Shattered

Capítulo 17

Quando Draco acordou na manhã em que os alunos iriam para suas casas, para o feriado de Natal, percebeu que estava sendo observado. Ele ergueu os olhos e se deparou com Hermione.

Ela sorriu levemente para ele. Draco sabia que não havia acontecido nada, que só a convidara para passar o resto da noite ali, mas se sentiu bem ao acordar do lado dela.

- Bom dia – ela disse.

- Bom dia.

Ele aproximou-se dela e beijou sua testa.

- Quer algo para comer? Vou lá na cozinha – falou, se levantando e procurando uma camisa decente.

Hermione sentou-se e balançou a cabeça.

- Na verdade, eu vim me despedir.

Draco virou-se para ela, surpreso.

- Despedir?

Ela assentiu, sem encará-lo. Ele viu que ela já estava devidamente vestida para algumas horas de viagem.

- Estou indo par'A Toca, e vou ficar lá até o fim do feriado.

- Já? Achei que o trem só sairia depois do almoço – murmurou, deprimido, enquanto Hermione ia até ele.

- E sai, mas eu vou via Flu.

Ela segurou o rosto de Draco entre as mãos e afastou a mecha sobre seus olhos.

- Vou sentir sua falta – ela disse, com um pequeno sorriso nos lábios.

Ele suspirou, segurando as mãos dela, ainda junto ao seu rosto.

- Também sentirei a sua falta.

Hermione o abraçou e deitou-se em seu peito. Draco a abraçou de volta e beijou o topo de sua cabeça.

- Você vai contar ao Weasley? – ele perguntou, abruptamente.

Ela se afastou e soltou suas mãos das dele, sem encará-lo.

- Não posso. Não agora. – respondeu, dando alguns passos para trás. – Nós ainda não temos certeza.

- Hermione...

- Por favor, Draco – ela interrompeu. – Não posso contar ao Rony ainda, se não temos certeza. Posso estar errada, e meu relacionamento com ele iria por água abaixo.

Ele desviou os olhos, visivelmente frustrado.

- Certo.

- Draco...

- Vá, Granger – disse. – Seu noivo querido está te esperando.

- Mas...

- Vá.

Hermione tentou se aproximar, mas ele se afastou. Ela suspirou, pesadamente, com lágrimas nos olhos.

- Feliz Natal, Draco – Hermione sussurrou, antes de se virar e sair.

Ela desceu as escadas rapidamente, piscando o máximo que conseguia para tentar dissipar as lágrimas. Não poderia encontrar Rony naquele estado.

O caminho até a sala da diretora McGonagall pareceu enorme, quando o que ela mais queria era se afastar da sala dos monitores.

Os elfos já haviam levado seu malão, então ela não tinha que se preocupar com isso. Quando chegou na gárgula, murmurou a senha tremulamente e subiu as escadas.

Hermione respirou profundamente antes de entrar na sala. A diretora havia deixado a sala por conta dela. A lareira estava pronta e havia um pote com um pó acinzentado, que Hermione julgou ser o Pó de Flu.

Ela arrastou seu malão, encheu a mão com o Flu, entrou na lareira e jogou o pó, sentindo as chamas lamberem seu corpo. Era uma sensação um tanto engraçada, até.

- A Toca! – Hermione exclamou, enquanto a fuligem entrava em sua boca.

Ela fechou os olhos e juntou os cotovelos junto ao corpo. Era uma sensação horrível, sendo que poderia muito bem aparatar. Mas os Weasley haviam deixado o feitiço de não poder aparatar nos terrenos da casa, e Hermione achou mais prático usar o Flu.

Quando sentiu que havia parado, soprou a fuligem para fora da boca e limpou os olhos.

No fundo do lugar onde havia parado, tinha uma escada tortuosa que levava para os andares de cima, um sofá velho acompanhado de duas poltronas viradas para a lareira, mais atrás a porta da cozinha e, um pouco a direita, havia um homem alto e ruivo, com um sorriso enorme nos lábios.

- Hermione!

- Rony!