Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 27
Hakuna Matata, Fondue, Berinjelas e Quiabos.


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
O título vai ficar em português por que eu achei mais bonitinho assim u-u
Aproveitem, por que eu estou em semana de simulado e meus post vão ser um pouquinho mais escassos essa semana - de novo T-T - Mas eu prometo atualizar a fic pelo menos 2 vezes por semana ^^
ps: acabei de ver que o cap anterior ficou MUUUUUITO COMPRIDO O.O''
pss: se escreve Fondue mas se fala FUNDÍ



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VINTE E SETE:

- Fred, você tem certeza que é assim que se faz? – eu disse estranhando a aparência do chocolate derretido. Na verdade pode-se dizer que ele estava praticamente líquido.

- Mas a receita dizia que era para por leite. – Fred dizia mexendo o caldeirão de fondue.

- Quanto você colocou? – eu comecei a folhear o nosso livro de culinária procurando a receita que Fred havia usado.

- 2 e ¼ xícaras de leite. – ele disse ainda mexendo o conteúdo.

- Fred! A receita diz 1 e ½ de leite! Você colocou quase o dobro! – eu disse rindo.

- Putz... – ele parou de mexer e levou as mãos á cabeça torcendo a boca em uma careta.

- Querem ajuda? – a voz sonhadora soou atrás de nós nos assustando.

- Mais ou menos... – Fred murmurou.

- Liza apostou com Draco que o fondue não sai hoje. – Luna tamborilou seus dedos pelo grande armário de madeira que tomava a cozinha. – sei cozinhar, posso ajudar vocês.

Imediatamente lembrei-me da suposta geléia de berinjela com quiabo que Luna havia mencionado mais cedo e tive medo.

- Claro! – Fred aceitou a ajuda da loira que se colocou entre ele e eu.

Fiquei em um ponto cego de Luna e comecei a acenar freneticamente para que Fred olhasse para mim. Vendo os movimentos bruscos que eu o fazia dirigiu seu olhar para mim.

Eu fazia sinais negativos com a cabeça, berrava um “NÃO” mudo, passava a mão como se esta fosse uma lâmina pelo meu pescoço, sinalizando para que ele impedisse Luna de tocar na comida. Ele me lançou um olhar confuso e levantou os ombros em sinal de confusão.

“NÃO DEIXE LUNA COZINHAR!” – eu gesticulei com os lábios.

- O que? – Fred lerdo como sempre perguntou, fazendo com que Luna voltasse seu corpo para mim.

Fuzilei Fred com o olhar e forcei um sorriso.

- Você podia me passar um morango amor? – eu perguntei com um sorriso forçado, ainda sob os atentos olhares de Luna.

Fred ainda mongol me passou o morango com um sinal de confusão em seu rosto.

- Luna, você quer ajuda? – eu ofereci.

- Não. Eu sempre faço isso. – ela disse sorrindo sem desviar os olhos do chocolate que ela cortava. – Podem ir para a sala, eu acabo tudo por aqui.

Eu ia contestar quando Fred simplesmente enlaçou minha cintura e começou a me puxar para fora.

- Qualquer coisa grita. – ele disse sorrindo.

Assim que estávamos na metade do caminho da sala ele parou de modo pensativo.

- Será que é uma boa idéia deixar Luna sozinha na cozinha.

Revirei os olhos e suspirei pesadamente. Logo em seguida comecei a rir e me aproximei do ruivo para lhe dar um selinho.

- Homens... – sussurrei contra seus lábios.

***

POV’s Draco:

Fred e Hermione haviam voltado da cozinha, enquanto os barulhos se tornavam cada vez mais altos vindos da parte da casa em que Luna estava sozinha.

Luna, sozinha, facas afiadas, fogo, mais facas afiadas, Berinjelas, quiabos, Luna sozinha com berinjelas, quiabos, facas e fogo... Por que eu tenho a sensação de que isso não vai dar certo?

- É melhor alguém ir ver se ela precisa de ajuda... – Fred disse após um barulho de panelas. – Sabe, eu ainda não acabei de pagar a casa.

Rimos. Depois do shopping, Luna, Ian, Liza e eu viemos para a casa-biblioteca, onde comeríamos o tal Fondue. Os outros resolveram ir a mais uma sessão de cinema. Com a exceção de Cameron que descolou uma festa com os garotos do fliperama e há essa hora fazia deus sabe-se lá o que em uma festa trouxa.

