Meu Trono escrita por Fan_s


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários *--*



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Quando Ino acordou, ele ainda a admirava atentamente. Era como se ela fosse um ser completamente estranho. Porém desta vez ele não escondia a confusão atrás da indiferença. E ela notou isso.

“O que se passa?” Pergunta ela, sonolenta, esfregando-se nas cobertas.

“O teu cabelo.” Ele disse, com a mesma expressão.

“O que tem o meu cabelo?” Ela pergunta, também confusa.

“É como o sol.” Ele disse. Ela fitou-o. “Mas não me queima.” Ele continuou. Ela sorriu. Quando Gaara a vira sorrir, olhara-a ainda mais confuso. Era a primeira vez que ele via um sorriso tão sincero. Um verdadeiro. Ele perguntou-se se ela saberia quem ele era. Se soubesse… ela deixaria de sorrir?

Gaara desviou o olhar dela. Mas logo a voltou a observar quando sentiu a mão macia de Ino no seu ombro. Embora olhasse para ela indiferente, os olhos criaram um brilho escondido, e o coração voltara a bater mais depressa, assim como acontecera de madrugada. Ela tocara-o. Nunca ninguém o quisera tocar com intenções para além de o matar.

Ino sentara-se na cama e tocara no ombro desnudo dele. Ele tinha a pele fria. Levantou o outro braço sob o olhar atendo de Gaara, que ia em direcção à face do mesmo. Ela ia jurar que podia ver os olhos dele brilharem discretamente. Assim que os dedos dela lhe tocaram delicadamente na face, a campainha tocou, e Gaara afastou-se dela depressa demais.

Ele estava a fugir dela.

Gaara afastara-se para Temari entrar na casa escura. Trazia vários sacos com comida e coisas essenciais. Colocou-os em cima da mesa da cozinha.

“Trouxe-te um livro novo.” Temari disse, entregando o livro a Gaara. Este leu o título e colocou-o em cima da mesa.

Ino ficara descansada na cama, observando pacificamente os próprios cabelos, pensando nas palavras dele. Porém, a expressão dela mudou ao ouvir uma voz feminina. Ainda com a camisa de Gaara, ela levantou-se da cama e seguiu as vozes. Ela só queria observar quem era. Passou-lhe pela cabeça que poderia ser a namorada, parceira… amante? Enrugou a testa. Ela não gostava da ideia. Porém, caso fosse, ela não arranjaria problemas.

Ino interrompeu a sua caminhada cuidadosa em direcção à cozinha ao ver uma porta. Uma porta que ela ainda não abrira. Portas por abrir eram como uma tentação para ela. E, tentada, ela abriu a porta.

Ficou confusa ao ver que se tratava de outro quarto. Ela sorriu. Fechou a porta.

Temari arrumava cada alimento no seu lugar e Gaara observava-a, indiferente. Sempre indiferente. Ela sabia que por trás da indiferença ele sofria. E ela sofria ao saber. Mas sempre que tentava aproximar-se dele… o medo a impedia.

Ela tirou a atenção dos armários quando ouviu alguém tropeçar.

Ino amaldiçoava-se por ter deixado os sapatos no meio do caminho. Tinha a certeza que a quase-queda dela tinha denunciado a sua presença. Estava tão concentrada em pensar na hipótese de ele ser comprometido que se esquecera de prestar atenção no caminho. E o facto de não haver claridade também ajudara.

“Está mais alguém em casa, Gaara?” Ouviu ‘a outra perguntar. Ele ficou em silêncio. Ela pensou em fugir e esconder-se, mas isso não resolveria a situação. Recompôs-se e entrou na cozinha.

“Hum… bom dia.” Ino disse.

Temari não se preocupou em esconder a sua cara de choque. Passou os olhos bem abertos pela mulher loira que aparecera na cozinha. Os olhos abriram-se ainda mais ao ver que ela vestia uma camisa dele. Gaara permanecia em silêncio, observando a reacção da irmã.

Vendo a cara de choque da ‘outra loira e os olhos sobre si, Ino ponderou que ela não fosse dizer nada. “És a… namorada dele?” Perguntou Ino receosa, percebendo-se que ainda vestia a camisa dele. Gaara olhou-a de canto.

Temari saiu do transe, e olhou nos olhos azuis receosos de Ino. “Não… sou a irmã.” Esforçava-se para conseguir encontrar as palavras.

O semblante de Ino aliviou-se. E ela soltou um suspiro. “Queres ajuda com isso?” Perguntou, a sorrir.

