O Filho do Alquimista de Aço escrita por animesfanfic


Capítulo 31
Eu, pai?


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo o alquimista federal Edward Elric vai ter uma surpresa aterradora e emocionante.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157159/chapter/31

Edward chegara perto do esconderijo de Scar e a sensação ruim que sentia no trem voltara.

“É o mesmo sentimento de angústia. Como se uma coisa estivesse sobre mim.”

Ficara preocupado com os três. Precisava vê-los logo. Chegara ao local e o esconderijo, por sorte, estava inteiro. Começara a andar em direção a ele. Estava protegido com camadas finas de lençóis laranjas. Com certeza era coisa do povo de Ishval. Quanto mais passos dava, mais angústia sentia.

Al- Vocês estão bem? – Olhando Pinako e Winry, sentadas.

Pinako – Estamos, meu filho. Só aflitas. – Fazia movimentos circulares nas costas de Winry para acalmá-la.

Alphonse prestara atenção na cena. A coisa não estava boa, estavam distantes do hospital e o final da gestação estava muito próximo. Al pensava no parto de Alicia e como Gracia havia sido forte. Será que poderia acontecer o mesmo? Via a respiração densa da garota.

“Edward, chegue logo. As coisas vão mal.”

Al – Vovó, acalme Winry que as coisas estão bem agora. Vou dar uma olhada lá fora. -
Pensava na traição que fazia. Winry nunca o perdoaria por isso. Mas naquelas circunstâncias não havia opção. Edward precisava saber de tudo e ajudar no que fosse preciso. Elas sozinhas não teriam chances. Esperava que a garota o entendesse.

Olhara-as mais uma vez na certeza que seria a última antes do rancor que Winry guardaria dele após a traição. Fizera um leve cumprimento e saíra do escoderijo.

Logo que botara a armadura para fora, avistara Edward chegando. Queria chama-lo, mas Winry ouviria e a chance dela fugir era grande. Apesar de não conseguir ir muito longe, devido a seu estado, seria uma cena desgastante.

Resolveu sinalizar para o irmão, em direção à esquerda.

“Menos mal que Al parece bem”. Pensara Ed ao avistar o irmão.

Vira que sinalizara à esquerda e fora para a ruela que havia entre o esconderijo e a rua principal.

Ed- Al, como estão as coisas?

Al- Ni-san. – Olhara-o ternamente, pensando que o irmão estava há poucos minutos de descobrir toda a verdade.

Ed- Que foi? Aconteceu alguma coisa? – Aproximara dois passos, aflito.

Al- Aconteceram muitas coisas. Quero que você preste atenção no que eu vou te falar.

Ed- Alphonse, está me deixando nervoso.

Al- Também estou nervoso.

Ed- O que é, então?

Al- A Winry... – Juntara as mãos em um formato redondo e colocara sobre a testa. Olhara para cima.

Ed- Alphonse! – Arregará-la os olhos. – O que tem ela? Não me diga que...

Al- A Winry está gr... – Na mesma hora, os dois irmãos foram interrompidos pelo grupo de quimeras, Roy Mustang, Riza, Ellen e Havoc.

Quimeras- Sabíamos que estavam aqui. - Al suspirara aflito.

Ed- Al! – Segurara os dois braços do irmão. – Me fala!

Roy – O que está havendo? – Tirando a feição neutra do rosto.

Al olhara Roy e Ed ao mesmo tempo. As coisas não podiam ser ditas assim, com tantos presentes.

Al- Escuta, vocês fiquem aqui, preciso ter uma conversa particular com meu irmão. – Puxara Ed em uma velocidade fora do comum.

Havoc- Parece que a coisa está tensa por aqui.

Ellen- Brigas de irmãos a esta altura do campeonato? Precisamos ir para a Igreja logo. Deixar o Greed esperando é até falta de respeito. Daqui a pouco ele desiste de nos ajudar!

Havoc dera um cutucão na irmã.

