Trabalho Escolar: Diário de Lidia Brazzi escrita por Juliiet


Capítulo 23
Dia 11, sexta-feira, 12 de agosto. (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, queridos LEITORES :) aqui está o resto do cap. Espero mesmo que vocês gostem, porque eu amei, ok? (a autora é suspeita pra falar, então vou precisar da opinião de vocês). Enjoy :)



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   - Eu gosto de azul – disse.

   - Ótimo. Abra a boca.

   Ok, eu o amava, mas eu não era criança para ele ficar me dando comida na boca.

   - Eu sou capaz de comer sozinha, Felipe, não sou criança.

   Bom, o garoto pirou.

   Não tenho outra maneira de dizer isso.

   Ele jogou a salada de fruta no chão e se levantou.

   - Não é?! – perguntou sarcasticamente. – Tem certeza?

   - Calma Feli -

   - Se você não quer que eu te trate como criança, não aja como uma! Você é uma criança sim, uma pirralha que não sabe nada da vida! Você foge de casa, pega carona numa moto com um estranho, sem saber o que ele podia fazer com você!

   - Christian não é um estranho, ele me disse que é seu primo!

   - E se ele estivesse mentindo? Você não pensou nisso, não é?

    Hm, eu não tinha pensado.

   - Não, não pensou – ele disse, transtornado. – Você nunca pensa nas consequências do que faz! Você não se alimenta direito, você salta do carro no meio da rua! E se você fosse atropelada?! Hein?  

   Não sabia o que dizer. Nunca tinha visto ele desse jeito antes.

   - Isso sem falar de todas as outras coisas estúpidas que você vem fazendo desde que nos conhecemos! Droga! Nem sei por que eu ainda me importo. Você vai arranjar um jeito de acabar com a sua vida de qualquer jeito, independente do que eu faça.

   Não consegui me conter. Não consegui evitar.

   Ah, como eu me odeio, Sr. Albert!

   Comecei a tremer e chorar.

   - Eu nunca pedi nada para você! – gritei entre soluços. – Não pedi sua ajuda para nada e certamente, nunca pedi que se importasse. Você pode sair por essa porta e nunca mais aparecer na minha frente que eu não vou dar a mínima!

   E foi exatamente o que ele fez.

   - Vou mandar alguém vir aqui limpar isso – disse, se referindo à salada de fruta no chão. E depois saiu sem nem olhar para mim.

   Eu sou, além de mentirosa, uma estúpida.

   A última coisa que eu queria era que ele fosse embora! Eu o amava, pelo amor de Deus! Por que eu não aceitava o que ele queria me dar? É óbvio que ele gostava de mim, pelo menos um pouco, e se importava comigo. Por que eu precisava estragar tudo?

   Enterrei a cabeça no travesseiro e chorei. Uma camareira entrou para limpar o quarto e perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim. Ela saiu. Eu voltei a chorar. Por horas. Estava escurecendo quando eu percebi que ele não ia voltar. Quis chorar mais, mas me contive. Lágrimas nunca resolveram nada, não na minha vida. E naquele momento, nem estavam conseguindo fazer eu me sentir melhor. Levantei e fui até a mesa. Comi tudo que tinha ali. Pães, bolachas, outra vasilha de salada de frutas, suco de morango e iogurte.

   Sentia-me bem melhor, mas ao mesmo tempo, pior.

   Joguei as sobras fora e sentei na poltrona que ficava embaixo da janela. Olhei para fora e não reconheci as ruas. Estava numa parte da cidade que eu não conhecia. Maravilha.

   Respirei fundo três vezes. Precisava decidir o que fazer. Não tinha coragem para aparecer na casa da Renata de novo. Mamãe não me queria em casa. Papai não estava nem aí se eu estava viva ou morta, e além do mais ele morava em outra cidade. E Felipe...devia estar me odiando agora.

   E tudo porque eu sou uma ingrata.

   Para variar a culpa é minha, Sr. Albert.

   E para piorar, eu não tinha dinheiro para pagar o hotel.

   Minha situação só melhorava.

   Levantei e tomei uma decisão.

   Felipe tinha me levado para lá. Eu não queria pedir nada para ele, mas eu não tinha dinheiro nenhum para pagar o hotel!

   Aliás, não tinha dinheiro para nada.

   Peguei o celular e liguei para ele.

   Sentia que ia me arrepender depois.

   Felipe atendeu no terceiro toque:

   - Lidia? – ele parecia surpreso. E preocupado. - Você está bem? Aconteceu alguma coisa?

   Senti um caroço subir na minha garganta. Parecia que ia voltar a chorar. Engoli três vezes.

   - Lidia? Você está aí? O que está acontecendo?

   - Estou bem – consegui dizer.