- Vou lá. – eu disse me levantando do sofá. – Se eu não voltar em meia hora é por que eu morri. – eu disse enquanto todos voltavam a rir.

Passei pelo corredor de madeira da casa rumo á cozinha que era ampla e bem desenhada.

Assim que visualizei o ambiente lá dentro congelei na porta.

Luna tinha prendido seus ondulados cabelos platinados em um rabo de cavalo lateral, ela ainda estava com suas meias não combinando, uma azul e a outra verde, enquanto sua saia de pregas vermelha e preta acompanhavam uma blusa de manga curta simples preta de algodão.

A cozinha não estava em um desastre total, com gelatinas pregadas nas paredes [N/A: Para mim e para Draco esse é o cumulo da bagunça: ter gelatinas pregadas nas paredes] ou substâncias verdes e gosmentas espalhadas pelo chão. Luna não estava sem um braço, e pelo que me constava seus membros estavam intactos. Sem sinais de fogo, nenhuma faca atravessando o crânio da loira. Até aqui tudo bem.

Visualizei uma berinjela perdida entre os legumes que havíamos comprados.

“PONHA ESSA BERINJELA NO CHÃO DEVAGAR, E NINGUÉM SAIRÁ FERIDO. RESISTIR É INÚRIL, VOCÊS ESTÃO CERCADOS!”

Assim que certifiquei-me de que Luna e a cozinha estavam inteiros pude sentir um aroma peculiar me envolver.

Curiosamente estava um cheiro gostoso, e pude notar que tanto a berinjela quando o quiabo não fazia parte da mistura em que Luna preparava.

“Muito bem, agora passe esse quiabo para cá, isso mesmo, com calma...”

“Cala a boca consciência! Deixa ela em paz! Ela nem está usando coisas nojentas na comida, dê um voto de confiança.” eu discutia com a minha consciência implicante.

- Oi Draco. – ela disse de costas, suas mãos ágeis realizavam movimentos rápidos cortando algo. 

Dei um pulo de susto interrompendo minha esquizofrênica discussão que eu tinha comigo mesmo.

- Como você sabia que eu estava aqui? – eu disse analisando os pequenos potes que continham algo cremoso e claro em um e algo que era definitivamente uma calda de chocolate em outro.

- Seu cheiro é bom. Sempre consigo sentir quando você está por perto. – ela finalmente desviou os olhos do alho que ela triturava e repousou seu olhar sereno sobre mim.

Eu não sei o porquê, mas os olhos dela eram tão intensos, parecia um livro de Aluizio de Azevedo, desses que você começa a ler, e quando se dá em conta, não consegue mais parar.

- Draco? – ela passou a mão em frente aos meus olhos me fazendo piscar e acordar do transe que eu estava.

- Hã. Desculpe. – eu sacudi a cabeça. – quer ajuda? Com... – eu analisei a alegoria de ingredientes espalhados pelo balcão. – isso?

Luna riu gostosamente, ajeitando uma mecha que caia em seu rosto e fisgando-a atrás da orelha.

- Lave suas mãos e me ajude a picar esse pão.

Obedeci-a. Ela pacientemente me ensinava o que fazer, rindo quando eu errava e batendo palmas quando eu acertava.

- Um pouco maior, corte em cubos mais ou menos assim. – ela murmurou segurando minhas mãos e conduzindo-as para que cortasse o pão em cubos médios.

Sua mão estava gelada, e o simples contato com ela me fez precisar de mais ar. O estranho calafrio cáustico corroia minha barriga e subia pela minha coluna, eriçando a pela da minha nuca.

Ela soltou minhas mãos e deixou que eu fizesse sozinho. A maioria eu consegui.

Luna havia preparado – com a minha ajuda – um molho cremoso de queijos, com vinho branco e um pouco de molho madeira. Estava divino, e eu considerava seriamente a hipótese de me trancar em um quarto com o tal fondue e comer tudo sozinho.

Não sei como pude achar que ela seria capaz de preparar um molho de berinjela com quiabo, ou um de rúcula com jiló, tangerina com cebola, e todas as combinações escrotas que EME pareceram ser típicos dela.

A parte de preparar os pratos foi mais fácil. Organizei os cubos de pães em um prato, e as frutas também cortadas eu misturei em outra vasilha funda. Enquanto isso Luna organizava os ingredientes e ia botando água nas vasilhas de louça sujas.

