Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 60
Silent Hill


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
Olá
Bom, hoje eu estou com ânimo de um macaco preso em uma caixa de sapatos, minha semana tem sido terrível.
Quinta feira eu estava com todo capítulo quase pronto, mas aí, Merlin sabe por que, eu perdi tudo que eu tinha escrito e tive que recomeçar do zero.
Ah, e hoje, teve a cereja do bolo, ontem ao invés de eu atrasar o relógio em 1 hora devido ao horário de verão, eu o adiantei. resultado: 5:50 da manhã lá estava eu no meu primeiro dia de aula. E hoje na volta para casa, uma chuva torrencial me pegou desprevenida, sem guarda-chuva, fazendo com que eu e meus livros ficássemos ensopados.
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Bom, e tenho uma péssima noticia, minhas aulas começaram hoje, e eu vou ter aula de segunda a sábado, então só poderei postar aos domingos :/
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Bom, espero que gostem do capítulo ^^



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[N/A: Sério, o que eu fiz para merecer leitoras como vocês? Recebi uma recomendação linda e fofa da Joyce Neres que me deixou com olhos marejados,
jak mione potter que me fez vomitar o arco-íris e uma da Raquel que fudeu com a porra toda... SIM, EU ANDO MEIO SENSÍVEL E EU CHOREI COM OS REVIEWS E RECOMENDAÇÕES... E pela primeira vez na história da Fic, um garoto se manifestou e deixou uma recomendação fofa, Carlos Wanderlan, o macho alfa da Fic Escolhas, seja bem vindo]

Mais dias se passaram. Temos agora quase um livro sobre maldições, feitiços e magias negras, e anoto tudo em um caderno velho que eu achei.

Grampo já está acordado, contudo, ele se recusa a tomar as poções, ele claramente não confia em nós, sendo assim sua recuperação é lenta, e ele normalmente desmaia quando tentamos falar com ele. Senhor Olivaras passa maior parte do tempo inconsciente, sendo assim, não conseguimos falar com nenhum deles. O que nos resta, é esperar.

Harry e Rony ainda não me contaram sobre o que afinal eles estavam falando na biblioteca, mas sei que estou conseguindo deixá-los com uma culpa imensa. Aqui está cada vez mais chato. Lino e Jorge foram ajudar em Hogwarts, e Fred trabalha com a ordem. Eu também trabalharia com eles se pudesse, mas sinto que estou deixando passar alguma coisa, algo está óbvio, mas eu não consigo notar.

Leio e releio aquele maldito livro ”Como fazê-los falar”. Releio as anotações de Moody e sinto como se ele estivesse tentando me dizer algo. Sempre paro e fico observando o mesmo trecho da história, o pássaro começando a agir diferentemente. Ao que tudo indica, ele tentou fazer do pássaro uma Horcrux, assim como Nagini. Pergunto-me até onde isso é possível. Que tipo se ligação se cria com o animal Horcrux? Será que ele tem consciência que ele é uma Horcrux?

É possível fazer isso com humanos?

E é ai que começa minha dor de cabeça. Eu sei que há algo importante, estampado na minha cara, mas eu simplesmente não consigo ver.

– Hermione? – ouvi a voz rouca de sono me chamar.

– Hm. – murmurei, os olhos pregados nas anotações de Moody. Céus como ele faz falta, aposto que ele saberia responder todas as minhas perguntas, com a sua mente brilhante que trabalhava como um criminoso e aquele olho biruta que parecia ler almas!

– Chega vem dormir, há noites que você não dorme.

Levantei os olhos rapidamente para o ruivo. Ele tinha sido atacado por comensais e estava todo esfolado. Ele caíra de sua vassoura e batera em telhados.

E novamente a urgência me batia, eu tinha que descobrir, estava tão perto.

– Já vou Fred. – eu disse esfregando os olhos.

Ele andou até mim e se agachou ao meu lado, virando a cadeira de frente para ele.

– Ontem você disse a mesma coisa e eu te encontrei hoje de manha dormindo sobre os livros.

– Mas Fred, você não entende, eu sinto como se... Como se essa informação pudesse acabar com tudo, dar as respostas que queremos.

– Você vai conseguir, mas para isso, precisa descansar.

