Escolhas - Fred e Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 26
Liza Spicy


Notas iniciais do capítulo

*Jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
Oi amores!
MANO QUE SAUDADES!!!
Esse cap eu vou dedicar para todas as 64 leitoras que estão acompanhando a fiz, e um beijo especial para emitonkshf, Teh--lla, marycena e Ash_greene, as lindas que me mandaram recomendações.
Vou homenagear principalmente às leitoras Liza e Spicy, duas lindas que vivem me mandando reviews lindos e inspiradores que sempre me fazem chorar. - O Fred já é da Mione, mas eu reservei um gato pra vocês ;)



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VINTE SEIS:

 - Bom dia! – ouvi a voz soar até meus ouvidos animadamente.

Resmunguei e cobri minha cabeça, se eu o ignorasse ele iria embora e eu poderia dormir.

- Vamos preguiçosa! Eu fiz café. – ele puxou minhas cobertas e fungou contra meu pescoço.

O sol da manhã entrava no quarto e contrastava com o clima gelado. Esfreguei os olhos e soltei um longo bocejo, estendendo os braços, esticando preguiçosamente meu corpo.

Abri um dos olhos e vi o ruivo com sardas sorrindo para mim, inclinado na cama. Abri um sorriso torto e elevei meus dedos até acariciar sua face.

- Oi. – eu abri os olhos.

- Fiz café. – panquecas, dois copos com suco de laranja e cookies de chocolate que suculentos estavam dispostos organizadamente sobre a bandeja de madeira clara que ele sustentava com cuidado nas mãos.

Desviei os olhos para meu relógio de pulso e notei que eram recém 09h00min da manhã.

Sentei-me na cama e comecei a beliscar a comida, ele, educadamente socou alguns biscoitos na boca.

- Ah, a educação masculina – eu suspirei revirando os olhos.

Com a habilidade que só os Weasley têm ele conseguiu engolir a matéria em sua boca e deu um longo gole do meu suco.

- Perdoe-me, mas acontece que a senhorita me destruiu ontem à noite. Preciso de energia. –ele pescou um pedaço de panqueca.

Eu fiquei vermelho escarlate e dei um gole do suco.

- Você fica uma gracinha quando está corada. – ele riu passando o indicador rapidamente pela ponta do meu nariz.

Apenas sorri e revirei os olhos.

- Vamos nos arrumar e passar na toca antes de irmos buscar Draco. – eu disse partindo para as suculentas panquecas.

- Certo. Já arrumei uma gaiola bem legal pra ele.

- Não começa, Fred. – eu disse empurrando-lhe o ombro.

- Desculpa, parei. – ele revirou os olhos e voltou a enfiar panquecas na boca.

***

Fred, Jorge, Rony e Fred haviam ficado de castigo e levado uma balea bronca da senhora Weasley que quase morreu de susto. Assim que chegamos N’A Toca, a bruxa veio vermelha de raiva para cima de Fred e quase lhe arrancou as orelhas.

- Que idéia foi essa de usar um Gnomo como anjo na nossa árvore de Natal? – ela ia arrastando Fred sala a dentro.

Passado o choque inicial tive que segurar-me para não gargalhar. Jorge, Rony e Harry estavam sentados no sofá, todos de orelhas vermelhas com cara dês culpado, um do lado do outro.

- Ai mãe! Tá doendo... – Fred reclamava encurvado com a mãe lhe apertando a orelha.

A senhora Weasley quase arremessou Fred no sofá para a que ele se sentasse ao lado de Rony.

- De quem foi a Brilhante idéia de botar um Gnomo estupidificado, pintá-lo de ouro, colar asinhas, meter-lhe um minitutu ridículo e colocá-lo no topo da nossa árvore de natal?! – senhora Weasley colocou as mãos na cintura e olhou feio para os rapazes.

- Foi o Harry! – os três ruivos responderam ao mesmo tempo.

Harry olhou indignado para os demais garotos.

Conheço Harry muito bem a ponto de saber que ele nunca faria uma coisas dessas.

Mas também conheço Molly Weasley, e sei que ela NUNCA seria capaz de deixar Harry de castigo.

Tive que sair da sala e fui ter aminha crise de risos na cozinha. Minha crise só piorou ao ver o gnomo já acordado dentro de um pote, ainda usando aquela saia rosa patética.

***

- Não foi minha idéia coisa nenhuma! Fred que achou que o gnomo tinha ferido seu orgulho!– Harry dizia irritado

Quando os garotos estavam pegando cenouras para a ceia, um gnomo invocado se irritou com Fred e mordeu-lhe o calcanhar. O ruivo vingativo resolveu fazer esta maldade com a pobre criatura. Jorge, Rony e Harry amaram brincar de boneca com o pobre gnomo.

- Ora, não reclame, ela nem passou bronca em você! – Rony rebateu. Estávamos eu Rony e Harry no quarto. - Eu achei exagerado o lance da biblioteca. – Ron completou querendo claramente mudar de assunto. A toalha enrolada na cintura em quanto tinha o armário aberto e escolhia uma roupa.

Seus cabelos estavam bagunçados e molhados, enquanto algumas gotas d’água ainda molhavam seu corpo sarado.

Se isso fosse a alguns meses atrás, eu estaria tendo um ataque, convulsões ou algo do gênero.

- Eu achei bacana. Se eu pudesse faria isso com a Gina, só que eu teria que dar um shopping no lugar de uma biblioteca. – Harry disse deitado de barriga pra cima em sua cama ainda de pijama.

- Ou uma Sex Shop. – falei sem pensar.

Harry riu.

- Uma o quê? – Ron disse com as pontas das orelhas em tom escarlate. Às vezes me esqueço que ele é um irmão careta que crê ter como irmã alguém estilo madre Tereza.

- Pet shop. – eu disse rindo da cara do Harry que havia passado de cor de pele para branco giz em fração de segundo. – O que você tinha entendido? – perguntei com um tom de voz inocente.