   Ficamos calados. Abri a boca para dizer que era bom ele pagar pelas despesas do hotel, porque eu que não ia, mas o que saiu foi um deprimente:

   - Volte.

   É, eu queria poder morrer ali.

   - O quê? – Felipe parecia mais surpreso que eu.

   Bom, já tinha cavado minha cova...

   - Volte. Eu não falei sério quando disse para ir embora. Eu gosto de você. Quero você aqui. Comigo.

   Ele não disse nada. Apenas desligou.

   Ai Sr. Albert. Eu sou tão patética! Me humilhei por nada! Ele me odeia!

   Corri para a cama e comecei a chorar de novo.

   Ele não me queria mais. Devia estar rindo de mim!

   Por entre meus soluços, ouvi o barulho da porta abrindo. Virei para olhar quem era, mas estava escuro. De repente alguém me empurrou na cama e ficou em cima de mim.

   Paralisei de pânico por um segundo, mas quando aqueles lábios úmidos, doces e fortes tocaram os meus, chorei de alívio.

   Reconheceria aquele beijo em qualquer lugar.

   Consegui virar o rosto um instante para respirar, e falar:

   - Como você chegou aqui tão rápido? – minha voz estava rouca e ofegante.

   - Idiota.  – ele disse, parecendo aliviado também. – Eu não saí daqui. Pedi o quarto ao lado, já que você queria ficar só. E você tinha toda a razão em dizer aquelas coisas para mim. – parou para respirar e ouvi, mas do que vi, seu sorriso. – Eu fui um babaca. Mas é que você me deixou tão preocupado!

   - Tudo bem – eu disse, sorrindo também. – A culpa foi minha também. Eu sou uma palerma.

   - Não, você não é uma palerma, Lidia. Sou eu que preciso ter mais paciência com você. Por favor, me desculpe.

   - Não precisa pedir desculpas, eu – disse, mas ele me interrompeu.

   - Diga logo que me desculpa, Lidia, para eu poder fazer o que quero!

   - E o que você quer fazer?

   Ele não respondeu. Pelo menos não com palavras.

   Felipe voltou a me beijar com vontade. Enrosquei meus braços em seu pescoço e ele aprofundou o beijo. Senti suas mãos subindo em minha cintura, levantando a blusa do uniforme que eu ainda estava vestindo.

   Seus lábios deixaram os meus, mas continuaram me beijando. Bochecha, orelha, pescoço. Felipe deixava um rastro de beijos quentes em minha pele. Senti que morreria se ele parasse de me beijar.

   Passei as mãos pelas suas costas, sentindo cada pedacinho de seu corpo para gravar na memória.

   Nunca me senti tão bem em toda a minha vida. E metade das coisas que estava sentindo, ainda não entendia.

   Não sei como, suas mãos alcançaram meu sutiã. Ele o abriu. Foi quando percebi que metade da minha blusa já estava aberta.

   Como foi que ele fez isso?

   Não queria pará-lo, Sr. Albert, não queria mesmo. Mas senti que devia. E pela primeira vez na minha vida, fiz algo que devia fazer, não que queria.

   - Felipe – disse. Minha voz realmente não parecia minha. – Felipe, pare.

   Eu falei baixinho, mas ele deve ter ouvido, pois suas mãos pararam na minha cintura e seu rosto, no meu ombro. Sentia sua respiração quente na minha pele. Merda!

   - Você tem razão – ele disse, numa voz pesada e rouca. – Melhor pararmos por aqui.

   Hm, não é pretensão nem nada. Mas tava na cara que ele não queria parar.

   Nem eu. Mas se nós continuássemos a coisa poderia ir longe demais...

   Honestamente, Sr. Albert, eu tenho só 15 anos, sou praticamente uma criança inocente.

   É...não.

   E, tudo bem, eu faria 16 em alguns dias, mas mesmo assim.

   Felipe suspirou e caiu deitado ao meu lado. Eu respirei fundo algumas vezes antes de ajeitar minha roupa. Felipe perguntou se eu precisava de alguma ajuda, mas eu gentilmente recusei.

   A última coisa que eu precisava no momento era sentir as mãos dele em mim de novo.

   Ei, não sou de ferro.

   Depois de fechar meu sutiã e abotoar minha blusa, deitei-me novamente na cama, ao lado de Felipe.

   Ele segurou minha mão com força. Estar com ele era tão bom!

   - Nós precisamos voltar para a sua casa hoje? – perguntei. – Estou cansada, não quero ir.

   - Nós podemos ficar aqui, se você quiser. – ele disse.

   - Eu quero.

   Ele se virou e me abraçou.

   E nós ficamos.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada pelas reviews que vocês estão me mandando, não sabem como isso me deixa feliz. Beijos e até amanhã :)