– Eu não consigo, fico acordando no meio da noite, pensando. É algo óbvio, que eu não consigo ver. – esfreguei as têmporas frustrada.

Fred se inclinou em minha direção e encostou os lábios nos meus rapidamente.

– Por favor... - ele manhou – vem dormir, vem. Não agüento mais aquela cama gigante só pra mim. - ele revirou os olhos.

Eu sorri. Às vezes me pergunto o que ele está fazendo comigo. Ele é tão perfeito, e eu são tão comum.

– Mais meia hora? – pechinchei esperançosa.

– Nem meio segundo! – ele disse se levantando bruscamente e passando os braços por debaixo das minhas pernas e segurando meu tronco, suspendendo-me no ar, como se eu fosse um bebe que não pesasse mais do que uma mera Goles.

– Fred...

Eu desisti de argumentar, assim que o calor dele me acolheu, senti o cansaço de semanas vir a tona. Tenho tomado a Pedra Boa Noite Cinderela adoidada, bem mais do que é saudável, e mesmo assim, ando exausta, quase em estafa.

Mas isso não me incomoda, permaneço firme e forte, minha saúde física impecável.

Bem, quase impecável, ainda estou meio manca,e assustada com tudo. Principalmente com o escuro. Céus ando com verdadeiro pavor do escuro.

– Amanhã ficarei aqui contigo. – Fred disse andando pelo corredor escuro e frio, quase tenebroso. Sua postura impecável e seus passos silenciosos como os de um felino.

– Não, você tem que ajudar na Ordem, estamos no meio de uma guerra e... – eu tentei argumentar aos cochichos.

– A guerra não me importa, você sim. – ele disse abrindo a porta do nosso quarto com as costas.

Ele adentrou o quarto com as luzes apagadas e se dirigiu para a cama com lençóis já bagunçados; colocou-me na cama e me beijou calmamente.

– Agora durma. – ele disse

– Eu vou acordar daqui a meia hora, e vou passar o resto da noite com insônia, pensando e pensando, no que diabos estou deixando escapar. – eu dei de ombros frustrada.

– Não vai não, por que eu não vou deixar. – Fred disse convicto, como se ele fosse um Deus do sono que pudesse controlar esse tipo de coisa.

Ficamos ali em silencio, e quando dei por mim, estava completamente embriagada de sono, no limite da consciência, com aqueles olhos escuros presos ao meu rosto. A janela estava aberta e deixava entrar um vento gelado que tremulava a cortina e deixava a mostra vislumbres daquela noite magnífica.

Quando eu teria paz novamente? Quando eu deixaria de ter medo?

A resposta foi imediata, minha perna deu uma fisgada, como se estivesse me dizendo “não tão cedo”

Ele cantarolava uma música infantil que minha mãe cantava para mim quando eu era pequena.

London Bridge is broken down,
Falling down, falling down.
London Bridge is falling down,
My fair lady.

Minha cabeça começou a divagar pela minha infância trouxa. As minhas tardes perfeitas, minha família feliz. Tudo fácil.

E agora, meus pais estão na Austrália, do outro lado do mundo, sem sequer saberem da minha existência. Eu perdi tudo.

Eu apenas tenho Fred.

Senti um leve afagar em meu rosto, e só então me dei em conta que meus olhos haviam se fechado. A melodia continuava a ressoar no murmúrio calmo e vagaroso de Fred.

Suspirei, cansada.

Senti os braços dele se fecharem ao meu redor, enquanto eu colocava de lado os pensamentos que latejavam em minha cabeça.

Adormeci.

Um sono profundo, cheio de pesadelos e inquietações.

“Tudo vai dar certo”

Um homem estava na minha frente, mas eu sabia que não era qualquer homem. Afinal, o que ele era? Era um rapaz com dois rostos na cabeça, cabelo preto e uma pele alva como leite, era alto e usava roupas brancas. Um de seus rostos era amável, virado para frente era o que me alertava sobre o que estava por vir, e tranquilizadoramente me dizia que tudo daria certo.

Mas afinal o que estava por vir?

“Já escolheu quem vai matar?”

O rosto de trás falou pela primeira vez. Ambos rostos eram iguais, mas eram tão diferentes. O da frente era amável, simpático e acolhedor. Já o trás era perverso,e tinha um ar debochado. Quase cruel. O homem estava de lado, de modo que eu visse os seus dois rostos, e em frente a cada rosto, havia um porta.

