O Filho do Alquimista de Aço escrita por animesfanfic


Capítulo 25
A relação de Edward e Rose


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo Edward volta do oeste, após anos na guerra. No caminho de volta se depara com Rose no trem. Muitas histórias do passado vem a tona!

Boa leitura!



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Edward e Alphonse estavam voltando do Oeste. Ficaram cerca de dois dias em negociação para conseguir finalmente o que queriam. Agora que já estavam no trem, tudo parecia mais calmo.

Al- Não posso acreditar que estamos saindo daquela guerra. – Ed o olhara e fizera uma feição satisfeita.

Al- Ni-san, eu estava pensando. Para onde vamos? Para a Central ou Rush Valley?

Ed- Vamos para a Central. – Olhava a janela, distante.

Al- Ni-san, isso é errado. Você está com problemas no Auto-mail. Temos que ir para Rush Valley consertá-lo.

Ed- Tem outras pessoas na Central que podem consertá-lo.

Al- Ni-san, não seja assim. – Mas o irmão não parecia dar muita importância.

Al arfara, desistente. Desde que pararam de receber as cartas de Winry, a relação entre eles estava ficando mais fria. Talvez uma certa consequência da guerra, não saberia dizer, mas algo na relação dos irmãos ia mal.

Al- Ni-san. – O garoto não respondeu. – O que está acontecendo? Você anda muito distante. – Olhara aflito o irmão, no qual não pareceu inclinado a uma resposta.

Al- Vai me ignorar agora? – Falara mais alto.

Ed- Desculpe, Alphonse. Eu só estou um pouco cansado com tudo isso.

Al- Ni-san...

Ed- O que eu presenciei nessa guerra é algo definitivamente fora do normal. Fico pensando como essas crianças vão viver sem seus pais agora. As que sobreviveram...

Al- Sim... O combate do oeste é o mais temido pelos soldados e pela população. O índice de crueldade é enlouquecedor.

Ed- Matam crianças na frente dos pais, violentam as filhas na frente do pai, esquartejam o filho na frente da mãe... Como alguém pode fazer isso? – Continuava olhando a janela.

Al- Aquela criança morta, que nós vimos por último. Eu... eu realmente fiquei horrorizado. Ela tinha a idade de Elisha. - Os dois baixaram a cabeça, desolados.

O silêncio pairou durante um bom tempo. Os irmãos pareciam relembrar todos os momentos ruins, o clima estava denso.

Depois de algumas horas de leitura e jogos, os rapazes acabaram por dormir, um em cada canto. (Alphonse apenas silenciava e meditava, não dormia efetivamente).

Al- Ni-san... Você está acordado? – O irmão não parecia estar. A armadura ficara pensando como Edward estava diferente. Parecia bem mais triste e menos exagerado. Não parecia se irritar facilmente e muito menos agir de maneira infantil. Estava muito diferente. Até mesmo o jeito que dormia estava mais contido. Antes ficava jogado em qualquer lugar, hoje ele simplesmente deitava e ficava.

Al- Ni-san, o que está acontecendo com você? Será que essa guerra mudou-o tanto assim? – Olhara-o tristemente.

De repente alguém batera na porta, Alphonse mandara entrar.

Rose- Alphonse... – Olhara-o ternamente. Desviara a visão para a esquerda e vira Edward dormindo aconchegado. – Finalmente encontrei vocês.

Al- Ah! Rose! – Tampara a boca de surpresa.

A menina fechara a porta com cuidado e sentara-se no banco ao lado de Alphonse, que permanecia no chão.

Al- Como... Como você nos achou?

Rose- Shi! – Fizera um sinal com a boca para o garoto fazer silêncio. – Eu fiquei sabendo que vocês pegaram o mesmo trem que eu.

Al- Como?

Rose- No meu vagão as pessoas se impressionam com jovens acompanhados de armaduras do século XVIII. – Dera uma risada.

Al- Ah...- Colocara a mão atrás da cabeça, sem graça. – Sobre isso...

Rose- Tudo bem. Então como eu sabia que tinham pedido licença, deduzi na hora que eram vocês. Mas só agora pude vê-los.

Al- Claro, fico muito feliz! Nossos humores estão tão péssimos, mas se você nos fizer companhia, a viagem será muito mais agradável.

Rose- Por que não? Mas você precisa se certificar que Edward não vai se incomodar. – Olhara de relance o outro irmão: ele realmente estava mais crescido.

