Shattered escrita por LolaPotter22


Capítulo 10
Capítulo 9




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Shattered

Capítulo 9

Ignorar Draco Malfoy por um dia inteiro foi muito mais cansativo do que ela imaginara. Primeiro porque ambos eram os monitores-chefes, o que fazia com que se vissem frequentemente, mesmo não tendo as mesmas aulas. Segundo porque Hermione sentia seu olhar queimando em suas costas quando estavam na mesma sala.

Era aula de Poções, e ela estava sentada na cadeira em sua diagonal – ela teria pegado um lugar mais longe, mas este fora o último que sobrara. O Prof. Slughorn passara a poção escrita no quadro, que eles deveriam fazer, e se sentara em sua mesa. Hermione considerava a duas opções: pedir para ir ao banheiro e não voltar mais, ou cavar um buraco e enterrar sua cabeça dentro, mas decidiu que não daria tal gostinho a Malfoy.

Ela, notando que ainda faltava um ingrediente para a sua Poção e que não tinha comprado-o no começo do ano, levantou-se e caminhou até o armário dos alunos.

Ergueu os olhos pelos ingredientes rotulados com um pedaço de pergaminho e procurou pelo chifre de unicórnio. Com um suspiro de alívio, ela o encontrou e estendeu a mão para alcançá-lo quando ouviu uma voz rente ao seu ouvido.

- Bom dia.

Com o susto, sua mão esbarrou no vidrinho e o derrubou no chão, fazendo com que ele se espatifasse e o líquido escorresse no chão de pedra.

O barulho pareceu que ecoou na masmorra. O Prof. Slughorn ergueu os olhos dos vidrinhos de experimentos em sua frente e os olhou severamente.

- Pelas barbas de Mérlin! Limpem isso antes que faça um buraco no chão! – exclamou e, num tom mais baixo, complementou, pesarosamente: - O meu sangue de unicórnio!

Hermione tirou a varinha do bolso, fez um aceno com a varinha e o líquido desapareceu. Ela lançou um olhar de censura para Draco e virou-se para o armário, pegando o chifre de unicórnio.

- O que você quer? – perguntou, num tom baixo.

- Normalmente, quando alguém diz "bom dia", você tem que responder – falou, ignorando sua pergunta, com um sorriso irônico. – Sua mãe não te ensinou a ter educação, não, Granger?

Ela rolou os olhos para o teto.

- O que eu disse sobre isso, Malfoy? – Hermione fez um gesto envolvente entre eles. – É errado.

- O que é errado, dizer bom dia? – perguntou, no mesmo tom frio que ela.

Com a expressão endurecida, o rosto de Draco ficara carrancudo e o que parecia ser um tom quase carinhoso que ele usava para se direcionar a ela sumira completamente.

- Não podemos... – Hermione se interrompeu quando uma aluna da Grifinória chegou para pegar um ingrediente qualquer.

Ela encarou seus olhos cinza-chuva por um instante, tentando passar para ele tudo o que sentia. Então, vendo que a garota não iria embora tão cedo, Hermione aproveitou a deixa e disse:

- Somos  monitores-chefes.

Virou-se e seguiu até sua mesa. Sua parceira já estava no meio da Poção e parecia aborrecida com ela.

- Foi fabricar o chifre de unicórnio? – perguntou, enquanto mexia a colher no sentido horário.

- Desculpe – pediu, sentindo as bochechas corarem.

Por causa da demorada ida para buscar ingredientes, Hermione se ofereceu para terminar a poção sozinha. Quando terminou, colocou o conteúdo do caldeirão num vidrinho e o tampou com uma rolha.

Ela levou-o até a mesa do professor e, quando estava voltando para sua mesa, percebeu que um grifinório e Draco Malfoy estavam discutindo em alto e bom som do outro lado da sala.

- Eu te falei que não era assim! Sentido horário primeiro e só depois o anti-horário! – o grifinório exclamava, furiosamente. – Olhe só o que você fez!

- É só uma poção! – Draco disse, com descaso, mas ainda com o tom de voz alta. – Quem se importa?

- Eu, eu me importo! É impossível trabalhar com uma pessoa quando ela faz tudo errado!

- Então trabalhe sozinho!

- E vou mesmo!

Parecendo cego de raiva, Malfoy empurrou o caldeirão em direção ao grifinório, que desviou bem a tempo de todo o líquido roxo vibrante de esparramasse.

- Chega! Chega! CHEGA! – o Prof. Slughorn se manifestara.

Ele havia levantado de sua mesa e caminhado até os dois garotos, furiosamente.

- Detenção! Para os dois! – exclamou, com uma ruga entre as sobrancelhas. – Sr. Malfoy, que exemplo de monitor-chefe o senhor espera dar com essas briguinhas bobas? Nunca esperaria isso de um monitor-chefe! Acho que a diretora McGonagall fez a escolha errada, desta vez, ao escolher o senhor!

Aquele sermão fez com que a expressão de Draco ficasse inexpressiva, mas Hermione conseguia ver pelos seus olhos que ele estava envergonhado e, por incrível que pareça arrependido.

- Você irá ter detenções por duas semanas. Srta. Granger, você irá cuidar para que o Sr. Malfoy cumpra as detenções corretamente – disse o professor, se virando para a garota.

Nem ele nem ninguém perceberam um sorriso desdenhoso que Draco tentava esconder. Hermione sentiu o rosto perder a cor.

- Não! – ela deixou escapar.

- Como disse?

- Eu... Hã... Eu acho que Jaine cuidaria disso melhor do que eu – Hermione gaguejou, sentindo-se mal por envolver Jaine, a monitora simpática da Corvinal.

- Que isso, você é a minha melhor aluna – o Prof. Slughorn sorriu para ela e, como se tivesse se lembrado do que acontecera, sua expressão endureceu de novo. – Para que você possa manter a rédea curta com o Sr. Malfoy, ele será o seu parceiro em Poções pelo resto do ano.

O queixo de Hermione caiu, mas o professor nem se deu conta, pois já havia voltado para a sua mesa.

Os olhos de Draco e Hermione se encontraram. Ele possuía um sorriso torto no rosto e as sobrancelhas se levantaram e abaixaram rapidamente. Ela revirou os olhos, foi até sua mesa, pegou sua mochila e saiu da sala, bufando.

Que ótimo.


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