“Então Hermione? Escolheu?”

Ambos disseram juntos.

E então aquela imagem perturbadora, que eu sempre via quando estava delirando na mansão Malfoy surgiu nebulosa.

Fred no chão, sangrando, morto.

***

CREC.

O som inconfundível irrompeu vindo da sala, provavelmente Lino ou Jorge. Quem sabe Fred tenha esquecido algo? Talvez, não me importa.

Minha noite tinha sido horrível, eu acordara assustada inúmeras vezes, quase chorando. Mas Fred conseguira me acalmar e me fazer dormir. bom digamos que comparando as noites dessa última semana, essa foi sem dúvida a que eu mais dormi. Mais ou menos umas quatro horas.

Fred passou a manhã comigo, mas Jorge e Lino vieram bucá-lo, parece que houve uma movimentação estranha no ministério, então ele teve que sair. Ele me disse que sentia muito, mas depois de checar os assuntos da ordem teria que passar o resto do dia na loja e não teria como ficar comigo.

Não me importei muito. Eu prefiro que ele se movimente livremente ao invés de ter que ficar de babá de uma pirralha assustada.

O dia não estava bonito, em breve choveria. O inverno estava horrível para falar a verdade. Sempre esse entediante mar, esse vento ríspido que machuca a pela, essas nuvens ameaçadoras e esse céu que deixa tudo inquieto.

Ou talvez nada estivesse horrível, era apenas todo o horror da minha vida interferindo na minha visão de mundo.

– Olá? – a voz de Jorge chegou aos meus ouvidos - preciso de ajuda... - ele disse. Mas sua voz não parecia de alguém que estivesse em apuros.

Mesmo assim, fechei o livro que estava lendo, levantei-me da cama e começei a andar, sem pressa alguma, até a sala.

– Já disse que estou bem - uma segunda voz rouca e baixa murmurou.

Em um solavanco, achei que minha mente estivesse me pregando peças, afinal aquela voz não era uma voz comum ali naquela casa. Corri até a sala, e assim que cheguei descobri que felizmente eu não estava louca, e o dono daquela voz realmente estava li presente, mesmo que não estivesse nas melhores condições.

Ian estava encharcado, no meio da sala, com um corte no braço, tremendo com os lábios roxos.

– Olha só quem eu achei. – o ruivo que havia ao seu lado dizia amparando-o para que o moreno não despencasse. – estava brigando com comensais no beco diagonal, quase foi morto, mas por sorte eu e Lino estávamos passando por perto e conseguimos tirá-lo de lá. – Jorge disse colocando o moreno no sofá.

– O que você estava fazendo lá, Ian? – eu disse imediatamente conjurando feitiços, e um a um, fechando seus machucados.

Ver ele machucado fez com que eu esquecesse todo meu pessimismo por um momento, e eu concentrei cada fibra do meu corpo na tarefa de melhorar o estado do moreno.

era bom. concentrar-me naquilo, e esquecer os assombrações que perambulam por minha mente insone.

– Eu estava procurando pela minha irmã. – ele disse em um murmúrio.

Eu senti meu maxilar trincar. Cameron. Algo me dizia que quando Ian o encontrasse, o que aconteceria não seria uma amigável tarde entre irmãos. Algo me dizia que em breve, um dos gêmeos Feline seria morto de uma forma horrível. Eu só espero que esse gêmeo não seja o Ian.

– Bom, Hermione cuide dele, eu tenho que voltar para a loja, eu não tenho certeza se alguém nos viu lá, em todo caso, é melhor eu ir ficar com Fred e Lino na loja. – ele disse colocando a mão em meu ombro e apertando-o levemente, com sua franja ruiva molhada colada ao seu rosto. – está tendo um dilúvio em Londres sabe, uma chuva realmente horrível. Eu to molhadinho.

E dito essas palavras ele girou nos calcanhares e sumiu, deixando-me sozinha com Ian, ambos revirando os olhos com seu comentário desnecessário.

Harry e os demais estavam lá fora, fazendo alguma coisa, aproveitando enquanto a tempestade não chegava. acho que tinham aproveitado o tempo nublado para ir nas dunas, surfar na areia.

Começamos a conversar, evitando sempre o assunto Liza. Eu imagino o quão doloroso deve ser para ele.