Al- Ah, acredito que não. Ed não está mais aquele ranzinza reclamão. Agora ele não costuma se incomodar com coisas assim. Ele simplesmente não vai ligar se você ficar ou não.

Rose- Ele está assim tão indiferente?

Al- Sim... Até mesmo comigo as coisas estão mal.

Rose- Sinto muito, mas não desanime! – Dando um longo tapa no ombro da armadura, fazendo ecoar um som de lata.

Al- Shi! – Os dois encolheram os ombros, achando que Edward acordaria. No entanto, o garoto apenas se remexeu e voltou a dormir.

Al- Mas o sono continua o mesmo. Pesado! – Os dois riram.

Rose- Venha me ajudar com as malas, então. – Puxara a armadura junto.

Al- Claro, vamos. – Levantou-se para ajudar.

Pouco tempo depois Alphonse e Rose permaneciam sentados no vagão, tomando um chá. O irmão mais velho já tomava um banho.

Rose- Espero que ele não se irrite comigo aqui.

Al- Tenho certeza que não. Quando ele voltar vai receber você bem, fique tranquila.

Rose tomara o chá quente.

Al- É tão aconchegante tomar algo quente no inverno. Essa é mais uma das sensações que quero ter de volta.

Rose- Sem dúvidas. – Dera um sorriso terno. - Isso me deixa com saudades de casa. – O garoto a olhara de canto.

Al- Você ainda não me disse o porquê de estar vindo do oeste.

Rose- Bem, é uma situação complicada. – Pigarreou um pouco.

Al- Entendo...

Rose- Fui para o Oeste à procura de alguém.

Al- Alguém? – Pensou um pouco. – Alguém da sua família?

Rose- Não exatamente. – Movimentando os olhos, de leve.

Al- E conseguiu encontrar?

Rose- Sim, consegui. Mas parece que ainda continuo com o problema.

Al- Puxa vida, sinto muito por isso, Rose.

Rose- Tudo bem, isso é passado.

Al- Então está voltando para casa agora?

Rose- Não, na verdade, estou indo para a Central. Pretendo fazer o próximo exame para entrar no exército.

Al- O que?! – Inclinara a cabeça para frente, tamanho seu susto. – Você está pensando em entrar no exército?

Rose- Sim, estou decidida. – Tomando outro gole do chá.

Al- Isso seria realmente uma loucura! Rose, você tem noção dos problemas que vai passar?

Rose- Sim, tenho.

Al- Não consigo entender. Sempre foi de outra religião, o exército era algo demoníaco para vocês. Os alquimistas eram ditos pecadores. Como quer entrar para o principal coordenador de tudo isso?

Rose- Eu mudei minhas ideologias. O Rei enganou todos nós. Meu povo agora não possui mais crença. Quero poder ter acesso à todo o conhecimento que o exército tem para criar uma própria crença a meu povo e defender as crianças e mulheres.

Al- Rose, isso é muito nobre de sua parte... – Olhando-a impressionado.

Edward abre a porta do vagão. Enxugava seus cabelos com a toalha, vestia uma blusa branca e uma calça largada.

Ed- Rose? – Parou na porta, surpreso. A moça virara, dando um sorriso.

Rose- Finalmente encontrei você, Fullmetal.

Ed- O que... O que você está fazendo aqui? – Fechando a porta.

Rose- Na verdade encontrei vocês por acaso. Estava no oeste à procura de uma pessoa.

Ed- Sei... Mas isso é muito incomum. Achei que nunca mais nos veríamos. – Os dois olharam-se por um tempo grande. Alphonse inclinara a cabeça percebendo que havia algo entre eles.

Al- Ni-san... – Falou suavemente. – A Rose deseja passar o resto da viagem conosco. Eu aceitei na hora, vai ser uma ótima distração para todos nós.

Ed- Por mim tudo bem. – Andou em direção à sala privada que possuíam no vagão. Era separada por vidros.

Al- Viu, está tudo bem. Ele não está incomodado com você aqui. Fique tranquila. – A menina dera um sorriso.

Algumas horas depois Alphonse saíra para ajudar o motorista do trem. Como o homem cansava com a viagem, e ele não possuía sequer dores físicas, não seria incômodo auxiliá-lo durante o percurso.

Rose- Não sabia que Al era tão prestativo.

Ed- Sim, ele sempre faz esse tipo de coisa. – Continuava olhando compenetrado o livro.

