Meu Trono escrita por Fan_s


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mas um capítulo pronto, com novas personagens!
Obrigada a todos os comentários, significam muito!



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Ela não estava com ele naquela noite. Mas estava o seu odor na cama dele. E por essa razão ele não conseguia dormir. Tudo por que aquele cheiro… aquele cheiro que estava nos lençóis…

Gaara levantou-se e num acto de desespero puxou os lençóis para fora da cama. Era desesperante. Nem conseguia descrever o que os lençóis lhe faziam.

Entrou no banheiro. Ele tinha a certeza que estava a sentir algo com a ausência dela. Ele estava a sentir… essas palavras tomaram-lhe o pensamento. “Eu… sinto?” Perguntou-se mentalmente.

“Demónios não sentem.” Disse-lhe a voz dentro dele. E foram essas palavras que Gaara sussurrou ao sentir o frio da parede onde se encostava, enquanto a água lhe caía sobre o corpo.

Porém lá estava Gaara a sentir de novo. E desta vez ele não gostava da sensação. Ino dissera que chegaria logo no início da tarde. Mas a tarde já passara há muito. Era noite e ela ainda não voltara.

Quando ela chegou já a lua estava no céu fazia muito tempo. Entrou em casa a cantarolar e com duas malas de viagem consigo.

“Demoras-te.” Ino assustou-se ao ver Gaara encostado à parede da entrada, ocultado pela escuridão.

“Ah… eu sei. Acabei por encontrar uns amigos e perdi a noção do tempo.” Ela disse caminhando em direcção ao quarto vago da casa, cantarolando melodias alegres.

Gaara seguiu-a e observou-a. “Porque cantas?”

“Porque estou feliz!” Ela respondeu ao entrar no quarto e a sorrir.

“A felicidade faz-te cantar?” Ele perguntou, curioso por dentro e indiferente por fora. Ele não sabia como eram os sentimentos. Não sabia o que era ter sentimentos. Sabia os nomes pois o pai lhe pagou os livros para estudar sozinho. Mas, embora soubesse os nomes, apenas sabia se eram bons ou maus.

“Por vezes.” Ela respondeu colocando cada peça de roupa no seu lugar.

“Como é a felicidade?” Ele perguntou. Ino parou no que estava a fazer e virou-se para o ruivo, que a encarava à espera de resposta.

“Hum… como poderei explicar?” Ino interrogou-se e ficou a pensar por momentos. “A felicidade é um sentimento bom. É como se o universo inteiro estivesse a torcer por ti. É como… se tu ficasses com uma enorme vontade de falar para toda a gente que a vida te está a correr bem… é…” Ino ponderou um bocado. “Suponho que seja o que um pássaro preso sente ao ser libertado… hum… porém isso também te faz sentir liberdade…” Ela terminou com um sorriso. “De qualquer forma saberás com o tempo!”

Gaara arregalou os olhos ao ver a feição de Ino. E, embora as suas palavras estivessem correctas, ele percebeu o que era a felicidade pela expressão dela. Os olhos azuis cintilantes, o sorriso tão sublime e sincero… sim, aquilo era felicidade.

“Porque estás feliz?” Perguntou curioso, com a expressão de volta à normalidade.

“Arranjei emprego!” Ela disse, quase aos saltinhos.

Ino descia às escadas. Não podia acreditar que ele ainda não tinha jantado. Era tão irresponsável! Ela deixou sair um grito quando escorregou e sentiu o impacto do seu corpo com as escadas. “Ah… Porra!” Como ela estava farta de tropeçar nos próprios pés.

“O que aconteceu?” Perguntava uma voz no cimo das escadas. Ino levantou-se o mais rápido que conseguiu. Numa velocidade moderada, é claro. Não gostaria de cair de novo.

“Sentei-me nas escadas.” Ino respondeu utilizando o sarcasmo. “Isto não teria acontecido se estivesses jantado!” Reclamou.

“Não tenho culpa de seres desajeitada.” Ele disse, indiferente. Ela olhou pasmada para ele. Isso não se dizia! Por mais que fosse verdade. “Para além disso, sabes muito bem que não preciso de estar sempre a comer.” Ele disse, em voz baixa. E era verdade. Sendo o que era, ele não precisava de se alimentar de x em x horas. Ele sabia que Ino sabia o que ele era. Ouvira a conversa entre ela e Temari. No entanto, ele ainda não entendia como ele podia não se importar com o facto de ele ser um demónio. Toda a gente se importava.

