Os dois continuaram andando juntos até chegarem à sala de feitiços, atraindo alguns olhares curiosos. Ela corava cada vez que ele fazia um comentário “indiscreto” e ele ria cada vez que ela corava.

Lílian estava entrando na sala de aula, junto com Snape, que parecia estar triste e com raiva.

- Sev, eu sei que ele é um idiota, sei também que ela vai perceber isso e logo. Entenda, ela não é tonta. Ela é da grifinória. – a garota riu e apontou o símbolo estampado na blusa. – Mas, Sev, também você a magoou muito. Ela chorou durante muitas noites. Na verdade, ela ainda chora.

- Eu a fiz chorar, Lílian? – Snape perguntou espantado. – Mas, se ela gosta tanto de mim, por que me tratou tão rude? Se ela... Chorou mesmo, por que fingiu que não se importa comigo?

- Já ouviu falar em “Orgulho ferido”, Sev? – Lílian perguntou franzindo a testa. – Pois bem, é justamente isso: Orgulho ferido. Até que isso passe você terá de esperar... Ah, a menos que...

- A menos que?

- A menos que você faça algo que a comova mesmo, e assim ela te perdoará. – Lílian disse, sentando-se a uma carteira do lado de Snape, e observando a amiga que se sentava aos risos, à frente de Sirius. – Ah, não! Ele não fez isso!

- O que, Lílian? – Snape perguntou, virando-se para olhar a garota que estava rindo e corando, enquanto dava pequenos tapas no braço de Sirius.

- Ele a fez corar! – Lílian exclamou.

- E daí?

- Sev, se você faz uma garota corar, do jeito que ele a fez corar, significa que ela está começando a gostar de você! – Lílian explicou, olhando com mais atenção a cena. – Pior, se ela rir, corar e depois começar a te estapear, significa que ela está mesmo gostando de você! Ah, Merlin, Sev! Se o Black conseguiu fazer isso... Uhm, você terá mesmo de lutar por ela. – ela correu os olhos pela sala. – E, quer saber? Eu acho que não será o único. – Lílian apontou para vários garotos que olhavam a cena emburrados.

- Quer dizer que ela gosta do Black?

Lílian bufou.

- Em português claro: Sim. – ela disse.

- Droga. – Snape gemeu. – Droga, droga, droga, Lílian! Teria sido muito mais fácil, se eu simplesmente tivesse dado mais atenção a ela, mas não... Eu resolvi ser teimoso. Olha só no que deu. Nem olhar mais na minha cara ela olha!

- Ahm... – Tiago disse sem jeito. – Será que eu posso me sentar aí? – ele apontou para o lugar onde Vitória estava sentada. – Ah, a propósito: Parabéns, você é a primeira marota no clube.

Ela riu.

- Claro que pode, Tiago. – ela disse.

- Me chame de pontas. – ele murmurou, assumindo seu lugar.

- Pontas? – ela perguntou.

- Bom, - Sirius disse – no nosso clube, todos têm apelido. O meu é almofadinhas... – ela riu. – O do Tiago é pontas, o do Remo é aluado, e o do Pedro é rabicho.

- Interessante. – ela murmurou, sentando-se na frente de Tiago.

- Há, parece-me que vou segura vela. – Tiago disse rindo.

- Pontas! – ela disse e riu em seguida.

- Aaai, Calminha aí! – ele disse, quando ela lhe deu um tapa no braço.

Ela riu.

- Uhm, deixe-me perguntar uma coisa... – Tiago disse sorrindo marotamente para a garota. – Se, uhm, agora você faz parte do nosso clube, poderemos assaltar a cozinha, não?

- Ei, isso é chantagem! – ela disse.

Sirius riu.

- Acostume-se. – ele disse.

Ela riu.

- Ah, Sev, piorou. – Lílian murmurou. – Agora ela está amiga do insuportável do Potter!

Snape suspirou.