- Nada, nada... – Ron disse vestindo uma camisa verde escura.

Olhei de esguelha para Harry que me olhava agradecido, ainda com a respiração acelerada.

- Vocês vão comigo buscar o Malfoy?

- Malfoy? – Rony e Harry encararam-me sem entender.

- Ah! Eu não contei pra vocês! – eu disse dando um tapa na testa. – então, Malfoy mentiu pros pais que ia para a casa do Zabine, daí eu o convidei para ficar lá em casa, mas como eu vou ficar na biblioteca, ele vai ficar comigo e com Fred.

- Mas... – Ron começou a falar.

- Falei com seus pais, com os meus pais e está tudo acertado.

- Hermione! O Draco quase matou a minha irmã no segundo ano, será que meus pais não vão...

- Tecnicamente foi o pai de Draco, Draco sequer sabia que era a Gina quem estava abrindo a câmara. – eu disse sentindo meu rosto arder. Acontecia o mesmo quando alguém falava mal de Harry e Rony perto de mim e eu os defendia com unhas e dentes. – e depois, ele se arrependeu e pediu desculpas.

- Acho que se Draco Malfoy pediu desculpas, é por que ele realmente mudou. – Harry disse tomando partido de Draco.

Rony nos encarou por alguns segundos e deu de ombros.

- Por mim beleza. A doninha até que é bacana. – ele se dirigiu para um ponto cego do quarto onde começou a colocar a calça jeans escura que tinha selecionado.

- Wow! – eu disse arregalando os olhos e fingindo choque. – Você? Dizendo que o Malfoy é bacana? – provoquei-o.

- Hermione, eu acho que você está convivendo muito com o Fred. – Rony voltou a meu campo de visão já vestido. – e por falar nisso, vocês já transaram?

Senti como se tivesse levado uma bolada no meio da cara.

Harry eu estava viajando deitado em sua cama se apoiou nos cotovelos e olhou para Ron com uma cara de “Isso lá é pergunta que se faça?”.

- Só curiosidade. – ele deu de ombros como se fosse algo natural.

- Ron, você deve ter algum defeito no cérebro. Na região que afeta os valores da pessoa, tipo certo-errado, curiosidade-indelicadeza...

- Desculpa, mas não sou eu que prefiro morrer a ser expulso. – ele disse secando os cabelos com a toalha. – mas e ai? Sim ou não.

Eles eram meus amigos desde sempre, mas nunca fui de contar esse tipo de coisa para eles.

- Sim. – admiti timidamente.

- E como foi? – Rony largou a toalha em cima da cama.

- Eu não vou te contar como foi! –eu disse vermelha.

- Eu te contei sobre a Lilá! – ele disse em tom de protesto.

- Eu não pedi pra me contar. Eu nem queria saber na verdade.

- Tudo bem Hermione, eu vou lembrar-me disso. – ele disse em tom ressentido.

- Deixa ela em paz, Rony. – Harry me socorreu.

CREC.

Jorge tinha brotado no quarto.

- Almoço na mesa. Mamãe disse que vai arrancar a orelha de quem não estiver lá em meio minuto. – ele sorriu.

CREC.

Antes que pudéssemos falar alguma coisa ele sumiu no ar.

- Ele tem que ficar desaparatando toda hora? – Harry disse se levantando e se dirigindo à sua mochila.

- Ele gosta de esfregar na nossa cara. – Rony disse cruzando seus braços e revirando os olhos.

- Quais livros vocês compraram Mi? – Harry perguntou tirando sua blusa e tirando algumas mudas de roupa.

Enquanto eu listava os livros, Harry passou desodorante, tentou em vão arrumar seus cabelos negros e rebeldes, colocou uma blusa surrada preta, colocou uma calça Jeans azul, vestiu seus sapatos e trocou novamente a blusa por uma branca.

- Os do Dan Brown eu já li. Agora os outros eu nunca ouvi falar.  – ele voltou a pegar a camisa preta. – qual que ponho?

- A preta. – eu e Ron concordamos.

Ele voltou a tirar a blusa branca. Harry era magrinho como Fred, mesmo tendo os músculos do tronco bem definido, seus braços eram pouco mais finos, dano-lhe um ar de criança.

- Hermione, você tem namorado ok? Nada de ficar secando os amigos gostosos. – Ron disse me tirando de meus pensamentos.

- Eu nem estava pensando nisso! – eu disse corando violentamente.

- Sei, sei. – Rony disse sorrindo maliciosamente e dando uma piscadela.

Ele sabia ser irritante.

Harry já vestido, também estava meio vermelho e revirava os olhos. Sem trocarmos mais palavras saímos do quarto e descemos rumo à cozinha para almoçarmos.

***

- Onde você tinha marcado com ele? – Fred disse checando as horas novamente.

- Calma. Daqui a pouco ele chega. – eu disse espiando as ruas do beco diagonal.

Estava estranhamente calmo, só havia eu e Fred na rua e o único sinal de vida humana vinha de uma movimentação perto do Caldeirão Furado.

CREC.

O estalo nos fez pular, soando excessivamente alto e contrastante com o silêncio sepulcral.

- Você tem idade para aparatar? – Fred indagou o loiro que tinha uma mochila nas costas e estava com um ar ofegante.

- Ser um Malfoy tem suas vantagens. – ele disse com um ar preocupado. – parece que teve um assassinato no Caldeirão furado. Eu tentei aparatar lá dentro, mas não consegui. Daí quando eu tentei entrar, uns aurores me impediram. Parece que a mulher que fazia a limpeza ontem à noite foi morta por comensais. – ele mexia as mãos nervosamente.

Fred não disse nada, apenas começou a andar rumo ao fim da rua vazia e fria no meio dessa tarde cinzenta e gelada, seus passos eram leves, mas ecoava como tiros pela rua fantasmagórica.