Rose- Isso me instiga. – Dando uma risada. O garoto apenas assentiu com a cabeça.

Rose- Estive pensando em como as coisas estão estranhas entre nós. – Ed levantara os olhos do livro e vira que a menina o avistava com firmeza.

Ed- Não saberia dizer.

Rose- Ora, e como não? Ter uma oportunidade de estar com você é raro. Depois a gente nunca conversou sobre o que aconteceu. Ainda parece estar arrependido.

Ed- Não estou. Mas não sei dizer se aquilo foi o certo.

Rose- Quem pode dizer o que é certo ou errado nesse mundo? – Olhando o céu pela janela.

Ed permaneceu a olhá-la por alguns segundos.

Ed- Me desculpe estar sendo rude dessa maneira.

Rose- Tudo bem, eu sei que não é fácil. – Olhando-o novamente. – Você cresceu bastante. O garoto fizera uma cara de desentendido.

Ed- Não tenho certeza. – Olhando para si. – Sinto-me igual.

Rose- Não, não. Da última vez que nos vimos não estava assim. – O garoto voltara para o livro. Realmente não parecia querer uma proximidade com a moça.

Alphonse voltara mais tarde e todos pareciam dormir. Ele começou a meditação até entrar em seu “transe” e poder descansar a mente. Era como se fosse dormir, mas por menos tempo que um humano.

Edward se mexera para o lado contrário ao que estava. Abrira os olhos de relance e avistara Rose dormindo aconchegada no banco em frente. O susto o fez abrir os lábios ligeiramente. Dera um respirão.

“Por que maldição eu não consigo parar de pensar na Winry?”

Desde que decidiram voltar para a Central, a cabeça de Edward permanecia inquieta. Não sabia o porquê do nervosismo. Para melhorar sua situação, preferiu se fechar, ler um livro, meditar. No entanto, Rose apareceu no meio da viagem para trazer antigas lembranças.

Quando o irmão Elric avistou a menina deitada em sua frente, lembrou da noite em que ele e Winry passaram juntos há muito tempo. Ele sinceramente pouco pensou a respeito depois que tudo havia acontecido. Mas olhando a garota tudo parecia ter voltado.

“É como se tivesse acontecido há tão pouco tempo.” Pensava.

Sentia-se culpado pelas cartas. Queria dizer palavras amigáveis, mas seu jeito não permitia que elas saíssem. Dera outro respirão, não conseguia dormir. O garoto levantou-se, abriu a porta e passou pela mesinha, onde ficavam as comidas. Pegou a jara de água e despejava-a no copo.
Será que ela cortou o cabelo? Eu gostava do jeito que era. Ela deve estar zangada por não responder as cartas, mas também, o que ela queria que eu dissese? Juras de amor? Que coisa mais cafona.”

Seus devaneios foram interrompidos pelo cutucar de Rose em seu braço. Ele virou-se para ela, mas o olhar da menina estava no copo.

Rose- Olha só, preste atenção! – Apontando o copo transbordando de água.

Ed- Ah, minha nossa! Que droga! – Colocando a jarra no lugar, pegou um pano para secar.

Rose- Você anda muito desligado.

Ed- Não, claro que não! Isso foi só o sono.

Rose- Alguém com sono vêm beber água de madrugada? – Sentara-se na cadeira ao lado.

O garoto alinhou os cabelos e tomou um gole de água. A menina permanecia ao seu lado, fitando-o.

Rose- Ed. – O garoto virou o olhar em direção à moça. – Eu encontrei ele. – Abaixara o cenho.

Ed- Você... encontrou? – A menina assentiu com a cabeça. – E então? – O homem abaixara-se até Rose.

Rose- Ele continua fazendo os mesmos crimes. As mesmas atrocidades. É a escória... – Edward via que a feição da moça já mudara radicalmente.

Ed- Não posso dizer pra você fazer isso e aquilo. Também tenho um objetivo na vida e não consigo me desligar dele ou esquecer. Não tenho o direito de falar para você não se vingar.

Rose- Eu não consegui me vingar. Simplesmente quando vi aquele nojento, senti-me a pior pessoa do mundo só por perseguí-lo. Por que não pude seguir minha vida como antes? – Já desciam lágrimas de seu rosto, mas foram contidas pelo dedo indicador do irmão Elric.

Ed- Hey, não precisa chorar. Você fez o que devia ser feito. Agora não se sente livre disso?