Havoc – Fecha essa boca! Nós temos que ir em equipe. Deixa eles conversarem, não vai demorar, acredito.

Roy e Riza olharam-se de relance. O ambiente estava denso e o dia começava a se pôr. As coisas iam mal.

Os irmãos foram mais para perto da tenda. As duas Rockbell ouviram passos do lado de fora.

Pinako – Acho que são eles. – Levantara de onde estava a neta.

Winry, que estava repousada na cama improvisada do abrigo, tirara as costas da mão do rosto e dissera.

Winry- Eles quem? – Respirara forte novamente.

Pinako – Calma, minha filha.

A garota a olhara sem crença alguma no que dizia.

Winry- Quem está aqui? Por favor, não me diga que... – Travara as palavras na hora em que imaginara ser possível o pai de seu filho estar a poucos passos dela.

Pinako - Chegou a hora de você encarar a verdade. –Abaixara o cenho.

Winry sentara-se na cama, incrédula. Seus olhos arregalados não podiam acreditar no que estavam vendo.

Winry- Vovó... – A senhora lamentava com os olhos. – Como pôde? – Lágrimas começavam descer sobre os olhos da garota. – Como a senhora pôde me trair assim?

Pinako - Eu sempre disse a você que essa hora chegaria, minha filha. - Triste em constatar estar certa sobre a vida novamente.

Em seu íntimo, a loira gritava para si: “Não posso acreditar! Impossível! Minha vozinha me traindo, não é possível! Eu estou delirando, devem ser os efeitos dos remédios. Só podem ser!”

Pinako – Minha filha, acalme-se. – Sentando novamente na cama após perceber um verdadeiro descompaso na respiração da neta.

Do lado de fora, Edward estava uma pilha.

Ed- Al, você está tentando me preparar de algo que vou ver aí dentro? – Apontando para a tenda.

Al- Ni-san... Eu não tenho o direito de te dar essa noticia. Mas, pelo menos, eu tenho o direito de fazer o que estou fazendo agora. Mas, acalme-se. Winry está viva, está aí dentro e...

O irmão, impaciente, não pode esperar nem mais um segundo. Adentrou a tenda e avistou Winry sentada, chorando, e sua avó em sua frente. Seu coração disparara ao ver seu rosto.

A garota levantara o cenho e vira Edward. Seu coração disparara em um compasso que não conseguia acompanhar. Sua respiração estava fora do controle e ela ofegava sem as palavras saírem. Sua avó sentiu as mãos da menina tremerem e os olhos quase saltarem para fora, fixos. Virara para trás e vira Edward estacado na entrada.

O irmão foi aproximando-se devagar. Pinako levantara, dando visão total ao alquimista.

Quando a avó da garota se afastara, Edward abrira a boca ligeiramente. Parara os passos e um zunido gigante abrigou-se sobre seus ouvidos. O sentimento de angústia estava estapeando sua face. Grávida? Ela está grávida. Grávida!

“Grávida! Winry!” Sua face em mármore penetrava o terror da garota. Os dois estavam aterrorizados um com o outro.

Ed- O que... – Conseguira balbuciar palavras. Olhara a barriga da loira em um movimento de sobe e desce. Ela carregava uma criatura dentro dela. Levantara a visão para a garota, não podia acreditar no que via.

Winry estava completamente aterrorizada. Queria fugir o mais rápido possível dali. Seus planos haviam ido por água baixo. Olhara Alphonse na entrada e Pinako logo depois.

“Como vocês fizeram isso comigo? Traidores! Traidores! Mentirosos! Eu confiava em vocês!”

Seus olhos arregalados voltaram para Edward. Não conseguia acreditar que ele estava em sua frente. Não saíam palavras. Queria gritar, tirar a angústia de seu peito. Sentia-se nua. Todos a olhavam e julgavam. Ele a olhava, ele a olhava.

O homem conseguira dar alguns passos adiante. Cada vez que se aproximava, melhor via que não era uma miragem. Ela estava ali e realmente estava grávida. E ele sabia: era dele.