Draco e eu o seguimos, somando nossos passos aos dele. Chegamos ao muro úmido que dava passagem ao Caldeirão Furado, Fred tocou as devidas pedras com a ponta de sua varinha, revelando vários bruxos que se movimentavam pelo beco mal cheiroso.  

- O que houve aqui? – eu perguntei.

- Hermione! – a voz já conhecida soou até meus ouvidos. –ok, eles estão comigo. – Tonks disse afastando um auror que se encaminhava em nossa direção cm cara e poucos amigos.

- Oi Tonks – eu murmurei enquanto ela me enlaçava em um abraço estreito. – O que houve? – repeti a pergunta assim que ela se afastou.

- Assassinaram uma Aborto que trabalhava aqui hoje de manhã, e invadiram a Floreios e Borrões.

- Que coisa horrível. – eu suspirei.

- A coitada foi morta pelos meios trouxas, Mary Green, o estado que acharam ela foi horrível.

Ela continuou a falar, mas eu não estava mais escutando. Senti meu mundo girar bruscamente enquanto minha visão embaçava e eu podia sentir minha circulação escoar do meu rosto.

 Ela era a bruxa que Fred e eu tínhamos conversado na noite anterior.

- A que horas ela foi morta?- minha voz saiu mais fraca do que eu pretendia.

Tonks parou de falar e me analisou de esguelha comprimindo a boca rapidamente antes de responder.

- Ontem no começo da noite.

Minha respiração estava agora irregular. Foi perto do período em que Fred e eu estivemos ali. Se nós tivéssemos nos atrasado cinco minutos, se eu tivesse esquecido algo em casa, se eu tivesse demorado em me despedir de Gina, se eu tivesse me demorado um pouco mais beijando Fred, mais dois corpos poderiam estar junto à velha desleixada e simpática. E se Fred e eu tivéssemos morrido junto a ela. Pior, e se apenas um corpo jazesse ao lado dela?e se fosse um corpo bem definido, de um rapaz ruivo e extremamente simpático?

Por que diabos, sempre que eu estou feliz, Merlin me lembra que tudo não passa de uma ilusão, vai chegar o dia em que a realidade vai arrombar a porta da sala e jogar uma guerra no meio da minha cara?

Por que eu não posso ser uma pessoa comum, abençoada pela ignorância. Uma nerd como outra qualquer, que pode fazer planos em longo prazo com o namorado?

- Hermione, você está bem? – senti Fred afagar meu braço, só então me fazendo notar a quão imersa em pensamento seu estava.

Pisquei algumas vezes e pigarreei, passando as mãos em meus cabelos.

- To bem sim. – eu forcei um sorriso.

- Tonks! – um auror alto de bigode veio chamá-la.

- Bem, eu tenho que ir. – ela deu de ombros.

- Tudo bem, nós já estamos atrasados mesmo. – Fred disse se inclinando para dar um beijo de despedida em Tonks.

- Só uma pergunta... – ela se deteve fixando os olhos em Draco. – desde quando o Malfoy anda com vocês? – ela fez uma cara de confusão.

- Ah, longa história. – Fred disse rindo. –parece que no fim a doninha tinha um coração.

- Ninfadora! – o velho de bigode preto voltou a chamar, dessa vez com um tom de voz irritado.

- Vou lá. – ela fez um careta e saiu correndo para dentro da estalagem. – Já disse que detesto quando me chamam assim! – ela gritou com o cara de bigode.

- Vamos? – Fred disse esticando as mãos.

Eu e Draco seguramos cada um uma mão de Fred, para logo em seguida ser sugado para dentro do próprio corpo.

***

- Hey! Estava achando que não vinham mais! – Lino a me ver abriu um largo sorriso e veio me abraçar. – Gostou da biblioteca?

- Amei! – eu disse apertando-lhe.

- É verdade que você beijou a Cameron? – ele disse rindo.

Eu fiquei roxa em meio segundo e engasguei com a própria saliva.

- Você beijou uma garota? – Draco berrou no meio da rua atraindo alguns olhares escandalizados para nós. – Que droga! Por que os meus natais nunca são legais assim?

- Cala a boca! – eu disse vermelha enquanto me esgueirava dos olhares sujos que um grupo de garotos me lançava.

- Hermione, você beijou a Cameron, você devia se orgulhar! E você aí seu desgraçado sortudo, para de rir! – Lino disse apontando acusadoramente para Fred que estava vermelho de tanto rir da cena. – Cara que droga é essa no seu dedo? Você está de anel? – Lino se dirigiu para um Fred roxo de tanto rir e analisou a peça de prata que eu havia dado a ele.

- Ou vocês arrumam logo um quarto, ou vamos perder o filme! – Rony disse irritado com um braço ao redor da cintura de Lilá que tinha seus olhos arregalados para tudo que se passava ao seu redor.

Vê-la observando o chafariz em frente ao shopping, onde tinham algumas carpas nadando era hilário. Ao notar que havíamos chegado – um tanto quando lerdamente – conseguiu desviar os olhos do peixe e cumprimentou-nos com um sorriso amplo e um acenar empolgado de mãos.

Revirei os olhos e marchei para junto de Gina e Luna que cochichavam mais a frente.

Fomos andando até o interior do shopping.

- Então... Conte tudo. – Gina cochichou, Luna se inclinava para melhor ouvir.

- Contar o que? – eu disse temendo sua resposta, e notando o “sorriso Weasley”em seus lábios.

Em caso de sorriso Weasley, mascaras de oxigênio cairão automaticamente, reze para dar tempo de fugir pelas saídas de emergência, localizadas nas partes dianteiras e traseiras desta aeronave.

Seus acentos são flutuantes.

