Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 35
Broken...


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
Não me matem.
ps: desisti de tentar colocar a imagem do cao anterios... tentei umas 20 vezes quem quiser é essa aqui: http://24.media.tumblr.com/tumblr_lowbj9EJRc1qjwfnmo1_500.gif
pss: não vou poder postar outro cap hoje por que vou ter que ir no médico T-T
Enjoy ^^



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TRINTA E CINCO:

CREC.

Atrás de nós eu pude ver Remo chegar com um moreno ensangüentado.

- Kim! – o homem de feições sérias e embebido em sangue gritou – Arthur, Fred e Jorge... Um dos gêmeos foi acertado... Snape nos achou, me ajude aqui.

Meu coração se espremeu. Estava escuro e eu não tinha idéia de qual dos gêmeos havia sido acertado. Com um surto de adrenalina, corri até eles. Ajudei Lupin e Kingsley a levar o Harry-Gêmeo ensangüentado para dentro da Toca.

Deitamo-lo no sofá, e eu imediatamente comecei a sussurrar feitiços de cura enquanto Lupin e Kingsley discutiam algo que me pareceu banal diante a gravidade do falso moreno com óculos tortos e rachados.

O Harry falso estava estirado no sofá e eu agora curava um corte gigantesco em seu pescoço que subia até o local onde deveria ter uma orelha. O sangue escorria do local em que apenas era possível ver um amontoado de carne mutilada, e a respiração do garoto ficava cada vez mais fraca.

A dormência e o formigamento começaram a surgir enquanto eu sentia meu corpo mudar, minha visão se embaçou por causa dos óculos e eu os arremessei em qualquer canto enquanto Molly gritava e chorava em pé ao lado do sofá. Eu finalmente havia voltado a ser Hermione Granger.

-Panos limpos e água! – eu gritei desesperada sentindo meus olhos arderem.

Em pouco tempo eu já havia estancado o sangramento e Molly agora estava conversando com Lupin e Kingsley.

Eu sentia lágrimas correm pelos meus olhos e chegarem ao peito de Harry-gêmeo que tinha a respiração fraca. E se fosse Fred? Eu não podia suportar vê-lo assim quase morto. Nunca mais eu o colocaria em risco. Nunca mais iria deixá-lo-ia correr riscos. Mesmo que para isso eu tivesse que abrir mão dele.

No que dependesse de mim, ele não correria mais riscos.

 A pele do menino começou a borbulhar enquanto o físico dele mudava. Os fios estavam agora ruivos e atrás da camada de sangue e lama um dos gêmeos ali jazia, contudo, eu ainda tinha medo de olhar e descobrir que era Fred.

- Hermione, - uma voz soou fraca e eu levantei meu olhar para observar o ruivo, ainda debruçada sobre seu peito. – sinto muito, mas eu tenho namorada, e o Lino é uma amante ciumenta. Ele não gosta de dividir o cargo. - ele sussurou com um fio de voz.

Suspirei sentindo, alívio, culpa, remorso, e mais preocupação.

- Jorge! – acariciei os cabelos do ruivo sorrindo. – o que houve? Como se sente? Onde está Fred.

- Snape me viu com o papai, - ele engoliu dolorosamente – e teve certeza que era o Harry começou a lançar vários Sectumsempra, acho que acabei perdendo uma orelha... – ele sorriu fracamente com seu ar debochado – Lupin e Fred foram nos ajudar, e eu acabei ficando no meio do fogo cruzado. Fred está bem, eu acho... E eu me sinto muito bem, obrigado por perguntar, chego até a compreender como Van Gogh se sentiu... Sinto uma incrível vontade de pintar um quadro! – ele zombou. 

- Jorge! – Fred apareceu na sala correndo com os olhos marejados e sem nenhum humor.

Ele me viu e não trocou palavras, simplesmente me abraçou e passou a deslizar os dedos entre os fios ruivos do irmão.

Molly apareceu também e começou a fazer curativos em Jorge que fazia caretas horrendas de dor.