Rose- Me sinto velha. Gastei meu tempo de vida para procurar uma coisa que não me serviu para nada.

Ed- Não é bem assim. Isso fez parte do seu destino.

Rose- Meu destino? – Dera uma risada forçada. – E é destino de alguém ser violentada, Edward?

Ed- Lamento, não foi isso que eu quis dizer. Veja o meu caso, também carrego uma carga infinita. Mas pelo menos nós estamos onde estamos por isso. Somos o que somos por isso.

Rose- Eu gostaria de ter livre arbítrio quando o assunto é minha vida.

Ed- Isso realmente seria bom.

Rose- Parece que você só é bom comigo quando estou sofrendo. – Dera uma risada. O garoto levantou-se sem graça.

Ed- Não, não é isso... É que...

Rose- Não precisa se justificar, tudo bem. – Ergueu-se da cadeira. – Sobre aquilo que faz você se afastar tanto de mim, não se arrependa, me fará sentir mal.

Ed- Não estou arrependido, Rose. – Afirmou com veemência. – É só que não sei se fui a pessoa certa para isso.

Rose- Você foi muito gentil, e continua sendo. – Dando um sorriso. – Eu estava totalmente bloqueada para qualquer coisa que fosse de relacionamentos, mas você fez isso sumir muito rápido. Como que não poderia ser a pessoa certa?

Ed- Rose... – Passara as mãos pelos cabelos. – Vou ser sincero com você porque não seria justo de minha parte mentir. Não me sinto e não me senti a pessoa certa porque não vou poder estar ao seu lado sempre. Depois de tudo que passou, era, no mínimo, para ter alguém em que possa confiar ao seu lado. Mas não sou essa pessoa.

Dera um respiro, tenso. A garota abaixara a cabeça.

Ed- Mas, mesmo assim, não pense que não foi especial. Nem pense nisso. – Andara uns três passos para trás, até chegar às janelas. – Você foi a primeira mulher com quem eu tive qualquer coisa, não pense que um homem esquece isso. – Virou e fitou-a.

A garota levantara o cenho, surpresa pelas palavras. Ficaram alguns segundos em silêncio até Rose tomar coragem para falar.

Rose- Como você poderia ser a pessoa errada? Ainda tem alguma dúvida? – Dera um outro sorriso. Ed não entendia como a menina podia ser tão bem humorada e alegre, mesmo com a vida que tinha. – Não se preocupe mais com isso, não me sinto desamparada e abandonada.

Ed- Eu fico com o dobro de cuidado com você, não tenho o direito de te magoar.

Rose- Não me senti usada, Edward. Sei que é isso que quer saber. – Os dois se calaram.

Ed- Não queria ter sido só uma pessoa assim. Deveria ser alguém realmente importante, que pudesse ficar ao seu lado. – Balançava a cabeça negativamente. Ainda fitava as janelas, com as mãos no bolso da calça.

Rose- Você foi perfeito, Ed. Não poderia me sentir melhor. Chega de preocupações a este respeito. O destino é esse, não é assim que você fala? – Dera uma risada e aproximara-se dele pelas costas.

Próxima dele, a garota tinha uns bons 15 centímetros de diferença. De onde surgira tudo isso? Ele realmente parecia ter virado um homem. Olhara suas mãos no bolso e vira que seus antebraços eram cobertos de veias, bem masculinos.

Rose- Você definitivamente cresceu, menino. – Ed virara a cabeça e a olhara de canto de olho.

Ed- Isso é bom. – Dera, finalmente, um sorriso com os lábios.

Os dois amigos ficaram mais alguns minutos conversando até voltarem a dormir. Rose se sentia mais leve do que nunca. Resolvera seus problemas com Edward e esclarecera definitivamente o caso de seu molestador.

Rose conseguiu, por intermédio judicial, condenar o homem à prisão de 40 anos. No entanto, ele estava foragido e não havia possiblidade de acha-lo, a não ser pela fisionomia. Foi assim que seguiu seus passos por anos a fio até encontra-lo, na guerra do Oeste.

Agora, o homem voltara para prisão graças à ajuda de Rose. A garota não se sentia feliz por resolver, apenas com dever de missão cumprida. Por isso mesmo decidiu entrar para o exército e fazer justiça com suas mãos. Queria ajudar as mulheres e crianças que sofriam com molestadores. Rose era apenas uma garotinha de 12 anos quando tudo aconteceu, na guerra de Ishval. Na época, o tal homem tinha 45 anos. Hoje ele tinha por volta de 52. A chance dele morrer na cadeia era grande, era tudo que Rose sonhava.