- Agora temos que provar. – ela disse mergulhando um pedacinho de pão no molho e logo em seguida colocando em sua boca.

- Por quê? – indaguei.

Ela tinha os olhos espremidos que fitavam o ar em sua frente. Ela murmurou um longo “Hmmm...” e balançou sua cabeça positivamente.

- Na França se diz que o primeiro a provar da comida deve ser o chef. – ela mergulhou outro pedaço de pão e enfiou-o no meio de minha cara, eu rapidamente consegui me desviar. – Você é o meu Sous-chef, tem que provar. – ela disse em uma pronúncia impecável do Francês.

Ela lançou-me um olhar pidão, e eu, como belo idiota que sou não resisti. Temeroso, abri a boca e aceitei o pedaço imerso naquele molho singular.

Estava bom.

Na verdade estava tão bom que fiquei tentado a Desaparatar para algum lugar mais reservado. Só eu, o pão e o molho.

Sorri para a loira em minha frente que me observava com seus grandes olhos cor do mar.

- Ficou ótimo. – eu disse sorrindo.

O silêncio não se prosseguiu por muito mais tempo já que antes que eu me desse em conta ambos estávamos rindo pateticamente do nada.

Ela pegou um pano que tinha ali por perto e passou na minha bochecha.

- Você conseguiu espalhar Fondue por toda a sua cara. – ela ria.

Ainda rindo, passei as mãos nas bochechas, testa, queixo, literalmente esfregando meu rosto inteiro.

- Saiu? – eu perguntei sorrindo.

Luna tinha um fraco sorriso nos lábios e calmamente deu um passo para mais perto de mim. Seus olhos me olhavam de modo tão profundo, que tive a impressão que ela pudesse ver a minha alma.

Meu corpo rebelde resolveu se aproximar da loira, e sem comando algum do meu sistema nervoso central, levou meus braços até a sua cintura.

Meu corpo berra “Sim!”, minha cabeça estava em um estado vegetativo e não conseguia pensar em mais nada a não ser na garota de pele alva em minha frente.

“Beija, beija, beija” minha consciência aclamava.

Merlin sabe o quão sortuda minha consciência é por eu não poder enchê-la de bofetes.

Meu corpo estava próximo demais ao dela, e Luna ainda não tinha me dado um soco. Isso era um bom sinal, certo?

“O garanhão Draco Malfoy inseguro em relação a mulheres?”

“Consciência, por Hades, cala a boca ou eu juro que faço uma lobotomia, e te tiro daí na faca!”

Senti-a – Luna, não a minha consciência - vir em minha direção, passar seus braços ao redor do meu pescoço, acariciar meu rosto e beijar-me o canto da boca.

Hades, eu precisarei de um coração novo, este aqui acaba sair saltitando do meu peito. Ops, lá vai ele pela janela.

- Estava sujo ali. – ela disse começando a ficar vermelha.

- Não estava não. – eu disse começando a sorrir.

- Então eu acho que quis te beijar. – ela fez um movimento para se afastar de mim.

Eu aproveitei minha posição para prendê-la em meus braços, fracassando sua tentativa de sair dali.

- Eu te amo.

Sabe aquele momento que sua boca deixa escapar uma verdade que nem mesmo você sabia? Pois é.

Não se sabia quem estava mais espantado com isso, eu ou Luna.

Antes que eu pudesse ter tempo para refletir melhor a idéia e acabasse desistindo, dizimei o espaço entre nós e dei um Longo selinho na garota de olhos romanescos em minha frente.

O que começou como um envergonhado selinho, aos poucos tomava proporções gigantescas e assustadoras. Era como se tudo o que me importasse escoasse para a pessoa loira, concentrando todo o meu mundo no corpo delicado e feminino que eu tinha nos braços.

Eu a amava perdida, louca, desesperada, sufocadora, insana, alucinada e desvairadamente.

Era tanto o meu carinho por ela, que eu quase me esquecia quem eu era e o que tinha que fazer.

Afastamos-nos apenas o suficiente para que o ar preenchesse nossos pulmões, ela ainda afagava meus cabelos e passeava com seus longos dedos por eles, ora bagunçando-os, ora ajeitando-os.

- Que estranho. – ela murmurou inclinando sua cabeça e me dando um selinho.