– Mas me diga, como você conseguiu sair da mansão? – ele disse agora já seco e com os machucados fechados enquanto comia um sanduiche que eu havia lhe feito.

Pensei em enrolar, contar o básico, mas então eu me dei em conta que precisava conversar com alguém. Pela primeira vez na minha vida, meus pensamentos estavam confusos e a minha lógica estava afetada. Tentei conversar sobre isso com Fred, mas ele simplesmente não me entendia.

Ian parecia ser o amigo perfeito para essa situação. Apesar de calado e com esse jeito de desligado, ele era uma das pessoas mais inteligentes que eu já conhecera.

Contei-lhe tudo, Horcruxes, segredos, feitiços horrendos, meus delírios na mansão, meu recente pavor de escuro, tudo. Ele apenas me olhava, em silencio, absorvendo cada palavra, vez ou outra murmurava um rápido ‘hm’.

– O que eles poderiam estar escondendo, eu não sei, mas tenho certeza que eles só querem o seu bem – ele disse assim que eu finalmente parei de falar, referindo-se ao fato de harry e rony estarem ocultando algo de mim. – mas Hermione, não te parece exagerada a reação da Lestrange?

Pisquei longamente. Eu estava tão absorta no que Harry e Rony estavam escondendo, que nem prestei muita atenção às demais coisas. Mas agora que ele tinha falado, meu cérebro começava a funcionar, e eu tinha flashes e lapsos de percepção. Era como se meu cérebro estivesse acordando depois de um longo sono e preguçosamente começasse a trabalhar.

– Foi exagerada. – eu disse sem ter muita certeza, ainda processando aquilo.

– Sim, quando ela achou que vocês tinham entrado no cofre, ela simplesmente perdeu o controle, ela ficava perguntando o que mais vocês tinham pego. Ela mencionou o que poderia ser?

Forcei minha memória. Eu estava tendo muitos delírios na ocasião, e a dor estava insuportável, então não me lembro realmente da ‘conversa’ que tivemos. Os detalhes me escapam.

– Eu não sei, mas não era só isso... – eu forcei minha memória e acabei por fazer uma careta de confusão – ela estava com medo. Ela não se importou pelo fato de termos a espada que seria capaz de matar as Horcruxes. Era como se houvesse algo ainda mais importante naquele cofre.

– Algo que definitivamente vocês terão que conseguir pegar. – ele disse por fim.

Suspirei aliviada por finalmente chegar em alguma resposta. por mais que a resposta fosse extremamente perigosa e arriscada, eu ao menos sabia que meu cérebro funcionava e era uma questão de tempo até que eu descobrisse a coisa que tanto me incomoda.

Continuei conversando com ele, contando-lhe as histórias, e os outros assuntos que me perturbavam. Foi como se com ele,eu finalmente conseguisse pensar com clareza novamente.

***

– Então, vão me dizer logo o que vocês estão escondendo? – eu disse ainda virada para a porta que tinha acabado de fechar.

Depois de conversar com Ian, eu correra até os dois e os chamara para um conversinha. Neste momento eu estava com ambos na biblioteca escura e fria, querendo saber exatamente que palhaçada era essa que estava acontecendo.

Atrás de mim, ambos os garotos se engasgaram. A sala estava escura, fazendo com que a penumbra densa a deixasse com aspecto ainda mais frio e gélido. Esse inverno estava sendo realmente rígido.

– Do que você está falando? – Rony disse fazendo-se de desentendido, contudo, no fundo de sua voz, eu pude sentir o nervosismo.

– Ora Rony... Chega. – eu disse andando até os dois.

Conjurei o Lumus e indiquei a ponta luminescente da varinha para o rosto dos garotos.

– Seguinte, eu descobri algumas coisas importantes sobre Horcruxes, e a menos que vocês parem com essa palhaçada de esconder coisas de mim eu não vou mais dividir informações com vocês. – eu disse séria, sabendo que sem mim, eles não iriam muito longe.

– Mas... – Harry tentou.

– Mas nada Harry – interrompi-o – eu não sou tão frágil quanto vocês pensam! – comecei a me irritar seriamente e balançar minha varinha ameaçadoramente. Surtiria mais efeito se ela fosse uma faca, mas de qualquer jeito.