O dia amanheceu frio.

Al- Nossa, ontem eu meditei por tantas horas que me sinto realmente descansado mentalmente. – Esticando os dois braços de lata, mesmo não podendo sentí-los se esticando.

Edward já lia um grande livro na sala de vidro. Antes de todos acordarem, já preparara sua mala, chegariam em menos de uma hora.

Rose- Passou rápido o dia, não foi? – Olhara o relógio. – Já está quase na hora de chegarmos. – Procurara com os olhos o sal, na mesa de almoço, mas não avistara. – Você poderia pegar o sal pra mim?

Al- Claro. – Levantara-se e fora até a mesa da outra sala. Pegara o sal e saíra, deixando Ed novamente sozinho no local. Na saída, deixara sem querer uma fresta da porta aberta, dando à Ed total domínio do que falavam.

Al- Aqui está. – Dando-lhe o sal.

Rose- Obrigada. – Temperando seu macarrão com o sal. Já era o horário de almoço, os dois haviam dormido muito.

Al- Mas voltando ao assunto. Sim, realmente passou rápido. Da última vez que fizemos uma viagem longa tivemos um turbilhão de problemas. Eu porque estava ajudando minha conhecida com sua irmã velhinha. Na mesma época, Edward estava levando Winry para Rush Valley, mas o trilho foi desviado. Olha, uma confusão tremenda. Atrasaram a viagem deles por vários dias. Isso realmente é um alívio não ter acontecido de novo. Já estamos tão fadigados de problemas. – Levantando novamente e fechando a janela. O barulho do lado de fora, de repente, desaparecera e em seu lugar, o oco do silêncio permaneceu.

Edward ouvira tudo e lembrara novamente de sua protética. Fechara o livro com raiva. Estava inquieto. Alguma coisa ruim parecia rondá-lo. Remexeu-se no sofá, apoiando sua cabeça no assento e o antebraço foi ao rosto, cobrindo seus olhos.

“Que diabos! Por que minhas emoções estão tão inconstantes?”

–-
Chegaram a Central no início da tarde.

Al- Ni-san, fique aqui com Rose enquanto vou despachar as malas. – O irmão virara para o que o outro falava.

Ed- Não, não se preocupe. Deixa que eu vou fazer isso.

Al- Claro que não, você precisa estar descansado. Não vai me custar nada.

Edward olhara de relance para o irmão, mas o outro não percebera a sutileza do mais velho. Ele estava incomodado de ficar ao lado de Rose. Seus pensamentos estavam extremamente inquietos e a presença de uma mulher importante em sua vida no passado era difícil de lidar.

O irmão se afastara tão rápido quanto o pensamento do homem.

Rose- Edward, está me ouvindo? – A garota se prostara em frente ao loiro, esperando a resposta.

Ed- O que foi? – Levantando a visão, desligado.

Rose- Precisava saber para qual lado fica o check out.

Ed- O Al não ia fazer isso?

Rose- Você não prestou atenção no que ele disse? Pediu para fazermos isso, já que ele ia cuidar das malas. É mais rápido. – Andando em direção ao lado que imaginava ser o check out.

Ed- É, realmente. Estou um pouco desligado.

Rose- Nota-se! – Frisando bem sua frase ao olhá-lo de cima a baixo.

Ed- O que é? – Olhando de relance para si e percebendo que botara a camisa ao contrário. – Ah, isso, eu não tinha reparado.

Rose- Tudo bem se você está pensando na Winry. – Enquanto os dois andavam rápido, a menina o olhara de resgueio. Ed abaixara o cenho.

Ed- Não sei do que você está falando. – Olhando para os lados. Precisava se distrair com algo inútil.

Rose- Não precisa se fazer de rogado para cima de mim. Nos conhecemos o suficiente para eu saber que nunca foi apaixonado por mim.

O homem olhou-a sem reação.

Rose- Homens, tão previsíveis. Quando a verdade é estampada na cara, ficam sem reação. – Dera um sorriso simples. O mesmo de quando Ed a conhecera.

O alquimista não podia dizer que não sentia nada por ela, mas era algo distante comparado com o que vivera com Winry. Era uma vida toda de convivência e intimidade. Mesmo que quisesse algo com Rose, só iria enganá-la e a si mesmo.

