Shattered escrita por LolaPotter22
Shattered
Capítulo 14
Os olhos de Hermione se abriram e ela se deparou com a parede coberta por uma cortina comprida. Sentiu um déjà vu imediatamente, ao se lembrar de sua noite como bêbada.
Ela achou estranho, pois foi a primeira vez que não se arrependeu ao lembrar.
Hermione virou a cabeça, tentando ver se Draco ainda estava dormindo, mas a cama estava vazia. Ela se sentou rapidamente, encarando os lençóis desarrumados.
Que ótimo, pensou, ironicamente. Ele fugira.
A raiva substituiu a solidão, e Hermione sentiu vontade de socar algo. Por que ele fugira? Não fora ele que sugerira tudo isso? Ah, mas ela iria dar o troco.
Ela não teve tempo de se levantar, pois a porta abrira rapidamente, assustando-a. Hermione se cobriu com os lençóis, de olhos arregalados.
- Bom dia, bela adormecida – falou Draco, com um sorriso leve no rosto.
Ele carregava uma bandeja nos braços, que Hermione viu que continha comida. Notando a expressão meio assassina e meio assustada em seu rosto, Draco sentou-se na cama e pousou a bandeja mais à frente.
- Não era minha intenção chegar depois que você estivesse acordada –disse, apontando para a bandeja com a cabeça. – Achei que estivesse com fome.
Um sorriso começara a se formar nos lábios dela e ele a beijou. Hermione retribuiu, sentindo-se feliz repentinamente. Seus braços envolveram o pescoço de Draco e ele apoiou as duas mãos de cada lado dela.
Ele se afastou, ainda de olhos fechados, e encostou sua testa na dela.
- Vá com calma – falou, e o sorrisinho debochado surgira novamente.
Hermione revirou os olhos e o empurrou levemente para o lado.
- O que você trouxe para comer? – ela perguntou, sentindo o estômago roncar.
- Torradas, waffles e... – ele ergueu os olhos para ela, com um sorriso no rosto. – Bolo de limão.
Hermione soltou uma exclamação de aprovação.
- Eu adoro bolo de limão!
Draco riu.
- Sim, eu sei disso. Agora, tome seu café-da-manhã, se não vai chegar atrasada.
Ele beijou sua testa e se levantou, indo para o banheiro. Hermione sorriu e puxou o prato com a fatia de bolo de limão para si.
O café-da-manhã que Draco trouxe da cozinha estava extremamente bom, mas ela não pode aproveitar, pois sentiu seu estômago embrulhar ao olhar para o suco de laranja.
- O que houve? – perguntou ele, enquanto secava o cabelo com uma toalha.
Hermione franziu o cenho e balançou a cabeça.
- Não sei – respondeu, afastando a bandeja. – Não estou muito bem.
Draco inclinou a cabeça, levemente, segurando a toalha com a mão.
- Mas você nem bebeu dessa vez.
Ela riu e jogou um travesseiro em sua direção. Ele o pegou rapidamente, com um sorrisinho desdenhoso.
Hermione colocou seu uniforme e ambos foram para a aula de Poções. Ninguém achou estranho o fato de eles não terem aparecido no café e de terem chegado juntos, a não ser Pansy Parkinson, que olhou torto para ambos.
O Professor Slughorn não demorou a chegar, e logo passou o que todos deveriam fazer. Draco preparou os ingredientes e Hermione começou a aquecer o caldeirão.
- Poção Wiggenweld – ela leu, passando o dedo rapidamente por cima da página. – Essa é a poção mais fácil que já vi.
Ele revirou os olhos.
- E o que não é fácil para você?
Hermione lhe lançou um olhar seco e Draco soltou um assobio baixo.
- Se não te conhecesse direito, diria que você está querendo me estrangular nesse momento.
Ela sorriu a contragosto e começou a preparar. Estava tão concentrada que nem notou quando alguém se posicionou em frente à mesa dos dois.
- Eu sei. – a pessoa falou.
Hermione ergueu os olhos, surpresa. Era Pansy.
- Desculpe?
- Eu sei – repetiu ela, com um olhar sombrio. – Sei que vocês têm um caso.
Ela e Draco se entreolharam e soltaram uma gargalhada cômica. Hermione parecia meio nervosa, mas não deixou transparecer.
- Até parece – eles falam, ao mesmo tempo.
- Nenhum de vocês apareceu para o café e chegaram juntos na aula. Um pouco suspeito, não acham?
- Mera coincidência – ele respondeu, prontamente.
- Os vi conversando várias vezes essa semana – Pansy continuou, cruzando os braços.
- Monitoria – Hermione disse.
- Bom, então me explique porque você, Granger, saiu do quarto dos monitores hoje se você não fica lá, e sim no dormitório da Grifinória.
Bingo, Pansy tinha um trunfo na manga. Hermione abriu a boca e a fechou diversas vezes, sem saber o que responder.
- Eu... Eu estava... Estava no... – gaguejava, assumindo um tom avermelhado.
Pansy sorriu de um jeito de quem diz \"Peguei você\".
- Ela foi buscar o formulário de formandos que a Professora McGonagall pediu. – Draco falou, calmamente.
Hermione virou a cabeça para olhá-lo, rapidamente. Não parecia que estava mentindo, e Pansy estava quase acreditando.
Brilhante! Era uma resposta aceitável, porque McGonagall realmente havia pedido o formulário, mas Pansy não precisava saber que Hermione já havia entregado.
- Isso mesmo.
A garota em sua frente ergueu uma sobrancelha.
- Saibam que eu estou de olho – Pansy disse. – Sei de alguém que adoraria saber que sua noiva está indo para cama com seu inimigo.
Hermione realmente ficou vermelha dessa vez, mas não se deixou vencer.
- Ele nunca irá acreditar em alguém como você.
Pansy deu de ombros, com um sorriso misterioso que incomodou Hermione, ela virou-se e foi embora. Draco ficou estranhamente quieto depois disso.
- Ei – Hermione chamou, cutucando seu braço de leve. – Tudo bem?
Ele assentiu, enquanto mexia o caldeirão.
De repente, Hermione sentiu um cheiro estranho. Não era nada comparado com nada que já tivera sentido na vida. Seu estômago revirou-se e ela se levantou num salto, sentindo a náusea que tentava ignorar fazer efeito.
Ela correu porta afora. Ouviu o professor perguntar alguma coisa, mas não tinha tempo de parar, tinha de chegar ao banheiro o mais rápido possível.
- Hermione! – ela ouviu a voz de Draco logo atrás, mas continuou correndo.
Quando chegou no banheiro, um andar abaixo, abriu a porta de uma das cabines e só teve tempo de erguer os cabelos.
- Hermione?
Ele havia entrado no banheiro feminino e, quando a viu, ajoelhada diante do vaso sanitário, apressou-se para segurar os cabelos dela.
Algum tempo depois, Hermione se levantou, trêmula. Cambaleou até a pia e lavou o rosto. Quando virou-se para Draco, viu que o garoto estava branco feito papel.
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