O Filho do Alquimista de Aço escrita por animesfanfic


Capítulo 27
O encontro entre Paninya e Havoc


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo Winry pede ajuda a Paninya para conseguir conversar com Sheska. A amiga vai até a Central para entregar uma carta em mãos a Sheska, mas é surpreendida com a visita de Havoc.



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Winry ficara sabendo do feriado que aconteceria na cidade Central e interessou-se em visitar Gracie Hughes e Sheska – a moça já havia voltado de seus afazeres no Sul e Oeste-, mas sua avó parecia deixar claro que a ideia era maluca.

Pinako – Você sabe que isso é uma loucura sem tamanho.

Winry – Eu sei, vovó. Mas é uma oportunidade de rever todos. Estou há meses sem ver ninguém, presa nessa cidade. Pensei que talvez pudesse vê-los.

Pinako – E neste estado? Você quer mesmo que todos saibam? Achei que quisesse manter segredo sobre o bebê.

Winry – Sim, eu quero manter a discrição, mas mesmo assim.

“Não posso contar a vovó a realidade. Ainda posso usar como desculpa minha discrição, mas se não fosse isso, o que poderia alegar para ela quando optei esconder? Agora só Paninya e alguns outros sabem. Paninya! Claro!”

Winry- Eu já sei! – Levantando-se da cadeira rápido. Não tão ligeiro quanto antes, já que tinha uns bons nove quilos a mais em seu peso. – Vou pedir a Paninya!

Pinako – Pedir a ela que vá no seu lugar? – Indagou, duvidosa. Soltou uma fumaça do cachimbo. Olhara para cima por alguns segundos.

Winry- Exatamente! Mas vou dar a ela um recado meu. Preciso me comunicar com eles.

Pinako – É mais sensato, filha. – Levantando-se do sofá. Mas agora vou dormir, estou cansada. Qualquer coisa, me chame. – Saiu sem dar muita importância.

Winry entusiasmara-se com a ideia. Andou até o armário da sala, procurando qualquer folha branca que tivesse e mais uma caneta. Sentou-se com cuidado na mesa da sala e começou:

“Querida Sheska,


Creio que você esteja chateada por minha ausência. O que poderia lhe dizer? Aconteceram muitas coisas nesses últimos meses. Coisas estas que mudarão o rumo de minha vida para sempre. Espero que você compreenda a minha situação e meus motivos quando vir até aqui. Pois então, eis o pedido que gostaria de lhe fazer.
Sheska, peço que venha para a Cidade de Rush Valley o quanto antes. Preciso lhe contar algumas coisas, que somente a você tenho confiança para tal. Não pediria se não fosse urgente!
Sei que pode parecer estranho, mas tenho outro pedido: não comente isto com absolutamente ninguém! Nem mesmo para seus escritos ou livros. Feche-se em quatro chaves antes de vir até aqui.
Preciso de sua ajuda. Não me negue isto.


Obs: Dê um abraço em Gracie por mim, mas não comente nada a respeito da visita. Sua suplicante amiga. Winry

Pronto, estava feito. Lacrara a carta e guardara em seu armário.

Winry- Amanhã vou atrás de Paninya. Ela precisa fazer isto por mim!

A moça em questão tinha redondos olhos castanhos cintilados em sua pele chocolate. Morava com seu protetor há mais de seis anos e parecia contente. No passado, Winry e Edward haviam a conhecido durante um roubo. Paninya pegara o relógio de alquimista federal do garoto, causando a maior confusão. No final ficou clara a personalidade brincalhona e meiga da jovem. Winry não demorou a se encantar por ela, principalmente por seus auto-mails de última geração. Depois que retornara a cidade, ainda sem aparentar estar grávida, as duas fizeram uma forte amizade, passando uma a frequentar a casa da outra diariamente.
Quando Winry descobriu realmente estar esperando um filho, Paninya havia sido a primeira pessoa que contara, além de sua avó. A garota disse ela ter sido “burra”, no próprio dialeto descuidado da moça, pois deveria ter se protegido. Winry não tinha muito o que dizer, a não ser aceitar o “conselho”.
Seu tom achocolatado chamava atenção em Rush Valley, causando problemas quase frequentes para seu protetor ao despachar os garotos da vizinhança. Apesar disso, Paninya era espivitada e não tinha menos experiência que Winry. Ao descobrir suas façanhas sexuais, a loira ficara abismada com seu descaso ao falar do assunto. Para a moça, o ato sexual era apenas mais uma das formas de prazer do mundo e que não cabia a ela ter vergonha de sua nudez, já que Deus amava o nu.
Winry achava-a peculiar e sofrida. Davam-se bem. Poderia contar com ela, sem dúvidas.
O dia amanheceu bonito e ensolarado. A protética acordara atiçada para fazer logo o que pensara a noite inteira.

Pinako – Oi, minha filha. Bom dia. – Colocando a água quente da chaleira para a xícara de chá. Sua avó adorava chá pela manhã. Todos os dias eram assim.

Winry – Oi vovó, estou com presa. – Pegando um pão, passou como um furacão pela mesa. Deu-lhe um beijo na testa no caminho.

Pinako – Essa menina corre como se tivesse cinco anos de idade. – Colocando a chaleira no fogão. Dera um sorriso de canto de boca.

Era a hora de ir atrás de Paninya. Sem dúvidas daria certo. Chegou à casa da amiga em menos de quinze minutos. Não estava ligando para o horário cedo. Tinha intimidade o suficiente para fazê-lo.

