Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 49
~Sinestesia~


Notas iniciais do capítulo

Jurosolenementequenãovoufazernadadebom**
Chicas e Chicos...
como o capítulo é narrado pela Luna, eu fiz uma coisa mais Lírica.. beeeem viajandona sz'
.
Enjoy



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QUARENTA E NOVE:


Pov’s Luna


SETE DIAS ANTES (19 de dezembro):


Nunca achei que ficaria tão feliz por chegar em casa.

Nunca achei que chegaria a odiar minha escola.

Nunca pensei que namoraria um Malfoy.


– Luna, amor, vá buscar néctar, quero fazer um chá para nós. – meu pai gritou da cozinha.


Eu suspirei longamente e encarei mais uma vez a carta em minha frente, que havia chegada para mim enquanto eu tomava meu café da manhã em Hogwarts. Carta essa que me fez simular uma gripe e permitiu que eu saísse para o feriado dois dias antes.

Estava em casa desde o dia 17 de dezembro, contando os milésimos de segundo para poder tê-lo comigo.


Luna Minha;

Espero que você e seu pai estejam bem, estou morto de saudades.

Ando pensando se não será possível que eu vá te visitar no próximo dia 19.

As coisas por aqui andam cada vez piores, estou farto desses comensais inúteis na minha casa e tudo que eu mais quero é poder fugir de toda essa bagunça que virou a minha vida.

Ontem Hermione me mandou uma mensagem, para que eu a encontrasse daqui a dez dias em uma floresta que ela passou as férias com a família. Bom, já arrumei minhas malas, mais nove dias e eu saio de casa.

Vou simular uma briga com meus pais, assim acho que Voldemort não vai se dar ao trabalho de descontar sua raiva neles. Sou inclusive capaz de dizer que minha tia Bella me incentivou a fugir, só para ver se o ‘coisa ruim’ acaba com ela!

Já disse que estou morto de saudades de você?

Bem, eu estou morto de saudades de você.

No dia 19, me espere às 2:00 da madrugada, eu aparecerei na sua janela. se você não conseguir ir para casa dia 19, então dia 20 eu estarei nesse mesmo horário lá.

Estou contando os segundos para estar com você.

Com amor

D.M.


Suspirei longamente e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo. A noite já caia e eu sentia aquele engraçado frio na barriga.

– Luna! O néctar, antes que escureça! – meu pai voltou a berrar.

– Certo. – eu cantarolei. – em um instante.

Atravessei meu quarto sorrindo e com um aceno de varinha liguei a minha grande vitrola enfeitiçada, que começou a tocar uma excelente seleção de músicas trouxas.

Desde Vivaldi, até AC/DC.

Atravessei o jardim como se flutuasse sobre a grama, observando cada detalhe daquele lugar.

As folhas que se moviam engraçadamente sob o vento gelado do inverno, que pintava aquele cenário estridente com tons frios e gélidos, e deixando ao fundo, alguns raios de sol que enfraqueciam, mas ainda assim permitiam que a pele se aconchegasse em sua cor quente.

Assim que acabei de recolher o alaranjado e suave néctar da flor ‘brinco-de-princesa’ e entregue a meu pai, informei-lhe que iria assistir a lua se levantar.

Atravessei o campo, e entranhei-me no bosque, apreciando o crepúsculo e andando aleatoriamente, com meus pés na terra úmida, com cheiro amaciado e deixando minha mente vagar pelas sensações que me cercavam.

O odor agridoce das flores que chegavam até mim, era trazido pelo vento, com o úmido e denso aroma que fustigava meu rosto descoberto.

E ainda assim, era tão único e singular que os açoites do vento granulado com um pouco de neve acabava por aveludar-me a pele, e tornar o vento áspero e a luminosidade perfumada como uma doce melodia rósea, que se assemelhava ao toque de uma pétala de rosa.

Sinestesia. Tudo ao meu redor se misturava, formando uma sinfonia sólida e gélida como o bronze, mas veludosa e macia com um sabor prateado com bordas e detalhes dourados.

