinha em uma sala grande e vazia, apenas com um espelho no canto, e um estranho bem estar no peito.

Não sei bem como isso funciona, mas das vezes que tive que contar ao meu eu do passado que estava ali, para que ela voltasse era assim que fazíamos. Quanto antes nós nos fundíssemos melhor. Menos estragos aconteceriam. E quando se trata de mera rotina escolar isso não é tão grave, agora, quando se está no cerne de uma guerra, era de suma importância não abusar da sorte. É incrível como as forças implícitas da natureza são capazes de identificar e tentar expulsar os intrusos. Como um organismo vivo que sabe que algo não está certo e produz anticorpos violentos e eficazes. Quanto mais tempo se passava, mais perigoso era de uma de nós morrermos.

Comecei a rir sozinha. Eu era uma idiota, egoísta, apaixonada, tímida, leal. Eu era humana. No fim eu só estava assustada, e por mais que as consequências de meus atos fossem catastróficas, acho que me desesperar não é a solução.

Acariciei a mão em que o eu do passado estivera tocando há poucos instantes.

Eu iria continuar a ser eu. Eu iria continuar lutando. Eu definharia em vida, mas manteria no olhar o fogo que é tão raro hoje em dia.

Lutaria, com garra, sem desistir, nem me curvar.

***

A luta se seguiu, e o script continuou como o original.

Harry havia morrido, ressuscitado, e a luta final havia começado. Voldemort estava no saguão principal disparando feitiços, irado tentando matar a tudo e a todos.

Contudo, como Harry tinha dado sua vida para nos salvar, ele criou ao nosso redor uma espécie de barreira. A mesma barreira que a mãe dele havia criado ao redor dele quando deu sua vida à ele. Os feitiços da vil criatura ofídica não nos atingiam.

Estava muito perto do fim, mas então, algo que não devia aconteceu.

Gina lutava contra Bellatrix, e quando a morena de risada sádica desarmou minha já exausta amiga, não foi senhora Weasley que veio em sua defesa. Foi Fred.

- Não a minha irmã! – ele rugiu se colocando na frente da ruiva.

E os dois travaram uma batalha. Não foi uma batalha como a de antes, curta e com a morte de Bellatrix. Não.

No meio da luta a senhora Weasley avançou sobre a morena e lançou-lhe um feitiço estuporante, que fez com que Bellatrix fosse parar do outro lado do salão. Machucada, mas viva.

Harry ainda lutava com Voldemort no meio do salão quando ao longe eu vi algo que claramente não deveria estar acontecendo: Cameron duelava contra um Ian sem um pedaço da perna e coberto de sangue.

Eu impulsivamente corri para ajudá-lo, e foi esse meu maior erro.

Segui os irmão pelo corredor até finalmente poder socorrer Ian quando a luta se estagnou nas escadas do terceiro andar.

- Você! – Cameron berrou ao me ver, despejando com mais fúria uma torrente de palavrões  e feitiços tão cruéis que fariam o maior dos homens cair de joelhos feito um gatinho.

Ela estava muito mais habilidosa do que me recordava, e eu não estava em minha melhor forma, contudo, tudo que me vinha à cabeça era a morte de Liza, e em como eu fiquei parada, assistindo-a morrer sem fazer nada. Eu não ia deixar que ela matasse Ian também.

- Saia daqui Hermione – Ian resmungou capenga ao meu lado, com um de seus braços ao redor do meu pescoço, apoiando seu peso em mim – isso é entre mim e ela!

- Cala a boca seu idiota! Você sequer se mantém em pé! – resmunguei.

- Como se você estivesse em melhores condições... – ela rebateu com um ar de divertimento negro.

- Cala a boca... – eu disse conjurando um instável escudo em nossa frente.

- Primeiro aquela vermezinha, e agora você quer roubar o mau irmão de mim?! ele é meu! Você vai pagar por tê-lo feito me odiar! – uma cólera tomava conta da morena, mais linda do que nunca, quase deixando seus orbes vermelhos, enquanto todo seu corpo tremia possuído pela ira insana e descontrolado.

Uma risada ao longe ecoou.

- Ora, ora, ora... – a voz aguda veio da parte de baixo da escada enquanto suas botas faziam um irritante toc-toc-toc. – Se não é a sangue ruim Granger...

Meu sangue gelou. Lembrei-me de todo o tempo que ela passou me torturando e meu primeiro instindo foi encolher os ombros, por simplesmente lembrar toda aquela dor.

Bellatrix Lestrange tinha em seus olhos um brilho doentio.

- Vamos nos divertir quando isso acabar não vamos... Vamos passar um período bem longo juntas, só eu e você... De mulher, para mulher...

- Você não vai sair dessa! – gritei tentando lançar-lhe um feitiço que ela facilmente rebateu.

Ian não ajudava em nada, estava cinza, quase sem sangue nas veias, tentando acertar a irmã, quase desfalecido em meus ombros.

- Aguente firme, por favor... – murmurei-lhe.

- A general do Potter... Vou ter o prazer de matá-la lentamente... – Bellatrix estava agora extremamente próxima de mim, nas minhas costas, enquanto Carmem parecia uma maquina mortífera à minha frente.

- Expeliarmus! – uma voz soou na base da escadaria de mármore. – primeiro minha irmã... – sua voz era baixa e perigosa, fazendo até mesmo com que Carmem desse um intervalo em seus ataques. – agora a minha namorada? – ele rugiu – só por cima do meu cadáver sua sádica nojenta!