Batera na porta delicadamente. Sabia que seu protetor acordava cedo, pela idade e também pelo serviço. Tinha a maior e melhor loja de auto-mails da região. Mais um motivo para Winry não sair de sua casa. Quando reparou que a garota estava esperando um filho e sendo tão jovem, não comentou nada. Apenas a olhou com um cigarro pousando nos lábios. Questionara Paninya sobre sua influência, mas a morena garantira que Winry era íntegra e que o filho era de Edward. Ao saber que a amiga dissera isso, a protética ficara possessa, mas não havia mais o que fazer. Todos mais cedo ou mais tarde saberiam a verdade, inclusive ele.

Um calafrio passou pelo corpo de Winry ao pensar na hipótese. A porta se abriu. A loira saíra dos devaneios.

Winry- Oi, senhor!

Protetor- Olha, tão cedo. – Com um cigarro na mão, dera de ombros o cumprimento. Voltou para os afazeres.

Winry – Estou entrando. – Falou dando uma olhadela onde o homem trabalhava.

Protetor- Faça o que quiser. – Disse indiferente. No começo Winry se assustava com o jeito rude do homem, mas logo compreendera que era sua forma de ser.

Subiu as escadas apressada. Abriu a porta e viu Paninia espalhada na cama, dormindo profundamente.

Winry- Paninya! Acorda, acorda, acorda. – Balançando o pé da moça de forma incessante.

A garota mexera o cenho, incomodada. Acordou em menos de cinco segundos.

Paninya – Tão cedo? – Falou com voz arrastada.

Winry- É! Tenho um pedido a fazer. – Sentando-se a beira da cama.

Paninia – Um pedido? – Estranhando o tom da loira. Estava soando uma encrenca. Sentou-se confortavelmente na cama.

Winry- É! Eu preciso que você vá até a Central.

Paninia – A cidade que está de aniversário hoje?

Winry – Essa mesma!

Paninia – Mas ela fica longe daqui. – Passando as costas das mãos sobre os olhos. Parecia querer tirar alguma coisa.

Winry- Eu sei disso, mas você é a única pessoa que posso recorrer neste momento. Sabe como confio tudo a você.

Paninia- Que conversa é essa? Isso está soando uma confusão tremenda. – Não era dada a sentimentalismo. Não gostava de declarações de amizade e muito menos de fazê-las.

Winry- Acredite em mim, tudo dará certo.

Paninia – Desenrola. – Fechando os olhos.

Winry- O negócio é o seguinte. – Sentando-se melhor na cama. – Tenho alguns amigos na Central que não falo há muito tempo. Não mando cartas pelo correio, porque você sabe a chance dela ser extraviada e lida por outras pessoas.

Paninia – Sim, já sei de tudo isso.

Winry – E sei que você sempre vai até lá fazer negócios com os comerciantes de auto-mails. Queria lhe pedir para levar uma carta em meu nome. É realmente preciso que você entregue em mãos. – Falou enquanto tirava a carta do bolso. – Está aqui. É só levar no endereço certo.

Paninia – E você já fez tudo tendo a certeza que eu aceitaria? – Não gostava muito de ser previsível.

Winry – Ah, vamos lá, Paninya. Não fiz por mal, você sabe. O nome da moça é Sheska. Ela trabalha no Quartel General, mas não vá entregar isso em seu trabalho. Eles não vão deixá-la entrar com a carta. Pegarão na entrada para ver o que tem dentro.

Paninia – Hum.

Winry – Então irá neste endereço. É a casa dela. Pelo que conheço de Sheska não deve ter se mudado. Ela tem um mundo de livros para guardar. Mexer naquilo lá é quase uma guerra.

Paninia – Sei, e o que eu falo para ela quando chegar lá?

Winry- Que bom que aceitou! – Sorrindo agradecida pela pergunta receptiva da moça. – Bom, é só dizer que veio em meu nome e que tem pressa para que ela venha até Rush Valley. Se ela perguntar como eu estou, diga que está tudo bem. De maneira nenhuma comente sobre meu estado. Tudo bem?

Paninia- Por que se esconde tanto? Eu ainda acho errado você mentir para Ed... – Fora interrompida.

Winry- Paninya, por favor. Não quero falar dele. – Levantando, agitada.

Paninia – Claro, me desculpe. – Baixando a cabeça. Sempre tentava ter dedos quando o assunto era esse, mas sempre acabava sendo metida. Não conseguiria mudar seu jeito nunca.

Winry- Bom, estamos combinadas? Prometo que vou lhe recompensar.

Paninia – Um relógio de ouro.

Winry- Paninya! – Olhou-a de forma censurante.

Paninia- Nem vem. Eu vou só se você fizer um relógio com todos aqueles detalhes que já lhe pedi há tempos. – Winry arfou complacente.

Winry – Tudo bem, acordo fechado. – Esticando a mão para a amiga.

Paninia – Fechado. – Apertaram as mãos.

Winry- Bom, vou voltar. Tenho que fazer o seu relógio. Sobre a passagem para a Central, coloque em meu nome. Ele já me conhece.

Paninia – Tudo bem. Quer que eu vá hoje?

Winry – Sim, tem de ser hoje. É feriado, com certeza muitos estão comemorando o aniversário da cidade naquele festival tradicional.

Paninia- Sim, claro. Pode deixar. Vou descer para avisar meu pai.

Winry – Espero que ele não fique zangado.

Paninia – Relaxe, não vai ficar. Mas você pode ir, prefiro falar com o velho sozinha.

Winry – Certo, até mais. – Saindo pela porta do quarto da moça.

A morena arrumara o quarto todo. Bagunçava tudo sempre. Colocara uma blusa branca soltinha e um short preto. Descera rápida, pelo próprio corrimão. Tinha manias muito mulecas para sua idade.

Paninia – Papai. – Referenciando-o como se fosse uma autoridade.