- Como está se sentindo, Jorginho? – sussurrou  a senhora Weasley.

O rapaz levou os dedos ao lado da cabeça.

- Mouco...– murmurou Jorge, abrindo os olhos e erguendo-o para o irmão. – Entende... Surdo e oco, Fred, sacou?

A senhora Weasley soluçou mais forte do que nunca. A cor inundou o rosto pálido de Fred.

- Patético – respondeu Fred ao irmão. – Patético! Com um mundo de piadas sobre ouvidos para escolher você sai com essa de Mouco?

- Ah, bem – disse Jorge, sorrindo para a mãe debulhada em lágrimas. – Agora você vai poder distinguir quem é quem, mamãe.

Senhora Weasley somente se debulhou mais em lágrimas soluçando forte escondendo o rosto entre as mãos.

- A piada do Van Gogh era pior, pode acreditar. – eu disse sorrindo para Jorge enquanto passava a mão nas costas da senhora Weasley.

Barulhos vieram de fora, e logo Molly foi correndo ver quem era.

- E ai? Ainda estou mais bonito que você? – Jorge perguntou ao gêmeo provocadoramente.

- Não, você nunca foi mais bonito. – Fred se indignou.

- Você vai pro inferno Fred... Você tem que ser bonzinho com seu irmão aleijado sem orelha. – Jorge riu.

Soltei-me do abraço de Fred e deixei os dois irmãos conversando.

Fui para fora da Toca respirar um pouco e notei que Gui e Fleur conversavam com Kingsley e Lupin não muito longe de mim, mas completamente alheios a minha presença.

-...Olho tonto morreu... – foi à única frase que captei entre o que Gui dizia.

Senti meus olhos arderem em lágrimas. Olho-tonto, o maior Auror que eu já vira, experiente e praticamente indestrutível, estava morto. Fred dera sorte. E quem me garante que da próxima vez não poderá ser ele o motivo de minhas lágrimas? Eu não suportaria ver Fred em risco novamente. Fred não iria atrás da Horcrux conosco, pois eu não permitiria, e faria qualquer coisa para deixá-lo a salvo.

***

Alguns dias se passaram. Molly nunca deixa com que o trio de ouro se reúna, ela quer impedir que viajemos atrás das Horcruxes.

O casamento se aproxima rápido, e eu não durmo há noites. Fico martelando, imaginando como impedir que Fred vá conosco. As poucas horas de sono, são preenchidas com pesadelos horrendos com Jorge ensangüentado, com Moody caindo da vassoura e chegando ao chão de modo doloroso. Então seu corpo estirado vira o de Dumbledore.

\\\"Uma escolha deve ser feita. Entre dois amores”

“Uma vida pela outra, a morte não parte de mãos vazias.\\\"

O corpo de Fred estirado no chão e seus olhos sempre tão vivos, frios. Essa é a palavra que descreve Fred em meus pesadelos: Frio.

E então eu acordo. Abraço Fred o máximo que posso.

Voltamos a dormir na Toca, já que achamos muito perigoso ficarmos sozinhos na Biblioteca. Tem sido tortuoso e o clima não está nada bom. São raros os momentos de diversão.

Comecei a selecionar livros, roupas, equipamentos e tudo que poderá ser útil na viagem.

Rony veio me encher o saco esses dias por causa da quantidade de livros que eu ando selecionando:

“Ah, claro! Esqueci que vamos liquidar Voldemort em uma biblioteca móvel!” ele dissera rabugento como sempre.

Tive que colocar um feitiço expansor na bolsa que usarei no casamento, para que todos os livros coubessem.

O casamento!

Céus, que inferno... Estou feliz por Gui e Fleur, mas isso tem complicado nossas vidas, já que isso virou a perfeita desculpa para que a Senhora Weasley nos desse as tarefas separadas e longas. Os Delacour chegaram ontem, o que fez com que os gêmeos tivessem que ceder seu quarto. Eu ‘supostamente’ estou dormindo com Gina. Na verdade barganhei com Jorge para que eu dormisse com Harry e Rony enquanto ele dormia com a ruiva caçula.