- Sobre você e o Fred! – ela disse em com de obviedade

Nosso grupo se deslocava rapidamente pelo shopping fresco de luzes fortes e pessoas que admiravam nosso grupo de maneira intrigada. Afinal, eram dez jovens extremamente incomuns, que não se vestiam nada bem, trouxamente falando. Lino estava com uma calça de veludo e uma camisa pólo! Quem é a sã pessoa que faz uma combinação dessas?

E a Lilá que estava com um cachecol listrado em tons de bordô e dourado, típico grifinória, e uma blusa branca que manga cumprida de bolinhas pretas.

Sem falar em Luna, que havia vindo com seus brincos rabanetes e meias ¾ uma de cada cor, expostas pela saia curta de pregas que ia até o joelho.

Draco viera excessivamente formal, com uma calça social preta, combinando com seus lustrosos sapatos e uma blusa role que o deixava com um ar aristocrata.

- A Cameron e o Ian não iam vir junto conosco? – eu disse mudando de assunto.

- Eles vão chegar mais tarde, parece que a namorada do Ian também vai passar as férias com agente. – ela revirou os olhos.

- Ele tem namorada? – eu disse aproveitando a brecha.

- Sim. Pelo que a Cameron me falou eles... – ela me olhou e estreitou os olhos. – Nem tente! Você vai me contar sobre o que aconteceu naquela casa. Com todos os detalhes sórdidos!

Revirei os olhos e paguei ao atendente o valor da pipoca enquanto os demais se encaminhavam para a sala do cinema.

- Tenha uma boa tarde. – ele disse devolvendo-me o troco.

- Vai Mione... Só diz como foi. – Luna pediu com um ar manhoso.

- Até tu Luna? – eu disse chocada. – Gina você é uma péssima influência! – eu disse em tom acusador.

- Sim, muito bom. – ela disse apressada. – vai Mione me conta. Por favorzinho.

- Depois eu conto agora agente vai ver filme, e eu não quero que os garotos escutem.

- Como você nega o meu “Por favorZINHO” – ela protestou.

Adentramos a sala escura e desajeitadamente começamos a procurar os garotos em meio ao breu da sala, no mar de tantas outras cabeças. Não foi difícil encontrá-los já que Lino estava praticamente berrando sobre o quão inacreditável ia ficar a imagem naquele telão e Rony recebia xingões de uma garota por ter ficado encarando o celular da menina, que interpretara mal seu ato de curiosidade.

- Lino, cala a boca pelo amor de Deus! – Harry dizia, mesmo no escuro dava para ver o escarlate em seu rosto. – Me desculpe moça, meu amigo não é daqui, ele não é acostumado com essas coisas. – Harry se desculpava com a mulher da fileira da frente.

Sentamo-nos. Graças aos céus, consegui sentar-me entre Fred e uma garota trouxa, bem longe da Gina e da Luna – e por tabela de suas perguntas constrangedoras.  

Notei que assim que me sentei ao lado de Fred e entrelaçamos nossas mãos, a garota loira ao meu lado se remexeu irritada na cadeira.

- Ainda bem que você chagou. A trouxa ali do lado estava perguntando por que eu não tinha MSN. – Fred cochichou rindo. – o que seria MSN?

- Ah, é meio complicado de se explicar. – eu disse olhando irritada a garota loira ao meu lado. Eu considerava seriamente a hipótese de derrubar refrigerante acidentalmente em seu cabelo liso artificial.

Mas decidi ser superior, puxando Fred para um beijo quase pornográfico.

Vi de canto ela cochichar algo para a amiga e revirar os olhos fixando o olhar nos pés.

- Ah não, que nojo. – Lino nos interrompeu. – arrumem um quarto.

Mostrei-lhe o dedo e inclinei minha cabeça sobre o ombro de Fred.

As poucas luzes que tinham foram diminuindo até deixar a sala em completa escuridão. O símbolo da Disney apareceu, logo em seguida apresentando o Filme “Piratas do Caribe – Navegando em águas misteriosas”.

Não foi o filme que eu mais gostei da saga, mas era legal, e Penelope Cruz como Jack Sparow foi um verdadeiro fetiche.

Gina e eu chorávamos com a história da sereia que fora aprisionada, enquanto Lino estava empolgado por reconhecer alguma coisa do mundo trouxa.

- Eles também têm sereianos! – ele apontou empolgado para a tela.

- Não, Lino, isso é ficção, trouxas não conhecem sereianos! – Harry abaixava a mão que o moreno apontava empolgado para o telão.

Passado esses e outros vexames, o filme acabou, enquanto eu, Gina e Lilá recuperávamo-nos dos minutos que passamos chorando.

Recompus-me rapidamente, não queria que Lino tirasse mais sarro da minha cara, eu já esta suficientemente envergonhada para um dia.

Saímos do cinema, e como bons adolescentes que somos, fomos direta para a espaçosa e bem iluminada praça de alimentação.

Fred, Jorge, Lino, Rony, Harry e eu pegamos sorvete. Muito, muito sorvete. Peguei de Browne com cookies, chocolate, menta, morango com calda de morango, algumas balas por cima e um desses canudinhos gostosos que eu nunca sei o nome.

Era uma verdadeira orgia de açúcar, e dá-lhe insulina para dar conta de toda aquela glicose.

Os garotos não ficaram muito atrás, exagerando nas caldas, balas e chocolates.

Senta-nos nas mesas e começamos e devorar nossos sorvetes, de tempos em tempos um de nós engolia muito sorvete a acabava ou congelando o cérebro ou sentindo o gelado excruciante na garganta.

Lino mongol foi o que mais teve o cérebro congelado.

- Eu podia ter nascido trouxa. Não me incomodaria nem um pouco. – Lino disse com a boca cheia de sorvete, se babando por completo.

Em um movimento sincronizado todos afirmaram com a cabeça, com as bochechas cheias de sorvete, algo que me fez rir.