A menina parara a dois passos do loiro. Ele estacara junto com ela.

Ed- Por que parou? – Olhando aos redores. – Estamos longe do check out.

Rose- Agora você sabe onde fica? – Fitando-o desconfiada.

Ed- Não, é que...

Rose- Deixa isso pra lá, tenho algo mais interessante para lhe mostrar. – Puxando-o pelo braço de uma só vez. Atravessaram a estação, entrando na pequena floresta ao redor do local.

Ed- Mas o que! – Fazendo cara feia. – Você e suas mudanças bruscas! – Arfara.

Rose- E você e sua ranzinzice.

Ed- Para onde você está me levando, Rose? Que mato é esse? Se você quisesse ir ao banheiro era só dizer. Hoje existem métodos muito mais higiênicos. – Ironizando a situação.

Rose- Para de resmungar. Eu estou quase achando... – Empurrando os galhos que insistiam em bater-lhe no rosto.

Ed- Eu é que... – Parara de respirar na hora em que vira a paisagem que se jogara em sua visão. – Minha nossa...

Rose- Eu sabia! – Soltando o braço do homem e correndo em direção a cachoeira.

Ed- Hey, é melhor você sair daí! Vai se machucar!

Rose- Ed, qual é? Para de ser tão ranzinza e vem aqui ver de perto essa água. É límpida! Perfeita! – Ajoelhando entre duas pedras.

O garoto arfara e cruzara os braços na cintura. Olhara por alguns segundos para o lado e finalmente começou a se mexer.

Rose- Isso, deixa de ser bobo. Vem ver como a natureza é linda. Nem parece que você estuda alquimia!

Em poucos segundos o rapaz já estava ao lado da morena.

Rose- Nossa, você é rápido mesmo, em Edward? – Olhando o rapaz de baixo para cima. Com o vento que batia sobre eles, daquele ângulo Rose pode avistar um pedaço do abdômen escultural do rapaz quando a camisa foi estufada pelo vento.

Pigarreara, desviando o olhar. Ed não notara.

Ed- Já viu agora? Podemos ir? O Al nem sabe que não estamos no check out.

A menina lembrara que deixara o outro irmão Elric esperando. Levantara de uma só vez, mas no impulso cambaleara e caíra na água.

Ed- Hey! – Ed tentara puxar pelo braço, mas não conseguira alcançar. – Rose!!

A cachoeira levava a moça na correnteza.

Ed- Droga Rose, nade! Nade! – Tirara a camisa e os sapatos em menos de 10 segundos, pulara na cachoeira o mais rápido que pode. Durante a guerra, teve que aprender a nadar contra a correnteza de cachoeiras.

Rose- Me ajude! Está puxando muito! Não cosigo... – A água tampara seu rosto.

Ed- Rose!! Preste atenção: vou ir até aí, não se desespere, não pegue em mim, deixa que eu seguro você, se não vamos morrer juntos! – Enquanto nadava até a moça.

A cada minuto a correnteza parecia mais forte.

Ed chegara ao lado de Rose e de uma só vez, puxou-a para suas costas, enquanto ficava com os braços livres para nadar. Chegaram a beirada e Edward deu espaço para a moça subir, mas percebera que estava desacordada.

Ed- Rose! Não dificulte minha vida! – Levantara o corpo da moça com toda a força e colocara na pedra. Logo em seguida impulsionara o seu e se jogara ao lado do dela. Sabia que a menina não havia ingerido água, apenas desmaiou por nervossismo. Já conhecia os pontos fracos dela.

Passara pouco mais de meio minuto e a garota acordara, no susto. Levantara o busto de supetão, mas foi parada pela mão de Edward.

Ed- Calma lá, senhorita. Ninguém morreu aqui. – A garota o olhara ofegante e assustada.

Rose- Ed, eu... – Olhara para ele e ela molhados. Lamentava. – Eu lamento...

Ed- Ah, não vem com essa. – Levantando rápido e sacudindo a camisa.

Rose- Mas se não fosse por minha teimosia. – Levantara com dificuldades. – Você não ia estar nesse estado e passado por mais uma situação dessa. Falava indo atrás do rapaz que já andava e colocava a camisa.

Rose- Por favor, eu queria mesmo pedir descul.... – Mas fora interrompida pelo arfar do loiro, que virara de supetão.

Ed- Não lamente. – Olhando-a de cima a baixo. – Trate é de arranjar roupas que não mostrem sua lingerie. A menina arregalou os olhos e analisou-se.