“Ouve… não és um demónio. És o Gaara.” Ela disse, apercebendo-se das intenções dele. Embora ele por si não demonstrasse nenhuma reacção, os olhos dele brilharam, e ele teria formado um sorriso nos lábios se não tivesse força suficiente para impedir. Nesse momento, ele experimentou a felicidade. “E como outro homem qualquer, precisas de comer.” Ela disse, descendo o resto das escadas e indo para a cozinha. “Idiota.” Disse baixinho. “Não sou desajeitada.”

Gaara viu Ino afastar-se reclamando com algo. E aí permitiu-se sorrir.

“Ela vai ser a tua perdição.” Disse-lhe o Demónio dentro dele. Deixando dúvida na mente de Gaara. Porém, por mais verdadeira que fosse aquela frase, não acabou com a felicidade do ruivo.

Ela disse o que ele esperava ouvir há tantos anos…

Naruto andava nas ruas. E por onde passava, as pessoas fugiam. Com medo do Demónio loiro que se aproximava. Naruto apenas sorria. Tinha tanta raiva daqueles cobardes. Mas tudo bem… ele não se iria esconder. Afinal, quem tinham medo eram eles. Não ele. E só quem tem medo é que vive escondido.

Entrou num café e sentou-se ao balcão. O café depressa ficou vazio. A raiva cresceu dentro dele. Não sairia dali sem ser atendido.

Hinata observava os clientes irem embora atrás do balcão. Apenas permanecia um homem loiro naquele café.

“O… o que aconteceu?” Hinata perguntou ao seu superior.

“Como assim Hinata? Está a vir para aqui o Demónio da Ira. Devias fugir também.” O seu superior disse, nervoso. “Ele é perigoso.”

O loiro sentou-se ao balcão. Hinata observou-o. O olhar dele cruzou-se com o dela. Ela sorriu. Ele não era perigoso. Só se sentia sozinho. Até a cara dele era fofa.

Hinata viu o desespero na cara de seu chefe. “Não te preocupes. Eu irei atendê-lo.” Ela disse e foi ter com o homem que esperava ao balcão. E por mais que o seu chefe lhe pedisse para não ir, ela não voltaria atrás.

“Olá.” Hinata sorriu. “Qual é o seu pedido?”

Naruto olhou a moça surpreendido. Ela falara para ele sem receio algum. E o olhar dela não aparentava nenhum sinal de medo.

Aquilo seria… um sorriso?

Era a primeira vez que o olhavam assim. Normalmente, as pessoas recusavam-se a atendê-lo. E ele acaba sempre por destruir o estabelecimento onde se encontrava.

“Hum… eu… etto… ” Naruto não encontrava as palavras. Teve que baixar o olhar para as palavras lhe saírem como deve ser. “Ramén, por favor.”

Hinata riu baixinho. Ele era adorável. Como podiam ter medo dele?

O seu superior olhou a cena desconfiado. Olhando bem, aquele demónio não era nada mais que um garoto.

“Então? Como ficou?” Ino perguntou, apertando a colher de pau nas mãos, assim que Gaara colocou o primeiro pedaço do jantar na boca. Ino nunca tinha cozinhado. A única coisa que ela sabia fazer eram pequenos-almoços e lanches. Era a primeira vez que cozinhara, já que a estas horas os restaurantes já tinham fechado o sistema de entregas.

Gaara ponderou um bocado com o garfo na boca. “Está horrível.”

Logo ele sentiu uma pancada na cabeça. Olhou para Ino desconfiado. “Estúpido!” Ino disse, bateu com a colher de pau, com que lhe tinha batido, em cima da mesa e subiu furiosa para o seu quarto.

Mais uma vez, Gaara viu a loira afastar-se sem entender o porquê daquela reacção por parte dela.


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Notas finais do capítulo

Espero realmente não vos desiludir.
Se encontrarem um erro, por favor digam-me!
Qualquer sugestão capaz de melhorar a história, partilhe!
Espero que tenham gostanham ^^