Gina, Lilá tinham ido procurar algo menos calórico, se não me engano tinham ido buscar uma tigela de açaí na lojinha de comidas naturais. Draco e Luna estavam pouco mais a frente, em um restaurante japonês. Não sei quando eles tinham ficado tão íntimos e com que tempo haviam descoberto tantas afinidades, mas ver o jeito que Draco sorria perto dela, me fazia sorrir.

- Que trouxa mais babaca! – Gina disse sentando-se ao lado de Harry, enquanto Luna e Lilá puxavam mais uma mesa para agregar-se à nossa. – ele começou a brigar comigo e com Lilá só por que eu não sabia o que diabos era Granolá!

- Granolá? – eu perguntei fazendo cara de confusão.

Draco se sentava ao meu lado e Luna ao lado dele, enquanto eles calmamente dividiam o Sushi, Lilá finalmente conseguia se sentar ao lado de Gina, que bufava ainda com raiva.

- Sim, Gina quase azarou o cara, ela tirou a varinha, e ele começou a rir! – Lilá disse em tom de indiginação.

- Claro! O trouxa atrevido começou a dizer, que ele podia me dar a tal da Granolá, que era um “negócio muito bom que ele botaria por cima”. – Gina imitou o tom de voz da atendente.

Fred, Jorge e Lino quase botaram sorvete pelo nariz enquanto tinham uma crise de risos. Harry ficou vermelho, Lilá acalmava a ruiva, enquanto Draco, Luna e Rony comiam sem nem se alterar.

Eu espremi os olhos.

- Gina, você não quer dizer GranÓla? – eu disse espremendo os olhos e pronunciando corretamente a palavra. Granola, um conjunto de cereais com passas e castanhas que de fato vão por cima. Por cima do açaí.

- Granola, Granolá, tanto faz, eu ainda estou com vontade de ir lá dar uns tapas naquele atrevido! – ela disse pescando uma colherada do seu açaí.

Harry abandonou o tom raivoso e juntou-se ao coro de riso dos veteranos em nossa mesa.

- Gina, meu amor, granola, são cereais que você põem em cima da comida. – ele disse entre risos.

Gina desfez o cenho. Rony tinha parado de comer, assim como lilá, e agora também riam escandalosamente.

- Ah. É de comer. – a ruiva disse com um sopro de compreensão, logo em seguida começando a rir. – Você precisava ver a cara dele quando eu saquei minha varinha e apontei para ele. – Gina ria agora também escandalosamente.

Todos na mesa riam, chamando a atenção de outros jovens que nos olhavam de modo superior e de vários adultos e velhos que nos analisavam enviesados.

Acabamos de comer e ficamos na mesa do shopping, conversando, rindo e oferecendo ‘granolá’ para Gina.

Dividimos nosso grupo. Fred, Jorge e Lino, foram ver as lojas de brinquedos do shopping e descobriram o fliperama. Harry, Gina, Rony e Lilá foram fazer um programa de casais, leia-se, Gina e Lilá foram comprar roupas trouxas, enquanto Harry e Rony foram segurar as sacolas. Draco, Luna e eu fomos caminhar pelo shopping. Acabamos por entrar em uma pet-shop e ficar lá dentro, brincando que nem crianças com os filhotes fofos e saltitantes.

- Eles não são Lindos? – Luna dizia enquanto passava os longos dedos pelo vidro onde do outro lado um filhote de Pug saltitava.

- Eles são vesgos. – Draco dizia observando Luna.

Eu cutuquei-lhe as costelas atraindo sua atenção, e logo em seguida dei uma piscadela. Ele me olhou sem entender.

Revirei os olhos e andei até um canto mais afastado longe dos ouvidos de Luna, logo em seguida puxando-lhe para perto de mim.

- Vocês estão ficando né? – eu disse sorrindo.

Draco passou suas feições pálidas para rubras.

- Não. Ela é minha amiga!

- Sei, então não teria problema ela dormir no mesmo quarto que você certo? – perguntei-lhe sinicamente soltando um sorriso sapeca.

- O que?! Como assim? – ele engoliu em seco com a possibilidade.

Ignorei-o e virei meu corpo para Luna que agora estava na parte de aquário, ora abrindo a boca, ora fechando-a em um bico fofo, imitando o gordo peixe em sua frente. A vendedora olhava Luna decidindo-se se ligava ou não pro hospício.

- Hey Luna, o Draco quer saber se você não que passar a noite com agente hoje. – eu disse alto para que ela me escutasse.

Draco coitado tentou se esconder atrás de uma estante cheia de arranhadores de gatos e acabou por derrubar tudo.

A moça da loja que antes observava Luna marchou furiosa na direção da bagunça;

- Desculpa. Desculpa. Eu não queria... – Draco repetia com as faces vermelhas.

A moça assim que identificou o loiro que causara a bagunça, suavizou sua face, secando Draco de uma maneira que com certeza o fez perder uns dez quilos.

- Ah, não tem problema. – ela sorriu e deu uma piscadela para o loiro desajeitado que tentava guardar os arranhadores.

Eu nunca fiz tanto esforço para não rir na cara de alguém.

- Então? – eu me voltei para Luna que observava a cena com seus olhos azuis serenos  e sonhadores. – você pode ir dormir lá em casa e dormir com Draco.

- E os seus pais vão deixar? – Luna perguntou sem desviar o olhar dos peixes, sequer notando o estardalhaço que Malfoy fazia.

- Ah! Eu não te contei! Fred me deu uma casa-biblioteca de presente! – eu disse juntando as mãos e me derretendo só de lembrar.

Luna desviou o olhar do aquário e abriu um amplo sorriso.

- Que coisa mais linda! – assim que seu olhar passou de mim para o loiro que tentava se desviar da vendedora tarada ela fez uma cara de confusão. – Draco você está bem? – seu tom de voz saiu completamente aéreo.