Protetor – O que você quer?

Paninia – Por que acha que vim lhe pedir algo? – Andando displicente pelo escritório mecânico do pai.

Protetor- Com um cumprimento dessa forma, coisa boa não é.

Paninia- Preciso ir até a Central. – Mordendo um pedaço da maça que pegara no caminho até o escritório. Recostara sua anca em um armário.

O homem não parecia fazer expressão alguma.

Protetor- Para que?

Paninia – Coisas da Winry. – Mastigava e falava.

Protetor- Não fale enquanto mastiga. Que coisas?

Paninia – Ah, não posso contar ao senhor, mas eu... – Fora interrompida por um martelar de chave de fenda na mesa. Seus olhos arregalaram-se momentaneamente. A maça ficara no caminho da mordida.

Protetor- De novo isso? Eu já falei pra você. Aquele cara não! –Virando-se para ela, furioso.

Paninia – Mas papai, não vou encontrar ele, pode ficar... – Fora interrompida de novo.

Protetor- Conversa! Conversa! Da outra vez foi a mesma coisa. Disse que ia a negócios e o que vi lá? Estava agarrada naquele decrépito! – Tinha nojo ao falar as palavras.

Paninia- Papai, calma. Não é assim. Aquela foi a última vez, sabe muito bem disso. Além do mais, eu preciso realmente ir pela Winry. Juro para o senhor, não posso contar, mas não é nada demais. Só não falo para ir comigo ver com seus próprios olhos porque não posso lhe contar o que é! – Fazia um cenho convicto. Tinha lábia para bancar a conversa.

Protetor- Faça como quiser. Mas não vá dizer que eu não avisei sobre as intenções daquele crápula. Ele só vai usar você e jogar fora depois. É muito mais velho! Não quero saber de filha minha com papa anjo! Agora saía já. Tenho trabalho a fazer. – Voltando a pegar a chave de fenda.

A menina dera um largo sorriso e fora em direção ao pai, dando-lhe um beijo e abraço bem apertado. O homem tentava se desvencilhar dos carinhos.

Paninia – Papai, você é o melhor! Obrigada! Sabia que não ia recusar! – Soltara-se do velho e saira correndo espivitada pela casa.

Protetor- Nada bom. – Falou calmamente enquanto voltava para suas peças.

A garota embarcara em menos de uma hora depois. Estava a caminho da Central.

[Na Central]

Roy levantara-se quieto. Ainda pensava no absurdo que havia ouvido. No tanto de verdades e inverdades no qual teimava em acreditar. Dante queria abrir o portão, essa era uma verdade pesada. Uma notícia que, se fosse real, seria uma das últimas que ele ouviria. Uma informação da magnitude que era, deveria ser tratada com absoluto sigilo e absoluta calma. Não poderia se apressar e meter os pés pelas mãos. Tinha que ser frio. Tinha de ser paciente. Precisava pensar em algo. A casa dos avós era o lugar mais adequado para tal.
Quanto à revelação de Lust, teria tempo também para pensar sobre o caso. Nunca lhe ocorreu isso ser possível.
O homem levantara-se às seis horas com o despertador. Costumava dormir sem camisa e com uma calça de pijama azul clara. Não compartilhava a ideia de que dormir pelado era saudável. Era trabalhoso pensar nisso, já que Lia estava sempre entrando nos cômodos para limpar. Claro que não ousava adentrar seu quarto quando ele estava dormindo, mas vez ou outra era obrigada a passar para pegar roupas sujas. E isso com certeza seria um problema.
Arrumando sua mala, Roy estalara que não havia pegado remédios para caso ficasse com dor de cabeça. Era o único mal que ultimamente o apetecia. Entrara no banheiro e se vira no espelho. Sua feição era triste. Tocara nas maças do rosto e percebera que sua barba estava por fazer.

“Preciso me barbear. Estou um caco.”

O homem pegara o barbeador e procurava o creme pós-barba. Não achava de maneira nenhuma. Roy não tinha problemas em achar objetos, como a maioria dos homens, mas quando sumiam do lugar habitual, não encontrava nunca mais.

“A Lia sempre mexendo em tudo. Vou dizer para ter mais cuidado da próxima... Meu deus! Um pacote de camisinhas. Nem lembrava mais que existiam no meu armário. Não custa levar para garantir.”

O alquimista pegara o pacote junto com os remédios. Comprara na época em que namorava Olívia, ela não queria de nenhuma forma correr o risco de engravidar. Mesmo tomando remédio para evitar, ainda assim, obrigava Roy a usar. O homem dera risadas lembrando a paranóia da mulher, enquanto fazia a barba. Não conseguia visualizar uma maternidade concedida, só engravidaria se houvesse um descuido muito grande. Coisa que nunca aconteceria, já que era completamente atenta a esses detalhes.

“Será que com Kill usava também? Nunca pensei nisso. Não lembro de usar camisinha com as outras... Não usei camisinha com as outras! Agora que me ocorreu! Minha nossa! Não posso acreditar como pude ser tão descuidado! Com a empregada, meu deus! Não me protegi em nada. Completamente inconsequente! A empregada. A empregada. Com certeza ela vai inventar uma gravidez para me segurar. Do jeito que Lia é louca! Não vi mais ela também, devo estar fora de mim ,só pode!”

Só no silêncio da cidade vazia, metade no festival metade fora, é que Roy começara a pensar nas consequências de suas atitutes impensadas. Guardava as coisas o mais rápido possível. No caminho secara o rosto, já sem os excessos de pelos. Esperava que Lia estivesse na casa antes de partir. Com certeza não estaria, era feriado. Lembrara em seguida.

