Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 45
Mimimi


Notas iniciais do capítulo

Jurosolenementequenãovoufazernadadebom**
TCHANS! here i am!
Enjoy ;)



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QUARENTA E CINCO:

Hermione’s Pov

Não abri meus olhos. Simplesmente enfiei a mão na gaveta, peguei um comprimido e enfiei na boca.

Voltei a me aconchegar nos braços de Fred e ser acolhida pelas grossas e suadas cobertas da cama. Céus, como era estranho estar novamente desprovida de roupas, nos braços dele. Era como se nada tivesse mudado.

A neve não Haia dado trégua e aquela manhã estava escura e feia.

Mas para mim, era a manhã mais linda e memorável de todos os tempos. Afinal, ele estava comigo.

Ele suspirou longamente e levou uma das mãos até os olhos, esfregando-os preguiçosamente.

- Hermione? – sua voz rouca chegou até mim.

Por um breve instante tive medo que aquele antigo Fred voltasse. Que ele começasse a me humilhar e dizer que não passou de um jogo para ele.

- Analista linda que eu amo... Acorda dorminhoca. – senti-o voltar a me abraçar e começar a distribuir beijos pelo meu rosto.

Fiz um grunhido e me espreguicei, abrindo meus olhos e deparando-me com um par olhos cor de oliva sobre mim.

- Bom dia, linda– ele sussurrou assim que eu me ajeitei no meio dos lençóis.

- Bom dia. – eu disse passando os dedos pelo seu peitoral, sorrindo, e sentindo seu calor chegar até mim.

Naquele clima de amor, descemos as escadas e preparamos um delicioso café. Comemos na cozinha e na cozinha mesmo rolamos pelo chão.

Depois de arrumarmos tudo, preparamos pipoca com calda de chocolate, pegamos guaraná e fomos para a sala, onde agora tinha uma  pequena televisão e um aparelho de DVD.

- Comecei a assistir um seriado trouxa... Skins. Quer assistir? – Fred ofereceu enquanto eu me atirava sobre o sofá azul.

- Sério? Cara eu amo Skins!

- Depois podemos ver “Poucas Cinzas”, um filme que comprei semana passada.

- Certo. – eu disse sentando no sofá e atacando a pipoca.

Fred colocou primeiro o seriado, ele estava na metade da primeira temporada, e nós passamos a manhã ali, assistindo.

A cada cena mais forte do seriado, Fred e eu ficávamos nos agarrando. Assim que concluímos a primeira temporada – onde eu e ele cantamos a musica tema do episódio final desafinadamente – fomos para a cozinha preparar nosso tradicional miojo.

- E o Tony morre? – Fred perguntou encostando-se contra a pia e cruzando os braços na frente do corpo esperando a água ferver.

- Nops... Mas ele fica meio demente na segunda temporada. – eu respondi comendo um pouco da massa crua e logo em seguida jogando-a dentro da panela.

- Senhorita, não é querer falar, mas eu não acho que esse seja um seriado adequado para uma garota da sua idade.

- Cala a boca. – eu ri jogando um pano de prato nele.

- Ah... Quanta violência... – ele se fez de ofendido colocando o pano sobre os ombros.

- Mimimi... – eu fiz uma voz aguda e irritante.

- Ah é? Vem aqui que eu vou mostrar ‘mimimi’... – ele lançou seu corpo para cima de mim.

Dei um grito agudo e divertido enquanto saia correndo em disparada. Fred não teve dificuldades em enlaçar minha cintura e me puxar para si enquanto dava leves mordidas no meu pescoço. Mesmo mancando ele conseguia ser ágil.

Com a mão livre ele começou a apertar minha barriga cobrindo-me de cócegas. Eu ria de modo completamente escandaloso.

- Faz ‘mimimi’, quero ver você fazer! – Fred disse enquanto eu me contorcia em seus braços.

- Mimi... HAHAHAHHA... Mi...HAHAHAHAH... – Eu o desafiei provocando-o entre risadas.

Ele me pegou que nem um saco de batata e começou a mancar rumo a pia da cozinha. O ruivo abriu a torneira e me colocou sentada sobre a pia, com as mãos firmes ao meu redor me impedindo de sair.

Ele molhou sua mão e esfregou-a em meu rosto.

- Fred Weasley! – eu disse entre risadas.

- Mimimi... – ele respondeu balançando a cabeça, em uma terrível imitação de minha voz.

Virei-me e peguei a primeira coisa que vi na frente: o frasco com orégano.

Virei o recipiente inteiro na cabeça do ruivo.

Ele abriu sua boca e apertou os olhos soltando um longo e baixo ‘aaah... ’

Depois disso eu me escapei de seus braços e corri. Ele veio atrás de mim com um pacote de polvilho doce. Obviamente ele me alcançou e despejou aquilo em mim. Abracei-o, o máximo que pude e me esfreguei nele, transferindo parte da substancia branca para ele.

- Mimimi-mimimi-mimimi – eu e ele repetíamos idiotamente enquanto estávamos caídos perto da mesa de jantar no tapete felpudo que ali tinha.

Riamos tão idiotamente...