- Não, eu não tenho celular, nem MSN. – Draco dizia para a vendedora que agora o encurralava na parede. – Hã, sim, está tudo bem. – ele disse sorrindo bobamente para Luna.

Silenciosamente, agradeci à Luna por trazer Draco para o lado certo. Sei que se não fosse ela, ele nunca teria amolecido como amoleceu, e eu nunca teria ganhado esse amigo maravilhoso como ele é.

E eu certamente não iria deixar uma vendedora de pet-shop roubar o futuro marido da minha amiga.

- Vamos Draco, vamos embora. – eu disse puxando-o para longe da moça, que me lançou um olhar mortal.

No caminho para a saída pesquei Luna e praticamente a arrastei para longe dos peixes. Draco suspirou aliviado assim que nos afastamos do pet-shop.

- Então Luna, vai aceitar o pedido de Draco? – eu disse sorrindo maliciosamente por dentro.

- Pode ser, vou falar com meu pai. – ela sacou a varinha e abriu a boca para pronunciar o feitiço.

- Não! – eu pulei em cima de seu braço escondendo sua varinha. – Londres trouxa lembra?

Luna sorriu e deu um leve tapa em sua testa.

- Alguém aí tem um telefone? – ela disse oscilando o olhar entre Draco e eu.

Enfiei a mão em minha bolsa e tirei de dentro o meu celular, entregando a loira de olhos celestes.

- Seu pai tem celular? – indaguei-a confusa.

- Não. Meu pai coleciona alguns artigos raros, e nós temos um telefone, mas nunca usamos. – ela disse enquanto discava os números.

Eu e Draco ficamos encarando a loira durante alguns segundos, até que esta abriu um largo e entusiástico sorriso.

- Oi pai! – ela acenou para o ar como se ele pudesse vê-lo. – Sim funciona! Eu disse que funcionaria. – ela ainda sorria. – Pai, a Hermione me convidou pra ir dormir na casa dela... Sim... Não... Sim... A temporada de Alitibus só acaba em janeiro... – eu e Draco trocamos um olhar cúmplice: “Não perguntar, em hipótese nenhuma, o que é um Alitibus” – Calma, deixa eu ver. – ela tampou o bucal do telefone e virou o corpo para mim. – Você pode me emprestar um pijama?

- Claro Luna. Mande meus cumprimentos e os de Draco para o seu pai.

Ela voltou a destampar o bucal.

- Ela disse que empresta, e que ela e Draco estão mandando um forte abraço. – ela disse sorrindo.

Tecnicamente eu disse cumprimentos, mas se tem algo que eu aprendi anão fazer é discutir com Luna.

- Também te amo. – ela disse em tom de finalização. – Se cuida, e se ficar com fome tem aquela geléia de berinjela com quiabo.

Eu olhei para Draco que fazia a mesma careta de desaprovação que eu. Berinjela com quiabo? Que combinação escrota é essa?

Anotação mental: nunca, sob hipótese nenhuma, deixar Luna preparar a comida.

- Beijos, Beannacht. – Luna disse desligando o telefone, com seu jeito sereno e sonhador.

Aos que já viram Skins hão de concordar comigo, Luna é a versão pura e sem drogas de Cassie.

- Beannacht? – Draco e eu repetimos.

- É tchau em irlandês. Minha mãe era irlandesa e nós costumávamos nos despedir assim. – ela disse me entregando o celular.

- Certo... – eu disse guardando meu celular na bolsa.

- DRAQUINHO! – uma voz estridente soou pelo meio do shopping fazendo com que não apenas o nosso grupo, mas também todas as pessoas naquela área do shopping pulassem de susto com a voz estridente.

Antes que eu pudesse sequer identificar a fonte do tal berro, vi Cameron correndo em minha direção no shopping, logo a sua frente uma garota de cabelos castanhos e repicados, olhos verdes que corria desembestada indo direto na direção de Draco.

Esse coitado, mal focalizou a morena e foi atingido por um abraço sufocante que o fez cambalear para trás esbarrando em várias pessoas.

- Quanto tempo! – a menina ainda berrava agora dependurada no pescoço do loiro.

- Hermione! – Cameron disse depois de cumprimentar Luna, eu a muito custo desviei o olhar da desvairada grudada em Draco. – Estamos te procurando há séculos! Onde estão os outros?

- Hã... Eles foram dar uma volta... – Ian havia aparecido logo atrás da irmã, com seu jeito caldo, acompanhava os movimentos da morena destrambelhada com os olhos, cumprimentando eu e Luna rapidamente com um leve aceno de cabeça. – quem é essa? – eu disse apontando para a figura que ainda estava abraçada a Draco.

A morena se desprendeu de Draco imediatamente, abraçando Luna e depois a mim.

- Sou Liza Spicy. – ela disse sorrindo, seus olhos jade grandes delineados por grossos cílios. – Namorada do Ian, e ex-sonserina de Hogwarts. – ela se apresentou orgulhosa. – Certo Draquinho? – ela riu da careta que Draco fez.

- Sabe que odeio esse apelido. – o loiro sorriu ajeitando seus cabelos que tinham sido agressivamente descabelados. – A irmã mais velha da Liza era melhor amiga da Pansy. – Draco informou revirando os olhos.

- Ah... – eu e Luna murmuramos acenando afirmativamente com a cabeça.

- Espera, você é irmã da Isa... Isabela... Isabelle... – Luna espremeu os olhos forçando a memória.

- Isabela. – Liza revirou os olhos. – Uma bem patricinha nojenta.

- Bem, Liza, essas são Luna Lovegood e Hermione Granger... – Cameron começou a nos apresentar.

- AH MEU HADES! – Spicy começou outro faniquito. – Pára o mundo que eu quero descer! Hermione Granger? Aquela que te socou Draco? – ela começou a rir.

- Ok sua escandalosa, a Escócia não te mudou em nada né? – Draco disse revirando os olhos.