Ed- Winry... – Colocara a mão sobre os lábios, aterrorizado.

A garota começava a sentir dores abaixo do umbigo. Era uma pressão fora do normal. Estava desesperada. Podia ver o vai e vem de seu busto com as batidas do coração. O barulho das palpitações dilacerava seus ouvidos.

“Preciso sair daqui! Todos são traidores! Uns mentirosos! Ouviu, filho? Estamos sozinhos!”

O desespero da moça era tanto que começara a levantar, acariciando a barriga. Falava mentalmente com o seu bebê. As lágrimas caíam automaticamente. Seu olhar estava fixo, precisava ir até a saída. A pressão ficara maior assim que levantara. Enclinara-se momentaneamente.

Ed- Aonde você vai assim? – Segurou-a em um impulso. Winry rebatera a ajuda com um tapa na mão do homem. O cheiro do rapaz fora com o vento até seu nariz. Flashes da noite que passaram juntos voltaram à mente da garota. Olhou para os lados. Sua visão já estava turva.

“Meu deus! Preciso sair daqui!”

Com uma mão na barriga e outra escorrando pelos cantos, tentava andar alguns passos. Uma forte pontada fizera dar um grunido e abaixar novamente.

Ed- Winry! – Segurou-a pelos braços. A moça tremera com o toque, não conseguia parar de tremer. Ed sentira. – Meu deus do céu, Winry, senta aqui!

A garota respirava forte e continuava inclinada. Abrira os olhos e vira o chão. Seu corpo fazia sombra ao pôr do sol. Os tons eram alaranjados no local. Alguns pingos de suor caíram no chão. Ela vira-os desaparecerem entre sua sombra.

Àquela altura, Pinako e Alphonse já haviam ido buscar Riza e Ellen para ajudar.

Edward deslizara sua mão pelo antebraço da mulher. O tremor aumentara e Winry dera outro grunido caindo no chão.

Ed- Meu deus, Winry, me deixa te ajudar! – A garota ainda não conseguia falar quaisquer palavras, mas por dentro queria desesperadamente afastá-lo.

O homem a levantara e colocara na cama novamente, passando a ponto dos dedos na lateral de sua barriga, sem querer. A menina dera um grito agudo.

Winry- Não toca em mim! Por favor, vai embora! – Debatendo-se e gritando.

Ed- Winry, calma! Calma! – Tentando pegá-la pelo braço. Não sabia como tratá-la daquele jeito. Seu físico estava muito mais frágil, parecia que quebraria ela a qualquer momento.

Winry- Mentiroso! Todos vocês! – Gritava e se descabelava.

Ed- Me escuta, para! Para com isso! – Tentando pegar em seu rosto. – Olha pra mim! – Pegando firme no rosto da moça. Ela fixara os olhos arregalados e molhados ao do loiro.

Ed- Isso... – Ele começava a arrumar seu cabelo e ela voltara a gritar

Winry- Todos vocês me enganaram! – Chorava e gritava. – O filho é meu, não encosta em mim, não encosta! Não é seu! Não é! – Gritara em seu rosto. Edward, que estava agachado frente a ela, levantara nervoso.

Ed- Para de dizer essas coisas!

Winry- Não é seu! – Começara a dar risadas enlouquecidas. O garoto andava de um lado a outro, com uma das mãos na testa. Oito meses de distanciamento passavam pela mente do loiro. Não podia acreditar no quanto as peças começavam a se encaixar. A mente de Edward entrava em pane tentando em minutos juntar todas aquelas informações bombásticas e decisivas.

Winry- Agora você está nervoso, é? – Berrava. – Não é seu! – Dera outra risada. – Ah, Edward, quem te disse que era seu? Eu dormi com vários depois de você. Só foi o primeiro! – Começara a rir de novo.

Edward a olhava, irritadíssimo. Respirava forte para não se descontrolar. Aquilo era mais do que uma gangorra emocional, aquilo só podia ser um pesadelo.

