Shattered

Capítulo 7

Hermione andava rapidamente pelo povoado, nesse instante, praticamente deserto. As palavras de Rony ecoavam em sua cabeça. Por que tinham de brigar por qualquer coisa?

Ela estava irritada e não sabia exatamente para onde seus pés a estavam levando, mas continuou andando, até esbarrar bruscamente numa figura alta e loura.

- Ei, olhe por onde anda... – Draco disse, virando-se para ela. – Oh, olá, Granger.

- Malfoy – murmurou, com descaso.

- Ronda?

Hermione assentiu, sem encará-lo. Draco a seguiu para longe de Pansy e o resto dos sonserinos.

- O que houve? – perguntou, quando se acharam sozinhos numa das ruazinhas de Hogsmeade.

- Não é da sua conta – respondeu.

- Acho que sei – falou, ignorando seu mau-humor. – Foi o Weasley, não foi?

- Não te interessa.

- Tudo bem, não pergunto mais nada – rendeu-se, erguendo as mãos. – Vamos, podemos ir tomar uma cerveja amanteigada, para melhorar o humor.

Ela lhe lançou um olhar cético, mas, antes que pudesse dizer algo, Draco a interrompeu:

- Ainda temos algum tempo antes da ronda.

Hermione suspirou.

- Certo. Mas só uma, porque eu estou com vontade – disse e saiu andando na frente, indo ao Três Vassouras.

- Menina difícil – ela ouviu Draco balbuciar logo atrás, antes de entrar no bar.

Estava, como sempre, lotado. Todos viraram a cabeça para olhá-los, mas não acharam completamente bizarro, já que eles andavam juntos em Hogsmeade quando tinham de fazer a ronda.

- Pegue uma mesa, madame, eu pegarei as bebidas – ele falou, com um sorriso irônico.

Hermione revirou os olhos com o estranho gesto de cavalheirismo e andou pelo bar, a procura de uma mesa livre. Havia uma, nos fundos do bar, onde a luz era rarefeita e piscava de vez em quando. Ela se sentou na cadeira e esperou. Ainda estava morrendo de raiva de Ronald, e estava planejando escrever uma carta malcriada, tipo um berrador, para ele, quando Draco chegou, com duas cervejas na mão.

Ele sentou-se e pousou as garrafas na mesa, empurrando uma em sua direção. Na mesma hora, ela virou a garrafa na boca, dando um grande gole.

- Isso tudo é raiva ou você é fanática por bebidas alcóolicas? – perguntou, com uma sobrancelha erguida e um sorrisinho desdenhoso estampado nos lábios.

- Vá se ferrar – falou, sem conseguir conter uma risada pelo nariz.

- Modos, Granger - disse, em um tom falsamente repreendedor, enquanto brincava com a tampa da garrafa entre os dedos.

- O sujo falando do mal lavado – retrucou, sentindo a bebida queimar numa sensação boa enquanto descia pela garganta.

Draco riu.

- Isso é passado, e eu prefiro deixá-lo de lado – murmurou, erguendo a garrafa e fazendo um gesto de quem brinda. – Às bebidas alcóolicas.

- À sua morte – ela falou, sorrindo.

Quando Hermione terminou a cerveja num só gole, pousou a garrafa na mesa e colocou os cotovelos no tampo de madeira, apoiando a cabeça nas mãos.

- É só isso que tem a oferecer? Uma cerveja amanteigada? – perguntou, enquanto a luz acima de suas cabeças piscava.

- Não acho que seja bom você beber mais, não está tão sóbria.

- E quem é você, meu pai?

Draco a observou. Seria possível estar bêbada com uma garrafa de cerveja amanteigada? Ou seria só o ódio?

- Tudo bem, Granger, como quiser. Rosmerta! Traga-nos duas garrafas de uísque de fogo – pediu. – Feliz?

Ela se recostou na cadeira, satisfeita.

- Muito.