Decidimos que partiremos na manhã seguinte ao casamento. E devo dizer que ando cada vez mais angustiada em relação a Fred.

O primeiro ministro esteve na toca. Dumbledore havia feito um testamento onde me deixara um livro de contos infantis: “Beetle o Bardo”.

Rony ganhara o apagador de Dumbledore, na minha opinião, bem mais legal do que um livro de contos.

Dumbledore sabe como é ser rotulado de inteligente e só ganhar livros de presente, esperava que ele quebrasse esse tabu me deixando algo como uma fonte inesgotável de chocolate...

Harry ganhara o pomo de ouro que havia pegado em seu primeiro jogo de Quadribol, aquele que ele quase engolira.

Deixou-lhe também a espada de Griffindor.

A única coisa que ele não nos deixou foi uma maldita solução de como destruir ou achar as malditas Horcruxes.

- Vamos, quero todos de banho tomado em 30 minutos! Já, já os convidados chegam! – a senhora Weasley berrou na porta.

Eu estava terminando de arrumar as taças nas mesas que estavam no jardim sobre uma grande tenda.

Acabei de ajeitar uma pirâmide enfeitiçada de taças e corri rumo a toca. Assim que entrei na sala, vi Fred sentado conversando com Rony e Harry.

- Vamos sair lá pelas 4h, assim a mamãe não nos impede de nada. – Fred murmurava.

Engoli em seco e abaixei a cabeça deslizando silenciosamente até as escadas na esperança de passar despercebida.

- Hermione! – Rony chamou.

Merda Ronald!

Virei para os garotos e sorri falsamente.

- Vem cá, estamos falando sobre como vai ser... Amanhã. – Harry murmurou. – Fred teve ótimas idéias.

Eu não tinha tido coragem de falar com ninguém, e depois de muito pensar em como dizer ‘adeus’ acabei desistindo de explicações e bolar despedidas. Eu sabia que no fim, acabaria cedendo e deixando que o ruivo me seguisse. Eu não saberia dizer adeus.

Então decidi simplesmente deixá-lo.

Longe ele estaria seguro.

- Eu estava indo tomar banho. – eu murmurei.

Fred se levantou, sorridente como sempre e deslizou até mim. Ele já estava com seu smoking sofisticado e de banho tomado pronto para o casamento que se aproximava.

- Para quê banho? – ele me abraçou.

- Não deixe a mamãe te escutar, ela está completamente surtada para que tudo saia perfeito. Se ela pegar um de nós com um fio fora do lugar, acho que ela mata.

- Quando eu me casar – disse o ruivo repuxando as golas de suas vestes -, não vou me preocupar com nenhuma dessas bobagens. Vocês todos podem vestir o que quiserem, e lançarei um Feitiço do Corpo Preso na mamãe até terminar a cerimônia. 

Ele me lançou um olhar ladino.

A muito custo, eu abri um sorriso enquanto a culpa e o remorso me corroíam por dentro.

- Muito bem Fred, assim que se fala! – Rony o apoiou.

- Certo... Vou me arrumar. – eu disse com a voz baixa me controlando para não chorar.

Dei as costas, me libertando do abraço de Fred.  Contudo ele foi mais rápido e segurou meu pulso.

- Você está bem? – ele sussurrou.

- Estou. – menti.

- Você sabe que pode confiar em mim. – ele disse olhando meus olhos.

Por que ele não podia ser só um pouco odiável? Por que ele tinha que ser tão perfeito? Por que ele tinha que me fazer me sentir tão mal pelo que eu estava prestes a fazer?

Odeio amar tanto assim uma pessoa. Odeio não poder odiar ele.

- Juro que estou bem. – forcei um sorriso enquanto me odiava secretamente por mentir.

Metade de mim gritava para contar-lhe a verdade e levá-lo comigo. Essa metade era egoísta e queria Fred a todo preço.  A outra metade chorava, pois sabia que o único jeito seria desistir do ruivo. Sabia que talvez eu morresse longe dele.

