Sangue Puro escrita por Shanda Cavich


Capítulo 9
Capítulo 8 - Primeira Perspectiva de um Casamento


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempão sem publicar, aqui está (:



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Depois de uma quase interminável cerimônia matrimonial, tudo o que se desejava era a festa dos noivos. Uma festa armada no imenso jardim da mansão Malfoy em Wiltshire, enfeitada pela presença de pavões albinos e dragões prateados da Albânia, organizada pela ilustríssima tia da noiva e financiada pelo milionário pai do noivo, só poderia ser descrita como perfeita.

Lúcio Nero Malfoy, 18 anos, estava finalmente casado. Narcisa Black Malfoy, 16, tornou-se sua esposa, motivo pelo qual Walburga estava tão contente e satisfeita. Cygnus presenteou o genro com um palacete de campo na Escócia, enquanto que Abraxas concedeu à nora o tal Espelho Prestímano, mais valioso do que a própria mansão.

A festa estava radiante não só na decoração, como também na comida. Sirius Black e Severo Snape, ambos vestindo ternos pretos, aproximaram-se da mesa onde estavam os doces, um de cada lado. Assim que o jovem e pálido Snape esticou a mão para alcançar um dos bolinhos, Sirius deu uma risada insolente.

– Ranhoso, meu caro amigo... Você está tão elegante! Se Lily estivesse aqui nem iria reparar nesse seu cabelo seboso!

Severo Snape continuou com a mesma expressão facial, seca e monótona. Olhou para os lados cinematograficamente, como se procurasse por uma voz que não estivesse ali.

– Acho que estou ouvindo coisas. – concluiu Snape a si mesmo, ignorando o garoto. Em seguida, deu uma feroz mordida no bolinho e virou-se para o outro lado. – Deve ter sido um cachorro. Só pode.

Sirius imitou um latido de cão, que por sinal, foi bem convincente. Todos os que estavam perto dele, sem exceção, se dispersaram para longe, demonstrando repulsa. Walburga foi até Sirius e puxou-o pelos cabelos até a cadeira do canto, tentando parecer discreta.

– Fique quieto, moleque, se tem amor à vida! – disse a elegante bruxa, mãe do rapaz. Esta usava um vestido azul marinho floreado por topázios e, em sua cabeça constava um adorno prateado.

– Mas, mãe, eu to cansado de ficar sentado! Por que Régulo pode ficar onde quiser e eu não? – bufou Sirius, arrependendo-se de ter vindo à festa, já que o único motivo de ter comparecido foi a comida.

– Régulo sabe se comportar, é querido, e tem boa mente. – disse Walburga, olhando para o filho mais novo a alguns metros, que dialogava com Avery e Mulciber. – Ele não é como você, que age feito um macaco na jaula!

– Mas é assim que eu me sinto! Preso em uma jaula! – Sirius começou a falar mais alto, provocando a ira da mãe. – Nada me admira o fato de Andrômeda ter fugido! Ela era como eu! Ela também odiava toda essa merda! 

– Calado, Sirius! – Walburga crispou os dentes.

– Agora eu vou falar pra todo mundo ouvir! – continuou Sirius, delirante. Alguns dos convidados próximos olharam para ele, desconfiados. Entre eles, Rodolfo Lestrange e sua amada esposa, Bellatrix. – Muitos de vocês aqui acham que são super bacanas por terem uma marca idiota no braço! E não adianta me olhar com essa cara de retardado, Rosier, porque eu mesmo já vi a sua!

– Façam ele se calar, ou não responderei por mim! – berrou Rosier, sacando a varinha.

– Olha, querem saber? Dane-se essa mania de puro sangue! Dane-se tudo! Prefiro ficar sossegado no meu canto! E Bella... – Sirius olhou para a mulher de vestido preto. – Largue esse idiota do seu marido. Não sei como você aguen...

Petrificus Totallus! – disse Rodolfo Lestrange, com a varinha apontada ao garoto. No mesmo instante Sirius caiu duro no chão, como se houvesse congelado.

Walburga suspirou. Bellatrix permaneceu séria. Rodolfo e Rosier riram, enquanto que Snape apenas torceu o nariz. Régulo foi até o irmão e aproveitou para grudar um chiclete no cabelo dele. Depois de encaminharem o corpo petrificado de Sirius até dentro da mansão, todos voltaram à festa, como se nada de estranho tivesse ocorrido.

– Minha festa está tão linda! Nossa mãe teria adorado! – exclamou Narcisa, com uma voz aguda. Era a quinta taça de Champagne que segurava nas mãos. – Lúcio me prometeu uma viagem à Veneza, sabia?

– Que bom pra você, Ciça. – disse Bellatrix, friamente, tomando um gole do mesmo Champagne. – Enquanto você e o moleque do Lúcio se divertem na Itália, Milorde e eu trataremos de assuntos bem mais importantes aqui!

– Ah, Bella, não seja tão rude! – Narcisa empinou ainda mais o nariz. – Andei pensando... Será que fico bem com esse vestido? Ele não realça muito os meus olhos, mas...

– Já chega com essa conversa estúpida, Ciça! Tudo fica bem em você! Até se você se cobrir com um saco de lixo, porque você é perfeita! – Bellatrix levantou, em seguida fez um sinal para que Rodolfo se aproximasse.

– O que foi, meu amor? – perguntou o marido, sorridente.