“Mais essa para pensar agora. Onde fui me meter!”

Ia ligar para Havoc. Precisava conversar com alguém. Discou o número rápido.

Roy – Olá, o Havoc Fronkowith está?

Ellen – Oi, Roy. Só um momento, vou chamá-lo. – O homem trancara a respiração, estático.

Roy - Ellen? – Indagou totalmente confuso.

Ellen – Sim, é a Ellen. Vou chamar, continue na linha.

Roy – O que você está fazendo na casa do Havoc? – Houve alguns segundos de silêncio. Parecia que Mustang havia feito uma pergunta indiscreta. Ele estranhava a situação.

Ellen – Ele é meu irmão. Vim visitá-lo. – Disse, enquanto parecia subir escadas.

Roy- Achei que não se davam bem. – Cada vez mais confuso.

Ellen – É, não nos damos bem. Aquele crápula! – Parecia forçar um xingamento. Roy não reparara. – Mas sabe como é, pressão familiar. Vim olhar para ver se já não tinha morrido.

Roy- Sempre me comovo com o amor fraternal. – Disse, dando um leve arfar. Contentara-se bem com a explicação, para grande alívio de Ellen.

Ellen – Ele está no quarto. Estou subindo as escadas. Quase chegando.

“Ela também! Não usei nada para me proteger! Como sou um completo inconsequente! Não posso perguntar assim, por telefone, tão direto. Vai se ofender com certeza.”

Ellen – Na porta.

“Não tenho escolha. Preciso tirar essa dúvida!”

Roy – Ellen, espera, espera! Antes gostaria de falar com você.

Ellen – Havoc, é o Roy. – Falara com a voz distante do telefone. Roy lamentara com os olhos. Torcia para a garota se despedir dele antes de passar ao amigo.

Ellen – Até mais... – Fora interrompida. Sorte do alquimista.

Roy- Espera, gostaria antes de conversar com você. Será que poderia se afastar um pouco de Havoc, só você pode ouvir. Por favor.

Ellen – Ah, tudo bem. – A garota tampou o telefone e parecia dizer qualquer desculpa ao amigo. Roy agradeceu o bom senso dela. – Pronto, já estou longe. Diga, o que houve?

“Como vou começar isso? Ela vai me odiar para sempre. Sou um canalha mesmo.”

Roy – Olha, Ellen, eu não quero mesmo, de verdade, magoar você. Quero que saiba que estou fazendo isso por pura culpa da minha falta de responsabilidade perante meus atos. – A garota dera um assovio na linha.

Ellen – Pelo jeito a coisa é séria. – A garota sempre o surpreendia com seu humor branco. Era receptiva o bastante para Roy conversar abertamente sobre a situação deles.

Roy- Bom, vou ser direto, não há como enrolar sobre isso. Naquela noite, na casa do Kill, onde dormimos juntos, estava tão bêbado que não lembro de muita coisa. E acho que você também estava pela quantidade de bebidas que tomamos. Pelo que sei não nos protegemos de nada, e bem, chegamos até o fim no que fizemos. Sei que estou sendo desprezível, mas preciso saber se você se protege ou se estamos contanto com a sorte.

Ellen estranhara a conversa do colega de trabalho no início, mas entendera onde queria chegar depois. Dera um sorriso de canto de boca, lembrando como os homens eram frágeis quando o assunto era um bebê. Havoc vivia preocupado com a mesma coisa

Ellen – Roy, não precisava de rodeios para me perguntar isso. Já disse, comigo não precisa de dedos. Sinceridade sempre, lembra? Mas não precisa se preocupar, eu tomo anticoncepcional há anos, ele nunca falhou. Então não se grile. Nada de surpresas indesejadas para nós dois. – Dera uma risada. Roy tirara um dos maiores pesos de suas costas. Suspirara aliviado.

Roy- Não sabe como estou aliviado em ouvir isso.

Ellen – Ei! – Advertiu-o. – Também não exagera.

Roy – Você pediu sinceridade. – Dando um sorriso ao telefone. – De novo, Ellen, muito obrigada. Você está me surpreendendo.

Mesmo sabendo que não poderia haver nada entre eles, pois seu coração pertecia a outro, nunca era demais ouvir um elogio do cara que desejou tantos anos.

Ellen – Imagina, você que é uma graça. Mas agora vou passar ao Havoc, antes que comece a me irrita e eu atire nele. Até! – Roy dera uma risada pela cômica briga dos irmãos.

Alguns segundos se passaram até Havoc entrar na linha.

Havoc – Que quer? – Estava de mau humor.

Roy- Preciso falar com você.

Havoc- Não pareceu. – Referindo-se a conversa com Ellen.

Roy- Por favor, Havoc, não comece. Não foi nada demais.

Havoc – Nunca é nada demais, até eu o encontrar agarrado à minha irmã.

Roy- O negócio é o seguinte... – Parou e pensou no que estava fazendo:

Ligara para o amigo para dizer que estava nervoso, pois não sabia se a empregada daria um golpe nele alegando gravidez. Onde estava com a cabeça? Ele ficaria indignado, pois sabia que dormira com Ellen também. Iria pensar na possibilidade e viria pessoalmente tentar matar Roy. Mudara o rumo da conversa.

Havoc – Como é? É pra hoje? Estou indo viajar, se ficar demorando vou desligar. – Não estava nenhum pouco bem humorado.

Roy – Eu tinha pensado em convidar você para passar o feriado comigo. – Falou sem pensar.

Havoc – Pirou?

Roy- Vou na casa dos meus avós e sei que gosta muito deles. Pensei em levá-lo junto.

Havoc – Isso é gay demais para mim, Mustang. Olha só, agradeço o pedido, mas tenho outros planos. Não gostaria de ver sua cara amassada por mais dias do que já vejo.