Fred estava ali, subindo as escadas furioso. Com movimentos surpreendentemente rápidos ele conseguiu desarmar Cameron, empurrar Bellatrix fazendo com que ela quase caísse escadas abaixo e ajudar-me com o peso de Ian.

Chegamos ao topo das escadas, onde encostamos Ian em um quadro, Cameron, que já tinha recuperado sua varinha, e a Belatrix vinham furiosas nos atacando, e eventualmente acertando-me um ou outro feitiço. E a cada novo feitiço, tentava a todo custo proteger minha barriga. Tive medo agora não por Fred, mas pelo meu filho.

- Algo está te preocupando, minha querida? – Bellatrix dirigiu um olhar esguio para o braço que estava cruzado sobre minha barriga, em seguida abrindo um sorriso assustador,exibindo todos seus dentes brilhantes e grandes, como de um monstro faminto e cruel. – Vamos ter diversão para três?

Engasguei com minha saliva, e por muito pouco não entrei em estado de choque.

Ela sabia.

Um instinto feroz e animalesco surgiu fazendo com que eu revidasse de modo insano, querendo mais do que todo, matá-la.

Fred não entendeu nada, e pelo que pude notar, Cameron ficou desconfiada, perguntando-se se era sobre aquilo que estava pensando. Ian? Bem, Ian estava quase desmaiado.

- Muito romântico isso Fred... – Cameron disse parando de atacar e abrindo os braços teatralmente. – mas você não me parecia tão apaixonado por ela quando me beijou!

Bellatrix riu-se. Aquilo foi um chute no estômago. Olhei para Fred, que estava vermelho, e agora era ele quem atacava Cameron odiosamente de modo furioso e animalesco.

- É mentira! – ele gritou repentinamente.

- Fred? – murmurei, projetando agora mais escudos ao nosso redor.

Ele sacudiu a cabeça.

- É mentira, ela quer nos distrair.

Sacudi a cabeça e voltei a ataca-las.

No meio da chuva de feitiços – que cá entre nós, mais parecia que eu tinha caído no meio de uma das batalhas de star wars – uma fumaça negra e densa passou voando pelas escadarias, até bater justamente na parede acima de Ian, e transformando-se então no que pareceu ser Voldemort e Harry, em sua própria luta. Voldemort parecia estar perdendo.

Em um piscar de olhos duas fumaças negras passaram entre mim, indo até onde Voldemort estava.

Bellatrix e Cameron se colocaram na frente de Voldemort, como dois dobermanns famintos e raivosos que protegem seu mestre. Fred estava um passo atrás de mim segurando Ian – não sei quando exatamente Fred o tirou de lá.

Voldemort estava fraco, tinha entre seus dedos uma varinha que não era dele com certeza, e nem era a Varinha Mestra. E quando vi, quem detinha varinha to poderosa era Harry.

Depois disso, tudo aconteceu em menos de trinta segundos.

Harry se preparou para lançar sobre Voldemort, um último feitiço, mas Bellatrix, em um movimento rápido sacou uma adaga de suas vestes negras, e com um movimento inesperado mirou-a sobre Harry, no mesmo momento em que Voldemort pronunciava a maldição da morte.

Harry não seria capaz de bloquear os dois ao mesmo tempo.

Harry morreria por minha culpa, e o mundo cairia em trevas. Era minha culpa.

- NÃO! – Fred tentou segurar meu braço, mas antes que conseguisse manter um impulso nervoso até seus músculos eu me atirei na frente do feitiço.

Dor. Uma dor relaxante.

O flash verde queimou em meu corpo, destruindo cada célula do meu corpo. Morria em minha garganta um grunhido estertoroso  e imperceptível, comprimido e seco. dilatavam-se os músculos de minha face em contração galvânica, o sangue convulsionando passava por minha veias ardidas e um choque percorria meu corpo, deixando um rastro quase sutil.

Era engraçado morrer. Diferente de tudo que você já sentiu. Os segundos se passam de modo mais intenso, não que se passe lentamente e você veja sua vida diante seus olhos, mas tudo que você sente se amplia.

É como se você sentisse o sangue em atrito contra a parede de suas veias. Como se eu sentisse o tecido do meu pulmão se expandir para receber uma ultima inspiração. Cada grão de poeira sob minha pele que sentia o fresco vento bater contra minha pele, e os raios de sol que começavam a nascer e revelar as partículas que nadavam no ar de um modo engraçado.

Não foi algo tão impulsivo como vocês pensam. É claro que eu pensei no meu filho. É claro que eu fui fria e calculista. Eu tinha uma chance de fazer com que nem Fred, nem Harry, nem meu filho morressem.

Era um tiro no escuro, algo extremamente imprudente, mas minha única chance. Era isso, ou a vida de Harry.

Ouvi ao longe um grito enquanto minha última visão, foi a de Voldemort se contorcendo no chão, enquanto uma dor aguda aflorava em meu ventre e eu sentia a adaga de Bellatrix cravar-se em meu peito.

Eu caí e o escuro me engoliu. Talvez meu plano não desse certo e eu e meu filho morrêssemos no final, mas ao menos Harry estava vivo. Fred estava vivo. A morte não me preocupava. Afinal a morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.

Se vale a pena viver

e se a morte faz parte da vida,

então,

morrer também vale a pena...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CALMA CAMBADA... calma e aguardem pelo próximo. ^-^
Ainda hoje eu posto
Kisu Kisu
*Malfeitofeito*