Era uma sinfonia tão palpável, que a cada toque do vento, eu deixava que ele me guiasse, conduzindo um leve movimento de braços e passos leves e pneumáticos, que se fundiam à orquestra, e eu me envolvia ali, dançando, misturando-me com a sinfonia.

Era como se eu pudesse tocar todos os substantivos abstratos que me cercavam. Eu podia vê-los.

Um ruído de galho se partindo roçou em meus ouvidos, e a sinfonia colorida quase foi quebrada.

Mas logo em seguida a mais bela das vozes acariciou o ego da minha melodia, deixando-a ainda mais aveludada e homogênea.

– Se eu fosse um comensal, você estaria bem encrencada. – o meu loiro murmurou enquanto estava majestosamente encostado sobre um velho tronco seco do que um dia fora uma bela Jabuticabeira.

– Draco! – eu sorri parando de dançar.

Corri alegremente até o loiro de cabelos impecavelmente alinhados, e com seu terno meticulosamente arrumado.

Ele colocou seus braços quentes ao meu redor. E aquele seu abraço, entrava em conflito com sua aparência gélida e distante. Sua aparência de Malfoy.

Tratei de harmonizá-lo com a sinfonia que nos envolvia e baguncei completamente seus cabelos.

– O que está fazendo? – ele se inclinou em minha direção e beijou-me.

– Você fica muito mais lindo bagunçado.

– Fico é? – ele abriu seu genuíno e macio sorriso.

E ainda sorrindo ele tomou meu rosto entre suas mãos, beijando tímida e ousadamente, enquanto um gélido calor subia pelo meu corpo. Era como se através de nossas famintas línguas trocassem uma carga elétrica que percorria meu corpo, deixando uma engraçada sensação pelo meu corpo.

Nos separamos e ele colocou seu braço ao meu redor. A neve gélida e prateada caia agora com mais intensidade, e a minha doce melodia começava a atrapalhar-se com o frio azulado.

– Eu achei que só viria mais tarde. – eu disse enlaçando sua cintura e começando a caminhar pelo bosque, ruma a minha casa.

– Não consegui me agüentar de saudades. – ele se encurvou sobre mim, apoiando seu peso em minhas costas e beijando minha bochecha. – e que história é essa de matar aula hein?

– Ah... Nem sei se ainda dá para chamar aquilo de escola. – eu disse me lembrando das ultimas semanas de aula, isso é, tortura. – mas eu, Ginny e Neville abrimos uma nova temporada de recrutamento para a A.D.

– A Armada? – ele disse sorrindo, eu havia lhe contado tudo sobre a primeira Geração da Armada de Dumbledore.

– Estamos recrutando tanta gente, tem gente até da Sonserina! – eu disse empolgada.

– Estou orgulhoso de você. – Draco murmurou voltando a me beijar.

Chegamos a minha casa, e logo após driblarmos meu pai, levei Draco para meu quarto, como uma criança que esconde um cachorro dos pais.

Tranquei a porta e deixei o calor alaranjado do meu quarto me acolher.

Minha vitrola ainda tocava e agora começava a tocar ‘Relicário’ da Cássia Eller com o Nando Reis.


Ele estava completamente descontraído, com seus cabelos bagunçados, fitando os detalhes do meu quarto. Passeando com olhos pela minha parede cor vinho, pela minha colcha com detalhes de crochê, pelo urso de retalhos que eu tinha obre a minha cama, a minha mesa também vermelho escura, repleta com as minhas maluquices.

Draco sorriu completamente sem jeito e eu me sentei ao seu lado.

Era impressão minha ou o meu mundo estava completamente de cabeça para baixo? Era impressão ou minha realidade era agora esse meu mundo surreal, quase imaginário?


O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou


Mas então, aqueles olhos cinza-azulados encontraram-se com os meus, e eu senti aquela velha sinestesia se formar ao meu redor, intensa e inebriante.