Roy – Claro, claro. Entendo. Boa viagem.

Havoc – Bom, vou indo. – Aproximou-se do telefone. A voz ficara mais clara aos ouvidos de Roy – Vá pensando outra forma de me enganar e terça você me diz. Até mais. – O alquimista mal abrira a boca para responder e fora colocado o telefone no gancho do outro lado da linha.

Ele era realmente muito esperto, pensara Roy.

Arrumou sua mala e a carregava para o térreo. Quando estava no primeiro degrau da escada, avistou no vão principal da casa Lia com uma das mãos na bolsa e a outra com as chaves. Parou e ficou olhando-a. Os dois se olharam por alguns segundos.

“Vou demití-la.”

Lia – Senhor. – Tratara-o com o polimento de um funcionário. Roy achara adequado, pelo menos isso ainda estava certo.

Roy – Olá, Lia. Como tem passado? – Já estava no pé da escada.

Lia – Bem, bem. Tudo certo. – Colocando a chave na bolsa, tirando a mesma e pendurando no porta-bolsas, casacos, chapéus (tudo que houvesse para ser pendurado).

Roy – Que bom. – Colocando as mãos nos bolsos. Pensara rápido que havia possuído a moça selvagemente. O ambiente estava desconfortável. Pigarreou e sentou-se no sofá. A moça o seguiu.

Lia – Precisamos conversar. – Roy sentira um calafrio. Será que o pouco tempo era suficiente para saber se estava grávida? Não gostava da sensação de ser pai dessa forma.

Lia – Estou magoda com você. – O tratamento já se nivelara. Roy não gostou.

Roy – Posso saber o motivo?

Lia – Tratou-me muito mal depois de tudo que fizemos. Eu sei que fui direta, mas o senhor tem que entender que não aguentava mais essa situação. – Já mudara o tratamento. Ela era confusa ou esquecida?

Lia – Eu realmente estou envergonhada da minha atitude. Acho que foi o calor da paixão, sabe? Eu estive meses a fio correndo atrás de você. Não tinha nenhuma hipótese na minha mente a não ser a sua aceitação. – O homem desistira de dedicar a atenção na forma de tratamento que ela utilizava.

Lia – Além disso, estive pensando como fui atirada todos esses meses. – O alquimista não estava entendendo a conversa da moça. Ele não percebera um atiramento muito acentuado nela. A não ser em pouquíssimas ocasiões.

Roy – Desculpe, mas não estou lhe entendendo.

Lia – Por favor, senhor, não me faça exemplificar. – O homem continou estático. A menina arfara com uma lágrima nos olhos. – Eu sempre usava decotes exagerados. Muitas vezes entrava em seu quarto à procura de peças de roupas só para vê-lo sem camisa. Teve um dia mesmo que vasculhei seus armários para descobrir qual era o maldito perfume que usava. – Roy nunca reparara como ela era obcecada.

Lia – Eu sei que fiz mal. Teve outra vez que coloquei uma receita caseira para atiçar homens. Naquele dia coloquei um micro vestido e fiquei até mais tarde, mas o senhor parecia ter feito pacto com o diabo para não tocar em mim.

Roy lembrava da vez que ficara ligado sem mais nem menos. De uma hora para outra desejava possuir uma mulher loucamente. E só conseguia pensar em uma. Como havia tomado uns bons uísques antes do jantar, estava ainda meio alcoolizado. Lembrava que Lia havia ficado até mais tarde, mas nunca imaginou passar a noite com ela. Apesar de ser muito sinuosa e com belas curvas.

Lia – Sei que deve estar furioso, mas cansei de mentir para você. – Secando as pálpebras com as costas das mãos. Seu lápis, que usava nos olhos, ficara borrado.

Lia – Sobre aquela noite, nunca, jamais, imaginei ser tão intenso. Estava louca de desejo por você. A chama está branda agora, mas confesso que... – Parara de falar, olhando-o por inteiro. Roy ficara estático, a mulher era louca de pedra. – Que vendo o senhor assim, com essa camisa branca dobrada até o antebraço e meio aberta no tórax, deixa-me desnorteada. – Levantando-se rápido. Andava de um lado para outro.

Roy, sentado no sofá, tinha os dois cotovelos apoiados nas pernas e as mãos permaneciam juntas. Não entendia por que as mulheres achavam camisas brancas tão sedutoras. Não via nada demais em sua roupa.

Lia – Olha, eu não quero mais atrapalhar sua vida. Sei que o seu mundo é completamente diferente do meu. Não sou uma empregadinha burra, como o senhor deve pensar. Tenho objetivos na vida e não quero estragar o dos outros pelos meus. Portanto, quero pedir demissão, antes mesmo de o senhor fazê-lo. – Estava como uma estaca no chão.

Roy – Lia, olha, eu sinto muito mesmo. Mas depois de tudo isso, só posso aceitar o seu pedido. – A menina engolira a seco e fazia um sinal afirmativo com a cabeça.

Roy – Mas quero que saiba que jamais pensei nada disso que falou a seu respeito. Sempre possuí um respeito e estima pela senhorita, tanto é que nunca sequer olhei com outros olhos para você. Aquilo que aconteceu realmente foi uma loucura. Acho que sabe como é minha coduta aqui nesta casa e espero que compreenda o meu... - Não avistou palavra adequada para descrever. – Enfim.

Lia- Claro. O senhor está certíssimo. Bom, espero que tudo fique bem. – Dando um longo suspiro e colocando os fios de cabelos para trás das orelhas.