Rose- Meu deus! Estou praticamente nua! – Olhando para os lados desesperada. – Preciso de uma folha gigantesca! – Procurando no meio das árvores.

Ed dera uma gargalhada.

Ed- Ah, e você acha que assim vai conseguir achar alguma coisa?

Rose- Edward, é sério! O seu irmão está esperando lá na estação, como vou entrar desse jeito? É melhor você ir lá e pegar as malas, depois volte aqui!

Ed- Ah e vou deixar você sozinha aqui? Para cair nesta cachoeira de novo?

Rose- Edward! Não estou brincando! Vá lá, vou ficar aqui esperando. Não vá trazer o Al também! Estarei aqui neste mesmo lugar. Vá! Vá – Fazendo movimentos horizontais com a mão direita, enquanto tampava suas intimidades com a outra.

Ed- Você também resolve vir de vestido branco. – Saíra resmungando.

Rose- Aish! Esse cara não para de reclamar! Eu nessa situação ridícula e ele ainda reclama!

Edward chegara rápido a estação e encontrara Al na fila do Check out.

Al – Até que enfim! Onde vocês estavam, Ni-san? – Olhando para os lados. – Cadê a Rose? – Olhara-o melhor. – Você está meio molhado. O que houve?

Ed- Pare de fazer tantas perguntas. Já pegou as malas? – Olhara os lados e não vira nada.

Al- Sim, peguei. Estão na sala do despachador. Fiz uma amizade com ele e falou que poderia deixar lá por enquanto.

Ed- E onde fica isso?

Al- Ali à direita. – Apontando com o dedo indicador. – Mas por que você está tão agitado? As malas estão seguras. Não se preocupe com isso. – O irmão mal terminara de falar e o outro saíra voanda dali.

Al – Que história é essa? Aonde você vai? – Andara dois passos, mas ouvira reclamações na fila. – Droga, agora vou ter que ficar aqui preso.

Edward achara a mala e rapidamente procurou uma blusa e um short. Vira algumas coisas que não gostaria de ter visto dentro da mala.

Saíra o mais rápido que pôde, atravessando a parte do caminho e chegando até a pequena mata. Chegou ao local e não avistou Rose.

Ed- Eu sabia que ia ser assim. – Revirou os olhos irritado. Andou mais dois passos e uma flecha passou no meio de suas pernas. Gelara na hora, olhando todos os lados. – Essa foi por muito pouco. – Suspirara.

Olhara para a flecha e vira que havia veneno na ponta.

Ed- Eles estão querendo me matar mesmo. – Quando pegou-a, avistou ainda um cordão o guiando. – Isto está ficando estranho. – Seguira o caminho cauteloso.

Chegou até um local com uma pequena aldeia. Não acreditava que podia existir grupos de indíos tão próximo à civilização. Rose deveria estar com eles. Começava a se preocupar verdadeiramente.

Cacique- Nós queremos você. – Apontando para o meio das pernas de Edward.

O garoto olhara sem entender.

Ed- O que esse índio está falando? Olha, vocês por acaso estão com uma moça por engano? É morena, estatura mediana, magra e estava com um vestido branco.

Cacique- A progenitora! – Gritara enquanto os outros a traziam no colo. A garota se debatia , nervosa.

Ed- “Proge” o que? – Ficara angustiado com a situação de Rose. Ela tinha sérios traumas em relação a homens e ainda havia vários a tocando. Olhava ela e o cacique ao mesmo tempo. – Escuta, a moça está comigo, deixe ela ir, ok?

O índio o olhara com olhos ferrenhos. Fizera um imenso barulho ao levantar de sua cadeira, seus chocalhos pelo corpo balançavam ao andar. Chegara perto de Ed.

Cacique- O progenitor!

Ed- Que história é essa, o cacique pode explicar?

Cacique- Queremos você... – Apontando em direção a Rose. – Com ela. Bonita e forte geração filhos! Obuga! – Agitara o mastro em seu braço esquerdo e todos gritaram juntos.

Ed- Não, não, não! – Fazendo gestos negativos. – Vocês entenderam errado.

Rose- Edward, cala a boca e faz o que eles estão mandando! – O garoto a olhara de relance confuso, mas entendera que era apenas um truque.

Ed- Então tudo bem. Se é assim... – Andando junto do cacique.