- Que droga! Só falta ela entrar para o grupo deles. – ele disse.

- Ah, olá Vitória. – Lupin cumprimentou-a. – Parabéns por ser a primeira marota no clube!

- Obrigada, Aluado. – ela disse e ele riu.

- Já percebi que Sirius já falou demais, não? – ele disse ainda rindo, sentando-se na frente dela.

- Ah, qual é, Aluado? Assim ela vai pensar que o Sirius é um dedo duro. – Tiago disse.

- Bem, cá entre nós... Ele é. – Lupin disse e então os quatro começaram a rir.

- Ah, perfeito, Lílian, você ouviu o que ele disse? Ela entrou para o grupo deles! – Snape exclamou.

- Eu sei. Mas, ela parece-me feliz, Sev. No entanto, eu acho que o a deixaria mais feliz, seria ser... Bem, ser sua namorada. Ela gosta de você. Dá para ver nos olhos dela toda vez que ela olha para você. – Lílian disse.

- Mas, se isso é verdade, então por que ela está assim tão amiguinha do Black? Por que ela entrou para o clube deles? – Snape perguntou.

- Para te deixar com ciúmes, Sev. – ela disse.

- Lílian... Quer saber? Dou meus parabéns a ela, ela conseguiu! – Snape disse nervoso.

Lílian suspirou.

- Hm, Almofadinhas, o que vamos fazer hoje à noite?

- Não sei o que você vai fazer hoje à noite, Pontas, mas eu sei o que eu vou fazer. – Sirius sussurrou marotamente olhando para a garota que ria junto a Lupin.

- Vá com calma, Almofadinhas, ou você pode acabar assustando a garota. – Tiago disse.

Sirius suspirou.

- Okay, calma. Até parece que eu consigo raciocinar quando estou com ela. Sabe, Pontas, acho que o amor é uma coisa estranha! Pois, quando eu estou com ela, eu falo demais, eu penso de menos... Eu... Ah, eu sei lá, só sei que isso me faz bem. – Sirius disse.

- Ao menos um de nós teve sorte. – Tiago disse.

- Pontas? – a garota chamou.

- Diga, Vitória... Ah, Almofadinhas, precisamos achar um apelido para ela, não me deixe esquecer. – Mas, diga-me.

- Bem, sinto, mas eu ouvi o que você e Almofadinhas estavam conversando. – ela sorriu para os garotos que retribuíram. – E... Sabe, eu acho que você teria chance com Lílian, se não fosse pelo Snape. – ela disse.

- Valeu pela dica. – Tiago disse sorrindo.

- Calma, ainda tem mais. – ela riu. – Eu poderia falar com Lílian.

- Você faria isso? – e ao vê-la assentir, Tiago não pensou duas vezes: Jogou-se sobre a menina abraçando-a e atraindo a atenção de muitos garotos. – Obrigada. – ele disse.

- Lílian! – Snape exclamou apontando a cena.

- Calma, Sev, o Potter só abraçou-a como amigo isto é obvio. – Lílian deu de ombros.

- Ahh, tá okay, Pontas, só não quebre meu pescoço e me deixe respirar! – Ela disse e os garotos riram.

- Lílian... Por favor, por Merlin, me ajude a reconquistá-la! – Snape choramingou.

Ela suspirou.

- Ajudo. – ela disse.

- Obrigada. – Snape disse dando um meio sorriso.

- De nada. – ela deu de ombros.

- Ah, cale-se Pontas! – Sirius disse.

- E, aí... Eu acho que s nós invertêssemos os ingredientes, talvez, conseguiríamos achar o antídoto da poção. – Lupin disse pensativo.

- Bom, Aluado, a sua linha de raciocínio é boa. Também me peguei pensando nisso várias vezes. Ah, sabe, você está certo. – ela sorriu.

O professor entrou na sala, e os alunos se calaram.