Baixei os olhos e me afastei dele, subindo as escadas, mal contendo as lágrimas até que finalmente me tranquei no banheiro e liguei o chuveiro.

***

A festa havia começado, e o banho tinha me deixado mais leve. Decidi aproveitar aquela última noite, fingir que não estava tudo péssimo, fingir que eu não estava mergulhada em um caldeirão de ódio. Eu fingiria que no dia seguinte, eu acordaria com meu ruivo e ambos passaríamos a tarde brincando em nosso jardim.

- Hermi Querida! – a voz que chegou aos meus ouvidos não ajudou em absolutamente nada.

- Oi Cameron. – eu disse sorrindo plasticamente para amorena que estava deslumbrante em seu vestido verde de mangas compridas e decotado que realçavam seus olhos enquanto sua saia pregada tinha um corte vertical deixando amostra um tecido preto que havia como segunda camada.

- Você está linda... – ele riu de modo simpático.

“Pergunta logo o que ela quer” minha consciência revirou os olhos.

Mandei-a calar a boca e voltei a prestar atenção nas palavras da deusa em minha frente.

- E por onde anda Harry? – ela disse sorrindo.

Franzi ainda mais o cenho. Harry estava em um canto, sob efeito da poção Polissuco, conversando com Krum.

- Essa garota é muito bonita – comentava Krum, fazendo Harry ficar vermelho. Krum estava apontando para Gina, que acabara de se juntar a Luna. – Também é sua parenta?

- É – informou Harry, em um tom enciumado que quase me fez gargalhar -, e está namorando alguém. Um cara ciumento. Grandalhão. Você não iria querer atravessar o caminho dele.

- Não está aqui. – eu voltei a olhar para a morena com um sorriso nos lábios.

E então comecei a sentir uma leve confusão mental, como se colocassem uma aconchegante bolsa de água morna em meu cérebro, fazendo quase com que eu bocejasse.

Dirigi o olhar ao ruivo que na verdade era Harry e sorri involuntariamente.

E assim como veio passou.

- Você está bem? – Cameron me olhava intrigada com uma espécie de sorriso no rosto.

- Hã...- eu pisquei diversas vezes. – acho que sim. E então, por onde andam Ian e Liza? – eu disse mudando de assunto.

- Liza voltou para a Escócia e Ian ficou em casa com meus pais.

- Ah... – eu murmurei. – queria tanto vê-lo novamente. Por que não vieram todos? – eu insisti.

- Os tempos andam perigosos, é melhor que eles fiquem em casa. – ela disse com seu olhar felino.

- E você não deveria ficar em casa também? – eu estreitei o olhar e analisei a mulher em minha frente.

- Eu não preciso. Não corro risco. – ela afirmou convicta.

Se eu tivesse um bisbilhocópio agora,ele estaria berrando, pulando, saltitando e apitando. Algo estava muito errado com Cameron, eu só não sabia o que era.

- E o Fredie? – ela disse retomando seu tom de voz de perua burra em shopping com 50% off. – to com saudades dele.

Tudo que eu estava encaducando simplesmente desapareceu para dar lugar a um ciúme mortal.

-Não sei, deve estar com Jorge. – eu respondi gostando cada vez menos dela.

Eu não queria que ela e seu par de enormes peitos espremidos em um imenso decote ficassem perto do meu ruivo.

- Ah! Olha eles ali! – ela disse passando reto por mim e atravessando o salão.

Segui-a, fantasiando em derramar um daqueles mousses melequentos que havia na mesa principal do Buffet em seus cabelos perfeitamente lisos e sedosos.

- Primos! – ela saiu correndo e abraçou três ruivos que conversavam.

- Oi Cameron. – Rony, Jorge e Fred sorriram.

- Wow... Você está linda. – Fred comentou.

- Ah, assim eu fico sem jeito... – ela deu uma risadinha.