– Ok! – Rony disse dando um passo para trás – Mas primeiro abaixe essa coisa.

– Não é que eu te ache frágil, mas pode ser um pouco perturbador. – Harry disse se explicando.

– Olha para a minha cara, e veja se eu estou ligando. Vamos, comece a falar. – disse ríspida.

Com um suspiro pesaroso Harry passou os dedos entre os cabelos terrivelmente rebeldes.

– Lembra aquela noite, que eu tive um pesadelo? – ele disse vagorosamente relutante.

– Sim, a noite que mais parecia que você ia ter um filho... Sei. – respondi já sem paciência.

– Então, nessa noite eu entrei na mente... Dele. – ele disse baixinho – e naquela noite, foi estranho, por que eu não conseguia sair. E ele estava falando... Sobre você.

– Sobre mim? – eu disse espantada. Como assim, por que ele falaria sobre mim? Será que ele estava dando especificações sobre como eu deveria ser morta? Do modo mais doloroso possível.

Realmente, desfiá-lo cantando músicas para ele e chamando-o pelo primeiro nome, agora não me parece tão boa idéia.

– Sim, ele disse que não era para, em hipótese alguma, te matar. – ele disse contorcendo os dedos. – disse que você valia mais viva.

Para o mundo que eu quero descer. Voldemort me queria viva? Onde está o sentido disso tudo? Será que ele queria me torturar pessoalmente? Hum... Eu e essa mania de conquistar inimigos horríveis e poderosos.

– Só que, bem, ele meio que sabe sobre o Fred. – Harry complementou em um murmúrio baixo.

Pronto. Foi como se quebrassem minhas pernas, me dessem um soco no estômago, uma cotovelada nos rins e arrancassem meus cabelos com ácido, tudo ao mesmo tempo.

– Como assim? – eu disse mantendo a calma, e não demonstrando o quão abalada eu tinha ficado.

– Bem, quando você estava delirando, você não parava de falar nele. Então, bem, agora estão vigiando o Fred. – foi Rony quem disse.

– Então por que ele ainda está vivo? – eu disse com um nó na garganta.

– Bem, não sei. – Harry disse dando de ombros.

– E vocês esconderam isso de mim? O que vocês têm na cabeça?

Revoltada e com muita vontade de transformar ambos em lagartixas, saí da sala, batendo porta , passando reto pela sala e ignorando os olhares confusos.

Sai daquela casa, e marchei pela areia, até sentir aquela brisa salgada bagunçar meus cabelos e acalmar minha raiva.

Sentei-me na areia, de frente para o mar, e fiquei em silêncio, apenas ouvindo o barulho das ondas serem abafado pelos meus pensamentos inquietantes e confusos.

– Oi. – novamente aquela voz rouca chegou até mim.

– Oi. – respondi sem muita vontade de conversar.

Ian sentou-se ao meu lado, também admirando o quebrar das ondas. O vento estava ainda pior e em breve uma terrível tempestade iria nos alcançar. O mar estava revolto e nada convidativo, a areia movia-se ao meu redor, dançando estranhamente e machucando minha pele. Era como eu me sentia por dentro, como se uma tempestade fosse chegar a qualquer momento. Na verdade, eu chegava a estar enjoada, com vontade de vomitar e atirar em alguém.

Do nada, resolvi contar-lhe o que havia acontecido. Fiquei ali, uns bons 15 minutos apenas falando, indignada, furiosa com Harry e Rony, furiosa com todos os comensais, furiosa com Voldemort, furiosa com Dumbledore por ser tão misterioso, furiosa com Moody por ter morrido e não estar aqui para ajudar.

Resumindo: eu estava furiosa.

– Eles só estavam tentando te proteger. – Ian tentou argumentar.

Bufei em frustração.

– A tempestade vai ser feia, melhor entrarmos. – ele disse fazendo menção em se levantar.

Segurei seu braço, impedindo que ele se levantasse.

– Vamos ficar só mais um pouco. – pedi.

E ali ficamos, boiando, olhando o mar, sentindo o vento cortante bagunçar meus cabelos e castigar minha pela. Estava realmente frio.

– Hermione? – outra voz chegou até nós.

– Ah, oi Fred. – foi Ian quem o reconheceu.