Virara de costas para a moça, enquanto batia o pé, pensando desesperadamente. Juntava peças atrás de peças. Surgira em sua mente Honheiheim. Aquela figura de pai. Passara as mãos sobre os olhos.

Ouvira os grunidos do choro da garota. Virara e ela segurava a barriga.

Winry- É mentira. – Falara arrastado. – Você sabe que é mentira... – Passara a mão sobre o ventre, acariciando. – Só foi com você. – E fechara os olhos, saindo lágrimas. Calara-se. O silêncio reinou até ser quebrado pelo cantar de um pássaro do lado de fora.

Ed arfara, exausto.
–-

[Do lado de fora]

Riza, Roy e os outros acompanharam de longe a senhora vindo, apressada. Sua expressão era, pela primeira vez em muitos anos, assustada.

Pinako - Preciso que nos ajudem. - Esbaforida, falara depois de caminhar um pequeno trecho ao lado de Alphonse.

Havoc - Você precisa ser mais específica conosco. - Enquanto batia o pé e fumava um cigarro. A fumaça se misturava ao calor do fim de tarde sobre a areia.

Pinako - Minha neta está em uma situação de risco, muito delicada, precisamos encontrar outro hospital. O da cidade foi devastado! - Apontando na direção norte, onde escombros cobriam o que antes era um grande hospital.

Ellen - A senhora precisa dizer exatamente o que está acontencendo, não existe um hospital seguro para colocar Winry.

Riza- Senhora Pinako, Winry está ferida? Se for a bala podemos tentar remover. Todos temos treinamentos de primeiros socorros.

Al -Não temos tempo, pessoal! - Andava aflito de um lado a outro, tentando buscar uma alternativa.

Roy - Precisamos saber claramente. Não fiquem na lenga lenga, temos Greed esperando na igreja. Isso não é uma brincadeira. - Falara, sério.

Pinako - Eu não estou para brincadeira. Minha neta precisa de cuidados médicos urgentes!

Riza- Insisto, Senhora Pinako. O que ela precisa? Nós sabemos estancar ferimentos.

Pinako - Você sabe fazer um parto? - Olhara descrente.

Ellen colocara as mãos sobre a boca, tampando o susto eminente. Riza estacara-se e Roy parara de andar. As cinzas do cigarro de Havoc caíram no chão.

Al- Parem com essas caras de babacas. A Winry está prestes a ter um filho, precisamos de uma parideira urgente! Precisamos ir para um local mais seguro!

Todos, inclusive as chimeras, permaneciam estáticas. Riza engolira em seco.

Riza - Talvez eu possa ajudar. - Pinako olhara-a de relance, assustada.

Pinako - Menina, nós estamos falando de uma criança, que pode estar de costas. Ela precisa nascer logo, não durará muito tempo.

Riza - Eu sei pouco, mas se não houver outra pessoa, talvez eu consiga auxiliar a senhora. Não há hospitais e parteiras a esta hora. É quase impossível.

Pinako - Como posso garantir a vida de minha neta e bisneto em suas mãos? Nem eu com esta idade sei fazer muita coisa se o bebê estiver atravessado.

Riza- Na guerra de Ishaval eu fiz um parto, ela estava machucada e pediu para que eu salvasse o bebe. O bebê saiu vivo.

Pinako - E a mãe?

Riza- Morreu. - As duas engoliram em seco.

Al - Talvez eu consiga uma parteira na cidade vizinha. Se eu correr a partir de agora, chego amanhã pela manhã.

Ellen - Impossível correr sem parar, Alphonse. - Percebendo a gafe que cometera, afinal o irmão não tinha dores físicas a sentir.

Havoc - Se for o caso, posso ir com você.

Al - Não, vou sozinho. É o mínimo que posso fazer pelo meu sobrinho. - Havoc engasgara ao ouvir as palavras, dando breves tocidas. Todos pareciam ter parado de respirar ao mesmo tempo.

Roy dera um jocoso sorriso.

Roy -Sobrinho, é? - Olhara de resgueio para Havoc, que parecia ler entrelinhas a feição do moreno.