Temari observou-a dirigir-se para a mesa onde deixara os sacos. Gaara, sem dizer nenhuma palavra, dirigiu-se para fora da cozinha, deixando as duas loiras sozinhas.

A Ino sentia o olhar da irmã dele sobre si enquanto arrumava os alimentos no lugar. Era assim tão estranho ele ter uma mulher em casa?

“Não tens medo dele?”

Ao ouvir as palavras da própria irmã de Gaara, Ino pára de se movimentar. “Não.”

“Sabes que ele é… bem… um demónio?” Temari pergunta, tentando ser o mais cuidadosa possível. Mas não estava a dizer nada que Ino já não soubesse. Ino virou-se para encará-la.

“Não é um demónio. É o Gaara.” Ela diz, e as duas voltam a arrumar os alimentos.

As palavras de Ino passavam pela cabeça de Temari. Sentia-se estúpida. Como alguém sem nenhuma ligação a Gaara poderia falar assim dele, a defende-lo, e ela, que era a irmã mais velha, nunca o ter feito nada para o defender?

Olhou para a loira. Ela era sem dúvida uma pessoa admirável.

“Como te chamas?”

“Ino.” Disse. “E tu?”

“Temari.”

Temari já tinha saído. Ino e Gaara estavam na cozinha, ela preparando o pequeno-almoço, ele esperando sentado sob as ordens dela.

Ino colocou a caneca dele na mesa. Mas antes de ele poder começar a beber, numa atitude inesperada, ela abraça-o por trás, coloca a cabeça na curva do pescoço dele e inspira o perfume natural masculino que emanava do corpo dele. Envolvida no odor dele, ela teve que se esforçar para as pernas continuarem firmes. “Não me disseste que havia dois quartos.”

Ao sentir a boca dela tão próximo da sua orelha, a respiração dela ir contra a sua pele, o coração de Gaara dispara, e ele levanta-se bruscamente para se afastar dela. A voz dela não saíra zangada nem aborrecida. Saíra como uma armadilha para ele. Demasiado atractiva.

Ela nem precisava tocá-lo para o fazer sentir vulnerável…. Fazer sentir? Com a mão a tocar no peito desnudo, a sentir o coração bater forte, Gaara olhou para a loira sorridente do outro lado da cozinha. Ela fazia-o sentir? Impossível, demónios não sentem.

Ino não estranhou a reacção de Gaara. Ele não devia estar habituado a que lhe tocassem. Quanto mais a que lhe tocassem assim como ela o fazia.

“Porque mentiste?” Ela perguntava, a sorrir. Gaara continuava em silêncio, olhando para ela. Ele não sabia o porquê, admitia em pensamento. Ino preparava-se para caminhar até ele, porém, apercebendo-se das intenções dela, ele sai da cozinha depressa demais.

A água caia fria na pele nua de Gaara. Numa tentativa desesperada de fazer o coração e o corpo acalmarem, ele ficaria debaixo daquela água o tempo que fosse preciso.

Ele não sabia quanto tempo tinha ficado ali. Mas foi tempo suficiente para o coração e o corpo voltarem ao normal. Tirou uma toalha e enrolou-a na cintura. Caminhou para o quarto. Não esperava encontrá-la deitada na sua cama, já vestida com as roupas que lhe pertenciam.

Ela sorri ao vê-lo. E sorri ainda mais ao vê-lo de toalha. O desejo crescia cada vez mais dentro de Ino. “Treinas o corpo?” Ela perguntou, vendo-o entrar e tirar roupa de uma gaveta. Ele olhou para ela confuso. “Sabes… musculação e assim?”

“Não.” Ele respondeu. Ele tinha a noção que tinha um corpo saudável e bonito. Porém nunca teve que fazer muito esforço. Os demónios gostam que os recipientes deles sejam perfeitos. Shukaku, o demónio dentro dele, não era excepção.

“Hum…” Ela disse pensativa. “Vives sozinho?”

“Hum.” Ele disse, confirmando. ‘Sempre sozinho.

“Então acho que venho morar contigo!” Ela disse sorridente, enquanto ele a olhava confuso. “Aqui é muito melhor do que onde eu moro! Ah, não te preocupes, eu pago renda!”

“Não é preciso.” Ele disse, sem olhar para ela. Mas ela olhou para ele a sorrir. Mas logo desviou o olhar ao vê-lo retirar a toalha da cintura. Corada, e a olhar atentamente o tecto, ela leva a mão ao coração, e, em pensamento, pede-lhe que deixe de bater tão rápido.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpa por qualquer erro que tenha passado despercebido :s

E aí? Gostou? Não gostou? ^^