Beijamos tão idiotamente...

Na verdade, eu acho que nós éramos idiotas.

Eu comecei a beijar-lhe o pescoço enquanto murmurava baixos ‘mimimi’s sobre sua pele dilúculo e veludosa.

O cheiro de almíscar agora misturado com cheiro de orégano e polvinho. Ainda era maravilhoso e embriagante. E seus olhos cor de oliva estavam tão lindos e radiantes. E sua pele alva tão suava contra a minha. E o cheiro de massa impregnando o ar.

E agora e me levantava desesperada: Merda, eu coloquei fogo na cozinha.

- O miojo! – Fred disse também se levantando e mancando rumo à cozinha comigo.

Assim que chegamos lá, apressadamente desligamos o fogão, e caímos novamente na gargalhada.

- Porra... Mas nem um miojo? – Fred disse separando o escorredor de massa.

- Acho que devíamos desistir da cozinha... Da próxima vez chamamos comida chinesa... – eu disse pegando a panela com a massa e despejando sobre o escorredor.

Devolvemos a massa à panela e colocamos o tempero instantâneo. Estava com uma cara horrível.

- Não ficou tão mau... – Fred disse tentando ser otimista.

- Fred... Isso mais parece um purê... – eu disse rindo da aparência molenga da coisa que deveria ser miojo.

- Você nunca ouviu falar das vanguardas? Dos modernistas? Isso aqui é a inovação da cultura, vamos quebrar a padronização da cozinha e seremos os precursores da Vanguarda Culinaresca! – ele disse servindo os pratos.

- Tem certeza que aquilo era orégano? – eu disse sorrindo.

- Todos nós, gênios, somos incompreendidos. – ele colocou a mão sobre o peito de forma afeminada e piscou os olhos de forma dramática.

- Certo... Aquilo ali tinha haxixe né? No mínimo... – eu disse rindo servindo os copos com refrigerante. – Certo Chef Vanguardista, vamos assistir o filme do outro gênio lá...

Enquanto comíamos aquela coisa estranha que Fred insistia em chamar de revolução culinária, assentíamos também ‘Poucas Cinzas’ um filme sobre Salvador Dali, o símbolo do Surrealismo, e sua conflitada história com Frederico Garcia Lorca, poeta e amante de Salvador.

Acabou o filme e eu estava em prantos. Garcia Lorca havia sido fuzilado pelos fascistas do ditador Franco, e havia morrido separado de Salvador Dali, que no final se revelara meio louco.

A cena final, em que Dali recebe a noticia da morte do poeta e após despejar sua tristeza em uma tela, pintando-a com pinceladas pretas e raivosas, ele se lembra da cena dos dois, jovens, nadando a noite na praia.

Mais uma vez: eu não chorava, soluçava!

- Nossa... Que cara bem errado... – Fred comentou, referindo-se ao jeito extravagante de Dali, interpretado pelo ator trouxa Robert Pattinson.

- Que filme... Mais... Lindo... – e eu chorava novamente.

- Eu gostei... Só que eles deviam ter ficado juntos né... – Fred murmurou.

Dei uma pausa no choro e olhei de esguelha para ele.

- Desde quando você defende as causas gays?

- Sei lá... Só acho que não tem nada a ver ficar reprimindo... E além do mais, quanto mais gays no mundo, mais mulheres sobram para mim.

Parei um instante para refletir... Ele tinha razão. Acho que os Homens deviam agradecer aos gays, pois se eles não fossem assim, teriam muito mais concorrência e com a existência dos gays, como colocou Fred, sobram mais mulheres e...

- Como assim sobram mais mulheres para você? – eu perguntei indignada me dando em conta do seu comentário.

- Não foi isso que eu quis dizer... Eu me expressei mal...

- ‘Me expressei mal’... Só não se esqueça que tem muitas lésbicas por ai, deixando o caminho livre para mim também...

- HÁ-HÁ... – ele murmurou sem humor. – você nem brinque com isso. Por que você é minha. E só minha. – ele se inclinou sobre mim e passou os dedos em meus cabelos.

- Sou sua é? – eu disse tirando uma folha de orégano do seu cabelo.

- Sim... E quanto a questão dos gays, eu tenho que aceitar isso certo? Afinal, se Rony escolheu isso para ele, o que eu mais quero é que ele seja feliz. – ele disse seriamente e logo depois nós dois caímos na gargalhada.

CREC.

- Opa... Acho que chegamos meio cedo. – a voz de Harry surgiu no meio da sala.

Fred e eu nos viramos e encaramos os dois garotos que haviam brotado no meio da sala. Harry e Rony ainda estavam de mãos dadas, afinal haviam acabado de aparatar, e nos olhavam meio sem jeito.

Ao ver suas mãos dadas, Fred e eu trocamos um olhar.

Nós não ríamos. Nós gargalhávamos, berrávamos, vomitávamos o arco-íris e esperneávamos no sofá.

- Como eu disse, ele e o Harry têm o direito de serem felizes. – Fred disse e voltou a rir.


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Notas finais do capítulo

Até daqui a pouco ^^
Kisses
Malfeitofeito**