Tirei meus sapatos e desajeitadamente me joguei sobre a cama, deitando-me e puxando o loiro para mim. Ele desajeitadamente caiu sobre mim e começamos a rir enquantotodo meu mundo se concentrava no rapaz em minha frente.

Aquele não era o Draco Malfoy matador que eu conhecera um dia. Era apenas o Draco. Completamente desarmado, sem terno, com cabelo desarrumado e meias pretas.

Corre a lua porque longe vai?

Sobe o dia tão vertical

O horizonte anuncia com o seu vitral

Que eu trocaria a eternidade por esta noite


E no meio de um sorriso radiante e veludoso, nossos lábios se encontraram novamente, enquanto eu sentia suas mãos passearem pela minha cintura um tanto quanto sem jeito.

E antes que eu pudesse prestar atenção no que minhas mãos faziam, eu havia tirado a sua blusa meticulosamente passada e agora brincava com sua pele alva.

Ele colocou os dedos sobre os botões do meu vestido, encanto acariciava meu cabelos.

E foi quando meu vestido havia desaparecido, ele agora brincava com o fecho do sutiã, que senti o loiro congelar.

– Melhor pararmos. – ele disse se sentando e encarando a janela.

Sorri lentamente e voltei a puxá-lo para que se deitasse. Inalei profundamente seu róseo perfume enquanto sentia sua macia pele pressionar-se contra a minha, e senti a carícia de seu sabor cromático contra minha boca, enquanto sentia sua fragrância instrumental.

– Não precisa ficar nervoso. – eu sorri.

– É que eu nunca fiz isso... – ele fez uma rápida careta.

– Nem eu. – eu dei de ombros.

– Mas e se...

– Draco, nós não temos tempo para ‘e se’. – eu revirei os olhos. – eu te amo. Isso não basta?

Em resposta a isso, ele colocou seu corpo sobre o meu e começou a beijar meu pescoço.

Cada vez mais aprofundados em sensações, eu e ele nos perdíamos em meio aquela macia luz do meu quarto, em meio ao sedoso e saboroso toque, em meio as mais belas caricias que se consolidavam ao nosso redor, isolando-nos do mundo lá de fora, prendendo a mim e a Draco em uma redoma maciça, da mais pura perfeição.

Senti suas mãos deslizando pelo meu corpo, enquanto minha pele se arrepiava e gemidos escapavam de minha boca.

Eu em resposta mexia na nuca dele, brincando com os fios loiros e acariciando sua pele exposta, gerando-lhe arrepios e pequenos sorrisos.

Um imerso no outro, deixando-se conduzir por um terceiro elemento oblíquo, mas palpável. Beijos, abraços, carinho, insanidade, nervosismo, ansiedade, tudo mesclando-se naquele momento surreal.


Por que está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Por que está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for


Sólido como bronze, suave como um róseo e aveludado perfume, algo paradoxal, mas real. Draco estava ali. Ele me cercava. Ele era minha sinestesia, e tudo que importava era seu corpo colado ao meu, enquanto tudo ao meu redor parecia congelar para imortalizar aquele momento.

E em cada beijo dele

E em cada estrela do céu

E em cada flor no campo

E em cada letra no papel

Tudo era ele.

Ele era eu, e Eu era ele.

Não faz sentido para você?

Muito menos para mim.

Mas eu acho que entre mim e ele há tudo, menos sentido.

Afinal, quem precisa de sentido quando se tem Draco Malfoy?






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Notas finais do capítulo

GENTE: ME INSPIREI EM UM POEMA DO Guiliano Fratin PARA ESCREVER ESSE CAPÍTULO. TINHA LIDO ESSE TEXTO NO TUMBLR, E ACABEI PEDINDO AUTORIZAÇÃO DA PESSOA ERRADA PARA USÁ-LO.
Cá está esta mongolona que vos fala, pedindo desculpas e me redimindo: Leiam o trabalho dele, é MUITO bom e o escritor é muito gente fina.
Tu-dum-tchi...
Tem maaais um *u*
Aguardem >>>>
Malfeitofeito