Roy – Acho que as questões financeiras podemos resolver depois do feriado. Vou viajar, mas terça-feira estarei de volta. É só passar aqui. Pode ficar com a chave até lá. – Levantando-se do sofá.

Lia- Obrigada. – Colocando uma das mãos nos bolsos.

Roy estalara-se que havia aquele assunto desagradável para conversar com ela. Em meio ao desabafo da moça, esquecera do principal.

Roy- Bom, Lia, devido as circunstâncias, acho que já temos uma certa intimidade para falar-lhe diretamente.

Lia levantara o cenho. Estava entranhando o comportamento.

Lia – Claro, claro.

Roy – Você toma algum tipo de remédio contraceptivo? – A garota franzira o rosto.

Lia – Como?

Roy – Desculpa lhe perguntar assim tão diretamente, Lia, mas tivemos uma relação sexual e querendo ou não, precisamos esclarecer algumas coisas. – Preferiu ser frio com a garota para evitar sentimentalismos.

Lia – Acho que o senhor foi direto demais. Sinceramente me sinto ofendida por tamanha desconfiança. Acha que eu tentaria o que? Engravidar do senhor? – Dera um riso irritado e começava a andar de um lado a outro da sala novamente.

Roy – Eu não disse nada disso.

Lia – Nem precisou se esforçar. – Estava bem irritada.

Roy – Lia, eu só quero saber se você se previne ou não. Apenas isso. É uma coisa natural.

Lia – Agora é natural desconfiar da integridade da pessoa com quem você se deitou? – Estava mais alterada do que Roy imaginara. Ela usava expressões antigas. Deitou? Mas ele não deitou com ela. Isso foi uma coisa que ele realmente não fez.

Roy – Você está distorcendo as coisas. Eu não disse nada disso. Apenas quero saber se há a possibilidade de nos preocuparmos com uma surpresa desagradável, entende?

Lia – Desagradável?! – Ficara ainda mais possessa. – O senhor é muito deselegante comigo! Não posso acreditar que depois de tanto tempo servindo nesta casa e agora vem bulinar contra meu caráter. Pelo amor de deus!

O homem percebera, na discussão, como a garota era pouco urbana. Tinha a mente e os gestos de uma pessoa interiorana. Jamais aceitaria uma pergunta tão direta. Agora entendia que isso feria seus sentimentos. Não tinha jeito, o moreno teria que persuadí-la a falar. Ir com a dúvida para a viagem é que não iria.

Aproximou-se dela lentamente, olhando-a fixo nos olhos. Ela parara de mexer-se no mesmo instante, estacara no chão de novo.

Roy- Escuta, Lia, desculpe-me se estou sendo grosseiro com você. O meu jeito meio direto às vezes magoa as pessoas. Mas não fiz por maldade e jamais quis dar a impressão que desconfio de suas intenções. Jamais! – Segurou as mãos da moça. – Eu apenas, como homem, estou preocupado com a hipótese de nossa noite ter dado frutos, se é que me entende. – Olhara figurativamente para o ventre da moça para fazê-la entender suas maneiras. No entanto, acabara lembrando de Lust e seu ventre parado eternamente. Ficara aflito. Afastara-se da moça de novo.

Lia – Roy, agora entendo. Desculpe esse meu jeito caipira. Mas é que fico louca da vida quando alguém resolve desconfiar de mim. Posso ter essa personalidade meio antiguada, e tanto por isso que estou pedindo demissão, mas tenho responsabilidade. Lógico que tomo meus cuidados para não ter filhos. Já disse para você que tenho meus objetos e uma criança não está nos planos por enquanto.

“Graças a deus. Nada de surpresas!”

Roy- Viu? Não foi nada impossível me esclarecer. Agora estamos bem.

Lia- Sim, tudo certo. – Olhou-o por mais alguns segundos parecendo querer guardar sua feição. Ele nem mesmo percebera. Pensava em Lust o tempo inteiro.

Lia – Hora de ir. Espero que fique bem, qualquer dia venho lhe visitar para acertarmos as contas e finalizar tudo. – Esticou a mão para um aperto. O homem aceitou.

Despediu-se na porta e o moreno fechara-a dando um longo suspiro. Agora era a hora de partir para os outros problemas. Dante e Lust.

O feriado ia ser longo.

–-

Capitulo

Paninya não demorara a aparecer na Central. Chegara no tempo mínimo que se deveria para alcançar o trem. Vasculhara em seu bolso o papel com o endereço de Sheska. Era a hora de entregar tudo.

Paninya- Oi, o senhor poderia me levar neste endereço aqui? – Fornecendo o papel para o taxista.

Taxista- Olha, o acesso normal para essa rua está interditado por causa do festival. A senhorita terá que ir a pé ou seguir este atalho, mas só dá a pé, com carro não passa.

Paninya- Mas que droga, o senhor poderia me explicar como faço para chegar?

Taxista- Claro!

O homem explicara direitinho como faria para chegar até a casa de Sheska e fizera um desenho para ajudar a localizar. Paninya saíra com firmeza de onde ir. Como possuía muita prática em caminhar e correr, não houvera nenhum grande problema.

–-

Havoc iria viajar junto de Ellen para a casa dos avós em Leaven, mas não parecia nada animado.

Ellen – Nossa, você está com essa cara desde quando Roy ligou.

Havoc- Impressão.

Ellen – Claro, Havoc.

Havoc- Não acredito que você dormiu com aquele idiota.

Ellen- Mas que saco! Nunca mais vai esquecer isso?

Havoc- Da sua fidelidade, jamais. – Olhara-a de relance, enquanto dirigia.

Ellen- Chatice. Você também pegou a morena, está sem moral nenhuma.

Havoc- É diferente.

Ellen- Só se for no seu mundo machista.