- O que é estranho? – eu murmurei sentindo-me puxar pelo seu olhar denso.

- Beijar. – ela deu de ombros, abrindo um sorriso.

- Como assim? – eu murmurei incrédulo.

Luna podia até ser meio esquisita, mas ela era muito linda para nunca...

- Nunca tinha beijado ninguém. – ela completou meus pensamentos. – você foi a única pessoa que eu já beijei.

- Por mim isso vai continuar assim. – eu sorri enquanto beijava-lhe calmamente.

Era engraçado sentir seu coração tão descompassado quanto o meu. Por fora, ela se mantinha tranqüila e serena, assim como eu certamente mantinha o meu jeito impassível. Mas por dentro, era como se nos jogassem água fervente com cubos de gelo, fizessem cócegas, arranhassem nosso peito e nos tirassem o ar.

Era como se largassem uma pequena Liza Spicy que fosse bagunçando e destrambelhando tudo que achasse pelo caminho.

- Vamos, não quero que Liza te vença na aposta. – ela se virou e pegou os pratos e toda a parafernália do fondue.

Apenas sorri e ajudei a menina de olhos sonhadores a levar a comida até a sala, não sem antes, roubar-lhe um beijo.

Sorri ao pensar que ela passaria a noite comigo. Não maliciosamente falando, mas poder ter ela perto de mim seria excelente.

Não posso me esquecer de agradecer à Santa Hermione mais tarde.

***

- Até que enfim! – Liza berrou ao meu lado assim que viu a comida.

Sentamos-nos ao redor da mesinha de centro onde agora tinha o fondue fumegante e suculento.

- Achamos que tínhamos te perdido Draco. – Fred disse dramatizando.

Draco sentou de meu lado esquerdo e Fred do meu direito. Luna ao lado de Draco, Liza e Ian sentados a nossa frente do outro lado da mesinha.

- Sem berinjelas? – eu sussurrei discretamente para Draco.

- Nem quiabos. – ela garantiu sorrindo-me.

Reparando bem, ele não havia sorrido para mim, ele sorria bobamente para o mundo. E a julgar pelo seu cabelo desordenado, a festa na cozinha havia sido boa.

Esgueirei o olhar para Luna, e no exato momento em que o fiz, pude vê-la entrelaçar suas mãos às de Draco.

Juro que quase comecei a fazer uma dançinha da vitória. Que casal mais fofo.

Fred ofereceu-me um pedaço de pão mergulhado no molho de Luna. Eu mordi e quase tive uma síncope. Estava excelente.

Pela santa mãe da Berinjela, nunca mais preocupar-me-ei em deixar Luna solta na cozinha.

  Bebemos rimos e comemos. Era praticamente um encontro de casais, e eu, para variar, não segurava um castiçal.

Como diria Liza: para o mundo que eu quero descer!

Isso está tão perfeito que chega a doer.

Ian tinha buscado seu computador, então comemos aquela oitava maravilha enquanto assistíamos “O Rei Leão” na pequena tela de seu Lap Top.

Na metade do filme, todos já tínhamos acabado com o vinho, e partíamos para cima do Whisky de fogo.

[N/A: Ressaltando o fato de que esta autora é simplesmente apaixonada por Scar e que meus únicos e prediletos cantores da Disney são Timão e Pumba.]

Ressaltando o fato, que nem bem era metade do filme e u já estava fazendo um cover de Scar cantando “Se Preparem”.

E é claro, Ian já alegrinho me acompanhava.

- Que os amigos não me desamparem... – eu cantava.

- Se preparem! – Ian cantava entre risos prolongando o ‘a’ e imitando a voz do leão malvado.

Mufasa morreu e eu quis arrancar meu coração do peito. Francamente falando todos os seres com ovários sintetizantes de progesterona presentes naquela sala se debulhavam em lágrimas.

Fred simplesmente se apaixonou por Timão e Pumba. Rapidamente decorou a letra de Hakuna Matata e juntou-se a mim e Ian, que novamente cantávamos empolgados.

Quem quiser acreditar acredite, mas nem bem deu 30 segundos de música e lá estava o grupo de jovens embriagados dançando a música do filme infantil.

Ridículo? Muitos diriam que sim. Felizmente nunca liguei para a opinião alheia, e sempre passei muito bem obrigada.