Cacique- Nenhum homem recusa deitar com uma mulher! Obuga! – E todos gritaram novamente.

Deixaram os dois em um leito bonito e florido. Rose ainda estava molhada e agora arrepiada, o que a deixava com realmente grande parte de seus seios e calcinha a mostra através do vestido.

Ed- Você está bem? – Tentando evitar olhá-la realmente.

Rose- Estou sim, agora deixa de ser lento. Eles estão olhando! – Edward não entendera, ela queria mesmo fazer aquilo?

Ed- Do que você está falando?

Rose- Se aproxime de mim. – Dando indicativas com os olhos.

Edward, mesmo tentando focar em outro lugar, fechara a frente da moça.

Rose- Isso. Agora você vai por a mão aqui. – Pegara a mão esquerda do garoto e repousara em seu seio. O garoto fechara os olhos e dera um suspiro.

Ed- Nem pense em uma coisa dessas.

Rose- Agora pegue na minha cintura.

O garoto obedecera à ordem.

Rose- Tira o meu vestido. – Ele a fitara, incrédulo.

Ed- Isso já é demais! – Fechando os olhos novamente. Respirava firme.

Rose- Você é facilmente sedutível, Edward. – Revirando os olhos. – Ande logo.

Ed- Não me subestime. – Tirara de uma só vez a roupa da moça. Agora ela estava colada a seu corpo, apenas com a parte de baixo tampando sua nudez.

Rose- Se você se distanciar de mim um milímetro, eu te mato. – Passando as mãos por detrás do rapaz. Ele respirava forte para controlar a circulação indevida.

Os índios faziam barulhos e dançavam.

Ed- E agora o que pretende? – A garota o olhara por alguns segundos e beijara-o de repente. Ed pensara em afastá-la, mas não podia pelas cirscuntâncias.

A menina soltara uma das mãos de suas costas e colocara no rosto do rapaz. O beijo ficava mais profundo. Eles sempre encaixaram bem, a sintonia era grande. Os índios faziam barulho.

Beijaram-se por alguns instantes até Edward começar a descer a mão: de suas costas para sua bunda, coberta apenas por uma calcinha.

A garota o soltara na mesma hora. Os dois estavam sem fôlego.

Rose- Bingo! – Deslocara o garoto até a frente da oca. Daquele ângulo ninguém poderia vê-la nua, somente ele. A moça virara as costas para e colocara o vestido em segundos.

Ed- O que você está tramando, sua maluca!? – Seguia o plano da garota, mas não entendia quase nada.

Os índios faziam mais barulho do que eles podiam ouvir. A garota arrumara o cabelo e puxara o braço do rapaz para a outra saída da oca. Os dois começaram a correr na direção contrária.

Ed- Meu deus, por que eles estão tão agitados? – Corria junto de Rose.

Rose- Eu conheço essa tribo, para eles a cópula é você beijar, seduzir e passar a mão na bunda de uma mulher.

Ed- Como é que é?

Rose- Isso mesmo. Eles acreditam que é isso que faz uma mulher engravidar, sendo o resto do ato apenas um ritual de praste.

Ed- Então para eles a gente... – Sugestivo.

Rose- Sim, para eles nós fizemos sexo.

Ed- Eu sabia que você tinha um plano esquisito. – Arfara com o sangue estar voltando para o lugar.

Rose- É, mas pelo visto você continua igual. – Olhando para baixo.

O rapaz não respondera nada, mas Rose não parecia mais traumatizada com qualquer coisa que fosse relacionada a relações físicas.

Rose caminhou até perto da estação, onde Edward abandorana as roupas. Trocara rápido e separara a molhada.

Rose- Estou pronta. Vamos?

Os dois caminharam devagar até atravessarem a rua. Rose olhara de resgueio as mãos de Ed. Queria segurá-las.

Edward chegara junto da moça na estação e avistara-a abraçar Al e brincar com ele, inventando uma desculpa qualquer do acontecido. Olhara-a sorrindo e teve a certeza: o beijo não tinha sido de mentira.


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Notas finais do capítulo

Galera, depois de um longe período (para não dizer gigantesco), estou com um novo post. Quero esclarecer que não abandonei a história. Continuo escrevendo-a (já estou na sua segunda parte), mas acabei por deixar os detalhes de lado e algumas partes não se encaixavam. Estou dando uma geral e postando o que já está pronto!

Muito obrigada por acompanharem! Vocês são a minha inspiração!



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