Havoc- Não rolava sentimento. Foi só sexo!

Ellen – E por que você acha que seria diferente com o Roy?

Havoc- Eu sei muito bem que sempre quis ficar com ele. Nunca foi segredo.

Ellen – Então por que está tão surpreso com isso?

Havoc – Você não tem vergonha mesmo. – Indignado.

Ellen – Não vejo nada de errado nisso.

Havoc – Você não tem um decoro. Fica se envolvendo com qualquer um. Olha só, você é minha irmã, tem que se dar ao respeito.

Ellen – Olha aqui, Havoc. Presta muita atenção como fala comigo. Eu não fico com qualquer um. Esqueceu que fico com você sempre? É praticamente meu parceiro fixo, apesar de muitas vezes você dar uma escapada. Quem aqui é a sem vergonha? Eu não posso acreditar que você me disse isso! Sabe muito bem que sempre quis ficar com ele. Posso até fazer posse de espivitada, mas sabe que não sou nada disso!

Havoc – É, eu sei, me desculpe. – Ficara sem graça. – Eu não quis dizer aquilo. É que...

Ellen – Poxa vida, sabe muito bem. – Secando as lágrimas que vinham.

Havoc – Não, para de chorar, ok? Eu já pedi desculpa. Ellen, para. – A garota quando começava a chorar demorava a se recompor. Ele esticara um lenço tirado do bolso, enquanto olhava o trânsito e ela ao mesmo tempo.

Ellen – Sabe que minha primeira vez foi com você, como tem coragem de falar isso pra mim? Eu era tão insegura e foi tão carinhoso... – Voltando a chorar. Abrira o porta-luvas à procura de chocolate. Sempre havia uns para as crises mensais da garota.

Havoc- É, eu sei de tudo isso. Agora para de chorar, tudo bem? – Fizera um carinho em seus cabelos.

Ellen – Estou naquela crise, você sabe. – Enxugando as lágrimas e recostando o ombro na perna do homem.

Havoc – Eu percebi. Come chocolate, vai. Só depois não vai ficar dizendo que está uma baleia.

Ellen- Tá, tudo bem. – Saindo do colo e secando as lágrimas. – Desculpe, já estou melhor.

Havoc- Você é uma doida mesmo. – Dando um sorriso de canto de boca.

Ellen- É, mas então não fala nunca mais isso pra mim!

Havoc- Não vou dizer, pode deixar. – Pensara por alguns segundos e mudara a expressão.

Havoc – Nossa, não acredito!

Ellen – Que foi? – Com a boca cheia de chocolate.

Havoc- Esqueci de deixar um documento com Sheska. Vou voltar rápido, só pra uma papelada. É bem importante.

Ellen – Tudo bem. – Comendo um outro pedaço de chocolate. - Vou aproveitar pra ir ao banheiro. – O homem dera meia-volta e ia em direção à casa de Sheska. Pegara um atalho onde conseguira passar o carro.

Paninya chegara à residência em menos de quinze minutos devido sua experiência em andar e correr com auto-mail. Era moleca desde criança, sabia tudo sobre.

Paninya- Só pode ser aqui. – Observou a casa com uma pequena escada para se subir antes da porta. Passou o portão e tocara a campainha. Ouvira alguns barulhos e gritos. Estranhara.

Sheska- Oi, quem é?

Paninya- Posso falar com Sheska? Vim a pedido de Winry Rockbell. – A mulher destrancara a porta.

Sheska- Oi! Prazer! Desculpa a bagunça, acabei de tropeçar em uma montanha de livros. – Dando um sorriso que divertiu Paninya.

Paninya- Não se preocupe.

Sheska- Entre, fique a vontade.

A garota entrara na casa e havia mais livros que já imaginara em todo a sua vida.

Paninya- Nossa, como você consegue ler tantos livros? – Olhando os arredores.

Sheska- Digamos que eu basicamente vivo pra eles. – Arrumara os óculos, dando uma risada. – Senta, sorte sua que a casa está arrumada. Tenho lugar pra ficar! Antigamente os livros ocupavam quase toda a casa! – Dando uma risada. – Vou trazer um chá.

Paninya- Obrigada, estou precisando. – Tirando do bolso a carta de Winry.

Sheska- Mas me fala, a Winry conhece você de onde? – Vinha um som abafado da cozinha.

Paninya- Nos conhecemos em Rush Valley, em uma situação que não vale a pena eu contar pra você. – Dera uma risada.

Sheska- Tudo bem, isso acontece muito por aqui. Tenho um amigo de trabalho que conheci na morte de um querido. Coisas inusitadas acontecem. – Parecia sentir pelo que dizia.

Paninya- Sinto muito pelo seu amigo.

Sheska- Está tudo bem. – Vindo da cozinha com duas xícaras de chá. – Isso já faz um tempo. – Sentando-se no sofá, frente à menina.

Paninya- Obrigada pela hospitalidade, está sendo muito gentil.

Sheska – Imagina. – Dando um sorriso.

A campainha toca de novo.

Sheska- Nossa, hoje a coisa está movimentada. – Levantando-se para atender. – Quem é?

Havoc- É o Havoc! – Paninya engasgara com o chá na mesma hora.

Sheska- Você está bem? – Enquanto Sheska abria a porta, a menina tocia tentando se recompor.

Havoc- Oi, Sheska. Eu queria...

Ellen – Oi, banheiro! – Entrando na casa, dando um rápido cumprimento à Paninya. – Levanta os braços que ajuda. – A menina assentira, levatando os dois, melhorando a situação.

Havoc- Então, eu queria te entregar esses documentos. – Esticando-os para ela.