Imediatamente levantei-me, com um sorriso no rosto, sentindo tudo ao redor perder importância. Ao menos ele estava bem.

Infelizmente, assim que tentei me aproximar dele, ele recuou, com um ar nada satisfeito.

– O que houve? – eu disse sentindo meu sorriso diminuir.

– O que vocês estavam fazendo aqui? – ele disse completamente enciumado.

Tive vontade de rir. Sério? Ele realmente ia fazer esse papel?

[N/A: DESIRÉE VAI SE FUDER, TO TENTANDO ESCREVER E ELA FICA ATRAS DE MIM LENDO, RINDO E INTERPRETANDO OS PAPEIS, SE O CAP FICAR UMA BOSTA A CULPA É DELA!]

– Sexo, Fred, sexo. – eu disse tentando abraçá-lo novamente.

Ian deu uma fraca risada atrás de mim, e mesmo com o ruivo se esquivando consegui abraçá-lo.

Eu vi que ele ainda estava incomodado, então lhe roubei um selinho.

– É que eu discuti com Harry e com Rony, e eu estava com muita vontade de destruir a casa inteira, então para me acalmar eu vim aqui fora.

– E como está prestes a cair uma tempestade eu vim buscá-la para entrarmos. – Ian murmurou.

Ele passou o braço ao meu redor.

– O que eles fizeram dessa vez? – ele perguntou calmamente.

Pronto. E lá estava eu, sem saber o que dizer, nervosa, tremendo. Eu sabia que tinha que lhe contar a verdade, mas quem disse que eu estava com coragem para isso.

Meu corpo estava travado e minha língua se recusava a se mexer. Eu não conseguiria dizer-lhe.

– Hã, depois eu te digo. – eu disse dando de ombros – depois conversamos com calma.

Ele deu de ombros e abriu um sorriso. E eu fiquei ali, admirando-o, observando como o seu sorriso era lindo.

– Bom, eu vou lá dentro, dizer que você chegou. – Ian disse abruptamente, dando as costas e indo em direção à casa iluminada.

Contudo, sua voz, tinha uma amargura incomensurável, uma tristeza profunda, e só então me dei em conta do quão difícil devia estar sendo para ele.

Tinha uma época, em que ambos ficávamos parados observando Liza e Fred.

Ian tinha se escorado ao meu lado de braços cruzados e olhava Liza da mesma maneira boba em que eu olhava Fred.

– Sim. – eu disse voltando a observar o ruivo que agora esganava Liza de brincadeira por ela tê-lo matado. – às vezes fico imaginando, o que eu faria sem ele.

– Ficar sem ela, para mim, não é uma opção. – ele disse inclinando sua cabeça de modo que pudesse me olhar.


Suspirei tristemente, se ao menos eu pudesse amenizar seu sofrimento.

– O que houve? – Fred murmurou ao meu lado.

– Eu me preocupo com Ian. – eu disse triste – se ele conseguir sua vingança me pergunto o que ele fará depois. Liza era tudo para ele. – eu disse abraçando Fred o mais forte que eu consegui.

– Ele vai ficar bem. – ele tentou me reconfortar, contudo sua voz o traia.

– Me prometa que você vai ficar bem. – eu disse levantando o rosto para poder olhar nos olhos amêndoa-esverdeados.

– Como assim? – ele disse com um tom assustado.

Não sei como explicar, mas desde que eu fui torturada, eu estava fraca. Hoje eu senti a velha Hermione começar a se recuperar, mas a simples idéia de perder Fred me enlouqueça. Era como se a única coisa que me ligasse a realidade e a sanidade fosse ele.

– Eu não suportaria ficar sem você. – eu murmurei.

– Hey – ele disse pegando meu rosto em suas mãos. O manto estrelado estava denso e gelado sobre nós e suas mãos quentes em minha pele eram extremamente confortáveis – vou estar aqui sempre.

Concordei com um aceno de cabeça.

– E você, por favor, nunca mais me assuste sendo seqüestrada por Você-sabe-Quem. Acho que eu me mato se alguma coisa acontecer com você. – ele disse com um tom de brincadeira, mas eu sabia que ele falava sério em cada palavra dita.