- Nadinha. – ela sorriu e deslizou para o lado do Ian, que me parecia particularmente parecido com o Ator Ian Somerhalder, que interpreta Damon... Acho que já tinha feito uma anotação mental parecida com essa.

Ele a acolheu em seus braços carinhosamente e a olhou como Fred costuma me olhar. Ele era o cara mais fechado que eu conhecia, mas ele ficava tão mais leve perto dela.

- Ian me disse que você gostava de filmes trouxas. – Spicy disse com a cabeça apoiada no peito de Ian, que enlaçava a morena de cabelos repicados na altura do ombro.

- Ah, sou nascida-trouxa. – eu disse meio receosa. Afinal, uma vez Sonserina, sempre Sonserina.

- Eu também adoro filmes trouxas, sou ¼ trouxa com muito orgulho. Minha avó materna é trouxa e meu avô era bruxo. Minha avó até hoje me mostra vários filmes, eu amo romances de época, é um mais lindo que o outro. – ela desatou a falar. – E o que são aqueles vestidos? Merlin, Hades, Zeus, Santo Antônio da paçoca! Um mais lindo que outro e...

Antes que ela terminasse o que seria um longo discurso, Ian delicadamente tomou os lábios da castanha, fazendo-a parar de falar.

- Lindo, eu vou ali vomitar e já venho. – Cameron disse revirando os olhos com um tom de voz arrogante. – Chamem os outros, vamos para casa que eu estou cansada. – Cameron disse com ar de nobreza.

- Ah, mas eu nem vi nada... – Liza disse manhosa enquanto jogava a cabeça para o lado ajeitando sua franja repicada que moldava seu rosto fino.

- Fique e se divirta. Vamos pra casa Ian? – Cameron voltou seu corpo para Ian.

- Vamos só procurar os gêmeos, estou louca para conhecer os gêmeos! – Spicy voltou seu corpo para o moreno de olhos tão claros quanto os seus.

- Vamos ver os gêmeos então. – Ian deu-lhe um tímido sorriso. – Você não se importa não é Cameron?

A morena com ares divinos remexeu seus cabelos e bufou derrotada.

- Liza, você vai amar ver isso aqui! – Luna surpreendentemente havia se empolgado e arrastava não só a morena, como também a Draco e a mim pelo braço.

O que era para ser um passeio linear rumo ao fliperama se tornou um tour em que acabamos por entrar em cada loja de bugigangas. Presenteei Luna, Draco, Liza, Ian e Cameron, cada um com uma canela simples trouxas, dessas que se apertam um botão para que a ponta retrátil da caneta entre ou saia. Todas eram pretas, de tinta vermelha. Simples, mas que surtiram um efeito de encantamento em todos – menos Cameron que tratou aquilo como se fosse algo banal.

De fato era banal, mas Cameron parece que gostava de ser do contra.

Liza era a mais empolgada, que dizia que sua avó tinha várias canetas, mas nenhuma do tipo retrátil, e apertava incessantemente a ponta da caneta fazendo o barulhinho característico e irritante.

Draco e Ian assinavam em nossos Braços. Draco desenhou em meu braço um muffin sorridente e assinou logo abaixo “Te amo, e pára de ser babona”

 Rabiscou o braço de Liza aleatoriamente para logo depois escrever um “Te amo”, enquanto em Luna ele desenhou uma lua crescente nas costas de sua mão, e logo abaixo escreveu em uma caligrafia tímida com seus olhos corados: “Minha Luna”

Ian escreveu “Eu te amo” na mão de Liza, rabiscou um envergonhado “Oi Boi” na mão de Luna, e começou a rir.

Rir como eu nunca o tinha visto até então.

E com o sorriso nos lábios veio até mim pintado a ponta do meu nariz e assinando uma carinha perto do desenho do muffin sorridente de Draco.

- Que bonitinha, parece uma coelha. – Liza disse com as mãos na bochecha fazendo uma cara extremamente fofa ao me ver com aponta do nariz pintado.

Depois de termos mais algumas crises compulsivas e Ian mostrar que ele não era o pedaço inerte de matéria orgânica que aparentava ser, estávamos finalmente chegando perto do Fliperama.

- Sum 41! – Ian disse acenando a cabeça em concordância enquanto discutíamos sobre música. – We’re all to Blame!

-Take everything left from me. – eu começei a letra.

- All! To! Blame! – Ian, Liza e eu cantamos em coro, logo em seguida caindo da gargalhada.

Adentramos o local que era mais escuro e barulhento com feixes luminosos dos diversos jogos, Spicy grudada ao namorado com os olhos arregalados observando a tudo com certo receio.

Luna tinha se assustado e havia grudado seu corpo junto ao de Draco, enlaçando seus braços enquanto analisava o local tumultuado, Cameron já havia se enturmado com um grupo de garotos e tentava agora aprender um jogo trouxa. Ela ria, sendo o centro das atenções e tendo seu ego amaciado.

Estiquei-me procurando os cabelos ruivos no meio da confusão de cores e sons.

- Depois que o Lord voltou, minha mãe achou que Hogwarts não fosse mais segura, e nos mudamos para Escócia. – Liza conversava com Luna em meio a berros.

Senti alguém passar correndo por mim, e identifiquei ser Cameron. Logo em seguida coliguei que a morena corria rumo a um garoto de cabelos ruivos e de costas largas que ria mais a frente.

Senti meu rosto esquentar levemente assim que vi a encarnação da perfeição se agarrar no pescoço de Fred.

Aproximamos-nos dos garotos. Fred observava enquanto Lino e Jorge brincavam em um desses joguinhos de tiro.

Draco foi apresentar Liza aos demais enquanto eu me dirigia ao ruivo.

- Liza Spicy. – A morena dizia sorridente.

Cameron estava com o corpo grudado ao mo meu ruivo e passeava com suas mãos inocentemente pela nuca dele enquanto fingia prestar atenção nos cumprimentos trocados por Liza e os demais.