Sheska- Claro, entra. – Oferecendo passagem a Havoc, que avistara Paninya sentada no sofá, estática.

Os dois se olharam permanentemente. Havoc ficara estático na porta.

Sheska- Entre. – Colocando o rapaz pra dentro. Enquanto fechava a porta, dizia. – Essa é Paninya, colega de Winry, veio me trazer notícias. Senta, toma um chá conosco.

Havoc – Obrigado, mas estou com presa. – Sem conseguir tirar os olhos da menina e vice-versa.

Sheska – Tá, tudo bem. Vou lá guardar isso e trago o outro pra você já assinar. – Saíra rápido.

Havoc- Claro. – Olhara de relance a mulher sair. Aproximara-se rápido do sofá. – O que é que você está fazendo aqui? – Sussurava.

Paninya- Essa pergunta é minha, não acha? – Também falava baixo.

Havoc – Não vá dizer nada, Paninya.

Paninya- Nem sei sobre o que você está falando. Aquilo é passado e está enterrado. Combinamos ser aquela a última vez.

Havoc – Que bom, menos mal. – A garota não se conteve, batia as pernas, nervosa.

Paninya- Aquela é a sua namorada?

Havoc – Não, é minha irmã.

Paninya- Nossa, não pareceu.

Havoc – É, não somos muito parecidos.

Paninya- Ela segurou sua mão antes de entrar na casa. Isso é coisa de irmão? – Olhando penetrante o homem.

Não era à toa que Havoc havia tido um romance torrído com a garota tempos atrás. Atraíra-se não só pela beleza jambo da garota, como também pela inteligência rara. Sacava coisas que muitos demoravam demais para entender. Poderia até dar desculpas, mas dificilmente a menina acreditaria.

Havoc- Escuta, você tem estudado para o teste de Alquimista? - Ainda falava baixo e olhava o corredor pra ver se vinha alguém.

Paninya- Não, eu parei de estudar. – Fitando o chão, triste.

Havoc – Pois trate de voltar logo. Sabe que tem potencial. Vai abrir um concurso no começo do inverno. Tente esse. – Tirando do bolso um bloco de notas e anotando meia dúzia de coisas. Arrancou-o rápido e entregou à moça.

Paninya- Que isso?

Havoc- Guarda logo. É um endereço de um professor excelente. Vá atrás dele e estude. Tenho certeza que será uma ótima discípula.

Paninya- Obrigada, Voc. – Dera um sorriso terno, ainda olhando o papel.

Havoc – Tudo bem, mas não me chame mais assim. – Dera um sorriso leve. – Como vai o valentão?

Paninya- Vai bem, depois daquele dia que encontrou nós dois juntos fica irritado com qualquer viagem que eu faça. Acha que vou atrás de você de novo.

Havoc – Que incômodo. Desculpe por isso. – Ouviram um barulho vindo do corredor. Eram Ellen e Sheska vindo do quarto. O homem se calara e levantara do sofá, afatando-se um pouco da garota.

Paninya- Você só se mete em relações difíceis. – Olhando em direção a Ellen que acabara de aparecer no corredor. Por sorte ela falara rápido e baixo, ninguém ouvira, a não ser ele que estava próximo.

Havoc a olhara de canto de olho, não tinha mesmo como enganá-la.

Ellen – Vamos, estou esperando no carro. Prazer, Paninya. – Dera um aceno rápido. Ellen era muito displicente com convenções sociais.

Havoc- Bom, obrigada por tudo. Deixe eu assinar o papel. – Assinara rápido. Era canhoto, percebera Sheska. – Até mais, bom feriado. – Partindo pela porta.

Paninya sentara no sofá, dando um respirão. Sheska fechara a porta e olhara pra ela.

Sheska – É, eu sei. Ele é um gatão mesmo. – A menina dera uma risada e concordara.

Enquanto isso, Havoc e Ellen se dirigiam para o carro.

Ellen – Eu vi, em. – Falou, andando ao lado dele. Havoc gelara totalmente.

Havoc – Viu o que? – Fora frio.

Ellen – Nem se faça de desentendido. – Entraram no carro e o homem já ligara e saíra dali o mais rápido possível.

Havoc- Estou sem entender realmente.

Ellen – O que adianta ter uma fama de crânio se você não percebe nada a sua volta, em? – Pegara mais um chocolate.

Ellen- Você não reparou? A Sheska está muito na sua. – Havoc respirara, aliviado.

Havoc – Ah.

Ellen – Enquanto a gente foi ao banheiro, precisava ver. Ficou falando como você era dedicado e primoroso. Ela ainda disse que o seu perfume era excelente e até me ousou perguntar qual era, acredita? – Dera uma risada.

Havoc- Olha só, até que não estou mal. – Virara uma rua.

Ellen – Nem começa, Havoc. Você só chama a atenção porque é alto e forte. Senão, ninguém repararia. – Ele dera uma risada.

Havoc- Você está com ciúme, é? – Olhando-a de relance.

Ellen- Até parece. Olha pra mim, tenho mais coisa do que fazer pra ficar tendo ciúme de você. Até porque eu posso ter a qualquer hora o que elas sonham. – Passando a mão por sobre o jeans do homem.

Havoc- Olha essa mão, Ellen.

Ellen – O que é que tem ela? – Passando a mão pela parte de dentro da coxa do loiro.

Havoc- Ah, Ellen, para com isso. Você sabe que eu não gosto que me atice se não vai rolar nada.

Ellen – Quem é que disse que não? – Passando a mão por sobre a protuberância na calça. Abrira os botões do jeans e resolvera dar uma adrenalina na viagem até Leaven.


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Notas finais do capítulo

Casais improváveis, não? O Dia prometido está chegando!



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