Ellen - Como aquele moleque do Edward vai ser pai? - Havoc dera um leve cutucão na irmã.

Riza olhara aterradoramente para Roy, que parecia ter entendido finalmente a situação em que se encontravam. A loira lembrara a conversa na biblioteca e tudo parecia se encaixar novamente.

Roy - Um filho do alquimista de aço... - Um pingo de suor escorria por seu rosto, enquanto depositara as mãos sobre os lábios. - Eu realmente não esperava por isso.

Havoc - Que problemático. - Jogara a bituca de cigarro no chão, amassando-a com um dos pés.

Riza fechara os olhos após longos segundos atortoada com tais pensamentos.

"Que vida essas crianças estão destinadas a ter. O próprio filho...", pensava a loira.

Pinako - Isso não é hora para discutir paternidade, vamos ao que interessa. Riza, você vem comigo, vamos fazer compressas quentes e procurar desinfetar o local. Não vamos conseguir tirar Winry daqui. Alphonse, confiamos em você para trazer a parteira. Seguramos até o amanhecer. Vá!

Alphonse assentira e imediatamente se retirara, nem ao menos esperando resposta ou cumprimentos de todos.

Roy olhara para Riza e sabia que tudo aquilo poderia ser em vão se o plano de Dante fosse mesmo pegar a criança para trocar seu corpo.

Pinako - Vamos logo! O que está esperando? - Olhando Riza e os demais, que pareciam aflitos.

Riza - Vamos! - Desfazendo a cara de perplexidade.

Pinako - Procurem toalhas limpas e álcool. Vamos precisar! - Olhando para as duas chimeras, que pareciam perdidos perante o milagre da vida.

Ellen - Espera aí, nisso tudo estamos esquecendo que Greed continua esperando na Igreja.

Roy - Eu vou com você, Ellen. Os outros permaneçam aqui de tocaia. É um caso de vida ou morte. - Fechara os olhos, lamentando. - Literalmente.

Ellen assentira, todos se despediram brevemente.

–---
[Dentro da tenda]

Ed - Winry, você tem que me ouvir. Precisa se acalmar! - Tentando segurá-la, enquanto em vão a loira tentava sair da tenda. - Você não tem condição de ficar em pé, por favor!

Winry - Eu não tenho condição de continuar aqui, respirando o mesmo ar que você.

Edward frazira o cenho, naquela situação abissal em que se encontravam, ainda havia espaço para infantilidades.

Ed- Não estou brincando. - De repente, seu ar parecia sombrio, um tanto assustador. - Se você não se sentar nesta cama, farei-a apagar.

Winry o olhara de resgueio e mal tivera tempo de raciocinar, sua avó e Riza adentraram empurrando-a até a cama.

Winry - O que é isso? Vovó! Riza?

Riza - Ok, senhorita Rockbell. Nós temos um trabalho em equipe a fazer. - Já sentada na cama, a protética fora forçadamente empurrada sobre os travesseiros. Sentira uma picada em seu braço e a visão de sua avó com um balde de água ficara turva. Olhara o braço direito de Roy Mustang ao seu lado e desconfiara ser uma alucinação.

"O que? Riza Hawkeye? Ela não estava morta?"

Vira Edward sentar na cama ao seu lado. Tudo apagara na sequência.

Riza- Esse sedativo vai fazer com que ela fique calma por algum tempo. Precisamos impedir esse bebê de nascer por doze horas, no mínimo.

Edward a olhara aterrorizado, até mesmo ele sabia que era tempo demais para o estado atual.

Ed- Pelo estado dela isso vai ser impossível!

Riza - Eu sei. - Fechara os olhos, tristemente. - Esteja preparado, senhor Elric. Tentaremos de tudo.

O calafrio que percorrera sua espinha durante os últimos dias voltara.

Pinako - Eu sei que a situação parece terrível, sei que precisa de explicações. Estou aqui para sanar suas dúvidas, meu filho. Enquanto temos algum tempo. - Ed virara para a idosa, que pegara um banco e se acomodara perto da cama.