O filme terminou e Liza achou melhor levar Ian para casa. O moreno dançava ridiculamente passinhos discretos murmurando baixo com a língua enrolada: “Os seus problemas, você deve esqueceeeer, isso é viver – hic – é apreender – hic – Hakuna matataaaa.”

Até bêbado Ian conseguia ser discreto.

Agradeceram pela hospitalidade e pelo jantar, Liza me passou seu endereço e marcamos de assistir “O Rei Leão 2” nas férias.

Ela se despediu de Luna e de Draquinho, encaminhou beijos para alguns sonserinos e uma grande, mas grande mesmo, uma gigantesca cotovelada nos rins de Pansy.

Ah, como eu era sintonizada com Liza. Prometi-lhe que se tivesse a chance eu mesma mandaria seus cumprimentos à buldogue Parkinson.

- Não sei se nos veremos de novo. – ela disse torcendo a boca. – mas se pintar pela Escócia, é só aparecer lá em casa.

- Você também. – eu sorri-lhe.

- Bom, da próxima vez que nos vermos eu vou cortar seu cabelo.

Olhei-a confusa sem entender. Seria isso alguma despedida típica da Escócia?

- Ah, qual é? Esse seu cabelo é muito normal. Temos que dar uma repicada nele! – ela sorriu balançando sua cabeça de modo que seus cabelos ficassem lindamente bagunçados.

“Você aí que balança sua cabeça e seus cabelos ficam ainda mais perfeito... Qual é a sensação?”

- Claro... – eu disse olhando-a como se ela fosse louca. Se bem que ela era meio pinéu. – Nos vemos por aí Sonserina.

Ela segurou a mão do namorado que me abriu um largo sorriso.

- Até mais Grifinória. – ela piscou e girou em seus calcanhares, sumindo no ar levando Ian consigo.

- Não sei vocês, mas eu estou morto! – Draco se esticou e eu pude escutar suas costas estralarem

Eram pouco mais que meia noite, e todos bocejavam.

- Vamos dormir então. – eu disse acompanhando o bocejo coletivo.

O homem que descobrir como funciona o efeito dominó do bocejo entre um grupo de pessoas, será o meu ídolo para o resto da vida.

- Vou subindo. – Fred disse passando as mãos em meus cabelos. – Boa noite Luna, boa noite Doninha.

- Boa noite Fred.

- Boa noite cenoura. – Draco provocou-o de volta.

Fred parou ao pé da escada e lançou um olhar para Draco.

- Olha que eu ainda não desisti da idéia de te por para dormir no tapete da porta. – ela sorriu.

- Acontece que a Hermione nunca deixaria isso acontecer. Logo eu sou intocável. – Draco sorriu presunçoso.

- Só não esquece que eu sei onde você mora. – Fred sorriu maldosamente.

- Já calei. – Draco riu ruidosamente.

Mostrei a Luna e Draco o quarto em que eles dormiriam. Ainda não havíamos pintado então ele tinha um papel de parede pardo e florido, contudo era um pouco menor. Havia dois sacos de dormir – um bem coladinho no outro claro – uma estante de madeira antiga que eu não gostava, e uma grande janela que dava para os fundos da casa – leia-se, uma parte aberta do bosque com uma bela amoreira logo a frente. Dessa janela era possível ver umas casinhas que deviam pertencer aos moradores da pequena vila que tinha ao fim da estrada em frente a nossa casa.

Conversei com Draco e Luna por alguns momentos, e fiz eles me contarem sobre o episódio da cozinha. Quase tive uma overdose de fofura.

A noite estava mais amena e um pouco de vento passava pelas frestas da velha janela de madeira, fazendo que a cortina tremulasse, mostrando de relance o céu estrelado e as luzes da cidadezinha.

Não é querer me gabar, mas eu sou um ótimo cupido.

Só estava faltando...

Ergui a varinha e murmurei alguns feitços não verbais enquanto Draco e Luna me observavam. Fiz um saco de dormir para casal.

- A noite está fria, melhor vocês dormirem juntos. – eu sorri marotamente.

- Você está convivendo muito com Fred. – Draco disse com o rosto vermelho.

Apenas pisquei.

- Juízo vocês dois. E se forem fazer alguma coisa, por Merlin, usem o feitiço Abaffiato – eu me dirigi para a porta fazendo uma careta com a imagem que se formava em minha mente.

- Não se esqueça do feitiço você também. Não quero ser acordado por sons estranhos vindos do Cenoura.– Draco nunca deixava barato.