“Oi , meu nome é Cameron, eu sou uma vaca, acéfala, olhem meus peitos quase saindo para fora do decote!”

Minha consciência fez uma imitação cruel de sua voz fina tornando-a irritante. Não a mandei calar a boca, pois em muito tempo, eu finalmente concordava com ela em algo. Cameron era uma promíscua que amava ser o centro das atenções.

- Um pesadelo, essa Muriel! – exclamou Rony, enxugando a testa com a manga da roupa. – Costuma vir todo ano passar o natal conosco, então, graças a Deus, se ofendeu porque Fred e Jorge estouram uma bomba de bosta embaixo da cadeira dela na hora da ceia. Papai sempre comenta que ela deve ter riscado os dois do testamento, como se eles se importassem...

 Fred e Jorge deram risada e eu acordei de meus pensamentos nada amorosos e vi que a conversa já havia evoluído para um assunto que eu estava completamente alheia.

 - Quem precisa da Tia Muriel? – Fred disse com um sorriso nos lábios. – Falecido Tio Greg, aquela amorosa alma, me deixou tudo o que eu queria.

Eu abri um pequeno sorriso.

- E o que ele te deixou? – Feline sorriu sedutoramente para Fred.

“Mas que cara de pau!” eu e minha consciência berrávamos internamente.

“Faz ela engolir os dentes! Arranca os cílios dela com uma pinça e depois raspa a cabeça dela com ácido!” certo, minha consciência estava um pouquinho mais alterada do que eu.

- Livros. Vários deles. Ocuparam quase todas as estantes lá de casa. – Fred sorriu aproximando o corpo do meu.

- Hm... Quer dizer que você tem uma casa? – ela passou a mão pelo antebraço de Fred.

Fred teve um ataque de tosse e engoliu em seco. Meio apavorado ele grudou em mim, passando a mão pela minha cintura pedindo um socorro silencioso.

- É. Ele comprou uma casa e me deu de natal. Na verdade é uma casa biblioteca. – eu respondi sorrindo e torcendo para que um raio acertasse o meio da cabeça dela.

Ela me analisou, como se eu tivesse acabado de surgir e arqueou uma sobrancelha.

- Uma biblioteca? – ela murmurou com desdém.

- Sim. Hermione ama livros. – Fred disse meio sem jeito.

- Patético. Com tanta coisa legal, gastar tempo com livros. – ela revirou os olhos e se apoiou em Jorge. – Olha Jorge, já disse que você continua um gato apesar de tudo? – ela piscou sorrindo.

E lá estava eu. Insegura que nem uma criança, me achando a última das mulheres e também a mais chata. Achando-me um pirralha idiota, uma rata de laboratório que não merecia Fred.

- Acho genial quando garotas são arguciosas. – Fred disse com um tom de voz incomodado. – Acho a Mione a garota mais sensacional justamente por causa disso. Com tantas futilidades como maquiagem, sapatos e beleza, ela prefere livros. Pelo menos ela é uma garota com quem se pode conversar mais do que cinco minutos, e sem ser sobre dicas de moda ou sobre cores de esmalte.

“AI! DESCULPA, MAS DEPOIS DESSA EU IA PARA CASA CHORAR!” minha consciência se mijava de rir.

Antes que Cameron pudesse recuperar o fôlego, ou desfazer a cara de choque, Fred me puxou para o meio do salão, para longe dos ruivos estupefatos e da morena divina que estava juntando os cacos do chão.

No meio do salão, Gui e Fleur dançavam. A loira com seus cabelos tramados, e um esbelto vestido branco detalhado em renda que fazia com que ela parecesse uma princesa de contos de fadas. Ela olhava Gui com tamanha ternura e envolvimento, que admirava. Mesmo com as cicatrizes e todas as dificuldades, eles ainda estavam juntos.

“Você parece ainda mais Lindo para mim, Gui” pude ouvir Fleur sussurrar no dia em que Gui acordara depois do ataque de Fenrir, e se deparara com as cicatrizes.