Riza arrumava os lençóis para proteger a barriga da protética. Edward levantara e andara até a entrada da tenda, permanecia com seu olhar distante sob o fim de tarde.

Ed- Onde está Al? - Olhara o campo, apenas Havoc andava ao redor. Ele estaria vigiando o local? Não sabia ao certo, mas percebera o lânguido olhar do companheiro de exército. Ele também parecia sem esperança.

Pinako - Foi atrás de uma médica na cidade vizinha. Acreditamos que ele conseguirá voltar até amanhã cedo.

Ed- Por que você o deixou ir sozinho? - Virando-se surpreso.

Pinako - Edward, é o mínimo que ele pode fazer. Está se sentindo culpado.

Ed - Ele não tem motivos para isso. Essa situação é... - Estacara, olhando novamente o ventre movendo-se. Não conseguia encontrar algo que definisse tamanho desatino de acontecimento.

Pinako - Tudo bem, eu entendo que você não consiga processar ainda a informação. É muita coisa ao mesmo tempo. Confesso que não imaginava que isso seria tão traumático. - Fechara os olhos, enquanto acariciava os pés da neta sobre o lençóis.

Riza permanecia calada, embora aquilo dilacerasse suas entranhas. Os dois mal sabiam sobre o destino da criança. Olhava o ventre da moça moverse incansavelmente.

"Essa menina... Carregando essa dor por todos esses meses...", sentia um zunido no ouvido, seus olhos estavam apertados, o clima realmente estava denso demais. O fardo de estar naquela situação apenas como observadora já era torturante o bastante. A loira tinha vontade de chorar pela jovem, mas não poderia. Não diante do papel que prometeu cumprir no dia prometido.

"Essa menina precisa de ajuda. Pobre Winry, pobre criança que já teve seu destino selado".

Riza- Senhora Pinako, acho que ela estará confortável durante algumas horas. Vou buscar mais água e compressas, junto das chimeras. Volto logo, deixarei vocês a vontade. - A idosa assentira com a cabeça, mal conhecia a funcionária de Mustang, mas sabia de sua coragem e bom senso.

A assistente de Roy Mustang saira em seguida, deixando a família a resolver suas questões. Edward permanecia com um olhar distante.

Pinako - O seu silêncio me preocupa. Você não é assim.

Ed - Estou perplexo. - Sentara próximo a idosa, fechara os olhos, tristemente.

Pinako - Winry não quis te contar...

Ed - Isso é um pouco óbvio. - Falara em uma triste irritação.

Pinako - Eu tentei fazê-la mudar de ideia, meu filho.

Ed- Não estou lhe culpando. - Colocara as mãos no bolso.

Pinako - Mas a situação não precisava chegar a esse ponto. Nunca pensei que seria assim.

O alquimista silenciara.

Ed - Não podemos ficar aqui muito tempo. Greed deu uma trégua, mas logo Dante aparecerá. Isso foi um chamaris.

Pinako - Não temos outra alternativa. Levar Winry daqui nesse estado é muito perigoso. Não sei se dará tempo. - O loiro passara uma das mãos sobre o rosto.

Pinako - O histórico da família não é bom para partos, Edward. Preciso lhe dizer isso. A mãe de Winry quase morreu ao dar a luz, o bebê sempre atravessado.

Edward a olhara e percebera que, pela primeira vez, sentia aquela "velha" realmente assustada.

Pinako - Me sinto culpada por deixar ela agir como bem queria. É muito jovem, não sabe o que um filho faz na vida da gente. Eu deveria ter avisado você. - Edward estava impressionado com o nível de culpa que sua cuidadora acumulava.

Ed- Pinako, você não tem culpa. Eu já disse. Essa situação acabou se tornando inevitável. Mas... - Passara as mãos pelo cabelo. - Não posso culpar Winry também. Somos todos um pouco inocentes e culpados. Não há quem fosse entender a situação como está.