E como se eu fizesse parte de um filme, um chuva torrencial começou a cair, brutalmente quase cortava minha pele com o vento brusco que soprava, um raio caiu no horrizonte ameaçadoramente, enquanto a areia molhada se revoltava, e tudo naquela praia parecia querer me machucar. Mas quem se importa? Eu estava beijando Fred Weasley. O resto é resto.

***

Voltei a falar com os garotos. Voltei a dormir de noite. Voltei a ser a velha Hermione.

Contudo tenho que admitir, continuo com o tal medo de escuro. Bem, quando tem mais pessoas comigo, eu apenas fica nervosa, mas ficar sozinha no escuro, algo que antes eu amava fazer, agora é insuportável, sinto uma agonia em meu peito e tenho vontade de chorar.

Mas felizmente, eu quase nunca fico sozinha no escuro, normalmente, Fred está lá.

Quanto a Fred? Eu lhe contei sobre as visões de Voldemort e ele prometeu tomar cuidado. Segundo ele, há dois comensais que passaram a monitorar a loja, mas é apenas isso. Apenas ficam lá, o observando enquanto ele organiza as prateleiras. Por precaução ele sempre está junto de Lino e Jorge.

Ele finalmente parou com os ciúmes ridículos que ele tem de Ian.

Ian.

É tão triste vê-lo assim. Ele está destruído. Outro dia, levantei-me para pegar um copo de água na cozinha no meio da noite, e o encontrei sentado na janela, murmurando alguma coisa, falando sozinho, enquanto chorava baixinho.

Ele estava falando com ela.

Ele ainda está obcecado com a vingança, e para ser sincera, até o tenho ajudo com ela.

Quatro dias se passaram desde que a tempestade finalmente terminou. E foi naquela tarde gélida de sol que Fleur veio até nós com um tom de urgência na voz.

– Ele acordou. – ela disse séria.

Olivaras tinha finalmente acordado.

– Ótimo. – Harry disse com um aceno de cabeça.

***

Alguns dias depois:

Bem, começo este relato com uma feliz informação: tudo voltou ao normal.

O trio está de volta. A Hermione nerd e durona está de volta – mesmo que o pavor de ficar sozinha no escuro permaneça. Nossa vida de segredos e martírio está de volta.

Naquela tarde conversamos com Grampo e Olivaras. O duende, após uma conversa estranha disse que nos ajudaria em troca da espada.

Hey Hermione, ajudaria no que?

Ah, como sou apressada, esqueci de mencionar, precisamos invadir Gringots, o banco dos bruxos.

Como sempre, tarefa básica.

Onde parei? Ah sim: o duende quer em troca o nosso meio de destruir as Horcruxes. Porque precisamos nos enfiar lá? Segundo nossas conclusões há uma Horcrux no cofre dos Lestrange.

Bom, já com Olivaras a conversa foi mais longa. Identificamos as varinhas eu tínhamos pego na mansão, descobrimos que a varinha de Harry não pode ser consertada, ele nos deu uma rápida aula sobre a ‘lealdade das varinhas’, e então, conseqüentemente, passamos a falar dela. Da varinha das varinhas.

Sinto informar que acabamos nossa visita com ele nos dizendo que se Voldemort realmente possuía a varinha das varinhas, então nós estavam nos metendo em uma missão suicida.

Ou algo parecido.

Depois disso arquitetamos nosso plano. Ontem eu vim buscar poção Polisuco que eu tinha estocado na casa-biblioteca, mas bem, digamos que Fred veio comigo, então acabamos por passar a noite aqui.

Nesse momento eu estou deitada, ignorando meu nervosismo em relação ao escuro e ao frio sombrio que faz do lado de fora, observando as paredes azuis do meu quarto e sentindo o cheiro de almíscar misturado com maça verde do cabelo de Fred.

– Vocês vão sozinhos não é? – a voz dele repentinamente ecoou pelo quarto e eu me assustei.

– Sim. – eu disse sem esconder nada.

– E vocês não planejam voltar para a casa das conchas não é? – ele disse com os olhos fechados.

É impressionante como Fred percebe tudo á sua volta.

– Não. Na verdade, não sei nem se sairemos vivos de Gringots. – eu disse escondendo meu rosto em seu peito nu.

– Não diga isso, por favor, você tem que sair via de lá. – ele disse estreitando os braços ao eu redor. – promete?