O meu ruivo passara as mãos pela minha cintura, e agora me embalava junto com a melodia calma e tranqüila que era magistrada pela banda, trazendo-me novamente para a realidade.

- O que foi aquilo? – eu disse com o queixo apoiado no ombro do rapaz.

- Eu só quis mostrar para ela, que ela não é melhor que você. – ele tinha a boca apoiada contra meus cabelos. – ninguém mexe com a minha garota e sai ileso. – ele usou um tom de voz mafioso.

- Fred... – eu murmurei sentindo os olhos se encherem de lágrimas. Eu tinha poucas horas com ele. – eu te amo muito. Nunca se esqueça.

- Como vou me esquecer se vou estar com você pelo resto da minha vida, e você vai estar lá para me lembrar? – ele afastou o rosto e sorriu.

Ele encostou os lábios nos meus e um beijo vagaroso surgiu. Eu aproveitava cada segundo daquela sensação. Eu queria que aquilo durasse para sempre.

 Mas obviamente não durou.

O barulho da festa diminuiu à medida que uma luz prateada aparecia no meio da tenda, até que apenas sobrou o silêncio.

“O Ministério caiu, o Ministro da Magia esta morto. Eles estão vindo”

  A voz de Kingsley veio através da luz.

E então aconteceu: Nem dois segundos se passaram quando pânico invadiu o lugar. Bruxos desaparatavam, se questionavam se era sério, se preparavam para lutar quando finalmente eles chegaram.

Comensais invadiram o local incendiando tudo e espalhando o horror. Corri com Fred para trás de uma mesa e visualizei onde Harry e Rony estavam, juntos e lutando contra alguns homens encapuzados.

- Acho que teremos que ir embora agora mesmo... – Fred gritou a plenos pulmões lançando um feitiço em uma mulher encapuzada.

- EU NÃO TE AMO! – eu gritei em meio a confusão para Fred.

Ele desviou o olhar da confusão e focou seus olhos em mim. O olhar se tornando confuso.

- O que você está dizendo... – ele gaguejou com um sorriso de descrença nos lábios.

- Eu amo Rony, e quero que nos deixe em paz. Sinto muito. – eu disse me preparando para partir.

Meu plano era apenas partir de madrugada. Sumir sem dizer nada, mas é obvio que Merlin me odeia demais para permitir isso.

Eu teria que dizer as coisas que eu mais temia.

Mas se o único jeito para que Fred fique fora disso é magoando-o e fazendo-o me odiar, então que assim seja.

- Não... – ele disse segurando meu pulso. – Hermione, eu te amo. E você me ama, eu sei disso.

- Sinto muito, mas sempre foi ele. – eu disse mantendo a voz firme. – foi legal ficar com você, mas agora vai voltar a ser como sempre. Eu com meu melhor amigo, Harry, e com meu namorado, Rony. Somos um trio, não tem espaço para mais ninguém.

- Não...  – ele começou a embargar a voz.

- Desculpe Fred! Mas quem vai querer você quando se tem ele por perto? Cresça e me deixe em paz!

Eu me levantei e me dirigi para onde Harry e Rony estavam.

- Hermione! – Fred corria atrás de mim. – você está mentindo! Volte aqui, isso é ridículo! – eu alcancei Harry e Ron e segurei seus braços.

- Certo então! – ele parou na metade do caminho, pouco se importando para os feitiços multicoloridos que passavam ao seu redor – Se você for embora agora, não precisa voltar! – ele gritou a plenos pulmões.

- Adeus Fred. – eu disse enquanto levava Harry e Rony, ambos atônitos, para algum lugar longe dali.

Merlin é cruel. Ele me fez provar da mais divina felicidade, fazendo-me crer que eu finalmente poderia ser feliz. E agora, faz com que eu tenha que abrir mão dele.

Eu estava indo para longe, e quem sabe quando iria voltar?

Para longe dele. Quem sabe para sempre.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é tudo pessoal
Até semana que vem ^^
*Malfeitofeito*