- Credo! – eu disse não segurando a risada. – Boa Noite.

- Boa noite. – eles me responderam sincronizadamente.

Fechei a porta dos pombinhos e subi as escadas correndo. Entrei no quarto e me deparei com a pessoa que eu mais amava sorrindo para mim.

Suspirei sentindo minhas vísceras se revirarem.

Fred tinha recém saído do banho, seus cabelos estavam molhados, encharcando seus largos ombros. Ele vestia apenas uma calça de moletom de pijama azul marinho que apenas realçava a sua pele alva.

Suas sardas lindas atravessavam seu rosto transversalmente dando a ele um ar de garoto que contrastava drasticamente com seu corpo definido que não era musculoso estilo troféu-músculo, mas sim forte e delineado fazendo-o parecer um desses modelos da Calvin Klein.

Seus cabelos ruivos estavam mais compridos, fazendo com que ele parecesse meio emo-punk no momento com sua franja molhada jogada para o lado esquerdo de seu rosto, caindo levemente sobre seus olhos.

Seus lindos olhos que nesta luz do quarto estavam de um verde quase cristalino chegando a se comparar aos de Harry. Nunca os tinha visto assim, tão vivos.

- Demorou. – ele disse passando a toalha braça nos cabelos, desgrenhando o que antes parecia um penteado emo-punk e transformando para algo estilo Edward Cullen depois de uma baita ventania. Ainda assim, ele parecia perfeito aos meus olhos.

- Fiquei conversando com Luna e Draco. Eles estão ficando. – eu disse andando até a cama e me atirando sobre esta.

- Comovente. – ele disse irônico sustentando sua implicância com Draco.

Ri-me do ruivo.

- Abaffiato. – eu apontei minha varinha para a porta e logo em seguida coloquei-a sobre a cômoda ao lado da cama.

Fred seguiu meu movimento com os olhos e apoiou a toalha sobre uma cadeira que havia no canto oposto do quarto, arremessando-a.

- Sabe, eu estava pensando, bem que podíamos seqüestrar Luna e fazer dela nossa elfa doméstica cozinheira. – Fred veio até a cama.

- É uma boa idéia. – eu sorri para ela, encostando minha cabeça sobre o travesseiro macio. – só que Draco viria junto.

- Eu já disse que sempre vai ter um tapete para a Doninha aqui em casa. – ele disse rindo e sobrepondo seu corpo ao meu.

- Você é terrível. – eu disse rindo

- Mas falando sério, o garoto é só osso, ele pode dormir na dispensa, ou ao lado das vassouras. Nada melhor do que um agregado portátil!

Eu ri da idéia de colocar Draco para dormir ao lado das vassouras.

- E você poderia dormir na geladeira, junto com as outras cenouras. – eu disse maldosa ainda rindo.

- Mas faz frio lá. Eu congelaria. – ele choramingou roçando os lábios em meu pescoço.

- Temos um sofá... – eu sugeri fechando os olhos.

- Ainda seria frio. – ele mordiscou meu pescoço enquanto eu passeava com os dedos pelas costas molhadas do rapaz, sentindo a água de seu corpo molhar-me e gerar-me arrepios,

- Sabe, acho que você poderia ficar na cama, comigo, qualquer coisa eu te esquento.

Ele ainda com o seu peso sobre mim levantou a cabeça e tomou-me os lábios.

- Isso seria perfeito. – ele separou os lábios dos meus – Mas o Malfoy ainda dorme com as vassouras. – ele riu e me deu um longo selinho que aos poucos foi evoluindo.

Entre beijos, mãos bobas e roupas sendo atiradas em todas as direções, agradeci por ter colocado o Feitiço Abaffiato.

- Boa Noite Hermione. – no limiar de minha consciência ouvi sua voz rouca e sonolenta acariciar meus ouvidos.

- Boa noite Fred. – eu sussurrei fracamente sentindo o calor do ruivo irradiar para minha pele, enquanto eu podia sentir a pulsação de seu peito contra minha pele.


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Notas finais do capítulo

THANS!
Ois Bois ^^
Cara, fui responder os Reviews agora e to me matando de rir, sério, vocês não existem!
Bom, mas por hoje é tudo Pessoal :(
Mas eu já estou quase acabando o próximo capítulo ^^
*Malfeitofeito*