Fred tinha as mãos afastadas e me olhava com um olhar de socorro.

Respirei fundo para não sair estapeando a garota perfeita em minha frente, e arrancar cada fio de cabelo negro com uma pinça.

- Oi Físico. – eu disse sorrindo-lhe, apoiando meu corpo na lateral de uma máquina.

Ele deu um jeito de desgrudar Cameron de pescoço e andou até mim, deixando para trás uma Feline nada contente que me fuzilava pelo olhar.

“Nem tente Hermione, ela é muito mais linda que você”   

E lá estava minha amada consciência, fazendo questão de me deixar miseravelmente deprimida.

- Oi analista. – ela disse me dando um selinho.

Fechei os olhos e aproveitei o breve contato.

- Tudo bem com você? – ele disse buscando meu olhar.

Assim que conseguiu fisgar meus olhos, perdi-me na imensidão de seus olhos amêndoa-esverdeado e fiquei por alguns instantes apenas contemplando aqueles olhos cheios de vida que eu tanto amava.

- Pensei em fazermos Fondue hoje para os nossos convidados.

- Pode ser. – Ru disse abrindo um fraco sorriso.

- Já disse hoje que eu te amo? – ele como se lesse minha mente e meus medos acariciou meu rosto encostando sua testa na minha até que nossos narizes encostassem suas pontas.

- Não lembro. – eu disse sorrindo.

- Eu te amo. Para sempre. – ela disse depositando um rápido beijo em minha bochecha.

Passei meus braços de modo mais firme ao seu redor onde por fim estreitei nosso abraço, aos poucos sentindo o ruivo tomar-me os lábios com delicadeza. Assim que o beijo terminou senti-o mordiscar minha bochecha. Não havia doido, mas eu sabia que ficaria uma marca.

- Não provoca... – adverti-o.

- Me obrigue. – ele voltou a roçar seus lábios perto dos meus.

- Fredoca! Sua vez! – Lino puxou Fred, fazendo-o se afastar de mim.

Lino inconveniente criatura dos infernos! Será que pelo bigode de Einstein esse lerdo não notou o clima que eu e Fred estávamos?

- Opa... – ele disse sínico com um falso ar inocente. – atrapalhei vocês?

- Lino, Lino... – eu bufei. – só não se esqueça que eu posso tirar mais fotos.

Lino riu-se e se dirigiu para outro brinquedo onde Luna e Draco tentavam, sem muito sucesso, jogar.

Fred me deu mais um beijo e andou até o lado de Liza que tomava o lugar de Jorge no jogo. Eles pegaram suas arminhas e começaram a mirar na tela cheia de zumbis.

- Não! – Fred praticamente gritava. – esse ai sou eu! Você tem que atirar naqueles lá!

Eu observava enquanto Liza insistia em confundir Fred com um zumbi e acabei por me sentar sobre uma espécie de grade que havia atrás de nós que cercava o carrossel.

Eu observava o jeito em que o cabelo dele caia sobre seu rosto e a risada que ele soltava de modo tão natural.

- Parece que todo o nosso mundo se resume a eles. – a voz pouco habituada a ser ouvida soou até meus ouvidos, fazendo-me sobressaltar-me.

Ian tinha se escorado ao meu lado de braços cruzados e olhava Liza da mesma maneira boba em que eu olhava Fred.

- Sim. – eu disse voltando a observar o ruivo que agora esganava Liza de brincadeira por ela tê-lo matado. – às vezes fico imaginando, o que eu faria sem ele.

- Ficar sem ela, para mim, não é uma opção. – ele disse inclinando sua cabeça de modo que pudesse me olhar.

- Mas e se ela se interessasse por alguém? – eu murmurei refletindo nessa pergunta um medo meu, e meus olhos involuntariamente foram parar em Cameron que ria seduzindo um grupo de adolescentes que lhe ensinavam a jogar um jogo de mesa.

- Se isso acontecesse comigo, eu gostaria de pelo menos continuar amigo dela, tê-la por perto. – eu desviei meu olhar para o moreno novamente que me encarava com um fantasma de um sorriso no rosto. – Não se preocupe com a senhorita Feline. Fred gostava dela quando era menor, mas ele te ama. E ela pode ser chata e desmancha prazeres, mas só é assim por que ela não tem ninguém que olhe por ela, como nós olhamos para eles.

Ele com um aceno de cabeça indicou os dois escandalosos que riam no jogo de zumbis. Fred fingia arrancar os cabelos e fazia careta de desespero. Provavelmente Liza o tinha matado novamente.

Fred virou seu rosto para mim e em um gesto meloso e exagerado mandou-me um beijo, primeiramente levanto a mão até os lábios, cobrindo-os por completo, para logo depois afastá-la produzindo um sonoro beijo.

Pisquei-lhe e ri. Spicy estava concentrada matando Fred pela terceira vez, e assim que esse notou o que a garota fazia, começou a mirar nela e não mais nos zumbis.

- Esqueça Cameron, ela não tem a menos chance contra você. – Ian voltou a sorrir.

- The Offspring?! – eu disse retornando ao assunto ‘música’ com um sorriso que me rasgava o rosto e completamente empolgada.

- You’re Gonna go Far kid! – ele disse o título da música dessa banda que por coincidência  também era a minha favorita.

Comecei a cantar o começo a música e ele logo em seguida começou a me acompanhar.

Eu sorria sem motivo. Ian tinha calado minha consciência e eu rezava para que fosse de uma vez por todas. 


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Notas finais do capítulo

NHAC :3
Prestem atenção na história dos Feline, em breve vai acontecer uma m**** fenomenal...
Espero que tenham gostado.
ps: eu ia postar 3 capítulos curtos hoje, mas eu resolvi juntar e fazer só dois grandes ok?
Até já ^^
*Malfeitofeito*