- Ótimo... Ótimo, como todos sabem, nós temos prova agora. – Ele disse distribuindo pergaminhos sob os protestos de alguns estudantes.

- Droga. – Tiago murmurou.

- Há algo que você queira compartilhar conosco, Sr. Potter?

- Não, professor. Não há nada. – Tiago disse.

- Ótimo. Pois bem, vocês têm uma hora para fazer a prova, boa sorte. – ele disse.

***

 - Ah, Merlin, eu acho que me ferrei nessa prova. – Tiago disse enquanto saiam da sala de aula.

- Exagerado. – Sirius disse, observando a garota que havia sido na frente junto com Lílian. – Estranho Lílian ter vindo falar com ela, logo agora.

- É mesmo. – Lupin disse absorto em seu livro.

- Que tédio. – Tiago disse.

Sirius acenou com a cabeça, aparentemente concordando com Tiago.

- Ah, que tal treinarmos quadribol?

- Eu não jogo quadribol, Tiago. – Sirius rolou os olhos.

- Bem eu jogo. – ele riu.

- Ah, é claro. Eu vou ficar observando você ficar jogando quadribol. – Sirius bufou. – Prefiro ficar sem fazer nada.

- Ótimo, eu vou treinar. – Tiago anunciou.

- Eu vou assistir você treinar. – Rabicho murmurou.

- Eu vou terminar de ler isso. – Lupin disse meramente erguendo o livro.

- Certo. Eu vou ver você treinar também, Pontas. Você sabe que eu não perco uma oportunidade de te irritar. – Sirius deu de ombros.

***

- Diga, Lílian, por que foi que você parecia assim tão... – A garota disse. – Bem, tão... Nervosa?

- É só que... Ah, okay, eu assumo: Eu quero saber uma coisa. – ela suspirou.

- O que? – Vitória perguntou.

- Uhm, você... Você gosta do Black?

- Eu... Eu... Lílian... Bem, eu... – ela suspirou. – Eu não sei. Eu estou tão confusa.

- Mas, meu bem... O Sev... Ele gosta de você. Eu sei disso, você tem que ver como ele fica com ciúmes quando você está conversando com o Black. – Lílian disse. – Então, por favor, o desculpe!

- Não sei se posso Lílian. Ele me magoou muito. Não sei se vou conseguir perdoá-lo. – a menina suspirou.

- Mas...

- Não insista, Lílian. – ela murmurou levantando-se.

***

As garotas voltavam para o salão comunal da grifinória quando se depararam com Snape parado na frente do buraco do retrato.

- Sev? O que você está fazendo aqui? – Lílian perguntou.

- Eu... Queria falar com você, Vitória. – Snape disse.

Lílian olhou significadoramente para a garota.

- Certo. O que você quer, Snape? – ela perguntou.

- Pedir desculpas.

- Acho que você já havia feito isso antes. E, se eu não me engano, eu te disse não. – Vitória bufou.

- Por favor. – Snape disse. – Por favor, me desculpe. Eu não agüento mais ser tratado assim por você. Desculpe-me, por favor.

Ela suspirou.

- Certo, Sev. Eu te desculpo. – ela o abraçou e nesse instante Sirius apareceu.

As garotas voltavam para o salão comunal da grifinória quando se depararam com Snape parado na frente do buraco do retrato.

- Sev? O que você está fazendo aqui? – Lílian perguntou.

- Eu... Queria falar com você, Vitória. – Snape disse.

Lílian olhou significadoramente para a garota.

- Certo. O que você quer, Snape? – ela perguntou.

- Pedir desculpas.

- Acho que você já havia feito isso antes. E, se eu não me engano, eu te disse não. – Vitória bufou.

- Por favor. – Snape disse. – Por favor, me desculpe. Eu não agüento mais ser tratado assim por você. Desculpe-me, por favor.

Ela suspirou.

- Certo, Sev. Eu te desculpo. – ela o abraçou e nesse instante Sirius apareceu.