– Tem certeza de que ninguém pode nos ver aqui? – continuou Bellatrix, olhando ao redor do jardim, que explanava uma espécie de fumaça esverdeada, quase imperceptível.

– Tenho, Bella. Os feitiços de proteção que utilizamos são infalíveis... Eu acho... – Rodolfo pareceu inseguro ao sussurrar as últimas palavras. Mas logo beijou a bochecha da esposa, a fim de que ela esquecesse a preocupação.

– Tudo bem, já pode voltar para lá. – Bellatrix virou as costas, assim como Narcisa.

– Não, Bella, prefiro ficar aqui mesmo, com você. Não agüento mais aquele bêbado do Dolohov falando merda.

– Na verdade Ciça e eu vamos para dentro, falar com nosso pai. – Bellatrix sorriu falsamente. – E é melhor que você não vá junto. É assunto de família.

As duas irmãs seguiram até a o salão de visitas da grande mansão Malfoy. Saindo de uma das portas térreas, estava Cygnus Black, segurando um cálice dourado. Assim que viu as filhas, fez sinal para que entrassem para a cozinha, onde estava vazio.

– Ah, Narcisinha... Estou tão feliz pelo dia de hoje! – disse Cygnus, abraçando a filha mais nova pela oitava vez naquele mesmo fim de tarde. – Agora que é uma mulher casada, contará principalmente com o apoio de Lúcio e provavelmente esquecerá do seu velho pai, não é mesmo?

– Claro que não, papai! O senhor sabe que ainda iremos nos ver sempre! – respondeu a bruxa vestida de branco, com uma voz suave, sorrindo através dos lábios rosados.

A irmã mais velha apoiou-se contra a parede, e retirou de sua meia 7/8 um punhal de prata. Posicionou o objeto em frente às unhas e começou a afiá-las como se fossem navalhas.

– Tudo bem, já chega. Ciça... Nosso pai e eu achamos que você não deve se tornar uma Comensal. – disse Bellatrix Lestrange, séria, então ergueu a manga esquerda de seu sobretudo, sendo possível notar a Marca Negra cravada em seu braço.

– E por que acham isso? – Narcisa tentou demonstrar indignação, embora o que acabara de ouvir da irmã fosse uma boa notícia. – Bella, você sabe que eu sempre estive de acordo com os ideais do Lord das Trevas! E sou tão digna de confiança quanto Lúcio!

Bella deu uma gargalhada. Narcisa torceu o nariz expressando asco ao ver Bellatrix encostar a língua no punhal ainda sujo de sangue.

– Oh, Merlin, como ela pode ser tão selvagem, papai?! – disse a irmã loira, abaixando o queixo.

– Não estamos aqui para falar dos modos um tanto... peculiares... de sua irmã. – prosseguiu Cygnus, e logo retornou a abraçar a mais nova. – Filha, você será sempre minha menininha! Não acho que você precise seguir o mesmo caminho de Bella.

– Se é o que o senhor quer... – Narcisa sorriu – Pensando bem, é até melhor assim. Ando ocupada demais.

– Ocupada com o que? Você não faz nada da vida, Ciça! – Bellatrix tornou a rir.

– Ocupada com os meus afazeres, que são apenas de minha conta e de Lúcio. – Narcisa ajeitou os cabelos, olhando seu reflexo no vaso de prata posto sobre o balcão. – Não sei se você sabe, mas planejamos ter um filho em breve.

Cygnus deu um suspiro de felicidade.

– Oh, isso é ótimo, filha! Sempre quis ter um neto! – disse o pai, tentando segurar o máximo possível a sua ansiedade. – O nome dele será Draco, sim?

– Pai, ainda não estou grávida. – Narcisa deu uma risada tão aguda quanto à de Bella, porém, menos demente. – Pode ser que eu venha a ter uma linda menina. E se assim for, ela se chamará Druella, como mamãe.

– Mas se for menino, tomara que seja... – Cygnus sorriu de canto a canto. – Se chamará Draco. O nome que eu daria a você se fosse um garoto, Ciça. Um nome digno de um Black!

Entediada, Bellatrix deixou o pai e a irmã a sós, e se dirigiu ao hall de entrada. "Que conversa fiada! Dane-se o nome da criança!", pensou. Bella nunca quis ter filhos. Nunca quis sequer estar casada. Casamento parecia ser algo tão simples e feliz para Narcisa, que às vezes para Bellatrix chegava a ser difícil entender por que só ela tinha que ser desgraçada em relação a isso. Assim que abriu a porta deu de cara com Lestrange, seu desprezado e apaixonado marido, que segurava uma flor de Liz nas mãos.

– Venha, querida! Adivinha quem está aqui? – Rodolfo sussurou, colocando a flor no cabelo da esposa. – O Lord das Trevas! Veio até aqui usando a rede de Flu no salão principal.

Um grande sorriso formou-se nos lábios da bruxa.

– Ele está precisando de nós?

– Não, Bella. Hoje é um dia de paz. – Rodolfo riu forçadamente. – Ele só veio buscar o diamante que Lúcio contrabandeou, e claro, aproveitou a ocasião para parabenizá-lo pelo casório.

– Ah, sim. – Bellatrix parecia contente, não prestando muita atenção no marido. – Milorde está aonde mesmo?

– Junto de Lúcio e Avery, no salão principal.

– Então para o salão principal eu irei. – Bella cantarolou, com sua voz estridente, em seguida olhou para Rodolfo. – Já pode se retirar.


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