Pinako - Você tem razão. Mas ainda assim, eu era mais experiente. Deveria tê-la ajustado.

Os dois permaneceram em silêncio, visualizando o ventre de Winry subir e descer.

Pinako - Eu preciso lhe perguntar uma coisa.

Ed- O que é?

Pinako - Você teria impedido Winry de ter esse filho, se ela tivesse lhe contado desde o início?

Ed - O que? - Olhara-a assustado. Não havia pensado nisso. O que teria feito? Realmente não saberia. Seus olhos caíram em um profundo abismo.

Pinako - Entendo... Você não quer mesmo essa criança.

Ed- Não é isso! Eu não sei o que pensar quanto a essa situação. Até ontem eu estava sozinho no mundo, e agora tenho duas responsabilidades.

Pinako - Uma hora você teria ela em sua vida.

Ed - Eu nunca quis ser pai. - Falara friamente.

Pinako - O que? - Horrorizara-se. - O que você está dizendo, criança?

Ed - Essa situação.... - Fechara os olhos. - Ela não me consultou sobre isso.

Pinako - Ela não está pedindo para você cuidar da criança também. - Falara exaltada.

Ed - Velha, não me faça rir. - Levantara, também irritado.

Pinako - Não estou entendendo, Edward. Ela não foi atrás de você para pedir nada.

Ed - Isso não muda o fato de que essa criança é minha responsabilidade.

Pinako - Então tudo se trata apenas da responsabilidade?

Ed - O que mais estamos tratando aqui? - Olhara ao redor.

Pinako - Achei que você amasse minha neta, Edward.

Ed - Velhota, não confunda as coisas. - Andara alguns passos em direção a ela.

Pinako - Não estou confundindo, Edward. Você sabe que é disso que se trata. Mas não vou mais discutir, acho que não estamos na situação para debater nada.

Ed - Toda essa situação foi impensada.

Pinako - Foi, mas a imprudência partiu de ambos. - Edward revirara os olhos e afastara-se novamente. Sabia do que a idosa se referia.

Olhara a barriga da protética novamente. Aquilo o fez lembrar da noite no vagão, onde tudo havia começado. As carícias, os beijos, o desejo que o consumiu. Ele sabia que havia sido imprudente, talvez toda aquela axaltação fosse também por aquilo.

Edward soube a partir daquela noite que a inocência de Winry havia sido perdida. De forma definitiva o futuro os aguardava ansiosamente sob chutes na barriga da loira. Era o fruto do amor ou da imprudência?

Pinako - Gostaria de lhe dar uma folga, mas não temos tempo para choramingar. Daqui há duas horas ela estará acordada novamente, e espero que vocês possam conversar de maneira madura.

Ed - Espero isso também. - Constatando a triste realidade.

Pinako - Preciso lhe contar, embora você talvez não tenha pensado. - Ed olhara novamente a idosa a sua frente. Será possível mais coisas?

Pinako - É um menino. - Dera um breve sorriso.

"Um menino?". Edward ficara paralisado. Era definitivamente muita informação. Aquilo que Winry carregava era seu, de alguma forma, e um menino. Era sim sua responsabilidade cuidar dos dois.

"Por quê? Por que não consigo pensar nele como algo que faz parte de mim? Serei eu um pai como Hohenheim?". O pensamento era aterrador.

Pinako - Meu filho, você está bem? Eu sei a carga que está carregando...- Mas fora interrompida.

Ed - Preciso de um ar. - Saíra tenda a fora tão rápido quanto entrou.

Pinako - Esse menino... - Puxara o cachimbo do bolso. - Ainda precisa saber de muita coisa sobre o amor. - Acendera-o - Assim como você, minha neta.

Soltara a fumaça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, espero que vocês gostem deste capítulo. Demorei muito para publicar, mas a vida está corrida, como vocês sabem. hehehe Este capítulo foi muito especial, espero que tenha chegado na expectativa de vocês. Abraços e comentem, é a parte mais divertida! :)