Engoli em seco. Ali estava uma promessa que eu não teria condições de cumprir. Eu tentaria sair viva, mas as chances de eu ser morte eram muito grandes.

– Vou tentar. – eu disse me enroscando ainda mais contra sua pele.

Ele aproximou seus lábios dos meus e por instantes tudo parou, e nada mais importava, apenas eu e ele.

Ele não era do tipo de namorado, que fazia declarações em público, vivia dando provas do seu amor ou coisas do tipo, normalmente, ele chegava a ser tímido. Mas quando eu estava sozinha com ele, ele fazia questão de deixar bem claro o quão importante eu era. Para ser sincera? Essa era a coisa que eu mais amava nele.

Antes de sermos namorados, éramos amigos. Não precisávamos de beijos e coisas do gênero para demonstrar afeição, um simples jogo de luta nos rendia uma tarde e tanto, de risadas e diversão. Acho que era por isso que ele era tão perfeito para mim.

E então, inconvenientemente, aquela voz que nem ao menos era real chegou até mim.

“Já escolheu quem vai matar?”

Empurrei-a para longe. Eu não tinha tempo para me preocupar com isso agora. Trelawney é uma louca, eu não teria que matar ninguém, essa profecia, não era real.

Por mais alguns mitos refleti e repassei a tarefa na minha cabeça. Era provável que eu ficasse algum tempo longe do Fred.

– Fred? – chamei-o.

– Hm? – ele murmurou sonolento.

– Quer jogar Silent Hill? – eu disse me lembrando dos meus velhos jogos de Playstation.

– Agora? – ele balbuciou com os olhos pesados.

– Por favor, eu tenho medo de jogar sozinha. – isso era verdade, lembro-me que quando eu queria jogar, e nem Harry nem Rony estavam lá em casa, eu fazia minha mãe ficar sentada comigo ao sofá, assistindo eu jogar enquanto comentava o quão terrível era o jogo. Eventualmente ela também passou a jogar.

Ele deu de ombros e se espreguiçou.

– Tudo bem. – ele disse dando um pulo e saindo da cama.

Sorri e me levantei também.

Ele colocou uma boxer preta, uma calça de moletom e uma camiseta de manga cumprida verde escura. Ele ficava muito bem de verde escuro, deixam seus fios ruivos ainda mais vividos e realçavam os seus olhos esverdeados.

Quanto a mim, bem, digamos que apenas coloquei uma calçinha preta de algodão enquanto Fred insistia em colocar a minha roupa.

Bem, ele escolheu uma camiseta dele preta com gola em V que batia na metade das minhas coxas e apenas isso.

Ele deslizou o tecido pelo meu corpo, distribuindo beijos pelo meu pescoço, o que foi estranho... Normalmente ele tirava minha roupa, não a colocava.

E feito isso apostamos uma corrida até a sala.

Eu ganhei.

Como eu não estava usando calças ou coisa do tipo, ligamos a lareira – ao método trouxa, algo que levou um bom tempo – e logo a sala estava aquecida.

Conectamos tudo, e jogamos até entrar a madrugada, eram quase 04:00 da manhã quando paramos de jogar.

Basicamente por que eu berrei em seu ouvido em uma parte tensa do jogo, ele que estava concentrado para não morrer, levou um puta susto e acabou sendo morto por um zoombie. Resultado: ele correndo atrás de mim dizendo que ia se vingar.

Ele me alcançou por fim e me fez cócegas. Quase uma tortura.

Finalmente o sono nos nocauteou.

Tomamos as pedras vermelhas, e caímos no sono ali mesmo, no tapete felpudo da sala, de frente à lareira, usando a colcha da sala como cobertor e nos mantendo aquecidos, um com o calor do outro, enquanto eu me sentia extremamente bem.

– Boa noite Analista. – ele disse em meio a um bocejo, com seu rosto espalmado contra a almofada enquanto seus cabelos caiam desgrenhados pelo seu rosto que carregava uma expressão de paz e felicidade.

– Boa noite Físico. - eu sorri enquanto me enrolava mais ainda em seus braços.



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Notas finais do capítulo

Pois bem,acho que por hoje é isso ^^
Bom para a Raquel Linda, e se mais alguém quiser falar comigo no msn - apesar de que eu NUNCA entre - pode me add: rafa.m.klein@hotmail.com
*Malfeitofeito*